Ação e reação escrita por Florrie


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :)



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Ela tinha um rosto bonito, do jeito como gostava, longos cabelos escuros e olhos azuis que pareciam inocentes e ao mesmo tempo ansiosos. Aquela garota o lembrava de uma antiga namorada que teve na adolescência, uma menina doce e loucamente apaixonada que fazia qualquer coisa que ele pedisse.

– O prazer é todo meu. – Ela lhe respondeu seu cumprimento sorrindo.

Como é bonita.

Podia dizer que era ainda mais bonita que Margaery. Sua noiva causava inveja em qualquer menina da capital e por esse atributo e alguns outros a mais ela foi escolhida para assumir o posto ao seu lado. Quando herdasse tudo o que era seu por direito, Margaery brilharia como a esposa perfeita, um belo troféu para ser exibido. Contudo, um homem de verdade não deveria exibir apenas um troféu. Talvez ele tivesse acabado de encontrar outro ainda mais valioso do que aquele que possuía, um que foi feito para ser mostrado.

– Vamos dançar Alayne. – Loras colocou seu braço ao redor do pescoço da menina que corou. – Querida irmã, querido cunhado, com licença.

Joffrey observou enquanto Loras levava a garota para o meio da pista. Já não gostava dele e naquele momento gostou menos ainda. O fato daquele idiota ser irmão de sua noiva era a única razão para que Joff estivesse perdendo seu tempo naquele lugar, hoje haviam chegado garotas novas no clube Chataya e ele tinha estado ansioso para ser o primeiro a experimentá-las junto com seus amigos. Entretanto sua mãe foi clara sobre o bom relacionamento que ele devia ter com os Tyrell. Grande coisa, no fim ele seria o homem mais poderoso de Westeros, não precisava de ninguém para isso.

E quando acho algo interessante ele leva embora.

– Vamos voltar para a mesa? – A Tyrell perguntou.

– Claro.

Ambos atravessaram a pista sem grandes dificuldades. Os demais pareciam saber identificar quando um leão passava. Eles abriram caminham sem ousar esbarrar em Joffrey. Com um sorriso arrogante o Lannister chegou até a escada e de mãos dadas com Margaery subiu para a área VIP. As mesas ficavam todas encostadas na parede e a maior foi destinada a família do aniversariante. Lá estavam sentados Garlan Tyrell e sua noiva Leonette Fossoway, também havia os gêmeos Redwyne, Horas e Hobber e sua irmã mais nova Desmera Redwyne, que segundo diziam os sussurros, poderia vir a se casar com seu primo Devan, os três eram primos de Margaery. Além dos familiares de sua noiva, também tinha os Lannister. Seus irmãos mais novos, Myrcella e Tommen, não saíram da mesa desde que haviam chegado.

Myrcella conversava animadamente com Desmera, mas Tommen parecia fechado em seu próprio mundo. Aquele garoto irritante. Joffrey não teve particular sorte com irmãos, Myrcella não se curvava a suas palavras, desde pequena sempre foi corajosa demais para seu gosto, contudo, como sua única irmã, Joffrey podia perdoa-la por essas faltas. Tommen, por outro lado, sempre foi uma criança dócil, mas às vezes esquecia-se de quem era o irmão mais velho. Era seu dever ensinar seu lugar. Ultimamente Tommen parecia muito cheio de si e mal conseguia disfarçar o fato de não ter nenhum apreço por ele.

Talvez eu devesse voltar com as lições. Mostrar de uma vez por todas quem era o herdeiro e quem era o segundo filho.

O pensamento o fez sorrir.



XXX



Quando a musica parou, no pequeno espaço de tempo que precedia o inicio da próxima, Alayne percebeu o celular tremer na sua bolsinha. Rapidamente pediu licença a Loras e foi atender em um lugar mais sossegado. Caminhou até o pequeno espaço ao ar livre que era destinado a fumantes e atendeu o aparelho. A musica ainda podia ser ouvida dali, mas pelo menos o lugar era calmo e quase vazio.

– Alô.

– Alayne.

O sotaque denunciou quem era no mesmo instante.

Olhou ao seu redor antes de dizer:

– Oberyn.

– Desculpe interromper sua festa, mas o que eu achei é bom demais para ser verdade. Eu imagino que a noite não esteja sendo das mais agradáveis, o que vou lhe dizer talvez coloque um sorriso no seu rosto.

Seu coração pulou de expectativa.

