A segunda amanheceu radiante, e Serena tinha cordado animada.

Iria fazer uma surpresa para sua antiga professora Mônica, as meninas tinham falado que a antiga escola delas tinha aumentado o terreno e construído uma faculdade e tanto Naru e Kelvin estudavam nela.

Serena já tinha tudo de caso pensado, Amy que era ajudante na faculdade tinha lhe dito os horários deles, e em umas das matérias a professora Mônica estaria dando aula para Naru e Kelvin.

Se arrumou: colocou uma calça jeans branca, uma blusa salmão, uma sandália de salto alto bege, uma bolsa bege, escolheu brincos e pulseira delicados e um anel, fez uma maquiagem simples.

Saiu apressada de casa, não queria se atrasar como acontecia frequentemente.

Assim que chegou no portão da faculdade, pode passar sem problemas, Amy já tinha deixado tudo pronto para ela.

Ela pediu informações no meio do caminho até a sala em que sua antiga mentora estaria dando aula. Quando chegou perto da porta pode ouvir a voz dela e sorriu. Parou em frente a mesma, respirou fundo e bateu.

Assim que a professora tinha dado permissão para entrar, segurou a maçaneta e entrou com um sorriso radiante.

— Dessa vez não me atrasei – falou.

Prof.ª Mônica ficou paralisada, reconhecia aquela voz muito bem. Se virou com tudo e mal pode conter a emoção ao ver sua antiga aluna, agora sofisticada e ao que parecia madura.

Tinha sentido muita tristeza quando a loira há quatro tinha lhe dito que partiria para Londres estudar. Ao mesmo tempo que estava feliz pela oportunidade dela, estava triste, pois apesar dela ser um tanto destrambelhada e esquecida, sabia perfeitamente que ela era uma boa menina.

Naru e Kelvin, não ficavam atrás, estavam literalmente de boca aberta. Ela estava lindíssima, e foi com muita felicidade que Naru pulou na loira a abraçando forte.

— Serena!! Que saudades!!! Quando voltou? – ela perguntou assim que a soltou.

— Voltei faz poucos dias, estava ansiosa para vê-los – a loira respondeu sorrindo, e se virou para os outros alunos – me desculpem interromper a aula de vocês, mas queria pegar a Prof.ª Mônica de surpresa.

  Os garotos a encaravam encantados. Ela passava a imagem de uma mulher poderosa e independente. Já as garotas (tirando Naru) olhavam desconfiadas e um tanto invejosas.

Serena simplesmente ignorou tais olhares, seu foco era outro.

Mônica abraçou a loira fortemente, disse palavras carinhosas, e combinaram de ser verem após o termino daquela aula.

Serena tinha ido a cafeteria que ficava em frente a escola, fez seu pedido ao garçom e esperou, estava esperando sua antiga professora. Naru e Kelvin também a encontrariam lá, pois naquele dia eles não teriam mais aulas, pois tinham conseguido elimina-las.

A loira tirou esse tempo para pensar em como sua antiga escola tinha crescido, estava feliz em ver que seus amigos tinham crescido, e que Naru e Kelvin ainda estivessem juntos, achava-os um casal fofo.

Estava distraída que não tinha visto quando o trio que estava esperando tinha finalmente aparecido.

— Serena nem acredito que é você mesma! – falou Mônica.

— É verdade! Você está com cara de uma mulher poderosa! – falou Naru assim que se sentaram e fizeram seus pedidos.

— Bem... eu viajei para amadurecer e conhecer lugares incríveis, e conheci pessoas inacreditáveis... todo esse tempo em que passei fora só me ajudou a me tornai uma pessoa melhor – falou a loira sorrindo.

Os quatro ficaram conversando por um bom tempo, a loira contava sobre os lugares que tinha ido, as coisas que tinha aprendido e as amizades que tinha feito. Quando deu perto da hora do almoço, a loira disse que teria que ir pois tinha que falar com um amigo, um assunto muito importante.

Eles se despediram e combinaram de se verem novamente.

Serena estava um pouco nervosa, estava indo até o escritório de Hélio. Queria esclarecer algumas coisas com ele, e além disso... não queria dar falsas esperanças a ele.

Quando chegou no imponente prédio da família de Hélio, suspirou, e tomou coragem para entrar. Falou com a recepcionista quem era, e a mesma disse que poderia subir.

Assim ela fez, quando chegou ao andar do escritório dele, se dirigiu a secretária, e a mesma disse que iria anuncia-la.

Em poucos segundos a secretária voltou e disse que o loiro iria atende-la.

Serena agradeceu e se dirigiu até o escritório. Quando entrou no mesmo e fechou a porta, foi recebida por um acalorado abraço dele.

— Que prazer em te ver! O que te traz aqui? – perguntou Hélio.

— O prazer é meu. Eu vim aqui pois tenho um assunto sério a discutir com você – ela disse séria.

