Just Friends - 3ª Temporada escrita por Laia


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sumi. Eu sei, eu disse que não ia sumir. Eu sei, não to sendo uma boa escritora. Me desculpem :/
Meu computador quebrou e a historia tooooda tava la. To tendo que postar no trabalho, mas sempre que penso que tenho tempo, me mandam mais coisa pra fazer. Sem contar que o colégio ta atolando a gente de projeto e teste, e realmente preciso me aplicar esse ano.
Perdoem a tia Laia...
Então, queria dizer pra vocês que as confusões vão ser explicadas... Calma galera, aos poucos vocês vao saber o que ta rolando...
Enfim, espero que gostem.



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–Mamãe!

Ela pulou do meu colo assim que abri a porta, correndo ao redor da Anne e puxando a ponta do vestido dela.

–Demoraram hoje – ela disse olhando pra mim, ignorando os gritos da Meg.

–Transito tava um horror.

–Maaaaae, olha pra mim! – a Meg gritava, puxando ainda mais a barra do vestido.

–O que foi Megan? Vai me derrubar desse jeito!

–Hoje a tia disse que...

Então ela começou a contar tudo de novo. Até mesmo sobre as 36 cores.

Terminei de abrir a blusa e fui pro quarto. Tirei os sapatos. Odiava aqueles sapatos. Sapato social nunca foi minha cara mesmo, mas meus all star estavam enterrados no fundo de uma gaveta qualquer do armário.

Fui para o banheiro, não sem antes dar uma olhada naquelas duas. A Meg falava tudo que eu já tinha ouvido enquanto a Anne só soltava um “Aham, que ótimo querida” vez ou outra, para mostrar que tava ouvindo.

Tranquei as portas e abri o chuveiro, deixando a água descer.

Três anos.

Minha mente se revezava entre o barulho da água descendo, a Meg tagarelando e a voz do Gus “Ela vai estar lá”.

Apoiei as mãos no azulejo frio e molhado, e tentei me concentrar. Os últimos anos corriam bem na minha frente, e pareciam me bater.

A Anne não era uma mãe ruim, mas as vezes ela meio que enchia o saco disso. Como se fosse algo que a gente pode desistir se cansar... Era como se as vezes ela quisesse tirar férias. Mas desde quando mãe tira férias?

–Paaaai! – ouvi o grito seguido das batidas na porta.

–Não grita Megan! – ouvi a Anne reclamar do outro lado.

–Oi amor!

–Jantar ta pronto.

–Já to saindo.

E desde quando pai tira férias?

Foi isso que a Suzy me disse... “É como um emprego em horário integral! Onde você tava com a cabeça ein Eduardo? Você é um irresponsável” e bla bla bla.

Desde que ela terminou o curso, conseguiu um emprego e decidiu ficar lá mesmo. Então meio que me deu bronca e foi embora. Depois de, é claro, se desentender com a Anne. Nem me lembre da briga daquelas duas... O fato é que a Suzy foi embora nem um pouco feliz com o fato de a Anne estar gravida. E ainda completou com “se fosse pelos menos a Manuela...”. Mereço isso?

–Paaaaai!

Fechei o chuveiro e me enrolei na toalha. Abri a porta e me deparei com ela sorrindo daquele jeito quando é pega fazendo coisa errada.

Me chame de pai coruja, mas a Meg era a criança mais linda do mundo. Os olhos eram grandes, redondos e bem escuros, a cara de curiosa, de criança que não para quieta. O cabelo curtinho e a impaciência dela com a franja era algo encantador. Parecia a Boo, daquele filme, Monstros S.A.

–Vamos comer?

Ela concordou com a cabeça, fazendo a franja soltar da presilha, deixando ela zangada.

–Vem, o pai arruma...

Me abaixei, ajeitando seu cabelo.

–Obrigada papai.

Ela me deu um beijo na bochecha e saiu correndo para a cozinha. Todos os pensamentos anteriores sumiram e não consegui evitar um sorriso.

Eu sou um pai de 24 anos.

Devia ser umas oito da noite quando terminei de lavar a louça.

–Edu? – a Anne chamou baixinho.

Olhei e vi na hora o que era. Fui até o sofá, peguei a Meg no colo – sem acordar é claro. Eu tinha ficado bom nisso depois de um tempo – e levei até o quarto. Abri a porta – agora colorida com giz de cera. Obra da própria, é claro. Anne quase a matou nesse dia – e afastei aquele mundo de bicho de pelúcia que ela insistia em ter. Ela se encolheu mais no meu colo e agarrou o meu braço quando eu desci o corpo para lhe deitar na cama.

–Sem manha Meg... – sussurrei.

Ela sorriu sonolenta e afrouxou o aperto. Ajeitei seu corpo na cama – que por seu tamanho, lhe deixava ainda menor do ela realmente é - e puxei a coberta. Ela se encolheu e virou o rosto para receber seu beijo. Baixei o corpo ainda mais e beijei sua bochecha de leve. Liguei o abajur do canto da cama e desliguei a luz, fechando a porta em seguida.

Me estiquei no sofá perto da Anne.

–Como foi o dia?

–Tédio me define.

–Nada no consultório?

