— Sua mãe está com um tumor no pulmão, e precisa tratar com urgência. — diz o doutor

— Como ? — Jade começa a chorar e olha para Edgar — Ed, a minha mãe vai mor... — Edgar interrompe a garota.

— Não fala besteira Jade, a Lucrécia é forte, ela vai sair dessa — ele fala abraçando Jade bem forte. Dandara, Gael e Cobra estavam pasmos com a notícia, Edgar já sabia pois Lucrécia tinha feito um exame e havia contado o resultado para ele. Mas ainda estava em choque. Jade sai dos braços de Edgar e vai até Cobra.

— Cobra ! — ela abraça ele — O que eu vou fazer se acontecer alguma coisa com ela ? — ela fala chorando e soluçando.

— Calma Jade, sua mãe vai sair dessa barra escuta o Edgar, e se qualquer coisa der errado eu vou tá aqui com você, minha dama — ele diz no ouvido dela a abraçando forte.

— Doutor mas ela já melhorou ? — Dandara pergunta

— Bom, a senhorita Lucrécia se apresentar melhoras vai embora amanhã cedo, mas vai ter que começar um tratamento por causa do tumor, mas ela já está devidamente medicada.

— `Pelo menos isso né. Bom Edgar eu já vou indo tá, você vai ficar aqui ? — diz Dandara

— Vou sim, querida obrigado por tudo e você também Gael.

— Por nada, sempre que precisar já sabe — diz Gael a Edgar, estendendo a mão, Edgar também estendeu e dão um aperto de mão.

— Obrigado por trazerem minha mãe até aqui — diz Jade que chega mais perto de Edgar, Gael e Dandara.

— Jade você não quer ir com a Dandara ? —

— Não Ed, não vou conseguir ficar sozinha se notícias da minha mãe, deixa eu ficar por favor.

— Tá bom Jade.

— Então tá um beijo queridos — diz Dandara dando um abraço em Edgar e em Jade.

— Bom, Força e Honra — diz Gael se despedindo dos dois. Cobra estava sentado e vendo que Dandara e Gael estavam indo foi até Jade.

— E esse rapaz ? Pensei que já tinha ido embora — Edgar diz olhando pra Jade

— Deixa ele ficar Ed ? Por favor, ele me faz bem.

— Tá Jade.

Cobra dá um sorrisinho disfarçado e recebe um abraço de Jade, os três sentam na sala de espera, Jade coloca sua cabeça nas coxas de Cobra e ele fica passando a mão nos seus cabelos, ele diz pra ela dormir, pra descansar pois parece muito cansada. A garota nega, mas logo com os carinhos de Cobra adormece e ele também acaba adormecendo. Edgar fica olhando os dois e dá uma risadinha leve, como se na sua cabeça estivesse pensando: parece que esse casal deu certo. Logo o dia amanhece e Jade acorda assustada.

— Cadê o Edgar ?

— Jade ! — acorda Cobra assustado — Que susto ! Pensei que tinha acontecido alguma coisa.

— E aconteceu, onde o Edgar foi ?

— Ele deve ter ido comer alguma coisa, aliás to com fome também, vamos ver se ele tá lá e aproveitar pra tomar café ?

— Tá vamos.

Os dois vão atrás de Edgar e o acham sentado em uma das mesas da cantina do hospital.

— Ai Ed, você podia deixar pelo menos um bilhete pra avisar que tava aqui né — diz Jade se sentando e prendendo o cabelo.

— Desculpa Jade, nem pensei nisso

— Você tem alguma notícia da minha mãe ?

— Bom, o médico disse que tá esperando ela acordar pra dar alta pra ela.

— Graças a Deus, não agüento mais ficar aqui. Mas eu não esqueci que vocês esconderam de mim que a minha tem um tumor, como vocês puderam ?

— Eu quis contar, ela que não deixou disse que era melhor não

— Eu vou saindo, porque to sobrando nessa conversa vou ali comprar alguma coisa pra comer, você quer dama ?

— Quero trás um pão com queijo e um suco de maracujá, vagabundo.

— Tá bom

— Continuando Edgar. Você achou que era melhor esconder de mim e deixar que eu descobrisse da pior maneira possível.

— Jade foi sua mãe que achou melhor não contar, por favor não fica perturbando muito ela com isso quando formos sair daqui.

— Tá Ed, dessa vez vai passar

— Toma Jade — chega Cobra com as comidas e se senta.

Eles ficam ali calados, comendo e se encarando, quando terminam os três voltam para a sala de espera, para aguardar o médico que estava cuidando de Lucrécia. Estão todos sentados de cabeça baixa, até que o médico chega.

