Questão de Honra - Livro 1 escrita por Melaine_
Notas iniciais do capítulo
Esse capítulo saiu mais curto, mas não tive como escrever mais sem encher linguiça haha
Espero que gostem!
Mesmo com o frio, Kira saiu da cama bem mais cedo do que o normal e após tomar café da manhã com Zhen rumou para o jardim que ficava atrás do hotel. Estava um dia nublado, mas ao que parecia, não choveria.
— Então você achou meu esconderijo? – perguntou Kira nas costas do garoto que como o de costume estava com o rosto coberto por um capuz. Ele estremeceu ao ouvi-la, mas não respondeu.
— Sabe, desde que moro aqui eu acho que hoje é o dia mais frio. – disse ela tentando puxar assunto.
Ela não sabia o porquê, mas algo nele a fazia lembrar-se de Zuko. Mais uma vez, dele só veio o silêncio.
— Hoje a noite terá uma feira aqui na cidade. Alguns artesões e comerciantes montam barracas no centro da cidade. É super gostoso. – com o silêncio ela continuou – Você não gostaria de ir?
— Como é? – perguntou ele.
— Eu perguntei se você não gostaria de ir nessa feira.
— Não sei por que você está perguntando isso. – disse ele ainda de costas para Kira.
— Estou perguntando por que você não é da cidade e não parece fazer outra coisa do que ficar enfiado nesse hotel com essa sua capa cobrindo metade do seu rosto.
— Quem você pensa que é? - perguntou ele irritado.
— O que te faz achar que eu sairia com você?
— Não, eu só quis saber... – começou ela, mas foi rudemente cortada.
— O que te faz achar que eu sairia para me divertir nessa cidadezinha? – perguntou ele se levantando. – O que te faz pensar que eu poderia me divertir saindo com você?
O garoto se virou e viu os olhos de Kira encherem de lágrimas. Lágrimas de raiva. No momento que seus olhos se cruzaram, Kira desviou o olhar. Uns segundos a mais seria o suficiente para ela ver que o rosto que ali, segundos antes, estava cheio de marcas de expressão de raiva, agora trazia o semblante que ela viu por mais de 13 anos. Foi o suficiente para ele.
— Não sei como... – ela sussurrou virando para voltar para dentro, mas ele a segurou pelo punho.
Com raiva, puxou seu braço com força e o deixou sozinho.
O almoço estava sendo servido e Kira ficou no balcão tentando ver qualquer reação que mostrasse que sua comida estava ruim, mas todos comiam normalmente. Zhen chegaria em poucos minutos para almoçarem juntas.
Apenas observando o salão, ela os viu entrando. O Sr gordinho estava sorrindo, como sempre. Kira não fez questão de se quer reparar no garoto.
— Kira, por favor. – pediu Tyn.
— Sério? – resmungou.
Pegando sua caderneta, parou ao lado da mesa e perguntou:
— E então, o que vão querer?
Antes que pudessem responder uma aragem gelada varreu o salão deixando Kira arrepiada.
— Vocês podem esperar dois segundos? Vou colocar uma blusa.
— Claro. – respondeu o senhor sorrindo.
Correndo até a salinha atrás do balcão, rapidamente tirou o uniforme e o colocou novamente por cima da blusa de frio. Desconfortável voltou à mesa.
— E então, qual é o pedido? – perguntou ela.
Enquanto o senhor examinava as opções, ainda desconfortável, Kira mexeu em sua roupa. Estava se sentindo enforcada. Colocando a caderneta no bolso do uniforme, puxou a gola das roupas e tirou o colar deixando-o sobre as duas blusas. Quando pegou a caderneta novamente sentiu os dois a olhando.
— Bonito colar. – disse o senhor.
— Obrigada- respondeu sem graça, pegando o pingente.
— Estão falando na cidade de uma feira. Foi lá que comprou?
— Não senhor. Um amigo me deu há um tempo. – respondeu ela.
Ela podia sentir o olhar do garoto sobre ela, mas ressentida não olhou de volta. Apenas marcou o pedido e voltou para o balcão.
