O Internato escrita por Melanie Cheshire Hersing


Capítulo 20
Eu não amo... Amo?


Notas iniciais do capítulo

DESCULPA A DEMORA!!!!
Mas enfim, está ai.
Leitor: Tá com cara de enrroleixom.
Mel: Não é, só que a bomba vem no próximo e esse tinha que vim primeiro.
Leitor: Bomba?
Mel: *fugindo das pedradas por culpa do spoiler*
..........



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“Len on”

Não sei por que, mas essa ultima semana não consegui tirar a Rin da minha cabeça...

Não consegui nem sequer prestar atenção na aula! Quando eu percebia, estava pensando nela ou olhando ela de soslaio. E aposto que agora seria igual se ela e Gumi não estivessem no covil treinando bruxaria...

Pois é, nessa semana só vi elas na aula. A Gumi resolveu tentar ensinar magia para a Rin, mas disse que era muito perigoso eu estar perto.

Mas mesmo longe, não paro de pensar naqueles cabelos dourados, naqueles olhos azuis brilhantes, naquele sorriso capaz de iluminar até mesmo o mais negro dia...

– Len! – me sobressalto com a voz de Kaito – Você está bem? Tá meio distraído...

– Pra não dizer que você tá viajando legal! – Yuma falou debochado.

– É que eu... – não posso falar que estou pensando na Rin ou vão debochar – Estou pensando longe, nada demais.

– Aham sei... – Gakupo começa – E esse seu longe não seria alguém seria? – droga! Como ele percebeu?

– C-como você percebeu? – pergunto.

– Eu tenho namorada lembra? Já me apaixonei e sei muito bem que olhar é esse que...

– NÃO ESTOU APAIXONADO! – interrompo fazendo os três rirem.

– Eu não disse que estava apaixonado. Só que está pensando em alguém, não é mesmo? – Gakupo.

– Si-sim... – admito.

– E quem é? – Yuma se mete.

– Yuma! – Gakupo e Kaito gritam com ele – Não se deve perguntar isso! – Kaito.

– Tudo bem Kaito, não é como se eu estivesse gostando dela. Ou é... Argh! Eu não sei! Ela só não sai da minha cabeça! – digo.

– Como assim “não sai”? – Gakupo.

– Bem... – paro para pensar, são tantos sentimentos nem sei por onde começar e não sei se deveria falar – É que... Quando eu estou com ela eu sempre me sinto bem ou feliz, ela consegue contagiar qualquer um quando está feliz... E eu me sinto horrível quando ela está mal... Quando eu não estou com ela que nem agora... Eu não sei! Eu só não consigo parar de pensar nela! Quando eu percebo, eu já estou pensando nela há horas... – falo meio enrolado.

– Hum... Doutor Kamui poderia nos dar o diagnostico mais obvio do mundo? – Yuma fala imitando a voz daquelas enfermeiras esnobes de filme de comédia.

– Claro. – Gakupo fala tão debochado quanto – É um caso gravíssimo de primeiro amor. E pela cara vermelha eu diria que já atingimos um nível critico! – falou rindo do meu rosto vermelho.

– Ah, calem a boca! Eu sabia que não devia ter dito nada... – reclamo.

– Não fica assim Len, a gente debocha mais é só de brincadeira. Não é como se fossemos pegar no seu pé. – Kaito.

– Fale por você! – Yuma diz debochado – Vou encher o saco até você me falar quem é! Embora eu já tenha uma teoria... É loira ou verde?

– Yuma! – Gakupo lançou um olhar repreendedor para ele.

– Que foi? É uma pergunta simplesmente obvi...

Somos interrompidos por uma porta sendo arrombada, e por dobradiças quase quebradas.

– Len! – Rin aparece do nada – O que você tá fazendo com esses idiotas... – as palavras dela foram morrendo conforme os três a olharam de cara feia – Você vem comigo!

Então ela me puxou pra fora da casa 21 sem mais nem menos.

– Explique-se. – Rin ordena.

– Vocês duas estavam treinando.

– E você perde seu tempo na casa 21!?

– E o que tem? Eles são meus amigos...

– Não to falando dos três patetas!

– Então o que foi? – perguntei e ela se calou – Rin?

– Ciúmes. – Gumi fala rindo da situação – Nessa casa tem mais quatro garotas todas com a idade próxima a nossa.

– Não é ciúme coisa nenhuma! – ela virou para Gumi – Niva onu hoḷula bhuruvuso! – elas começaram a discutir em sabe-se lá que língua.

“Rin on”

– Não é ciúme coisa nenhuma! – me virei para ela – Você prometeu que não falaria nada! – falei em Elves para garantir que Len não entenderia.

