ONESHOT.

O QUE O MUNDO ESCOLHEU.

Talvez, se eu estivesse vivo.

Talvez, se eu não fosse apenas um fantasma.

Talvez, só talvez, você me amasse, do jeito que eu te amo.

Já tentei te esquecer, focar apenas na minha paixão pela guitarra, mas como se meu amor é você?.

Agora me pego questionando-me se foi certo deixar você ir, se foi certo dizer o que eu sentia, se foi certo tentar te protejer daquele cara, justo aquele

que nunca fez nada por você, até o dia em que resolveu dizer o que sentia, enquanto eu sempre estive aqui, mesmo com meu jeito difícil de ser, difícil mesmo até

para mim, mas, mesmo assim, não diga que eu não tentei.

Mesmo quando digo que estou bem, entenda que não estou. De início era fácil ignorar, mas ver esse cara me dói profundamente. Puxa vida, Julie. Por que não

entende que ele não te ama de verdade?. Porque não entende que você foi feita para

mim?. Droga. Maldita essa reação química que me atrai para você. Maldito dia aquele

em que fizemos aquela foto, maldito o dia que tirou de mim a única chance de talvez, ser feliz, dia esse que tirou de mim, a minha vida.

Se eu fosse vivo, hoje seria famoso, teria uma vida social e, talvez nos esbarrássemos algum dia, mas é claro, você seria bem mais jovem que eu. Talvez você estivesse

com seu nerdzinho, e talvez isso não me fizesse sofrer. Talvez eu já tivesse uma família, e talvez eu nem se quer prestasse atenção em você. Você teria sua vida,

e eu teria a minha, mas, como já sabe, não é bem assim.

Agora estou aqui, vivendo uma vida que não tenho. Para a maioria das pessoas, um humano qualquer, mas para quem me conhece de verdade, sou apenas um fantasma, destinado

a ser eternamente um escravo de minha condição invisível e para a maioria, inexistente. E por isso destinado a viver para sempre vendo quem amo seguir sua vida amorosa

com outro, tirando de mim a única felicidade que me resta. Mas o que posso

fazer?. Não sou ninguém para mudar o destino, sou apenas mais um. Não tenho poder algum

para mudar. Para mudar, o que o mundo escolheu.