O Internato escrita por Melanie Cheshire Hersing


Capítulo 19
Só amigos - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Voltei mais cedo! E me empolguei né? Maior e com uma imagem! (ou pelo menos o link )
Mas etto.. Boa Leitura!
Bjus Mel!



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“Miku on”

Fazem alguns dias desde que me encontrei com o Kaito na borda da piscina. Ou melhor, que ele me encontrou. Nós não nos falamos depois daquilo. Eu por ainda estar meio pra baixo por não ter conseguido me declarar para Luka, e ele, provavelmente, por me odiar depois do ocorrido.

Por que me odiar? Sei lá, não sei... Acordem né! Eu descareguei toda minha raiva e frustração nele, culpei ele e, quando se declarou pra mim, eu já tinha deixado bem claro NÃO gostar dele!

Eu o magoei. E nem tive coragem de consolá-lo depois ou impedi-lo quando ele ia embora...

Eu sou alguém horrível! Não na maior parte do tempo, mas ainda assim horrível. Tão horrível e carregada que adivihem? Estou aqui, na borda da piscina, de novo!

E no LunarShadow, temos prova de mergulho também. Alguns alunos e professores da aula de natação são tão habilidosos que conseguem até mesmo chegar ao marco de 70 metros no fundo da piscina.

Sim, uma piscina de 70 metros. Eu não estava brincando quando disse que me afogaria em uma piscina como essa.

Mas mesmo com esse risco caso eu caia, eu não tenho vontade nenhuma de sair daqui. Nem mesmo para o desfile.

É né, desfile. Não sei dizer se os dias até ele foram de passagem rápida ou vagarosa. Isto é, a primeira semana de aula passou voando e nem vi o desfile chegar. Mas o mal estar de quando tenho que mentir para Luka ou ver Kaito depois do que eu disse, parecem estar aqui a séculos.

O que eu deveria fazer? Desculpar-me com ele?... Seria uma boa ideia, mas realmente não sei se deveria falar. Não sou o tipo de pessoa que briga e nunca havia magoado alguém. Não sei pedir desculpas, pois nunca precisei.

– O que eu deveria dizer? O que eu deveria f...?

Sou interrompida por uma discussão não muito longe:

– Pare de me importunar Kaito! O que eu faço não diz respeito a você! – Akaito...?

– Não diz é? Até onde eu sei você é meu irmão, tenho o direito de me preocupar! – Kaito responde.

– Olha aqui! Eu estou bem! Não há motivos para eu me afastar delas!

– Não tem motivo!? Elas quase nos mataram! – Kaito berrou – Por favor Akaito... Estou te pedindo de irmão para irmão, nós só temos um ao outro, por mim... Não se aproxime mais delas!

–... – Akaito ficou um pouco em silêncio antes de continuar – É justamente por você que vou me aproximar... – falou baixo.

Então ouço os passos apresados contra a laje ao lado das piscinas. E logo Kaito aparece, parando assim que me vê.

– Oi... – começo incerta – E-eu ouvi você discutindo com o Akaito... N-não que eu estivesse espionando! Mas... Você está bem? – começo a falar rápido tentando me corrigir.

Porém ele dá uma risadinha.

– Estou bem Miku-chan, não precisa ficar se corrigindo. – ele diz sorrindo – É só preocupação de irmão mais velho...

– Entendo como é... Quer dizer, teoricamente eu sou a gêmea mais nova e isso nem conta muito com irmãos gêmeos... Mas sabe, do jeito que o Mikuo é...

– Você quase assume o papel de irmã mais velha. – ele completa e assinto – Isso é com certeza um papel cansativo... – ele suspira e volta a me encarrar sorrindo de canto – Acho melhor esfriarmos a cabeça... Aceita um sorvete?

– Hum... Claro, mas vou ter que voltar até a casa 23 para pegar meu dinheiro primeiro...

– Não se preocupe eu pago. – Kaito me interrompe – Você vem? – ele me estende a mão.

– C-claro! – sorrio e ele retribui.

Porém dá para ver que ele está cansado por debaixo desse falso sorriso. “Elas quase nos mataram!”... Será que o Akaito se meteu em alguma confusão novamente? O que há de tão sério desta vez?

Será que... Tem algo a ver com a bruxaria?

“Len on”

Acordo sentindo algo apoiado em meu peito. É um pouco pesado, mas não o suficiente para se tornar incomodo. Na verdade, é uma sensação confortável...

