Três doses de tequila, por favor escrita por Sweet Serial Killer


Capítulo 13
Roubos...


Notas iniciais do capítulo

Hey, 22kos! Esse é o capítulo 13, e mais do que nunca, espero que esteja legal, porque 13 é meio que o meu número favorito. Por falar em números, coisa e tal, por que vocês não deixam nos comentários algumas coisas sobre vocês? Tipo... seria legal conhecer quem está lendo a fic, pelo menos um pouquinho!

Ah, vou deixar vocês me conhecerem também, o que acham? Daí eu cito umas 13 coisinhas, vocês me respondem com 26 (é só um palpite! hahah), porque eu gosto mais de ouvir do que falar. Então vamos lá:

1. Eu sou do Rio de Janeiro.
2. Tenho 15 aninhos.
3. Gosto de todas as matérias. Exceto química, claro...
4. The 1975, Taylor Swift, Arctic Monkeys sempre nas minhas playlists.
5. Sempre quando dá pra gritar, eu grito, porque me faz sentir viva, sabe?
6. Morro de medo de lagartixa (e também de me decepcionar e de não conseguir alcançar os meus sonhos).
7. Acredito em Deus e quando as coisas estão difíceis, parece que melhoram assim que eu começo a conversar com ele.
8. Quando não gosto de alguém, tenho vontade de vomitar em cima da pessoa (é sério, juro que até imagino a cena enquanto olho pra cara dela).
9. Eu VIVO dentro de casa. Até minha avó gosta mais de sair do que eu...
10. thatsmandyfucker.tumblr.com (se vocês entrarem, vão ver na foto de perfil a minha cara querida de quem não sabe nem sorrir pra uma foto)
11. Eu detesto joguinhos.
12. Os porta-retratos do meu quarto ainda estão com aquelas fotos dos estranhos que vêm quando a gente compra, sabe? É que eu realmente não sei que foto colocar, então acaba que deixo os desconhecidos mesmo, apesar da minha mãe todo dia falar no meu ouvido pra colocar outra coisa neles...
13. Não posso entrar em uma papelaria que já fico tipo "mãe, olha! COMPRA, COMPRA, SE COMPRAR NUNCA MAIS TE PEÇO NADA".

Pois é. Comentem alguma coisa sobre vocês antes que eu me sinta uma idiota falando com o espaço. Beeeijo!



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Kate vai se casar hoje.

Olhando para ela agora, vestida de branco, com o rosto delicadamente coberto pelo véu branco, posso sentir uma lágrima começar a se formar nos meus olhos. Pouco depois, me pego rindo sozinha porque nem parece que faz oito meses desde que ela apareceu no meu apartamento chorando, avisando que ela e o Patrick tinham terminado.

Como eu sempre apostei, eles voltaram algumas semanas depois do término, continuando os preparativos do casamento ainda mais ansiosos. E por falar em preparativos depois do dia em que eu e Messer fomos à Macys comprar roupas novas pra mim, Kate super aderiu a ideia de fazer uma transformação em mim e se empenhou para fazer o melhor pra isso ocorrer, o que quer dizer que ela me fez comprar maquiagem, aprender tutoriais na internet, fazer o cabelo no salão semanalmente e pintar as unhas com frequência.

Para a minha surpresa, sua atitude surtiu efeito: as pessoas começaram a me tratar melhor, como se a nova April merecesse um tratamento especial. O Sr. Hills, por exemplo, depois que eu comecei a me arrumar para ir ao trabalho, em vez de gritar o meu nome como de costume, ameaçando me colocar no olho da rua, começou a me tratar razoavelmente bem. Com dignidade, eu diria, como se finalmente conseguisse entender que eu sou um ser humano. Além de elogiar o meu trabalho, de vez em quando ele comenta que a empresa não seria a mesma sem a minha constante atuação e que qualquer hora vai cogitar me dar um aumento.

