A Mulher que Fazia Chover escrita por Senhorita D


Capítulo 5
A carta da retardada


Notas iniciais do capítulo

Seria muita cara de pau eu pedir desculpas por ter demorado taaanto?
Mas sério, gente. Mil desculpas bem sinceras. Não sei o que deu em mim. De repente toda a minha criatividade tinha sumido, assim, puff! Passei muito tempo com o computador com a página do Microsoft World em minha frente v-a-z-i-a. Olha, não é fácil escrever os pensamentos de Regina Mills. Não é.
Agradeço muito a minha playlist. Minhas músicas deram muitas ideias.
Agradeço também a todos os comentários, pessoal. E já já respondo todos. Pode parecer besteira, porém a mais pura verdade: eu amo de paixão seus comentários. Dou até pulinhos pela casa, fazendo minha irmã gritar para os quatro ventos, como “Parece uma louca” ou “Tem nada pra fazer não?”. Ah, se tenho... ESCREVER!
E para os leitores fantasmas e tímidos: eu amo vocês também.
Muita gente veem se perguntando quando Robin vai aparecer, e agora os respondo. Robin vai ter uma participação muito longe e forte na história e na vida de Regina (se é que me entendem... Brincadeirinha, gente! Brincadeirinha!), e sua aparição será caótica e bem surpreendente, por isso deixei para ele aparecer daqui a três capítulos, acho. Não mais que isso!
Certo, leiam a história e depois me contem o que acharam!



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A minha manhã de segunda-feira no escritório seria perfeita, se Gold não aparecesse entre 10h e 10h30 da manhã com o mesmo papo de sempre.

Gold entrou em minha sala suavemente com um sorriso no rosto, mostrando os dentes. Parecia um predador indo atrás de sua presa tão calmamente, porque sabe que ela não pode escapar de você. Engoli em seco quando percebi que a presa era eu.

Meu chefe sentou em uma cadeira de frente para mim e colocou seus sapatos sociais em cima da minha mesa. Mais especificamente, em cima de importantes contratos impressos por Ariel há menos de uma hora. Fechei meus dois punhos, controlando-me.

– O que veio fazer aqui, Gold? – Perguntei empurrando seus pés da mesa.

– O que lhe leva a crer que eu estou aqui apenas por algo? E não porque vim ver como está minha maravilhosa funcionária? – Disse Gold, intrometendo-se e mexendo nos papéis da minha mesa.

– Você é um homem ocupado. – Respondi com um sorriso descaradamente falso.

– Bem, você tem razão. – Rumple se endireitou na cadeira. – Vim para saber por que diabos você ainda não fez o que eu mandei há semanas atrás?! – Gold foi aumentando a voz gradativamente.

Merda. Ele ainda não se esqueceu dessa história.

– Não sei do que você está falando. – Fingi estar escrevendo algo em um borrão.

– Ah, você sabe sim – Gold aproximou sua cadeira e puxou o borrão. – Se não soubesse, não estaria desenhando bonecos palitos como se eu fosse um idiota!

– Ah, sei... – Coloquei a mão na testa, aparentando ter lembrado. – O seu teste sobre a minha capacidade. – Terminei suspirando teatralmente.

– Regina, desinche a porra do seu ego por pelo menos dois minutos! Não é questão de testar sua capacidade, até porque, eu a conheço bem. É uma questão de necessidade!

“A empresa cresceu o bastante para termos que contratar mais funcionários. São muitos contratos para poucos advogados. – Abri a boca para reclamar, mas ele foi mais rápido. – E não venha me dizer que você dar conta, porque você não dar! Está bem na hora ter um paralegal* para ajudar você. Veja Malévola. Ela aumentou maravilhosamente nosso sucesso em investigações, apesar de eu não gostar nem um pouco da paralegal da Malévola ser aquela filhinha metida à gótica dela. Lily, certo?”

– Eu já tenho Ariel. Posso dar conta, sim.