— Oi, vim dizer que a senhorita Lucrécia está em um bom estado e já pode voltar pra casa, mas ela precisa ficar em completo repouso, e só poderá comer o que a nutricionista recomendou.

— Ainda bem, pode deixar que eu e o Edgar vamos cuidar direitinho dela — Jade se levanta junto com Ed e os dois se abraçam.

— E cadê a lista do que a nutricionista recomendou ? — o doutor entrega a lista para Edgar.

— Bom, vocês podem ir busca ela no quarto 15.

— Muito obrigado doutor. — Edgar aperta a mão do médico.

— Vamos Cobra — Jade puxa Cobra e vai em direção ao quarto onde sua mãe estava na espera.

— Jade, espera — diz Edgar indo atrás.

Jade acha o quarto 15, e quando abra a porta vê sua mãe deitada, já acordada, a garota corre e abraça sua mãe que começa a chorar junto com a filha.

— Mãe, eu tava muito preocupada com você.

— Oh Jade, agora já tá tudo bem minha filha — ela fala com a testa encostada na testa de Jade.

— Todos nós estávamos preocupados. — Edgar diz pegando na perna de Lucrécia.

— Até ele ? O que ele tá fazendo aqui ? — Lucrécia vê Cobra na porta.

— Sim, até ele. Não implica com o garoto. Ele ajudou muito.

— Difícil acreditar, mas já que é assim, muito obrigado — diz Lucrécia a Cobra, ele entra no quarto.

— De nada dona Lucrécia, a Jade precisava de mim e eu já disse que não vou abandonar ela.

— Menos né, por favor. Vamos ? — Lucrécia se senta.

— Vamos.

Todos saem do hospital e vão para casa de Lucrécia no carro de Cobra, ela não gosta muito da idéia e implica mas acaba entrando no carro dele, logo eles chegam lá, todos descem do carro menos Cobra.

— Cobra ? Você não vem ? — pergunta Jade segurando a porta do carona da frente.

— Melhor não Jade, mais tarde a gente se fala, você tem que resolver seus problemas com sua mãe.

— Tá bom então, tchau — Cobra acena pra Jade, ela sobe as escadas e vai direto falar com sua mãe.

— Mãe, você não acha que tem muita pra me explicar.

— Ok Jade, vou te explicar tudo.

— Pode começar dona Lucrécia — diz Jade sentando no sofá perto de sua mãe, Lucrécia segura as mãos de Jade e olha no fundo dos olhos de sua filha.

— Jade, eu descobri a pouco tempo que tenho um tumor em um dos meus pulmões, e ele tá se expandindo muito rápido — os olhos de Lucrécia já estavam cheios de lágrimas e uma dela começa a rolar pelo seu rosto, Jade olha pra ela e não contém a emoção. Ela começa a chorar desesperada, parece que seu mundo tinha desabado.

— Mãe eu não quero te perder nunca, não me deixa — Jade abraça forte sua mãe e chora desesperadamente, sem saber o que fazer, Lucrécia chora com sua filha, Edgar também começa a chorar vendo aquela cena de mãe e filha tão forte e intensa.

— Jade — fala Lucrécia com a voz chorosa — Tem mais coi ... — Jade interrompe ela.

— Mãe mas porque você ? Eu não entendo, como isso pôde acontecer ? Me explica por favor — ela fala com aquela voz desesperada, com os olhos vermelhos de tanto chorar.

— Filha, tem coisas sobre mim que você não sabe, que eu preferi esconder de você pra poupar você desse sofrimento.

— Fala logo — a voz de Jade quase não sai — Fala mãe.

— Jade eu era uma garota que gostava de muitas aventuras, eu sai de casa muito cedo, comecei a beber cedo, Jade... — ela começa a chorar de novo —Eu fumava.

— O que ? Porque não me disse isso ? Mãe não acredito que escondeu isso de mim — ela se levanta do sofá e coloca a mão na cabeça.

— Jade eu fumava muito deve ser isso a causa desse tumor, e depois que conheci seu pai, numa balada, ele me tirou daquela vida eu acreditei nele e quando engravidei de você ele me abandonou e sumiu, o Ed que me ajudou em tudo, me desculpa por tudo minha filha, eu só estava protegendo você meu amor — diz Lucrécia que também se levanta e vai até Jade, a garota se afasta.

— E o meu pai ? O que aconteceu com ele ? Me conta a verdade, eu só quero a verdade.

— Conta pra ela Lucrécia — diz Edgar que estava limpando as suas lágrimas depois daquela cena.

— Jade, seu pais sumiu, ele me abandonou grávida de você, é isso.

— Não, tem mais coisa, me conta tudo — ela diz limpando suas lágrimas.

— Jade eu falei com seu pai esses dias.

— Não pode ser, você falou com meu ... —ela não conseguiu terminar a frase.