Estava Escrito - Cobrade escrita por Ana Clara


Capítulo 2
Capitulo 2 - Ovelha Negra


Notas iniciais do capítulo

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– Cobra?! - Sérgio, um parceiro de treino, bateu no vidro do carro. Abri o vidro e senti algumas gotas de chuva, trazidas pelo vento caírem em mim.

– fala cara. - respondi enquanto pegava minha garrafa d'água no banco do passageiro.

– nada, é que faz um tempão que você chegou e não desceu do carro. Achei que tivesse acontecido algo. - ele disse se apoiando no automóvel.

– achou errado. - dei um leve sorriso de lado, porém bastante irônico. Abri a porta do carro que bateu em Sérgio. Ouvi ele resmungar, porém nem dei importância.

Entrei para à academia, coloquei minhas coisas em cima de um banco e fui treinar, não avistei o mestre, então decidi iniciar os treinos por conta própria. Enquanto esmurrava o saco um milhão de coisas se passavam em minha mente. Por que com a minha família? Por que com meu pai? O cara sempre foi honesto, se matou debaixo do sol para sustentar a família, e quando estava na cama de um hospital, recebeu a notícia que o banco havia tomado o seu único pedaço de chão. - morreu como um babaca. - falei baixo em meio a fortes socos.

Em meio a chutes e socos nem percebi que o tempo havia passado, eu estava cansado, com sede. Então resolvi dar uma pausa para uma água. Enquanto tirava as luvas senti uma dor em minhas mãos, elas estavam vermelhas e esfoladas, marcas da noite anterior. Marcas de mais um dia de trabalho.

Há, você deve está se perguntando; que trabalho? A vida era curta demais para trabalhar fichado em uma empresa qualquer. Desde moleque sempre fui um 'galinho' de briga. Estava em todas, mesmo elas não tendo nada haver comigo. Inúmeras vezes bati em outros moleques em troca de jogos, e dinheiro. Agora, bom, vamos dizer que ainda estou no mesmo ramo, porém mais valorizado. As pessoas me pagam para dar "sustos" em alguém. Lembro que na noite anterior havia espancado um cara por três mil reais. Uma grana maravilhosa pra mim.

E foi assim que eu juntei dinheiro para montar meu carro. E também foi assim que me transformei na ovelha negra da família. Ou a Cobra, pelo menos faço jus ao meu sobrenome.

– Cobreloa, não te vi chegar. - meu mestre falou enquanto vinha em minha direção.

– Mestre Gil! - dei um sorriso sem graça enquanto colocava as mãos no bolso, sabia que se ele visse minhas mãos iria questionar.

– Cobreloa fiquei sabendo que você estava se metendo em confusão por aí de novo. Você nunca será um campeão agindo assim, lutadores de verdade possuem honra e respeitam a luta. - ele disse segurando em meus ombros e olhando firmemente em meus olhos.

– Não exagera mestre, você está aqui para me treinar, da porta dessa academia pra fora eu tenho uma vida que não interessa a ninguém. Então para de querer me dá sermão, beleza? - disse já dando as costas para ir embora.

Mestre Gil me puxou e continuou a me encarar friamente. - você só tem a perder agindo assim Ricardo, você nunca será um campeão assim.

– desculpa mestre, mas já falei o que tinha pra falar. E você também. Tchau. - dei uma piscada junto a um sorriso e sai.


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