Pois é né, aulas de bruxara só parecem divertidas em filmes, mas na real é uma chatice. E uma das varias coisas chatas que Gumi está me ensinando é uma língua antiga que as bruxas usavam sabe-se lá quantos séculos AC.

Eu prometi não falar nada sobre você gostar dele, não disse nada sobre ciúmes. – Gumi disse sarcástica.

EU NÃO GOSTO DELE! – gritei com o rosto ardendo.

Não... – ela ironizou – Você só acha ele inteligente...

Eu disse nerd!

Corajoso....

Ele me salvo de um demônio!

Compreensivo, divertido, sensível, confiável...

Ele é um bom amigo!

Bonito...

–... – sinto meu rosto arder ainda mais – Você também acha...

Hum... – ela para pra pensar – Bonitinho, mais eu não vou ser fura olho.

– Argh! Cala a boca! – grito.

– Cala a boca? O que ela disse? Em que raio de língua vocês estão falando!? – Len perguntou.

– É Elves, língua de brux...

– Nada que precise saber. – Gumi me interrompeu.

Essa bobagem... Que mal tem o Len saber? Ele já sabe de quase tudo! Eu sempre falo das aulas chatas da Gumi pra ele...

Mas agora ela tem um segredo meu e dos grandes! E mesmo sendo minha amiga e eu sabendo que ela não vai falar, melhor não discordar...

***

Após encher o saco e passar um sermão sobre ser mais discreta (e não sair gritando em Elves por aí) Gumi voltou pro covil e nos deixou em paz.

– Então, posso saber por que a folga? – Len me perguntou tentando puxar assunto enquanto caminhamos pelo internato.

– É que... Eu a convenci de que não fazia bem ficar tanto tempo naquele covil sem falar com ninguém... – na verdade eu disse que estava me irritando de não sair de lá e acabei explodindo algumas coisas por acidente já que não controlo os poderes direito, mas não vou falar isso.

– Hum... E essa discussão de vocês foi na “língua chata de bruxas nerds” que ela tá te ensinando? – Len perguntou rindo ao se lembrar de quando eu disse isso.

– É... - eu disse rindo também – Se quiser eu posso até te ensinar de tanto que ela me incomodou com isso.

– Talvez mais tarde, você tá parecendo cansada dessas aulas...

– E como! – desabafo.

– Hum... Que tal irmos à lanchonete e depois especular sobre o internato? Soube que tem uma lenda urbana sobre esse lugar ou alguma coisa assim. – Len convida.

– Ok, mas que seja uma lenda boa hein? Porque eu não aguento mais aquelas bobagens de loira do banheiro e essas merdas!

– Olha a boca mocinha! – ele imita nosso professor de educação física que xingou um aluno por falar “bundão” na aula (sendo que nem é palavrão de verdade).

– Aqui no LunarShadow nós presamos o respeito e a boa educação acima de tudo! – imito a vice-diretora.

Nós dois rimos. Acho que eu realmente enlouqueceria se passasse mais um dia trancada naquele covil idiota sem falar com o Len... Q-quero dizer, sem falar com ninguém!

De qualquer forma, passamos o resto do caminho conversando e nos divertindo. Porém quando estávamos chegando à lanchonete...

– Droga! – resmunguei – Eu esqueci que meu dinheiro ficou na minha mochila dentro do “covil”.

– Tudo bem, eu pago. – Len responde.

– Sério? – pergunto – Ah, isso não importa! Eu te pago quando voltarmos.

– Não precis...

– Eu pago. – eu interrompo.

Eu sei que isso pode ser educado da parte dele, mas eu não gosto de deixar os outros pagarem. Ainda mais porque, eu sou chocólatra e sempre acabo dando gasto...

– Então, vai querer o que? – Len me pergunta quando nos aproximamos da lanchonete.

– Não sei... – algo com chocolate com certeza!

Mas quando estamos entrando, Len resmunga.

– Aqui tá ficando meio cheio, eu acho que logo não vai ter mais mesas livres...

– Então acho que vou escolher uma mesa enquanto você compra os lanches... Pode ser? – pergunto.

– Claro... Chocolate?

– Como sabe? – me surpreendo por ele tirar as palavras da minha boca.

– Eu sei do que você gosta... – murmura baixo.

– O que? – eu não ouvi direito, ouvi?

– Nada! – respondeu apressado e foi comprar nossos lanches na parte da padaria.

Eu ouvi direito?... Não, melhor não me iludir.

E como o lugar está ficando mesmo cheio resolvo ver as mesas do lado de fora. Encontro uma com sombra, já que esse lugar tem varias cerejeiras, e espero Len chegar.

– Ei, o que uma loirinha bonitinha como você faz aqui sozinha? – um garoto com um sorriso malicioso me perguntou.

