Ação e reação escrita por Florrie


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

A parte racional do meu cérebro estava dizendo "não poste isso agora, você nem escreveu muitos capítulos e ainda tem outras fics para atualizar", a outra parte - não tão racional - disse "poste logo, você sabe que quer". Escutei a parte racional até agora.
—.-

Resolvi colocar o prólogo para ver o que vocês acham.



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Seus cabelos escuros ainda estavam molhados quando ele chegou ao pequeno apartamento em Vilavelha. Ela estava secando os fios com uma toalha branca quando seu companheiro de apartamento abriu a porta e saudou homem com um sorriso agradável, sua especialidade.

Ela observou o visitante entrar tirando casaco de couro negro. Era um homem bonito e não parecia ter a idade que tinha, ele é velho o suficiente para ser meu pai, na verdade, aquele homem tinha filhas que eram mais velhas do que ela própria. Estava sentada no sofá e esperou até que ele viesse falar com ela exibindo seu costumeiro sorriso malicioso.

- Linda como sempre.

Ele lhe deu um beijo na testa e sentou-se na poltrona a sua frente.

Ela o observou um pouco mais. Ele tinha os traços que muitos dorneses exibiam: a pele morena, olhos escuros e cabelos negros como a noite. Seu rosto era agradável ao olhar e sua voz tinha um sotaque forte do sul, era um homem charmoso, mas ao mesmo tempo perigoso e mortal. Toda a vez que ele sorria ela tinha a impressão de estar vendo uma víbora.

- Você acha que é hora? – Seu amigo perguntou ao homem sentando-se ao seu lado.

- É o momento certo Waters.

Loras olhou para ela como se procurasse por algum tipo de confirmação. Ela apenas maneou a cabeça positivamente. Não agüentava mais esperar.

- As coisas já estão prontas em Porto Real. – O homem colocou na mesinha de vidro o envelope que trazia consigo. – Os novos documentos estão aqui.

Ela esticou a mão e pegou o envelope. O abriu com cuidado e de lá tirou uma identidade que devia pertencer a Gendry, observou a foto 3x4 do seu amigo, seu rosto era uma combinação agradável de cabelos negros, traços fortes e olhos azuis. Seus olhos, ela notou, estavam gelados como dois lagos no inverno. Inverno, aquela palavra ainda machucava.

- Eu me chamo Gendry Stone? Pensei que iríamos mudar de nome?

- Existem outros milhares de Gendry em Porto Real e seus arredores, não será preciso mudar nada no seu caso. Duvido até que eles tenham a mínima lembrança que já arruinaram a vida de alguém com esse nome. – O mais velho respondeu calmo. – Também fiz um histórico para cada um de vocês, conforme combinamos antes, mas acrescentei algumas coisas para ajudar com o disfarce. Vocês dois serão irmãos, assim é mais fácil explicar as pessoas por que moram juntos, isso vai evitar que fofoqueiros fiquem falando muito de vocês.

Gendry abriu a boca para falar alguma coisa, mas fechou logo em seguida.

- Nós já combinamos a historia da família, certo? Vocês dois cresceram em orfanatos do Vale, já tenho os registros e tudo.

- Acha que isso vai ser o suficiente? – Gendry pareceu subitamente nervoso.

A pergunta do Waters era válida. Ela encarou o homem esperando uma resposta.

- Os Lannister tiveram muitas vitimas, eles não fazem questão de se lembrar de todas. – A raiva se contorceu na sua garganta. Eles haviam tirado tudo o que ela amava e provavelmente nem pensavam muito sobre isso. Deviam estar tomando champanhe e rindo em alguma cobertura cara, esbanjando o dinheiro que conseguiram por cima de muito sangue. – Você era só um garotinho quando mataram a sua mãe. Acha mesmo que Tywin Lannister se preocupou em ver o que aconteceu com você? A única coisa que te liga aos Baratheon é o fato de você se parecer muito com eles, mas vamos combinar, ter cabelos negros e olhos azuis não prova nada a ninguém. A boca grande da sua mãezinha era a inimiga naquela época, não um menino remelento.

Ela colocou a mão no ombro de Gendry com o intuito de acalmá-lo.

- Está dizendo coisas cruéis Oberyn. – Avisou.

- Estou dizendo apenas verdades. – Oberyn Martell respondeu sem se importar com o estado do outro. – Tywin não se lembra nem do nome nele. O seu ele provavelmente lembraria, mas não acho que seu rosto vá ser familiar. Você tinha o que? Quatorze anos quando tudo aconteceu? Era apenas uma garotinha magra com o cabelo liso demais que teve a sorte de fugir quando tudo aconteceu. Você não se parece muito com a menina de antes, poderia entrar na sala do Lannister se quisesse e ele nem ao menos se dariam conta de que é uma Stark.

Oberyn tinha um bom argumento. Sansa nunca nem chegou a conhecer Tywin Lannister pessoalmente, quando o amigo do seu pai, Jon Arryn, morreu em Porto Real ele partiu para a capital com a promessa de que iria voltar. Ele descobriu todos os podres sobre os leões e logo depois seu amigo Robert Baratheon, que era casado com uma deles, morreu e seu pai voltou. Ela sabia que algo estava errado, sabia pela a forma como seus pais conversavam escondido dos filhos, pela a forma como sua mãe estava preocupada o tempo todo e de como profundas olheiras passaram a enfeitar o rosto do seu pai.