–Só tive um paciente hoje, mas tive que ver mil papeis lá da clinica, aquela nova secretaria é um horror, mas ainda bem que é temporária. To cansada, mas foi um tédio mesmo assim. E o seu dia?

–Foi bom, mas vou ficar bem ocupado esses últimos dias...

Na verdade, tinha sido um horror! Meu chefe me deixou tomando de conta de um estagiário – na verdade, o pior estagiário do mundo. Alem de que o prazo de um dos projetos estava acabando, e eu sequer tinha começado. E ainda tinha o casamento do Gus...

–Não leva a mal, mas acho que temos que trocar a Meg de escola.

–Por que faríamos isso? Ela adora o lugar, é perto do meu trabalho, dá pra buscar ela sempre...

–Sei lá, parece que ela não se cansa o suficiente.

–Não cansa o suficiente? Ainda não deu nem nove da noite e ela já ta dormindo. Pra mim, isso é cansaço!

–Só porque eu acalmei ela. Ela chega cada dia mais agitada, eu não sei o que é isso.

–Ela é uma criança de três anos e meio, Anne, ela tem energia pra dar e vender.

–Ela vai acabar me deixando doida com toda essa energia!

Como disse, ela as vezes enchia o saco.

–Não vamos tirar ela de lá, não adianta nem insistir. Alem de que, ela já mudou duas vezes em um semestre, chega né Anne?!

Ela bufou frustrada e revirou os olhos, prendendo os cachos em um coque com o próprio cabelo. Odiava quando ela fazia aquilo. A forma que ficava seu cabelo me deixava encantado.

–Tem reunião na sexta.

–É a sua vez!

–Não dá Edu, vai ter que ir.

–Por que eu?

–Porque você é o pai e eu tenho um paciente marcado nesse horário.

–E que horas vai ser?

–Cinco – ela esticou o braço, passando pelo meu ombro e deitando no meu peito – Por favor Edu, vê se consegue sair mais cedo só na sexta.

Ela me olhava de cima, com aquela cara de cachorro pidão, que só ela sabia fazer e que sempre me ganhava.

–Tudo bem, eu vou.

–Obrigada – ela sorriu e me deu um beijo na curvinha do rosto, pouco abaixo da bochecha.

***

–Cinco meses pro MEU casamento e a única coisa que eu tenho é a porcaria do convite. O que eu faço? Eu devia ta com pelo menos metade das coisas prontas Manuela, METADE!

–Laura, por favor...

–NÃO PEDE PRA EU ME ACALMAR!

Ela tinha surtado. Por que? Ela se deu conta de que não tinha tempo pra arrumar o que faltava. No caso, era tudo!

Na verdade, eram cinco meses e duas semanas. Sendo que um mês, estaríamos de férias. Ou seja: prepare todo o seu casamento em um mês, com a ajuda apenas da sua madrinha, porque o seu noivo esta trabalhando e não pode sair.

–Temos um mês, a partir de amanha, para fazer tudo. Que tal sairmos atrás dos salões amanha? Primeiro precisa de um lugar... Depois, pra facilitar, contratamos um cerimonial completo pra você não ter tanto trabalho, um que inclua Buffet, fotografo, tudo. E depois procuramos o vestido. Que tal?

Claro que desse jeito, tudo ia sair uma fortuna, mas era a Laura! Ela nunca teve problema com dinheiro.

E assim foi feito. No dia seguinte, acordamos cedo, abastecemos o carro e batemos metade da cidade. Andamos uns cinco salões de festa, até a Laura gostar de um. Simples, sem muitos detalhes, mas que com uma boa decoração, ficaria lindo. Por sorte, a data estava disponível. Reserva feita e menos um problema pra resolver.

Voltamos para o carro quase nos arrastando. Estava na hora do almoço e estávamos roxas de fome!

–E agora? – ela questionou, apoiando os braços no volante e jogando a cabeça para trás.

–Que tal acharmos logo um cerimonial?

–Onde se acha isso?

–Até onde eu sei, tem umas empresas...

–Eu sei que tem, mas pelo menos isso eu queria ver com o Gus né, ele é o noivo, não posso decidir tudo sozinha...

–Por que não liga pra ele e vocês resolvem isso quando os dois puderem...

–Manu, eu não posso esperar, mas também não posso resolver tudo sem ele. O que eu faço?

–Por que tanta pressa Laura?

–A data ta marcada Manu...

–Não to falando da data... Você pode resolver isso com ele amanha, mas ta completamente desesperada pra resolver hoje. Por quê?

–Porque depois não vamos ter mais tempo Manu... Eu e ele não estamos tendo tempo nem de se ver... Com a residência e o novo emprego dele, ta tudo muito corrido. Como você mesma disse, vamos fazer tudo nas férias, mas como eu vou preparar tudo só com você? Ele é o noivo, preciso dele.

–Então vamos resolver isso agora, me da seu celular.

–O que?

Puxei seu celular e mandei uma mensagem para o Gus, marcando um almoço em vinte minutos.

–Pronto.

–O que você fez?

–Hoje, você vai almoçar com seu namorado/noivo/futuro marido.

–Não, não vou.

–Vai sim. Anda, temos vinte minutos pra chegar no restaurante.


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Notas finais do capítulo

Anne ressurge porque quem é vivo sempre aparece!
O que acharam?
Contem contem!
Beijos