Uma Stark, Um Lannister escrita por Izzy Hojou


Capítulo 3
Daeon


Notas iniciais do capítulo

Estive por muito tempo sem internet, mas não deixei de escrever. Daeon Lannister, filho de Tyrion. Boa Leitura!



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Receberam a convocatória havia seis dias. A comitiva era pequena: duas carroças de mantimentos, uma com armas e mais uma com as bagagens. Três cavalariços, nove cavaleiros livres, dois cavaleiros da Guarda de Ouro, o intendente pessoal, o escudeiro e o próprio Lorde de Rochedo Casterly, Daeon Lannister. O rapaz não se saiu em nada aos seus ancestrais: tinha cabelos castanhos tão escuros que se confundiam com o negro, trançados até a metade das costas, e olhos da mesma cor, penetrantes e sóbrios, porém um pouco baixos. Vestido em cota de malha polida, tinha preso ao ombro com uma cabeça de leão em diamante, um manto dourado tão longo que se estendia por todo o traseiro de seu alazão negro. No gibão, um pequeno distintivo de um leão carmim rugindo era trazido no peito junto ao coração.
– Senhor, nossos homens parecem cansados... Lynn se adiantou para junto de Daeon Estamos sobre o lombo dos cavalos há seis horas ele completou.
– Porto Real está há quatro horas daqui. Se quiserem, podem descansar. Eu vou em frente! enfiando os calcanhares nas costelas do cavalo, o Lannister saiu em disparada pela estrada do Rei, levantando poeira e lama atrás de si. O intendente apenas suspirou e deixou que a comitiva parasse para descansar.
Com o alazão a toda velocidade, Daeon Lannister passou como um relâmpago por estalagens, hospedarias, tabernas, casas e pequenos sítios. A estrada se alargou e ganhou contornos em pedra e pequenas bandeiras coloridas tremulantes. Carroças a cavalo começaram a trafegar e dezenas de pessoas aumentavam o fluxo de passantes. Um homem foi chutado para fora de um bordel por uma mulher gorda e mal-encarada, mas Daeon nem notou. Em duas horas, ele chegou aos pés da gigantesca Porto Real, reerguida pela Rainha Daenerys após a guerra.
A cidade tinha muralhas ainda mais altas que a anterior, mas quase não se via o vermelho. Havia tijolos multicoloridos como nas muralhas de Meereen. Em forma hexagonal, tinha um portão em cada vértice, cada portão com seu nome, como os anteriores: o Portão da Lua e o do Sol, em oposição um ao outro; o Portão da Neve, virado para o Norte, o Dos Desertos, ao Sul; o Portão da Atalaia, junto à Água Negra e o Portão da Floresta, junto à Mataderrei. As torres de vigia eram aparentemente pequenas, mas dispunham de arqueiros por todos os cantos, e dois pares de sentinelas com lanças e machados em cada entrada. O Portão do Norte possuía um grande arco de pedra ladeado por duas torres maiores que as demais, com telhados em formato de cones, verdes como pinheiros. A ponte levadiça tinha pelo menos dois metros de espessura, reforçada com enormes rebites de ferro, e estava abaixada, recepcionando e deixando sair todos os moradores, comerciantes, cavaleiros e aspirantes, mas principalmente à espera dos senhores que chegariam para a Reunião das Casas.
Daeon Lannister passou lentamente pelo Portão do Norte, sentindo o cheiro de carvalho fresco e recém-tratado da ponte. Admirou a Fortaleza de Sangue, erguida no lugar da Fortaleza Vermelha que fora destruída e tomada por ninho pelos dragões da Rainha, junto ao Portão da Atalaia, em granito pintado de vermelho. Um castelete com seis torres e um salão redondo entre elas, com um túnel à sua frente guarnecido por outras duas torres. Um fosso sem muralha cercava a edificação e a deixava como uma ilha no meio de uma lagoa. Ao chegar à pequena ponte frontal, se deparou com dois guardas em mantos verdes com elmos encimados por cabeças de dragões. Os homens o barraram de imediato.