Ele tinha cabelos loiros e olhos dourados assim como a Neru, usava uma causa jeans escura, uma blusa preta com a caveira do justiceiro (sabe aquele filme meio velhinho, mas BEM foda?) e tênis preto.

Mas não gostei nem um pouco dele! Ele estava, como se diz mesmo...? Ah é, PRATICAMENTE ME COMENDO COM OS OLHOS!

– Em primeiro lugar eu não estou sozinha. E caso você seja burro demais para não ter percebido ainda, estamos em uma lanchonete é meio obvio o que eu estou fazendo aqui. – respondo fria.

Mas para meu espanto ele simplesmente sorri de canto – Ora, ora... Estamos nos fazendo de difíceis? Se é esse seu jogo eu aceito o desafio...

– Eu não gosto de jogos idiotas. Se não gosto de alguém, eu mando logo embora assim como estou fazendo com você!

– Escuta aqui loirinha. – ele disse puxando o meu braço – Eu costumo conseguir o que eu quero...

– Mas dessa vez vai ser diferente. – Len interrompeu o fuzilando com o olhar enquanto largava os pratos na mesa – Agora sai daqui!

Então ele me largou, devolveu no mesmo olhar e deu uma ombrada em Len ao sair.

– Rin, você está bem? – Len perguntou.

– Estou... – que mentira... – Isso é torta de chocolate? – pergunto tentando mudar de assunto.

– É... – ele responde meio inserto.

Está mais do que obvio que ele percebeu minha falha tentativa de mudar de assunto. Acabamos passando um bom tempo em silêncio.

Porém logo acabamos nos distraindo e falando de coisas aleatórias.

– Então, qual lenda urbana você acha que daria mais medo se fosse real: A Kuchisake-Onna ou o Teke Teke? – perguntei ao Len.

– Hum... Teke Teke. – ele respondeu.

– SÉRIO!? Cara você não conhece a lenda da Kuchisake-Onna né? – pergunto surpresa.

– É... Não conheço. – admite.

– Ok, seguinte:

Descrevem-na como uma mulher muito bonita, com cabelos longos, usando um sobretudo e com uma mascara cirúrgica. E dizem que, se você andar sozinho na rua à noite, ela aparece.

E não é como se tivesse um lugar específico, ela pode aparecer de qualquer esquina ou qualquer lugar. E não adianta correr porque ela não gosta e se teletransporta pra sua frente!

Então ela vai te perguntar “Eu sou bonita?” e se você responder não ela corta a sua cabeça fora com uma tesoura gigante que ela carrega. Mas, se você disser que sim, ela tira a mascara e mostra a boca toda rasgada, cortada de orelha a orelha.

Ela vai perguntar de novo: “Eu sou bonita?” e se você mudar de resposta, e na segunda vez disser não, ela te corta ao meio. Se você disser que sim, ela vai cortar a sua boca igual à dela... – terminei de falar com aquele ar de filme de terror.

– Hum... Ainda acho que teria mais medo do Teke Teke. – ele deu de ombros.

– O QUE? – exclamo.

– Seguinte, minha vez:

Dizem que, Teke Teke já foi uma boa moça que caiu (ou foi empurrada, não se sabe) nos trilhos do trem.

Quando o trem passou, acabou cortando ela ao meio. Mas o ódio dela pelo ocorrido fez com que o torço se mantivesse vivo.

Apesar de não ter as pernas, ela ainda se move muito rápido. Fazendo “Teke teke teke” ao se mover com os cotovelos.

Se você der azar de encontrar com ela, ela te corta ao meio com uma foice que carrega consigo. E o Teke Teke aparece quando você passa sozinha a noite perto do metrô...

– Tá o sabichão! Eu já conheço não precisa repetir. Só não acho tão aterradora quanto a Kuchisake-Onna! – exclamo.

– Mas você nem me deixou explicar. – ele continuou – Teke Teke daria mais medo porque te mata. A Kuchisake-Onna você pode responder que sim e ela só corta a sua boca.

– E você não tem medo que ela corte seu rostinho lindo? – pergunto me punindo mentalmente pelo comentário.

– Não, eu sei que você e a Gumi me currariam de volta. – ele respondeu – E já que estamos falando de lendas, que tal vermos a do internato?

– Pode ser.


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Notas finais do capítulo

Etto... Antes do próximo, perguntinhas sobre os últimos capítulos:

O que a Miku sabe sobre bruxaria? – cap 19
O que Akaito e Kaito estavam discutindo? – cap 19
Para quem era a poção da Gumi? – cap 9 (essa é velha)
Qual a lenda do LunarShadow? – vai no chutometro!!

Quem acertar mais ganha doce!!



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