E se tivesse uma garota no Instituto Imperial? escrita por Hissa Odair


Capítulo 16
Contando a verdade




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Me lembro de estar em um lugar muito branco, como as nuvens, vi um portão dourado, e andei até ele, me senti tão bem naquele lugar. Mas depois, foi como se eu tivesse sido puxada de maneira incrivelmente rápido para longe dali (cruzes, estava ficando louca).

Fui parar em um lugar escuro, por onde eu olhava, só via o preto, e foi assim durante uma semana, eu acho. Sentia dor em meu corpo inteiro, mas finalmente consegui abrir os olhos.

Eu estava viva, quando abri os olhos, reconheci o lugar como um hospital, via duas pessoas nas macas da fileira a frente. Eu devia estar viva, pensei eu. Mas na verdade, apesar de viva, nunca me senti tão morta.

Um médico estava me encarando. O que foi? Queria perguntar, mais já custava muito abrir os olhos. Ele falou alguma coisa com outro médico que também me olhou. Acho que voltei a ficar inconsciente.

Quando voltei a acordar, estava me sentindo um pouco melhor. Meus sentidos estavam funcionando. Tinha uma médica perto de mim.

–Onde eu estou? – perguntei.

–Na clínica geral Inazuma – ela respondeu.

–Há quanto tempo estou aqui?

–Um mês.

Um mês?! Não posso nem imaginar como está ...

–Tem uma visita te esperando – ela abre a porta e vejo Zun.

Me assusto muito, ela estava com cara de quem não dorme a anos, está incrivelmente magra e seus olhos ... Estão mais escuros?

–Zun! – ela corre até onde eu estou e me abraça.

A médica nos deixou a sós.

Zun começou a chorar de maneira perturbadora. Como me atrevi a esquecer minha irmã?

–Você estava morta! – ela gritou.

–Como?! – disse confusa

–A médica disse que seu coração tinha parado de bater – dessa vez começou a falar baixinho.

Então foi isso que aconteceu, eu não estava louca, eu tinha ido para o céu. Me lembrei de uma coisa.

–Irmã, porque você está assim te expulsaram do orfanato?

–Não, é que eu não tenho comido muito esses dias, e não consegui dormir direito também ... porque a pergunta? – respondeu ela curiosa.

–Por nada.

Ela ficou me olhando como se quisesse saber a verdade, como se soubesse que havia me metido em graves problemas.

–Você está aqui porque se machucou feio enquanto caminhava pelo parque? – disse ela sendo irônica.

Ela não é boba, se meu coração tinha parado de bater, a coisa era séria, e também, eu tinha ficado um mês inconsciente.

–Você já é uma mocinha, senta – ela sentou em uma cadeira – Tudo começou quando ...

Contei a história desde o início, após a morte de nossos pais, quando entramos no orfanato, até aquele momento. Quando terminei de contar o que aconteceu, ela estava chorando e com o rosto todo vermelho.

–E você me enganou todo esse tempo? – ela disse.

–Eu queria te proteger.

–Se você queria me proteger, devia ter me falado.

Parecia que ela era a mais velha e eu a caçulinha.

–Imagina se eu vou te visitar na Teikoku e encontro um dos machistas – ela disse fazendo uma careta, brincando.

–Sem ressentimentos? – perguntei fazendo uma careta também.

–Sem ressentimento – disse ela me dando um abraço.

A partir daquele momento, me senti mais leve, e principalmente livre. Antes parecia que eu tinha aquelas bolas de metal dos prisioneiros. Mas agora estou livre de todas elas.

Minha irmã bocejou, e começou a ficar com sono.

–Melhor você voltar ao orfanato, senão você vai acabar desmaiando de cansaço em algum lugar – pisquei o olho direito pra ela.

–Tá bom, a diretora do orfanato vai me levar para lá. Tchau Chihatu!

–Tchau Zun – ela saiu do quarto.

Estou muito feliz. Mas também, de certa forma, preocupada, o que aconteceu? Porque Kageiama ainda não fez nada até agora? Tenho que falar com ele, parecer arrependida e implorar pedir, que poupe a vida de minha irmã.

Afinal, ainda estava sob o poder do Kageiama.

Enquanto estava pensando, voltou a médica e disse que chegou alguém querendo falar comigo.

Mas que droga! Eu pensei. Lá se vai a minha paz. Fechei os punhos com força. Mas só para confirmar, perguntei quem era.

–Com licença.

Pude ver Sakuma, abrindo um pouco a porta e colocando a cabeça para dentro. Pude sentir o medo sendo substituído pelo nervosismo. Senti meu coração batendo fortemente. Eu olhei para o cobertor de hospital, tentando entender o porquê de me sentir assim.


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