— Pronto. Já podemos almoçar? – perguntou Zhen assim que chegou ao restaurante.
— Sim, mas Kira, você poderia me ajudar a arrumar aqui depois? – perguntou Tyn.
— Claro, sem problemas.
Indo se sentar com Zhen , ela não pode deixar de sentir o olhar dos dois a seguindo. Aquilo tudo era muito estranho. Sentia algo que nem ao menos conseguia explicar. Estava recordando coisas que sempre lutava para esquecer.
— Ele não para de te olhar. – disse Zhen
— Ele quem? – perguntou perdida em seus pensamentos.
— O que anda sempre com uma capa. Ele gosta de você.
— Aham. Se gostasse não teria surtado quando o ‘convidei’ para ver a feira.
— Você o convidou? – perguntou ela confusa.
— Eu comentei da feira e perguntei se ele não gostaria de ir, mas não perguntei se gostaria de ir comigo.
Zhen deu um risinho e não tocou mais no assunto. As garotas ficaram conversando sobre a feira que iria se estender até a semana que vem até que Tyn as serviu e em silêncio comeram. Já não havia mais ninguém no restaurante quando Zhen se despediu dizendo:
— Se quiser ir hoje à feira me avise.
Levando os pratos para a pia, ia começar a lavar a pilha de louça quando Tyn a chamou.
— Você poderia arrumar as mesas?
— Ok. – respondeu ela.
As pessoas que comiam no restaurante eram bem organizadas, o que não dava muito trabalho na hora de limpar as mesas. Era só recolher cardápios e deixar as mesas prontas para o jantar.
Kira estava limpando uma mesa quando viu que havia algo em cima da qual o senhor e seu sobrinho haviam sentado. Curiosa, foi até ela. Ao se aproximar viu que se tratava de uma pulseira, mas quando a tirou da mesa e a olhou em suas mãos, não pode acreditar.
Tremendo sentou-se na mesa e ficou observando a pulseira. A pulseira que havia dado ao seu melhor amigo, Príncipe Zuko.
— Depois de tanto tempo. – sussurrou ela olhando para os lados e viu que Tyn a olhava sorrindo.
Sem parar para pensar, se levantou e saiu do restaurante. Não sabia para onde ia, só sabia quem queria encontrar. Andando depressa, perdida em seus pensamentos, trombou no senhor.
— Iroh? – perguntou ela insegura.
— Sim, minha cara. – respondeu ele e vendo o nervosismo da garota continuou.
— Então você já sabe.
— Eu preciso falar com ele. – disse ela tremendo.
— E você vai falar, mas se acalme um pouco ou então mal vai conseguir chegar até ele.
Iroh sorria para ela, aquele sorriso familiar, daquele rosto familiar.
— Você quem achou a pulseira? – perguntou ele gentil.
— Sim. – respondeu ela reparando que apertava com força a pulseira em sua mão.
Iroh sorriu.
— Onde ele está? – perguntou. – Zuko.
— Está nos jardins.
Kira sentiu como se a distância entre a sala de estar e os jardins fosse longa demais. Seu coração batia mais rápido a cada passo.
Mal havia passado pela porta quando viu Zuko no meio do jardim. Ela queria chamá-lo, mas sua boca não emitiu som algum. Ela andou e parou bem próxima a ele, sem saber o que fazer. Ouvindo seus passos se virou e quando seus olhares se cruzaram, Zuko a puxou para um abraço.
— Ah, Kira! – disse ele entre seu cabelo.
A garota não conseguia conter as lágrimas que caiam do seu rosto molhando a capa de Zuko.
— Me deixe olhar para você. – disse ele se afastando e pegando o rosto dela em suas mãos.
Kira sorriu ao sentir as mãos quentes de Zuko em seu rosto.
— Eu senti tanta a sua falta. – disse ela entre lágrimas.
— Eu também sentia a sua, Kira. – respondeu ele.
Iroh passou pela porta e foi ao encontro deles sorrindo.
— Não disse que era ela, Príncipe Zuko?! – disse ele. – O destino deu um jeito de fazer seus caminhos se cruzarem novamente.
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Já desconfiavam?