You Belong With Me escrita por Fernanda Redfield


Capítulo 4
Capítulo 3: Sobre notas e observações


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, galera!
Como vocês estão?

Mil desculpas pela demora ao postar a fanfic... Mas eu tive problemas e emoções bem intensas com meu TCC, para a minha sorte, tudo se resolveu e está bem encaminhado *-*

Mas acho que vocês não querem saber sobre ele, certo? Hahahahaha

Bom, esse capítulo é bem curtinho e mais uma continuidade do capítulo anterior... Mas ele apresenta fatos importantíssimos, por isso, fiquem atentos aos detalhes!

No mais, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/606318/chapter/4

– Desde quando Harry anda de motorista? - Hermione escutou a voz de sua mãe, Jean Granger, ecoar curiosa através do pequeno hall de entrada. O aroma vindo da cozinha estava extremamente apetitoso, parecia ser carne ao molho, era simples como tudo na casa, mas era justamente aquela simplicidade que fazia com que Hermione se sentisse em casa.

Os Grangers eram donos de uma pequena propriedade, uma casa com um pequeno jardim na frente, localizada no centro do distrito de Brixton. Assim como a maioria dos moradores daquela região, eles possuíam uma vida modesta e de dinheiro contado. A situação já fora bastante diferente, Hermione e os pais moravam em South Kensington antes de a crise financeira desabar sobre a família e seus pais serem demitidos de seus empregos como dentistas em uma grande clínica da cidade. Por isso, atualmente, seus pais tinham um pequeno consultório em Brixton mesmo e atendiam a clientela local.

Os ganhos eram poucos, mas as coisas estavam começando a melhorar. Quando tudo acontecera, Hermione já estudara em Hogwarts e já era uma bolsista parcial, mas teve que batalhar com unhas e dentes por sua bolsa de rendimento escolar integral. E batalhava todos os dias, seus pais silenciosamente a admiravam pelo esforço e também se preocupavam com o foco da filha... Mas não intervinham, Hermione era uma excelente filha, mas tinha a personalidade forte e as críticas não eram lá muito bem recebidas.

– Não era o Harry, mãe. - Hermione respondeu mais seca do que o normal e só percebeu seu tom de voz quando sua mãe bateu as panelas com mais intensidade na cozinha e seu pai saiu desse mesmo cômodo com as mãos na cintura, olhando-a em desaprovação. Hermione chacoalhou a cabeça e retirou o casaco. - Desculpe, mãe. O dia foi longo.

– Tudo bem, querida. Só suba e lave as mãos, nós vamos jantar dentro de dez minutos. - Jean respondeu com um sorriso gentil, deixando claro que em momento algum ficara brava com a filha. A senhora aproximou-se e beijou a bochecha de Hermione que riu, em seguida, Donald Granger abraçou a filha apertado e a empurrou pelos ombros em direção à escada.

Enquanto subia as escadas, os olhos de Hermione arderam e embaraçaram. A morena foi direto ao banheiro e retirou as lentes de contato, um mimo de seus pais para que as brincadeiras maldosas da academia diminuíssem e colocou seus óculos de armação quadrada preta. A morena olhou-se em seu espelho, sentindo-se extremamente idiota com eles, ela não era como Harry que podia ficar extremamente descolado com os óculos sobre os olhos verdes.

Hermione bufou irritada e arregaçou as mangas da camisa branca simples que usava, lavou as mãos e voltou para o corredor. Na descida pelas escadas, seus pensamentos migraram teimosamente para Fleur Delacour. A morena respirou de forma profunda ao lembrar-se do silêncio estranhamente confortável que se instalara entre elas enquanto Gerrard as trazia para a casa de Hermione. Também se recordou do sorriso misterioso que Fleur tinha nos lábios cada vez que, discretamente, olhava para ela... A líder de torcida era uma pessoa enigmática, a qual Hermione não conseguia interpretar de forma satisfatória.

Ainda mais agora, diante daqueles acontecimentos. Fleur sabia seu nome e fora atrás dela na biblioteca, as duas estabeleceram conversas naquela semana e, quando finalmente ficaram sozinhas, o comportamento de Fleur tornara-se ainda mais curioso.