Olho na direção de meu peito e avisto uma cabeleira loira, com um brilho dourado graças ao sol que entra pela janela. Com um jeitinho angelical.

Era a Rin: adormecida com o corpo ao lado do meu, a cabeça apoiada em meu peito e me abraçando pelo pescoço.

Em um primeiro momento me surpreendo, sentindo meu rosto queimar. Mas então me lembro da noite passada. Ela estava chorando abraçada em mim e acabou dormindo, depois disso, acho que adormeci também.

Mas nós estávamos sentados na ponta da cama, e nenhum de nós apagou as luzes.

O fato de estarmos cobertos e com as luzes apagadas, só significa que alguém nos viu assim e não quis nos acordar...

E honestamente eu também não quero acordar a Rin. Se não fosse o horário e o fato de termos aula, eu ficaria o dia inteiro assim sem problemas...

Mas como aula existe, começo a passar a mão em seus cabelos e chama-la baixinho, a fim de acorda-la com calma. Mas isso só resulta nela se mexer dormindo, desenlaçando os braços do meu pescoço e levando as mãos para meu peito.

Chamo mais alto e dou uma leve sacudida em seu ombro, agora ela parece começar a despertar.

Ela se ergue sonolenta, ainda com os olhos fechados e mãos apoiadas em mim. Somente quando começa a abrir os olhos e me vê que ela realmente desperta. Ficando corada logo em seguida.

– L-Len! O q... C-como? O q-que n-nós...? – ela começa a gaguejar cada vez mais vermelha.

– Calma... Você dormiu abraçada em mim ontem e eu devo ter adormecido também... – falo e ela senta sobre as pernas.

– E-ent-tã-tão n-não ac-conteceu na-nada n-não e-é? – ela pergunta de cabeça baixa de forma que a franja cubra seus olhos, com o rosto num vermelho que causaria inveja no mais vermelho dos tomates.

Sinto meu rosto ferver e com certeza, devo estar tão vermelho quanto ela agora. DE ONDE ELA TIRA ESSAS IDEIAS!!?

– D-DE ONDE VOCÊ TIROU ESSA IDEIA? – grito sentando de um salto – N-NÃ-ÃO ACONTECEU NA-NADA! – grito sacudindo as mãos freneticamente em frente ao corpo.

Porém somos interrompidos pelo som de batida vindo de debaixo da cama da Rin.

– Ai! Minha cabeça! – Iroha reclama, já que ao acordar se transformou acidentalmente batendo a cabeça na cama – Que gritaria é essa logo de... manhã... – suas palavras vão morrendo conforme nos avista – Mais que droga eu perdi! – fica emburrada de repente.

– Você... O que? – Rin pergunta, seguida dos miados do Lui.

“Iroha on”

– Eu te disse não disse? Eles se amam eu sabia! – Lui esfregava na minha cara – Só não achei que dormiriam juntos tão cedo... – ele olha malicioso para os dois loiros super confusos a nossa frente.

– Tá bem você venceu a aposta idiota! – admito furiosa com Lui.

– Eu venci! Eu venci! Eu venci! – ele se exibia – E sabe o que significa? Que você tem que me obedecer! MUAHAHAHAHA!

– Tenho nada! Gato mimado!

– Có có có có! Vai mesmo voltar atrás? Você é uma gata ou uma có có có galinha? – Lui imita me provocando.

– Argh! Você passou dos limites! Eu vou matar você! – reclamo com um olhar assassino.

Porém quando tento pega-lo a fim de ter minha vingança ele se esquiva. E, assim que penso em ir atrás dele, a porta se abre e eu tenho que me transformar as pressas.

– Ah, Rin, Len, vocês já acordaram? Que barulho era esse? – Matilde pergunta e então vê os dois na mesma cama – Dormiram bem?

– N-não é o que está pensando! – Len balbuciou tentando se explicar, arrancando uma risada da mesma.

– Eu sei que não. Encontrei vocês dormindo e vi o rosto da Rin manchado com lagrimas... Vocês estão melhor? – Matilde pergunta.

– Si-sim... Obrigada Matilde. – Rin falou ainda corada.

– Não foi nada. Me preocupo com vocês... Mas então, que barulho era esse? – Matilde perguntou.

– Ah, eram os gatos. – Rin disse olhando para mim.

– Hum... Tudo bem então! – Matilde sorriu – Vou preparar o café sugiro que se apressem!

– Ah sim! Já estamos indo Matilde! – Rin disse se levantando.