Ao final de um mês depois de ter mudado completamente o visual, concluí que ele julga as pessoas por seus rótulos, e age para com elas de acordo com a impressão que elas deixam nele, e, mais do que nunca, tenho vontade de jogá-lo na fogueira por causa de sua falsidade. Quem sabe algum dia...

Além dele, meu porteiro também começou a me dar bom-dia, assim como meu vizinho de porta, Tommy Jackson, que só costuma falar com as mulheres gostosas do prédio.

O que só prova o quanto as pessoas são ridículas e incoerentes. Enquanto dizem o tempo todo para você ser você mesmo, tentam te corrigir, te adequar ao que elas acham bonito ou, ao menos, padrão, como se não conseguissem aceitar o seu verdadeiro jeito de ser. Bom. Talvez os que fazem esse sistema funcionar mereçam ir para a fogueira logo depois do Sr. Hills.

— Senhor, eu estou tão nervosa! — diz Kate, lacrimejando. — April, pelo amor de Deus. E se eu cair? E se tropeçar no vestido? E se o Patrick desistir?!

— Vou ser bem honesta: as duas primeiras opções têm alguma chance de ocorrer — sorrio. — Mas a terceira? Nem se ele quisesse. Patrick te ama e quer se casar com você.

Ela abre os grandes olhos azuis nos meus e assente com a cabeça, como se confirmasse a minha fala para si mesma. Eu sorrio mais uma vez e começo a pensar nos dois, fazendo uma linha do tempo dos momentos deles desde que se conheceram.

E fico realmente feliz. Até o momento em que me lembro que comigo não está sendo igual.

Sabe, eu não vejo o Dylan há longos oito meses, mas às vezes escuto notícias dele por terceiros. Ouvi que ele está morando do outro lado da cidade. Perdeu o emprego e está se virando para encontrar outro. Teve uma briga com a mãe e jurou nunca mais voltar a vê-la. Essas são as únicas coisas que sei sobre ele, e quanto à vadia da Johanna, que foi dispensada do cargo de madrinha desde o dia da traição (acredita que ela ainda ligou para a Kate lhe pedindo para não confundir as coisas?!), fiquei sabendo que ela se encheu dos trabalhos voluntários e agora está trabalhando como garçonete em um bar em Malibu.

Embora eu não veja o Dylan há tanto tempo, ainda posso sentir meu coração acelerar quando alguém fala o nome dele. E, às vezes, tarde da noite, ainda posso sentir meus olhos marejados. Mas, geralmente, na correria da rotina, não costumo ficar pra baixo. Quer dizer, é claro que penso nele exatamente todos os dias, me perguntando o que ele deve estar fazendo, com quem está e se pensa em mim pelo menos um pouquinho... só que, ao contrário de antes, agora já não sinto que estou morrendo por dentro por saber que ele está longe e não faz questão de voltar.

— April — diz Kate, depois de olhar o celular. — Tenho uma surpresa pra você.

— Surpresa? — indago, abrindo os olhos nos dela. — O que é?

— Por que você não desce até o primeiro andar e descobre? — ela sugere, dando uma piscadela. Eu sorrio e, sentindo o coração apertado de tanta curiosidade, saio do quarto onde ela se arruma e desço as escadas. Quando chego ao primeiro andar, porém, não vejo nada além do lugar onde será a cerimônia, coisa que eu já vi mil vezes só hoje.

— Ela só pode estar chapada — digo pra mim mesma, rindo. — Quem falou em...

Surpresa? — uma terceira voz completa.

É nessa hora que escuto a voz dele e uma eletricidade percorre o meu corpo. Virando para trás lentamente, abro o maior sorriso do mundo e me deparo com Jake a alguns metros de mim, com as mãos dentro dos bolsos da calça do terno.

— Ai meu Deus! — eu digo, e corro para abraçá-lo. Ficamos assim por longos quinze segundos: Messer me envolvendo com os braços, eu deitando a cabeça em seu ombro. É um abraço confortável, e o momento é tão especial que tiro uma foto mental. Não vejo Jake há seis meses, desde que ele pirou e se mudou para a Austrália pra acompanhar os jogos de lá, trabalhando nos estádios australianos durante todo o campeonato. — Você disse que não vinha!