Naquele momento, Hermione não queria pensar muito sobre ela. Sabia que, caso pensasse, sua cabeça formaria uma extensa teia de teorias, suposições e suspeitas. E por mais que algumas poderiam agradá-la, Hermione sabia que elas poderiam ser sonhos impossíveis, os frutos de sua imaginação, infelizmente, apaixonada. E naquela altura de sua vida acadêmica, Hermione precisava manter o foco.

Por mais que estivesse apaixonada, nada aconteceria entre elas e aquele campo de impossibilidade era seguro e Hermione podia lidar com ele, perfeitamente.

Só precisava se distanciar, quem sabe.

– A comida está na mesa, querida! - Hermione desceu os últimos degraus quase correndo e sentou à mesa com seus pais, um sorriso confortável em seus lábios. Enquanto Jean servia um pedaço de carne para a filha, apreendeu o sorriso quase sonhador que ela trajava e olhou para o marido, em busca de respostas. Donald sorriu e, brincalhão, perguntou:

– Espero que esse sorriso seja por causa de um garoto e não por mais uma nota máxima na academia!

– Papai! - Hermione protestou nervosa, o sorriso em seus lábios transformou-se em uma risada desconfortável que fez os pais a olharem entre risos. A morena cortou um pedaço da carne e a levou à boca, mastigando-a em seguida. - Não é nada, tive um longo dia e tudo terminou bem... Só isso.

Os pais perceberam o tom de voz discreto da filha, assim como os olhos que brilhavam através das lentes dos óculos, mas nada comentaram porque aquele momento não era a hora para que eles se metessem. Hermione silenciosamente agradeceu pelo respeito dos pais e terminou a refeição calada. Ajudou a mãe com as louças e, depois, subiu às escadas e jogou-se em sua cama, esgotada.

Naquela noite, a sua mente estava cansada demais para sequer cogitar sonhar. Mas a última coisa da qual a morena se lembrava, antes de adormecer, é que estava pensando em quanto estava curiosa para descobrir o que o sorriso misterioso de Fleur Delacour escondia.

# # #

O dia seguinte começou mal.

Hermione escutou o despertador gritar às 5 da manhã, ela levantou aos tropeços e tomou seu banho. Porém, quando foi escovar os dentes, percebeu que sua caixinha de lentes não estava no lugar de sempre, sobre a sua pia. A morena desceu as escadas correndo e aos tropeços devido à ausência de seus graus a mais para questionar seus pais, mas eles já haviam saído.

A única coisa que ela encontrou para explicar aquele fatídico começo de dia foi um bilhete colado na porta da geladeira, escrito em uma letra grande o bastante para que ela, sem suas lentes ou óculos, pudesse ler:

“Eu e seu pai percebemos que seus olhos estavam avermelhados e lacrimejantes ontem à noite, portanto, levamos suas lentes para o oftalmologista verificar se tem algo errado. Ressuscite seus óculos apenas por hoje. Nós amamos você, tenha um bom dia! Papai e mamãe.”

Hermione grunhiu frustrada antes de subir as escadas para terminar de se arrumar. Seus pais não deveriam fazer isso, por mais que ela soubesse que eles tinham que fazer. Mas eles poderiam ter esperado a sexta feira, agora, ela teria que ir à escola de óculos e escutar, mais uma vez, as brincadeiras maldosas da qual se acostumara a viver sem.

A morena, chateada e melancólica, terminou de colocar as jeans surradas e uma comprida blusa de lã, calçou os coturnos e, a contra gosto, colocou os óculos antes de prender os cabelos castanhos revoltos em um coque. Depois, apanhou a bolsa de couro e a colocou sobre o ombro direito, saindo de casa e fechando a casa para enfrentar a manhã fria de Londres.

Se o dia começara ruim, a continuidade do dia prometia ser pior.

Mal chegara à academia e Hermione já escutara Draco Malfoy dizer, alto, no corredor principal:

– Resolveu piorar ainda mais sua situação ao ressuscitar esses óculos, Granger?

E Pansy Parkinson completar:

– Não comece estragando o meu dia dessa forma, Granger!

Hermione desviara do grupinho e caminhou apressadamente até a sala de Álgebra Avançada. Ao entrar, encontrou a sala vazia e caminhou preguiçosamente até uma das cadeiras da fileira do canto. Colocou os materiais sobre a mesa e ajeitou os óculos sobre a sua glabela, depois, olhou de forma triste para tudo ao seu redor e colocou-se a esperar pelos quinze minutos que a separavam do início da aula.