Primeiro veio um aviso, era a forma como os Lannister faziam. Rosas carmesins foram enviadas para sua casa um dia e com elas um cartão com um bonito leão dourado gravado. Depois um homem estranho esteve na festa da sua escola e cantou A chuva de Castemere, ela lembrava que seu pai ficou branco como um fantasma quando ouviu a canção.

Logo em seguida veio a primeira conseqüência. Seu irmão mais velho preso por um crime que nunca cometeu.

E por fim chegou a morte.

- Pegue a sua nova identidade Sansa e me diga o que achou. – Ela colocou os dedos no envelope e puxou o documento azul. Primeiro viu a foto, estava pálida demais, seus olhos pareciam vazios e seu cabelo escuro estava cheio de ondulações disformes. – Como eu disse, você será do Vale, assim como Gendry e vai ter o sobrenome que os antigos bastardos recebiam, Stone.

- Alayne Stone. – Leu o nome escrito do lado da sua foto. Alayne. Ela tinha tido vários nomes desde que se separou dos irmãos sobreviventes em Porto Branco há cerca de cinco anos. O primeiro foi Beth Cassel, adotou este quando vivia nas ruas da Vila Gaivota, logo depois de ter sido enxotada pela sua louca tia Lysa. Passou um ano vivendo de pequenos bicos e da compaixão de outros, às vezes cantava na rua e conseguia algum dinheiro para logo depois ir dormir nos abrigos públicos espalhados pela a cidade.

Quando conheceu Gendry e com ele partiu para Jardim de Cima, ela voltou a ser Sansa Stark, mas isso só para ele, os outro a conheciam por Alysanne como a antiga rainha da historia que sua mãe costumava lhe contar, aquela que tinha uma triste canção com seu nome.

Ao partir para Vilavelha ela se transformou em Alayne Snow e agora seria Stone.

- Alayne combina com você, mas eu ainda prefiro Sansa. – Oberyn comentou. – Não tem bebida nesse lugar?

Gendry se levantou e andou até a cozinha, pouco tempo depois voltou com uma cerveja barata e deu ao homem.

- Sua mãe não te ensinou a ter um gosto melhor que esse? Não foi o seu gosto refinado por cerveja que fez o seu pai a levar para a cama?

- Cala a boca.

- Oberyn...

Gendry respirava com dificuldade ao seu lado. Sansa colocou um dos braços ao redor dos ombros do rapaz. Ele fechou os olhos enquanto os lábios tremiam, ela o abraçou forte, sabia que o amigo estava prestes a chorar. Sansa beijou o seu ombro e sussurrou coisas reconfortantes.

No passado Gendry havia feito algo semelhante. Ela chorava de noite e ele sempre a abraçava e dizia coisas legais que a acalmavam.

- Não fale dela.

- Sua mãe foi bastante estúpida em achar que poderia mexer com a herança de Cersei Lannister e suas crianças sem receber as conseqüências.

- Você...

Gendry ficou de pé e Oberyn fez o mesmo. Os dois se olhavam com raiva e Sansa sabia que se aquilo continuasse não iria acabar bem. Ela também ficou de pé e se colocou entre os dois.

- Não sejam idiotas! – Os dois continuavam a se encarar. – Acha que vamos conseguir alguma coisa brigando? Eles são grandes e poderosos, Porto Real está no controle deles, assim como boa parte do país. Acham que brigando nós vamos vencê-los? Sua irmã e seus sobrinhos vão continuar sem justiça, Tywin Lannister vai continuar olhando de cima para a sua família sem nunca pagar pelo o que aconteceu. – Os olhos de Oberyn se tornaram ainda mais escuros. – E você Gendry? Eles mataram sua mãe só por que ela queria você tivesse os seus direitos. E eu não vou nem começar a falar dos outros filhos de Robert que desapareceram ano passado, você sabe muito bem quem está por trás disso. Eles são assassinos psicopatas, quer mesmo que eles fiquem livres para sempre?

- Não.

- Nós devemos continuar unidos. – Sua voz era firme e decidida. Uma vida atrás ela jamais teria falado daquele jeito, era dócil demais, com a cabeça cheia de pensamentos fúteis. Sansa Stark teria se encolhido e imploraria com lagrimas nos olhos, afinal, lagrimas eram as armas de uma dama, assim como a cortesia era sua armadura. – Viajaremos depois de amanhã Gendry e vamos começar a preparar o terreno. Oberyn, você deve partir para Dorne e termine de recolher as provas em Paloferro, assim que o fizer nos encontre em Porto Real.

Mas Alayne Stone não era assim. Alayne Stone sabia que lagrimas não eram as únicas armas de uma mulher.

- Estamos entendidos?

- Sim. – Os dois responderam.



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Notas finais do capítulo

A vozinha racional ainda está dizendo que eu não deveria postar agora, mas não consigo evitar.

Bem, o que acharam? Continuo, não continuo...

Beijos ;*



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