–Água Sagrada?

Ele me levou a um lugar onde muitas pessoas de jaleco e máscaras observavam e analisavam um frasco de vidro com um líquido transparente dentro. Ganhei um crachá que dizia “C 1” ( que depois descobri o que significava).

Mal havia terminado de colocar o crachá, e um desses caras de jaleco, segurou meu braço e me injetou uma dose do líquido que estava no frasco. Eu fiquei tonta e depois com uma incrível ânsia de vômito.

Depois me mandaram voltar a aula, o sinal tocaria em breve. Mas me disseram também para voltar depois das aulas. Tirei o crachá e sai.

Sai dali do jeito que pude, mas meu braço doía muito.

Chegando na sala de aula, eu me sentei, e comecei a escrever o que a professora tinha mandado, foi quando notei que não sentia meu braço, o que me deixou muito preocupada, agradeci por ser canhota, mas eu não conseguia mover nem sentir meu braço.

O problema realmente começou quando a dor passou, e a aula acabou, eu voltei para o laboratório, onde vesti novamente meu crachá e novamente senti a agulha penetrar minha pele, mas dessa vez a agulha não era tão fina e o líquido era diferente, então eu senti muito mais dor.

Tentei me controlar, mas gemido queria sair, segurar a dor doe muito. Então observei um cartaz sobre o campeonato futebol fronteira em uma das paredes brancas do laboratório. Quando olhei aquilo, olhei como se fosse o próprio Kageiama, e eu não me daria o luxo de demonstrar fraqueza.

Passado 1 hora e 18 injeções depois, eu fui liberada e fui ao novo orfanato, meio que andando, meio que mancando. Estava tão dolorida que saíram gemidos de agonia de meus lábios todas as vezes que a dor voltava.

Chegando lá minha irmã estava me esperando, sorri levemente.

–Oi Zun – tentei parecer feliz.

–Oi – respondeu ela com o mesmo ânimo – Onde você estava?

–Lá também tem um clube de futebol. E você?

–Estive por aqui.

–Me refiro aos clubes.

–Ainda sou muito nova.

–É verdade.

–Porque corta o cabelo?

–Porque fica bonito.

–E porque usa o capuz para esconder o rosto?

–Não faço por querer, mas eu gosto desse capuz.

Zun falou, mais falou tão baixo que não a ouvi.

–O que você disse?

–PORQUE VOCÊ FINGIU SER NANJOON ODAIR! – ela falou gritando.

Essa pergunta, por mais estranho que pareça me pegou de surpresa, ela podia ter simplesmente visto uma das partidas e notado que o narrador sempre falava Nanjoon Odair, e não Chihatu Odair. Eu poderia mentir novamente, mas sei que ela não é boba.

–Senta, eu vou tentar te explicar – apontei para uma cadeira.

Ela se sentou.

–Olha, vou tentar ser direta, eles não gostam de mim por ser como eu sou, uma garota. Uma vez eu vi alguns comentando sobre o que aconteceu com uma garota chamada Sayo eu não sei o que aconteceu com ela mas sei que foi horrível. E você sabe que não gosto de ser diferente – vesti o capuz – eu não pareço mais uma garota pareço?

Ela ficou me olhando com uma expressão perplexa.

–Porque mentiu para mim?

–Pensei que você não entenderia.

Ela sorriu levemente.

–Eu entendo muitas coisas irmã, você pode confiar em mim – e saiu em direção ao dormitório.

Fiquei surpresa, escondi tudo de todos, mas logo a minha pequena Zun compreendeu. Zun você é meu maior tesouro, não vou deixar que nada aconteça com você.

Já se passou uma semana (uma semana dolorosa e agonizante), os testes mudaram, agora eu preciso ingerir a água.

–Se você permanecer viva e saldável o dia inteiro, passaremos para o próximo teste – me disse uma moça que trabalhava lá.

–Tudo bem, e se não der certo?

–Não se preocupe, o senhor Kageiama já conseguiu outra cobaia substituta – e foi embora.(Meu crachá significa: Cobaia 1).

Que belo consolo! Me sinto muito melhor agora.

Para a minha grande sorte, fiquei normal durante o dia inteiro.

Passando essa fase, notei que a fase das agulhas foi a mais dolorosa. A fase da água nem doeu.

Finalmente me falaram que minhas obrigações lá acabaram, e que eu deveria perguntar ao Kageiama meu próximo dever.

Eu fiz isso.

–Agora que você acabou seu papel na água sagrada, quero que você reinicie o nosso projeto secreto da Teikoku.

Dessa vez fiquei receosa, eu sabia o que isso significava, eu ia voltar a jogar futebol, mas não qualquer futebol.

Eu ia jogar as Técnicas Proibidas.