– Quem vem lá? o homem da esquerda elevou a voz, mas não chegou a gritar. O alazão de Daeon virou-se involuntariamente para a esquerda, mas o Lannister o pôs rapidamente na posição anterior com um puxão na rédea, incitando o animal para perto do guarda.
– Daeon Lannister. Primeiro de meu nome, senhor de Rochedo Casterly e protetor do Oeste. Vim para a reunião ele entoou solenemente, olhando o guarda de cima e passando por ambos. O homem da direita precipitou-se e bloqueou o caminho com sua lança.
– Não é por um broche segurando a capa que podemos lhe considerar o Protetor do Oeste ele rosnou, se entrepondo entre o cavalo e a ponte . Onde está a sua comitiva? Fomos avisados de que a Casa Lannister traria homens.
– Eles estão se arrastando pela Estrada do Rei, choramingando e pedindo minha clemência. Daqui a algumas horas eles chegarão aqui. Agora me deixem entrar.
– Não vou... o guarda não completou a frase. Sentiu uma mão enluvada segurar-lhe o ombro, e ao olhar para trás, pensou ter fitado um par de esmeraldas S-senhor...
– Loren, este é o Senhor do Rochedo, Daeon Lannister o jovem sorriu, vendo que o citado desceu alegremente do cavalo para vir a seu encontro.
– Velimyr! Há quanto tempo! o Lannister pigarreou, e no lugar de um abraço, deu-lhe um murro no peito ensine os cães do seu pai a farejar direito o cheiro de um leão ele fitou os guardas de modo convencido e superior, encontrou e puxou as rédeas de seu alazão e se pôs a caminho da entrada do castelo. Precisava inclinar ligeiramente a cabeça para cima quando queria fitar o rosto do filho da Mão Direita do Rei Barristan. Os olhos dos Whitewood eram mais fortes que os dos Arryn, mas não a pele nem os cabelos. O rapaz tinha três anos a menos, e quinze centímetros a mais, madeixas negras como a noite e pele clara como neve. Andava silenciosa e elegantemente pela ponte, com a capa de cetim azul celeste debruada de veludo turbilhonando atrás de si. Vestia um gibão bordado com o falcão e a lua dos Arryn sobre o represeiro albino dos Whitewood. As botas ressoavam baixinho a cada passo, tingidas de azul marinho.
Seguiram pelo corredor até o Grande Salão. Lá estava o Rei Barristan, no auge dos seus sessenta e tantos anos, com os cabelos agora prateados pela velhice trançados com sinetas até a cintura, como o primeiro homem da mãe Daenerys, Khal Drogo. Havia participado de tantos torneios quanto pudera, e como a mãe havia ensinado, não cortaria o cabelo enquanto não perdesse. Vestindo branco do manto às botas, o homem se levantou do novo Trono de Ferro (na verdade, quase ouro, visto que os Lannister preferiam uma espada reluzente a uma espada forte) e desceu as escadas até a dupla de jovens. Alisou a barba branca e viu Daeon Lannister cair sobre um joelho enquanto Velimyr o anunciava:
– Lorde Daeon Lannister, primeiro de seu nome, Senhor de Rochedo Casterly e Protetor do Oeste recitou Velimyr com uma meia reverência -. Sua comitiva deve chegar em algumas horas. Lorde Daeon queria vê-lo e cumprimentá-lo antes que a balbúrdia da recepção se instalasse.
– Como cresceu, Daeon o Rei o olhou com ternura e saudosismo Ainda lembro de quando vocês dois eram meus protegidos. Passavam os dias com espadas de madeira e pôneis aqui no pátio, treinando com Sor Winter, roubando tortas salgadas e bolos de limão com meu irmão mais novo. É muito bom vê-lo tão adulto, Daeon... Sinto-me quase realizado o Rei andou na direção dos rapazes, e com as mãos delicadas, tocou-lhes os rostos com os dedos finos Seja muito bem vindo, Protetor do Oeste. Agora, permitam-me a ausência. Minha prole necessita de audiências.
O velho rei se retirou com um sorriso no rosto, deixando o filho da Mão e o Senhor do Rochedo vermelhos como o antigo carmesim Lannister. Os dois se entreolharam em um silêncio ainda mais saudoso do que as palavras do rei, e após algum tempo, deram risadas. Seria como nos velhos tempos.


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