– Estávamos certos minha querida, houve bastante sujeira na compra das minas de Paloferro. Consegui vasculhar bastante por aqui, os Lannister fizeram um bom trabalho, mas aparentemente andam ficando um pouco relaxados. Entretanto, essa não é a melhor parte.

– Tem mais?

Uma risada do outro lado da linha só fez aumentar sua ansiedade.

– Você não imagina a preciosidade que caiu em minhas mãos. Cersei Lannister foi a pessoa responsável por conseguir essa compra para a corporação da família, obviamente ela usou de sua melhor arma, o que a mulher não deve saber é que o seu alvo, um velho nojento, gravou tudo escondido para assistir depois.

– Pelos Deuses.

– Eu estou com a fita.

– Está dizendo que nós temos duas fitas?

– Espere até você assistir.

Risos escaparam dos seus lábios. Os primeiros da noite.

– Gendry vai adorar saber disso.

– E como vai. – Oberyn disse mais alguma coisa que ela não entendeu, ele provavelmente afastou o telefone do rosto e estava falando com outra pessoa. Quando voltou ele disse: – Volte para a festa, mas não passe muito tempo, só o suficiente para chamar a atenção dele.

– Eu já fiz.

– Ótimo, faça com que fique interessado, mas não entregue o pote de ouro agora. Não, ele precisa ter a ilusão de que você é mais difícil, alguém que merece mais do que uma noite.

– Eu sei. – Alayne suspirou.

– Vou desligar. Tome cuidado e me mande noticias. Devo aparecer em breve em Antro Terrível na Ponta da Garra Rachada. Nos encontramos por lá.

– Antro terrível? O que faríamos lá?

– Tenho amigos por perto e você sabe que meu rosto é conhecido em Porto Real, no momento será mais seguro ir para um fim de mundo.

– Se você está dizendo... Até mais.

– Até.

Ela desligou o aparelho e assim que se virou precisou se conter para não soltar um grito. Ramsay Bolton a observava com seus olhos assustadores.

– Não se preocupe, eu acabei de chegar. – Ele se aproximou de uma das mesas e escorou-se, depois tirou um cigarro do bolso e começou a fumar. – Era algum namorado?

– Não. – Sua reposta saiu apressada demais. Acalme-se. – Não. – Disse agora mais firme. – Apenas uma amiga querendo me arrastar para uma viagem horrível.

Ela mentiu com naturalidade. Ele não me ouviu falando o nome de Oberyn, ela tinha procurado por outras pessoas quando o fez, mas o resto não podia ter certeza. Era melhor que inventasse algo que pudesse explicar, ao menos que parcialmente, suas palavras.

– Não deveria ir se é tão horrível assim.

– Eu gosto bastante dessa amiga, não vai custar nada acompanhá-la. – Eu gostava muito de Jeyne e você acabou com sua vida. O pensamento foi logo sufocado. – Eu devo voltar.

Alayne caminhou até a porta que dava acesso a parte interna, mas foi parada pelo o rapaz que rapidamente se colocou na sua frente.

– Engraçado, você me é familiar. – Seu corpo inteiro fraquejou. Ele não sabe. Ele não sabe. – Não consigo afastar a sensação de que já nos conhecemos antes.

– Já esteve em Vila Gaivota?

– Não.

– Então acho pouco provável.

Ele não saiu da sua frente.

– Tem certeza? Nunca foi a Winterfell?

– Tudo o que conheço da capital do Norte são as fotos que vi nas revistas de viagem. – Outra mentira. Ela nasceu em Winterfell, cresceu lá. Foi no Norte onde passou seus melhores anos. Foi lá onde correu com Arya nos campos de neve e construiu castelos com Jeyne, onde se aconchegou na lareira com Bran para ouvir as historias da governanta e também onde assistia Robb e Jon jogarem bola no campinho. Sansa Stark nasceu no Norte, mas Alayne veio do Vale. – Eu tenho um rosto muito comum, deve ser isso.

– Discordo, não há nada de comum no seu rosto.

Preciso sair daqui.

– Desculpe, mas eu devo entrar.

– Sim, claro.

Finalmente Alayne foi capaz de se afastar. Nunca pensou que sentiria tanto alivio em ver uma multidão se esfregando ao som de uma musica eletrônica. Caminhou com as pernas tremendo até o balcão decidindo o que deveria fazer. Ela já tinha chamado a atenção do herdeiro Baratheon, mas será que aquilo foi o suficiente? Não podia desperdiçar esta noite, mas também não podia ficar a mercê do Bolton.

– Alayne, certo?