Ele sorri e provoca perguntando se eu costumo acreditar em tudo o que dizem.

Noto que ele está com a pele mais bronzeada do verão australiano, além de os cabelos terem ficado um pouco dourados por causa do sol, coisa que não consegui reparar direito apenas com as ligações por Skype...

Desde que eu e Messer saímos para aquela cafeteria, quando depois ele começou a implicar com o meu guarda-roupa, ficamos muito próximos, e agora ele até confirma que é mais meu amigo do que do Dylan, com quem não fala desde que se mudou, a propósito.

— Você não sabe o quanto eu estou feliz por estar aqui — eu digo, sorrindo.

— E olha que essa nem é a surpresa...

Congelo imediatamente. Arregalando os olhos, dou um tapa de leve em seu ombro e o obrigo a contar logo.

— Se você acompanhasse os jogos — diz, revirando os olhos e sorrindo debochadamente. — Saberia que a temporada acabou.

— Não! — digo, animada. — Não brinca! — grito. Nessa hora os convidados se voltam para mim, e Jake coloca a mão na minha boca para eu parar. Rindo comigo, ele me puxa pelo braço até a escada que vai até o segundo andar, onde Kate está se vestindo. — Você vem morar aqui de novo?!

— Em duas semanas vou estar de volta.

Assim que ele termina de falar, eu rio de felicidade, mas dois segundos depois, já estou com raiva por ele não ter me contado. E eu que já estava planejando uma viagem para a Austrália pra fazer uma visita?! Depois dessa, eu com certeza vou matá-lo! E parece que ele percebe a minha irritação, pois segura os meus pulsos antes que eu seja capaz de esmurrá-lo.

— E a Kate? — ele pergunta, tocando a minha cintura para descermos em direção à cerimônia. — Se arrumando há dez ou onze horas?

— Há duas horas e meia — digo, revirando os olhos. — O pai dela está lá em cima, e está quase fazendo-a descer a qualquer custo, nem que seja empurrada escada a baixo!

— Ah, e eu que estava preocupado por estar chegando muito atrasado

— Você não conhece a Kate — respondo. Nós nos sentamos em um banco no meio da multidão e eu puxo assunto: — E a Ashley?

Jake olha pra mim como se eu lesse seus pensamentos.

— Terminamos ainda ontem.

— Ah, fala sério! — me faço de irritada. — Era a sua namorada de mais longa data! — digo, fazendo referência ao fato de eles terem ficado cinco meses juntos. É o recorde do Jake. — E agora, quem vai ser a azarada que vai te aturar por tanto tempo?

Rebatendo a implicância, ele responde dizendo que eu estou é com inveja das garotas que chovem na porta dele e eu debocho dizendo que ele leu meus pensamentos. No final de dez minutos, somos a dupla mais barulhenta do salão, e ainda que a tia-avó de Kate nos peça para calar a boca (aliás, será que somos só eu e Jake que achamos estranho ouvir uma mulher de 74 anos usando essa expressão?), não adianta muito, pois continuamos rindo e só ficamos quieto quando a marcha começa a tocar e ouvimos Kate descendo as escadas.

Como uma rainha, ela flutua pelo tapete vermelho em direção ao altar. Jake e eu somos os amigos idiotas que dizem baixarias no mudo apenas para tirar a concentração dela, fazer com que ela ria só para passar vergonha na frente de todo mundo. Acaba sendo uma jogada frustrada, e ela lança um olhar como quem diz "bela tentativa, mas não vão me fazer rir com a palavra 'noivazilla'". Aliás, juntar as palavras "noiva" e "Godzilla" é ideia dele, o que é engraçado até a parte em que ele ri sem parar da própria piada.

Meus olhos só conseguem focar em Kate, em seu sorriso ofuscante e seus olhos brilhantes como diamantes. Ela está tão feliz por ter encontrado o amor de sua vida que chega a contagiar qualquer um.