— Bem... e o que seria? – perguntou o loiro arqueando as sobrancelhas.

—  Acho melhor você se sentar – ela aconselhou, ele fez o que ela falou – bem em primeiro lugar quero deixar claro que gosto muito de você... porém não posso retribuir seus sentimentos, portanto acabe com essa história de você ser meu noivo.

Hélio ficou em choque, quando ela disse que o assunto era sério, a primeira coisa que tinha pensado era sobre Sol, ou sobre algum dos inimigos. Aquilo foi um golpe direto no seu coração.

— Sere... não seja precipitada, sabe... eu sei que posso te conquistar ... – ele tentou, porém, foi interrompido.

— Hélio, por favor, não implore ou coisa do tipo. Sabe bem que as coisas não são assim. Nos tempos de antigo milênio, eu só o via como um querido irmão e esse sentimento não mudou. Por mais que eu negue meu coração pertence a uma única pessoa – falou ela calma e com o olhar gentil – tenho certeza que vai superar tudo isso e que vai encontrar alguém que te faça transbordar.

Serena foi até ele e o abraçou gentilmente, ele ficou um tanto atônito, mas retribuiu o gesto. No fundo ele sabia que a coisa entre eles não iria adiante, mas mesmo assim quis arriscar.

— Obrigada...prima – ele falou um tanto cabisbaixo.

— Eu sempre estarei aqui quando precisar de mim, isso nem precisamos discutir... agora vá lavar esse rosto pois você tem uma grande empresa para gerir – falou ela.

Ele se levanto mais animado, agradecia a sinceridade dela. Não seria fácil, mas faria o que pudesse para vê-la somente como uma querida irmã.

Serena ao sair da empresa suspirou aliviada. A sensação era de que tinha tirado uma tonelada de sua costa. Não queria ver seu primo sofrer, portanto quis ser sincera desde o início.

Era certo que não sabia a paternidade de sua filha, e isso na realidade estava deixando de ser importante. Era fato também que seu coração era de uma pessoa... porém jamais iria rastejar ou implorar pelo amor de alguém, tinha seu orgulho de guardiã.

Andava tranquilamente pelas ruas da cidade, até que encontrou Haruka e Setsuna saindo de uma loja de roupas, trazendo consigo várias sacolas de roupas, de certo para as filhas.

— Princesa! Que surpresa vê-la! – falou Haruka, tentando levar as várias sacolas.

— Como vai princesa? – perguntou Setsuna se aproximando da loira.

— Vou bem, e com vocês? Pra que tantas roupas? – a loira perguntou com uma gota na cabeça.

— Vamos bem. Michiru quis comprar algumas roupas para as meninas, como a Mari, Yoko, Brenna e Rowena estão morando conosco, já comprarmos para todas. Michiru e Hotaru estão nas lojas de moveis para montar o quarto delas – respondeu Haruka.

— Por que não vamos comer alguma? – perguntou Setsuna.

A loira assentiu e foram para um café perto dali. Era um lugar agradável, simples, com estilo romântico.

— Tem algo preocupando você, o que é? – perguntou Haruka que conhecia bem demais sua princesa.

— Bem... acabei de ter uma conversa séria com o Hélio, disse que os meus sentimentos são apenas fraternais, disse para viver feliz, e com ele acharia a pessoa destinada a ele – ela falou cabisbaixa.

— Mas porque tanta preocupação? Já não disse tudo o que tinha que dizer? – perguntou Setsuna, desfrutando de um chá.

— Disse... mas tenho receio dele mão conseguir superar e bem... estou preocupada com o futuro da minha filha – começou a loira – esse mistério da paternidade dela... quase não estou ligando para isso, mas um pequeno pedaço de mim quer saber quem é o pai dela, eu não gostaria que por uma decisão errada o futuro dela fosse alterado.

— Escute Serena, você é a Princesa do Milênio de Prata, portadora do Cristal da Vida, é a Sailor Cosmos, uma princesa exemplar e querida por todas nós... portanto é mulher o suficiente para cuidar de sua filha sem a presença de um homem, e mesmo que se você for casado no futuro de certeza vocês se amam e ainda irá encontra-lo naturalmente, então... pare de se preocupar com tonteiras – falou Haruka firme, mas mantendo o sorriso gentil.

— Obrigada Haruka, suas palavras me ajudaram bastante – falou a loira retribuindo o sorriso gentil.

— Faço minhas as palavras da Haruka, se esqueceu que sou a guardiã do portão do tempo? Posso dizer com toda certeza que de seu reinado será iluminado – reforçou a morena sorrindo.

Serena sorriu mais abertamente. Em realidade não poderia estar destinada a ter melhores amigas das que tinha. Elas eram sua família, mesmo sem os laços de sangue, seus laços de amor iam além de tudo aquilo.