Conseguiu esconder o susto que tomou e com toda a dignidade virou-se em direção da voz. É ele. Joffrey Baratheon em todo seu esplendor parado a sua frente com um copo de bebida na mão. Ele tinha um sorriso convencido estampado no rosto.

– Onde está seu amigo Loras?

– Provavelmente dançando com alguém.

Ela o procurou pela a multidão, mas não encontrou ninguém.

– Como disse que se chamava mesmo?

– Alayne.

– Apenas Alayne?

– Alayne Stone.

– Bem, Alayne Stone, – os dedos dele correram até sua mão. Seu toque era calmo, mas preciso. Não resistiu em olhar ao redor a procura da noiva. O que Margaery Tyrell diria se visse aquilo? – Faz muito tempo que não vejo uma garota tão bonita quanto você.

– Eu não chego aos pés da sua noiva.

– Margaery é muito bonita, mas nem ela poderia lhe ofuscar. – Ele se aproxima. – Ninguém aqui pode te ofuscar.

– Muita gentileza sua dizer isso.

– Não é gentileza, apenas a verdade.

Então ele sabe ser galante.

Alayne quase riu.

– Eu adoraria conhecê-la mais.

– Não acho que sua noiva gostaria disso.

– Ela vai gostar de me ver fazendo novos amigos. – Sim, claro. – Aposto que vão se dar bem. – Por alguns segundos ele ficou perdido em algum pensamento particular até que voltou a prestar atenção na conversa. – Dê-me o seu numero.

– Eu... – Não entregue o pote de ouro, Oberyn disse. – Eu devo ir embora Joffrey. – Alayne sorriu e então aproximou os lábios da bochecha dele. – Caso o destino permita nós iremos nos ver novamente.

Depositou um rápido beijo no rosto dele e saiu apressada sem lhe dar qualquer chance de reação. Ele conseguiu sair com facilidade da boate – um golpe de sorte – e então, já do lado de fora, ela atravessou a rua deserta e entrou no pub da frente. Avistou Gendry logo que imediatamente, o rapaz, assim que a viu, colocou algumas notas no balcão e correu até ela tirando casaco.

– Tome, está frio.

– Obrigada.

– Como foi?

– Tudo correu bem.

Ele assentiu enquanto a guiava pela a calçada escura até o carro. Ela viu Joffrey sair do clube a procurando com o olhar. Alayne cobriu os cabelos com o capuz do casaco de Gendry e se abraçou nele, os dois então se misturaram nas sombras. O Lannister não a perceberia ali.

– Vamos voltar logo então.

– Quando chegarmos em casa tenho algumas novidades legais para te contar.




XXX



Depois que Joffrey desceu a mesa ganhou um clima agradável. Contudo, não foi o suficiente para que ele continuasse ali. Na primeira oportunidade que encontrou, o garoto se levantou e foi até o parapeito observar o que acontecia lá embaixo. Eu quero ir para casa, se não fosse a insistência da sua mãe e de sua irmã ele nem teria se levantado da cama. A musica mudou e as luzes tornaram-se mais frenéticas, sua cabeça já estava começando a doer.

Então ele viu.

Joffrey estava no balcão conversando com uma menina de cabelos escuros. Ele parecia bastante interessado. O garoto olhou para trás e viu que Margaery continuava entretida na mesa conversando com as meninas. Voltou então a observar o irmão. Cara de pau.

Como Joff podia fazer aquilo com a família da noiva ali?

Margy era legal, às vezes Tommen queria poder contar a ela todas as coisas podres que tinha visto o mais velho fazer. Ela não merece alguém como ele. Mas então não só Joff o mataria como também seu avô e possivelmente sua mãe. Fazia bem em ficar longe disso.

Você vai ficar com ela aqui? Perguntou-se mentalmente assim que viu o irmão se aproximar ainda mais. A garota aproximou o rosto rapidamente do dele e então foi embora. Ele viu quando seu irmão tentou segui-la, mas foi parado por algumas pessoas, demorou um tempo até que ele alcançasse a porta. Minutos depois voltou de mãos vazia.

Tommen riu.

– O que é tão engraçado?

Myrcella surgiu ao seu lado arrepiando seu cabelo com a mão.

– Nada.

– Tem certeza?

– Sim. – Joffrey continuava lá embaixo, mas agora bebia qualquer coisa no bar. – Vamos voltar para a mesa.

– Abra um sorriso irmãozinho, ninguém gosta de um carrancudo.



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Notas finais do capítulo

Comentários inspiram - só dizendo.
Beijos ;*



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