When In Paris escrita por Kamila Monteiro


Capítulo 3
Capítulo 3




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Veja bem, não sou louco ta. Eu sei que não deveria ter pedido o telefone da garota, era óbvio que a última coisa que ela queria no momento era um cara no pé dela, já que era notável que o casamento dela tinha dado errado. Mas eu sentia que não podia deixa-la ir embora sem se quer ter qualquer coisa que pudesse me contatar à ela.

Quando contei a história a Thiago no treino ele riu. – Você não ta falando sério, cara!

– Óbvio que estou, porque eu inventaria uma história doida dessas?

Ele fechou a cara e juntou as sobrancelhas num gesto pensativo. – E você ainda teve a cara de pau de pedir o telefone da menina, sério?

Apenas o fitei com cara de poucos amigos e voltei a correr. Não conseguia nem se quer por um segundo tirar Mariana da cabeça. Sabia que não teria a coragem de ligar pra ela hoje, mas a vontade era imensa. Pensava em seus olhos e como eu tremia da cabeça aos pés quando nossos olhares se encontravam, e seus lábios tão chamativos que esboçavam um dos sorrisos de canto mais charmosos do universo. É, eu meio que estava com uma paixão platônica pela noivinha da cara borrada.

– Sabia que o mundo está passando por uma crise de falta de água? – indagou Thiago se escorando na porta do meu box no vestiário. – Ainda pensando na noivinha?

– O que você acha?

– Doidera. Mas já que tem o telefone dela, porque não liga logo?

– Ta louco? – rebati – Eu nem sei porque pedi o número dela, cara. Ela deve ter pensado que sou perturbado...

– Na verdade, você é!

Era impressionante como o Thiago conseguia ser insuportável grande parte do tempo, e eu sempre me surpreendia com o fato de ser amigo dele. Nós discutíamos quase o tempo todo e sempre chacoteávamos um do outro, vai entender o que nos torna amigos.

– Vamos tomar uma cerveja, você distrai a mente e tira essa guria da cabeça!

– Eu acho melhor não...

– Não to perguntando! A gente vai e pronto! – rebateu. Ta aí o motivo pelo qual somos amigos, ela se preocupa tanto comigo que me obriga a me divertir até quando eu não quero.

...

O barzinho era o mesmo de sempre, um brasileiro amigo nosso era o dono, e o local acabou se tornando o point do pessoal, afinal quem não curte um climinha boêmio brazuca? Nossa mesa era a do fundo, me joguei na cadeira e peguei um copo, eu não era de beber, mas não ia me negar um copinho de cerva naquele momento.

Ta eu estava passando dos limites, três copos era demais. Pedi uma água com gás e me enchi de salame. Eu estava pra baixo admito, não que estivesse triste, eu só queria ter a cara de pau e a coragem de ligar pra Mariana. Eu estava realmente querendo saber como ela estava, o que tinha acontecido pra que eu a encontrasse daquele jeito, ela deveria estar sofrendo, lembrar dela chorando me incomodava.

– Eu já disse que cerva e salame não vão me tirar da fossa! – uma voz feminina veio de trás do meu assento. – Gelei e olhei pra trás, era ela.

– Que foi cara? – Lucas perguntou me cotovelando. – Ta olhando estranho pra aquela mina, conhece ela?

– É ela! – disse mais pra mim mesmo do que pro Lucas.

– Ela quem?

– Mariana! – falei e ela olhou pra trás, se surpreendeu ao perceber que era eu.


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