Até mesmo aqueles que não tiveram tanta sorte...

***

Choro do início ao fim da cena em que minha amiga e Patrick fazem os votos, enquanto Messer debocha da choradeira exagerada das mulheres para tudo na vida.

Agora, na área verde da casa de festas, eu e Jake estamos de bobeira sentados num banco de madeira, falando sobre coisas totalmente aleatórias. Já está de noite, e talvez a meia-noite chegue em alguns minutos, ao contrário do meu sono, que provavelmente só vai aparecer assim que eu chegar em casa. Coisa que só vai acontecer quando Patrick e Kate forem embora, aliás. Eu vou ficar na festa até o final, e não perco tal oportunidade nem se me oferecessem um chefe novo.

— Vai, me responde uma coisa: por que diabos torta de limão, pavê de limão e mousse de limão são tão bons sendo que o limão, em si, é horrível?

— Você já está bêbada? — pergunta Jake, rindo. — Quantas taças de champanhe até agora? Três?

— Quatro e meia! — respondo, sentindo uma empolgação estranha. — Ei. Você não respondeu a minha pergunta.

— É porque eu tenho outra melhor pra você — ele responde. — E tem a ver com limão.

— Então manda!

— Tá legal. Adivinha quem foi o maior ladrão de bala de limão da história? — ele pergunta, rindo. Sentada ao seu lado, giro o rosto para a esquerda com rapidez para olhar para ele, arregalando os olhos. — Juro…

— Droga, Jake — reviro os olhos, irritada. — Quando foi que você roubou? E por que não me chamou pra roubar com você? — indago. — Eu sou apaixonada por bala de limão!

Ele começa a rir e responde que talvez porque ele tivesse dez anos na época dos roubos. Eu rio também e digo que a coisa que eu mais cheguei perto de roubar foi um gole da taça de vinho do meu pai, quando ele deixou a bebida sobre a mesa e foi atender o telefone. Eu me lembro como se fosse hoje de erguer o braço para frente num ato audacioso, encostar os dedos suados no vidro e despejar alguns mililitros do líquido pela garganta.

— Só teria sido roubo se você tivesse levado a garrafa inteira.

— Você não sabe nada sobre roubos, muito menos sobre ladrões em série — respondo, insinuando algo. É verdade, eu nunca roubei nada, mas não perco a oportunidade de fingir que sim. — Já roubei de tudo.

— É mesmo? — ele duvida, rindo de ironia. — Tipo o quê?

— Comecei roubando a sua reputação na faculdade com o boato da clamídia.

— Não precisava jogar na cara assim… — ele retruca, se fazendo de intimidado. Começamos a rir e ele começa a contar as coisas que já roubou. — Dez pratas da carteira do meu irmão, o carro do meu pai na noite da formatura do colégio, os biscoitos irlandeses da Ashley…

Digo que ele definitivamente não presta. Ele joga a cabeça para trás, rindo, e eu respondo que vou andar armada para não correr o risco de ser assaltada por ele.

— E qual é a próxima coisa que você pretende roubar? — pergunto, sorrindo.

Nesse momento algo estranho acontece.

Algo que não acontece há oito meses, desde o dia na porta da loja. Desde a nossa despedida naquela noite, bem na frente do meu prédio. Assim como naquelas vezes, agora também tem algo no ar, um tipo de magia que me está me fazendo olhar para Jake fixamente.

Depois daquela noite, nós nunca mais voltamos a nos olhar daquela forma, mas, por alguma razão, o momento está se repetindo. Não é algo forçado, mas espontâneo como sorrir ao receber um presente, simples como respirar e empolgante como descer uma montanha-russa em alta velocidade.

Não sei o que dizer, não sei o que fazer. Só sei que acabo de levar uma das minhas mãos até o rosto de Jake, enquanto ele aproxima o rosto do meu, virando a cabeça para o lado lentamente. Estou a ponto de fechar os olhos quando ouço-o responder a pergunta que eu até esqueci que tinha feito:

— Um beijo seu.


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