POV.DRACO:

Depois do surto de Hermione em pleno corredor que por pura sorte não tinha aluno algum, vaguei pelos corredores vazios de Hogwarts indo em direção das masmorras, onde seria aula do Snape. Mesmo sendo aula do professor que mais me ajudava ali e que me protegia de qualquer coisa (consequências do pacto de sangue), eu não me sentia muito bem indo as aulas dele. A contragosto, adentrei a sala e esperei a aula começar e ansiava para terminar logo. Minha mente martelava na cena que eu vira mais cedo, Hermione gritava insanamente por socorro enquanto quase desmaiava, aquilo me deu tanto medo e confusão que nem tive coragem de pergunta-la o que havia acontecido, eu apenas a consolei como um bom amigo que sou... Desviei meus pensamentos e tentava inutilmente prestar atenção na aula, o que não estava fácil assim atraindo a atenção de Snape que no passar da aula me dava olhares questionários, eu apenas abaixava a cabeça e rabiscava coisas em meu pergaminho. No fim da aula quando eu já ia me levantando, Snape pegou sobre meu ombro e me puxou para trás, esperando todos os outros alunos saírem e finalmente falando algo.

– Pode ir me dizendo! - Ele dizia em um tom autoritário o que as vezes me dava irritação. Rolei os olhos e bufei arrumando a mochila sobre meus ombros que ameaçava cair. Ele ergueu as sobrancelhas me perguntando novamente e eu apenas respirei fundo, passando as mãos pela minha nuca e o observando.

– Já tenho a minha primeira missão.-Falei baixo, não arriscaria que alguém ouvisse a essa altura do campeonato. Ele balançou a cabeça confirmando e eu apenas arqueei as sobrancelhas. - Você já sabia?

– Sua mãe me mandou uma coruja hoje pela manhã. - Ele disse apenas, ainda assim com seu olhar questionário. - Como irá fazer isso?

– Envenenar alguém não é tão difícil, ainda mais um velhote que aceita qualquer presente de bom grado. Arranjarei uma forma da culpa não cair em mim, já tenho tudo em mente.- Falei sério, evitando não olhar para outro lugar e apenas fixar meus olhos nele, ele pareceu aceitar minha proposta e eu acenei com a cabeça. - Posso ? - Disse maneando a cabeça em direção a porta e ele finalmente soltou meu ombro, soltando uma respiração pesada e assentindo com a cabeça. Respirei fundo e por fim sai dali, me deparando com grandes olhos verdes e brilhantes e raivosos em cima de mim, Maureen. Ela estava com os braços cruzados e um bico formado nos lábios, fiquei me questionando mentalmente o que havia acontecido para ela estar assim e fui abraça-la, ela virou de costas rápido o suficiente e saiu andando. Fiquei ali estático observando a garota se distanciar de mim com certa velocidade, agora eu realmente estava confuso, não era nem 11 horas da manhã e estava tudo estranho, eu hein.

– Maureen, espera! - Exclamei indo atrás dela e logo a alcançando, a peguei pelo pulso e relutante ela parou, me encarando com os olhos cheios de lágrimas parecendo que choraria a qualquer momento e eu teria que estar preparado para aquilo. Claro que mais uma vez eu fiquei confuso, e então me aproximei dela acariciando seu rosto e vendo ela soltar a primeira lágrima, foi o ponto para eu abraça-la. Ela chorava compulsivamente encolhida em meus braços e eu me perguntava mentalmente o que havia acontecido para ela chorar assim, Maureen não chorava por besteira, apesar de ser dengosa não era tão dramática assim. Algo muito ruim devia ter acontecido para ela estar assim.. Não lhe perguntei nada, apenas a acolhi em meus braços esperando seu tempo para se manifestar, quando finalmente depois de 10 minutos ela se afastou, percebi o quanto seus olhos estavam inchados e visivelmente vermelhos, seus lábios estavam comprimidos em uma linha fina e ela tentava não chorar novamente. Ergui seu rosto e a encarei, tomando coragem para perguntar o que finalmente havia acontecido.

– Hey, o que houve? - Eu remexia em seu cabelo e vendo que ela choraria novamente a pus dentro do meu abraço novamente, beijando o topo de sua cabeça e a ouvir murmurar algo.

– Não posso perder você também... - Ela sussurrou e por fim senti minha camisa ser ensopada por lágrimas da pequena ruiva ali. Afaguei seus cabelos e finalmente raciocinei, ela já estava na porta quando eu sai, então ela pode ter escutado parte da conversa de mim e Snape. Congelei imediatamente com a suposição e continuei a abraça-la. - Já basta o Aiden, não quero perder você também. - Finalmente me lembrei que Maureen tinha um namorado chamado Aiden, mas o que teria acontecido para ela ficar assim? Será que foi por um simples término? - Ele morreu Draco, Voldemort matou toda a família dele e ele... Meu Aiden. - Ela falou rapidamente como se quisesse esquecer tão rápido como havia dito.