Os alunos foram chegando aos poucos e Hermione procurou esconder-se de cada um, fosse olhando para baixo ou ficando atrás de seus livros. Entretanto, as classes avançadas eram bem diferentes das classes convencionais. Os alunos do último ano, da turma de Fleur, eram menos desagradáveis do que os companheiros de turma de Hermione. Alguns chegavam, olhavam mais de uma vez para ela e riam discretamente. Outros sequer a olhavam pela segunda vez. Ela conseguia lidar muito bem com os risos e o desprezo, melhor do que escutar certas coisas.

A sineta tocou e a Profa. Vector entrou na sala. Hermione olhou ao redor e não encontrou os cabelos loiros, muito menos, os olhos azuis que lhe eram tão familiares. Fleur estava atrasado e aquele fato era muito estranho, Fleur era uma das alunas modelo da academia e era muito elogiada pelo currículo e pela pontualidade, tanto ou mais do que a própria Hermione.

Imediatamente, a morena sentiu um vazio desagradável tomar seu estômago. Hermione mordeu o lábio e batucou os dedos nervosamente no tampo da carteira enquanto mil e uma possibilidades para o atraso de Fleur tomavam sua cabeça. Estava muito preocupada, procurou apanhar a caneta e começar a anotar o que a professora escrevia no quadro negro quando, enfim, a porta se abriu e o barulho a atraiu.

No portal, Fleur Delacour estava corada e ofegante por, possivelmente, correr pelos corredores para diminuir seu atraso. Entretanto, não foram essas características que chamaram a atenção de Hermione e sim os olhos azuis que estavam inchados e as bolsas debaixo dos olhos que a maquiagem disfarçava, mas não escondia. A morena sentiu a preocupação apertar ainda mais seu interior.

A Profa. Vector olhou repreensiva para Fleur. A loira engoliu em seco e abaixou a cabeça, o rubor tornando-se ainda mais intenso e tingindo sua face pálida de um tom rosado. As risadinhas tomaram a sala e só cessaram quando a professora olhou intensa e desagradável para turma. Hermione espalmou a mão sobre a carteira, completamente nervosa.

A Profa. Vector era conhecida por não tolerar atrasos, muito menos, desculpas esfarrapadas.

Pardon pelo atraso, Professeur Vector. - Hermione já tinha escutado Fleur falar em francês, mas naquele instante, ao escutá-la misturar o inglês com sua língua materna, achou extremamente fofo. A líder de torcida estava envergonhada e, principalmente, nervosa e isso se refletia em sua fala atrapalhada. Hermione abriu um sorriso de lado enquanto observava Fleur chacoalhar a cabeça e erguer os olhos. - Quer dizer... Desculpe pelo atraso, Profa. Vector.

– Vou tolerar esse por ser o primeiro e por você nunca ter me dado motivos para lhe punir, Miss Delacour. - A professora, de forma surpreendente, acenou para que Fleur procurasse um lugar que, ironicamente, era na carteira ao lado de Hermione.

A surpresa pela atitude da professora logo passou e os alunos se voltaram para o quadro, copiando o restante da matéria dada. Fleur procurou um local pela sala e, quando seus olhos chegaram ao local ao lado de Hermione, ela permaneceu impassível e, instantaneamente, desviou os olhos.

Hermione, que esperava por mais um daqueles contatos visuais incompreensíveis, engasgou surpresa e, triste, voltou seus olhos para seus cadernos e passou a copiar de maneira furiosa.

Seu corpo estava empenhado na tarefa, sua mente estava confusa, mas seu coração estava totalmente alheio porque ela sentiu quando Fleur sentou-se ao seu lado e, principalmente, sentiu o cheiro de lavanda que ela exalava. A morena respirou fundo e procurou ignorar a tensão que se instalara assim que a líder de torcida se sentara.

Mas foi inútil, seu coração ansiava por mais atenção, ainda mais depois da carona de ontem. E, principalmente, seu coração remexia-se preocupado porque ele sabia que Fleur chorara na noite anterior.

E ele queria saber o motivo.