Logo Matilde sorriu para a mesma e saiu do quarto.

– Mais que raios foi isso posso saber? – ela me lançou um olhar reprovador.

É, a Rin voltou.

– Isso foi uma discussão amigável. – digo de volta ao normal.

– Amigável? Parecia que vocês iam se matar! – Len exclamou.

– É culpa de vocês! Eu e Lui apostamos: o Lui achava que vocês gostavam um do outro e eu disse que era só imaginação. Mas ai vocês dormem juntos! – exclamei – Perdi a aposta por causa de vocês!

– O QUE!? – dois gritam ao mesmo tempo – NÃO ACONTECEU NADA! SOMOS SÓ AMIGOS! – juntos novamente.

– Mais que droga o Lui está pensando!? Não está muito malicioso para um gato!? – Rin continuou vendo Lui se esconder atrás de mim.

– E ainda por cima covarde. – Len falou – Se escondendo atrás de você em vez de se transformar e se explicar de uma vez!

– Como? – pergunto confusa.

– Por favor Iroha! Tá mais do que obvio que ele não é um gato normal, é esperto demais! – Rin disse – Deve ser um Neko que nem você!

Então eu e Lui nos entreolhamos. Bem... Não faria mal explicar né?

– Na verdade... É mais complicado que isso... – começo mais sou interrompida.

– Será que poderia falar depois da aula? – Len perguntou.

– Len! Isso é importante! – Rin ralhou.

– É, importante e longo. Hello nós temos aula! – ele falou.

Então os dois olharam para o relógio e Rin branqueou.

– NÓS VAMOS NOS ATRASAR!!! – gritou ficando histérica e correndo para se arrumar a tempo assim como o loiro.

Tsc, tsc, tsc... Esses dois... Ainda me matam de tanto rir!

***

Após correrem feito loucos para sair, e chegarem correndo ainda mais, os loiros finalmente pararam com a folia e ficaram um pouco em silêncio.

Mas... A Rin parece meio... Triste?

– Anime-se Rin, com certeza teremos mais festas ao longo do ano. – Len tentava anima-la sem sucesso.

– Len, eu sei que teremos mais festas. Pelo que a Miku me disse tem anos em que tem até mesmo cinco festas no internato... – Rin começou sorrindo torto, logo voltando pra baixo – Mas... Uma vez eu e meu pai fomos viajar de Nova Orleans até o Rio de Janeiro... E nos dois locais eu vi o carnaval. Achei incrível e meu pai disse que se pudesse, ele gostaria de viajar comigo todos os anos para nós vermos o carnaval juntos... – ela terminou com um olhar triste, como se estivesse se segurando para não chorar.

– Rin... O que ouve com o seu pai? – Len perguntou, meio preocupado.

– Ele... Morreu... – ela disse se deitando na cama.

Eu nunca tinha visto o pai da Rin, a única que eu via era a mãe dela. Já desconfiava que ela e o pai não deviam ter um relacionamento bom, mas isso! Isso eu não esperava...

“Len on”

Por essa eu não esperava. Tá certo, Rin não gosta muito de falar da família e nunca falou do pai, mas eu não achei que fosse por algo assim.

– Rin... Talvez você ainda possa ir... – tento melhorar seu humor, sem muito sucesso.

– Como Len? – ela pergunta – Como eu poderia ir? Estou sem fantasia e a professora que estava ajudando os alunos já fechou a oficina... Eu não vou conseguir... – ela murmurou se encolhendo virada para a parede.

Eu não posso deixar ela assim... Eu não consigo! Prefiro ver a Rin sorrindo com aquele belo e cativante sorriso e... LEN SE CONCENTRA!

– Iroha – a chamo fazendo sinal para que me siga enquanto saio do quarto.

Logo entramos no quarto da Gumi e da Lily. Porém para a nossa infelicidade...

– Len! Que surpresa desagradável... – Lenka começa – Não te ensinaram a bater na porta?

– Cala a boca bruxa loira não estou com tempo pra perder com você! – exclamo fazendo as três rirem.

– Uuuhhhh!!! – elas debocham – E o que você tem pra fazer com seu tempo? Idiota como você é não deve ter nada importante né? Shota. – Neru continua.

Suspiro, não estou com tempo pra isso – Lily, onde tá a Gumi? – pergunto fingindo não ouvir as piadinhas das outras duas.

– Não fala Lily! – Lenka grita do nada.

– É! Deixa esse shota se virar sozinho! – Neru botou pilha.