– Eu sinto muito, Mou. -A chamava assim quando criança, ela se contorceu em meu abraço tentando se reconfortar da dor que a atingia. Eu não podia imaginar o tamanho da dor dela, mas de alguma forma sabia que iria sentir em breve a mesma coisa. A apertei um pouco mais, afagando seu cabelos com um beijo demorado no alto de sua cabeça. - Você não irá me perder.. não tão cedo assim.- Conclui, o que a fez chorar mais ainda. Eu não me contive e a apertei ainda mais em meu abraço, meu coração doía ao vê-la daquela forma por mim, era horrível saber que o significado de seu nome se destacava tanto agora. Maureen significa tristeza em irlandês, não se aplicava a ela nesse contexto. Mou era uma garota sempre extrovertida, sempre tentando fazer os outros a sua voltar ficarem alegres e apaixonados por seu carisma e fragilidade, mas apesar dessas qualidades as que mais a destacavam era o quanto Mou era guerreira, sempre suportando a mãe ao ignorar sua presença ou brigar com ela por qualquer tipo de coisa, ela ter ido para a Grifinória foi só mais um motivo (forte, pode-se dizer) para a mãe ter tirado ela de casa e a deserdado como filha, mas logico que tio George não deixou, e por isso manteve a filha ao seu lado sempre e a protegendo de qualquer coisa que pudesse afeta-la feita pela mãe. Ela se soltou do meu abraço e me encarou, forçando um sorriso por cima do meu ombro e me fazendo olhar para trás.

– A gente conversa mais tarde sobre isso e outras coisas! - Ela disse abaixando o rosto e enxugando umas lágrimas, sabia que ela iria me cobrar respostas mais tarde e aquilo me fez arrepiar a espinha. Apesar de tudo que ela está passando, permaneceu forte e com um sorriso no rosto, forçado porém um sorriso. Virei o rosto novamente para trás e vi Hermione vindo em nossa direção, ela sorria graciosamente o que me fez babar por breves segundos antes dela chegar, recebi um tapa leve na minha testa de Mou o que me fez voltar a realidade e manter minha postura firme. Maureen se pôs em minha frente e a abraçou por breves instantes logo a soltando, Hermione veio em minha direção e sorriu, poxa aquele sorriso me derretia. Comprimi um suspiro que iria sair involuntariamente da minha boca e acenei com uma das mãos para ela. Elas conversavam algo sobre poções e eu continuei observando Hermione atentamente, ela as vezes desviava o olhar para mim, sorria e corava, eu reprimia um sorriso e continuava a analisar suas lindas feições. Eu apenas desviei o olhar quando Hermione saiu dali levando Mou junto a ela, me dando um sorriso encorajador e a ruivinha me mandando um beijo, Eu não disse mais nada porque, quando você sente ódio, a última coisa que deseja é dialogar... Sim, eu estava sentindo ódio do Lorde das Trevas, ódio por fazer as pessoas que eu amava sofrerem, por fazê-las chorarem e por mata-las.. Chutei um vaso por ali e não sei como não se quebrou com a força, apenas resmunguei baixinho sentindo meu pé latejar, andei mancando até o salão principal e finalmente chegando na mesa da minha casa, sentando-me ao lado de Blás e Pansy que me olharam preocupados e com uma interrogação no meio da cara.

– Apenas chutei um vaso. - Pansy estendeu rapidamente um pano com gelo enrolado dentro, eu ergui o pé apoiando no banco, retirei o sapato com certa dificuldade e a meia, peguei o pano e coloquei sobre o pé, soltando um baixo gemido de dor. Senti os olhares de ambos queimarem quando me atingia, e eu revirei os olhos já irritado. - Dá pra pararem, eu não quebrei o pé. Só tá um pouco inchado, que coisa! - Exclamei chateado, virando o rosto para meu pé que inchava ainda mais, droga não deveria ter chutado o pobre do vaso.

– Acho melhor você ir a enfermaria, Draco. - Pansy olhou para meu pé notavelmente preocupada. Eu segui seu olhar para um ponto fixo e vi que estava ficando roxo.

– Você vai acabar perdendo o pé desse jeito, Draco.. - Blás falou me assustando e me fazendo levantar de supetão, queria ir o mais rápido possível para a enfermaria, mas quando pus o pé direito no chão cai de joelhos e gemi de dor, fazendo Blás e Pansy me ajudarem a me levantar e foram me levando para a adorável enfermaria.. Ah, como eu odiava aquele lugar.

POV.NARRADOR

O que ninguém imaginava naquela situação toda era que Aiden fora coagido por Voldemort, o Lord dissera ao rapaz que mataria Maureen se ele não fizesse ela se aliar a ele como toda família Black restante.. Dizia que todas as noites entrava nos sonhos de Maureen e a ameaçava, isso fez Aiden se enfurecer diante de Lord, o desafiando, numa morte fácil para ele. Que como punição acabou matando toda sua família em sua frente, o rapaz não pôde fazer nada e logo em seguida o morreu. Maureen nunca saberá disso, pelo menos não por seu amado.