A oportunidade para saber sobre o que fizera Fleur chorar veio ainda naquela aula. A Profa. Vector ordenou que todos fizessem as questões de determinada página do livro e que as entregassem, até o final da aula. Hermione, como sempre, foi uma das primeiras a terminar e ficou o resto do tempo, entediada, observando Fleur escrever freneticamente e apagar de vez em quando sua atividade.

Fleur não percebeu ou, pelo menos, fingiu muito bem que não estava sendo observada. Ela também terminou rapidamente e, quando levantou-se para entregar a atividade, levou mais tempo na mesa da professora, provavelmente, explicando-se pelo atraso. Hermione, então, tomou uma decisão totalmente impensada.

Arrancou uma folha de seu caderno e, trêmula, escreveu:

“Você está bem?”

Olhou mais uma vez ao seu redor, apenas para verificar se alguém estava reparando em seu comportamento e, ao perceber que todos estavam concentrados em suas respectivas atividades, deslizou o papel para debaixo da capa do livro de Álgebra de Fleur.

Antes mesmo que Fleur voltasse à carteira, a sineta voltou a tocar e Hermione recolheu seus materiais de forma apressada, saindo praticamente correndo da sala. Caminhou por vários metros até se encostar a uma parede e, enfim, assumir as conseqüências de seu ato impensado.

Arrependera-se antes mesmo de pensar, pela segunda vez, se fizera o certo.

# # #

Hermione não teve mais aulas com Fleur e passou o resto do dia ignorando as pessoas, inclusive, seus amigos. Estava envergonhada demais por causa de seus óculos e escolheu se excluir de todos. Gina, Luna, Harry e Rony desistiram quando ela não respondeu às mensagens e eles até compreendiam, sabiam que a morena tinha umas crises em que desaparecia para algum ponto obscuro da academia.

No final do dia, Hermione caminhou solitária até seu armário e realizou a combinação para abri-lo. Ao puxar a porta metálica, um papel de tamanho médio caiu aos seus pés. A morena fez uma careta confusa e o apanhou, seus dedos o abriram e ela se deparou com uma caligrafia delicada, inclinada e que, até então, lhe era desconhecida:

“Cansada do drama... Desculpe por hoje, eu não tive o melhor dos meus dias. E, a propósito, eu gostei bastante dos seus óculos, você ficou melhor com eles.”

Hermione abriu a boca e ficou encarando o papel por vários minutos, depois, olhou sobre os ombros à procura de alguém, mas apenas encontrou o vazio do corredor e os sons distantes dos últimos alunos que iam para casa.

Naquele momento, lembrou que não assinara o bilhete. Como Fleur sabia a quem responder? Hermione tentou conter sua animação, mas um discreto sorriso brotou em seus lábios e ela se viu escondendo o bilhete no fundo de seu armário. Em seguida, arrancou uma folha de seu caderno e escreveu:

“Dramas passam, mas se quiser conversar, sabe onde eu estou... É o mínimo que eu posso fazer depois da carona. E ahm, eu não sei bem se você foi sincera ou não sobre sua observação a respeito dos meus óculos.”

Mais uma vez, Hermione não assinou. A morena caminhou até a saída do corredor, mas antes, parou na frente do armário de Fleur e deslizou o bilhete para dentro dele.

Seu coração acelerou diante desse pequeno ato e praticamente saiu do controle quando ela percebeu que Fleur Delacour notava as pequenas coisas sobre ela, inclusive sua letra e sua preocupação, mesmo quando estava triste o bastante para parecer notar isso.

Seu dia começara ruim, a continuidade fora péssima, mas aquele final... Não tinha do que reclamar, afinal, o fim do dia fora ótimo. E algo a cutucava e lhe dizia que, de forma igual, o dia de Fleur fora exatamente como o seu.

# # #


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E os fãs de Taylor Swift vão à loucura com a pequena referência dos bilhetes, eu acho Hahahahahahaha

Como eu disse, esse capítulo foi curtinho e apenas para preencher... Mas o que acharam? O que será que fez nossa líder de torcida preferida chorar?

E ah, eu não sei vocês, mas eu achei tudo nesse capítulo muito fofo! *-*

Mas o que VOCÊS acharam?

Quero comentários, pessoal!

Beijos e até a próxima,
FerRedfield.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "You Belong With Me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.