– Hum... Será que eu devo? – Lily falou se fazendo de difícil, mas sem ter nenhum interesse real na conversa – Você sabe, ela se escondeu do resto do mundo como sempre. Reclamou que não conseguia “estudar” aqui. – Lily fala em tom de desinteresse completo, quase sarcástica, mas enfatizando bem onde Gumi está.

– Hum... Acho que já sei onde ela foi. – digo saindo porta afora, quando Lenka grita.

– Ei! Shota idiota! Onde você pensa que vai?

– Se querem mesmo saber eu tenho que ajudar uma amiga, com algo que não seria importante pra mim, mas é importante pra ela! Algo que vocês entenderiam se tivessem coração! – falo deixando as duas com caras furiosas, e Lily sem nem prestar atenção.

Como ela consegue ser tão sem emoções? Não importa, pelo menos agora eu sei onde a Gumi está.

***

Chegando ao covil das bruxas (como nós apelidamos) toco a marca no tijolo para que a passagem se abra. Como da ultima vez o resultado foi imediato e logo entramos.

Conforme caminhávamos pelo corredor Iroha foi se transformando de volta ao normal (se é que uma garota com orelhinhas e rabo de gato cor de rosa é normal).

Mas assim que chegamos ao final da passagem, acabamos encontrando Gakupo.

– Len? Iroha? O que vocês dois fazem aqui? – ele questiona.

– Nós estamos procurando a Gumi... – minhas palavras vão morrendo.

– Hum... Então tá. – ele dá de ombros voltando ao normal – Ela está na biblioteca praticando feitiços novos. Subindo as escadas corredor a esquerda e... Tome cuidado, digamos que a Gumi e a biblioteca não se dão muito bem... – fala segurando uma risada.

A princípio eu e Iroha não entendemos tal comportamento, mas logo se explica: assim que abrimos a porta, todos os livros estão literalmente voando em volta da Gumi e alguns vão contra sua cabeça. Enquanto ela revira uma pilha de livros no chão, vez ou outra jogando um longe.

Ela parece mais aborrecida por não achar o que quer na pilha do que pelos ataques aéreos dos livros, já que não faz muita menção de atingi-los.

– Gumi...? – Iroha chama e Gumi se vira para nós abruptamente.

– Ah, oi! – ela se anima do nada, vindo em nossa direção e sendo atacada por mais livros no processo – Eu estava tentando ler um livro no quarto quando aquelas duas coisas entraram no quarto e me interromperam.

– A Neru e a Lenka? – Iroha pergunta sendo fuzilada pelo olhar de Gumi.

– Aquelas duas COISAS loiras e irritantes fizeram com que eu viesse pra cá e perdi meu livro... Ele e a biblioteca começaram um motim! – ela gritou se abaixando quando um livro colossal se aproximava dela.

– Argh! Agora já chega! – ela gritou e lançou um feitiço fazendo todos os livros voltarem aos seus lugares, revelando sem o tumulto o quão grande é a biblioteca.

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– E se comportem ou eu rasgo todos!! – ela esbravejou contra os livros.

Quem a visse gritando contra os livros agora pensaria que ela é louca. Eu mesmo estou desconfiando...

Ok, a Gumi e a família dela são estranhos. Bem estranhos. Mas preciso de ajuda então...

– Gumi, nós temos um trabalho a fazer...

***

Nós três estávamos nos aproximando do quarto. Estava nervoso, nós estávamos chegando um pouco encima da hora, eu não sabia se Rin ia gostar.

Porém lá estava ela e nós já estávamos com a fantasia em mãos. Hora da verdade:

– Rin, - a chamo e ela vira ficando deslumbrada logo em seguida – é pra você! – digo entregando a fantasia.

– Eu. Não. Acredito. Nisso. – ela começou – Vocês fizeram uma fantasia de carnaval pra mim! – ela pula no meu pescoço – E é igual a que eu queria!

– Claro que é, eu sabia como você queria... – digo vendo seus olhos brilharem e ela começa a me abraçar/sufocar com força – Vocês são os melhores amigos do mundo inteiro! – grita feliz e ouço Gumi rindo.

Os melhores amigos... Eu sei que devia ficar feliz já que ela confia em mim e estamos mais próximos mas... Eu acho que fiquei meio mal de ouvir “amigos”...

O que é esse sentimento? Será que eu quero ser algo mais que só um amigo...?


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Notas finais do capítulo

Etto... Só amigos? Será? Coments please!



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