– Regina – Rumple me olhou incrédulo, como se não acreditasse que eu dei essa desculpa. Nem eu acreditava. – Ariel não tem nem curso superior completo.

Tamborilei meus dedos na grande mesa de vidro por alguns instantes, pensando em uma solução que não existia. Não tinha outra saída. Serei importunada pelo resto dos meus dias por um detetive achando ser advogado que vai derrubar migalhas de cachorro-quente em cima de preciosos contratos e me tarar. Ou minha paciência será comprometida, ou minhas pernas. Talvez até os dois!

Gold esperou um pouco, até perceber que eu não ia falar nada.

– Pronto. Resolvido. – Ele disse, claramente acabando a conversa, levantando-se e ajeitando o paletó. – Ou você faz uma entrevista de emprego e contrata por si só, para não dizer que eu contratei só para te irritar, ou eu mesmo faço e você não vai reclamar. – Ele deu uma pausa, parecendo brigar com uma criança birrenta e vendo se foi longe demais. Pela a cara de fúria que eu estava fazendo, devo ter parecido mesmo uma criança birrenta. – Espero que tenha entendido. – Terminou e saiu da sala tranquilamente igual ao entrar.

Em outras palavras, aqui estão o garfo e a faca, amiga. Vá ver o que consegue cortar com eles sozinha.

Peguei o interfone sem qualquer delicadeza e disquei o mais rápido possível.

– Ariel? – Falei quando o outro lado da linha atendeu.

– Sim, senhora Mills? – Ariel disse e identifiquei medo em sua voz.

O medo por você significa que estais impondo com sucesso suas regras e decisões, mesmo não sendo o que os outros querem, que em consequência vem o respeito. Acho que uma das primeiras lições reais do comunismo, na prática; passada para todos que precisam impor.

E, mais importante, eu sei disso.

Portanto, eu sorri genuinamente.

– Ariel, já conversarmos sobre isso. Não me chame de senhora, parece que sou mais velha que minha própria mãe. E nós duas sabemos que não sou casada. – Disse tentando não parecer uma ordem e dei uma risada. Sinceramente, não precisava deixar a menina traumatizada comigo. Foi pelo menos a mais competente secretária que já tive, além de ainda ser de Úrsula também. – Enfim... Já foi em uma entrevista de emprego antes, certo?

– Acho... já, senho... doutora. Por-por quê?

– Sabe como se faz uma?

– Sim... eu acho.

– Ótimo! Preciso que agende em algum espaço pra fazer uma entrevista de emprego. Fale com o doutor Gold, ele dirá as regras dessa estúpida entrevista, certo? Ah! E preciso que imprima mais uma vez os contratos que deixou hoje cedo. Alguém acabou de pisar neles aqui, literalmente.

Desliguei sem nem ao menos ouvir sua resposta e apoiei meus dois cotovelos na mesa, segurando meu rosto com as mãos, pensando. Eu poderia me demitir, pegar todo meu dinheiro e dar o fora de Nova York e todos os problemas com ele vieram. Com o tanto de dinheiro que teria de todas as contas bancárias que tenho, juntando desde que entrei no meu primeiro emprego – como bibliotecária para pagar a faculdade, daria para eu viver pelo resto da minha vida muito bem, em uma das ilhas do Caribe – talvez Bahamas – num iate luxuoso, só pra mim. Além de levar comigo o livro A Coisa, de Stephen King, que nunca conseguir terminar suas 1002 páginas; acho que devo ter parado na página 100, sei lá...

E eu comecei a gargalhar exageradamente e loucamente alto para minha sala vazia.

Eu não sairia daqui. Talvez me der uma loucura e volto para Storybrooke, Maine, para o meu passado. Porém nunca do meu trabalho. Eu não quero ter que perder meu trabalho, porque felizmente ou infelizmente – ainda não me decidir – ele faz de mim quem eu sou, quem eu ao menos aprendi ser, doutora Regina Mills, a mulher que fazia chover.

Talvez agora eu só esteja irritada e um pouco desestruturada por coisas do meu passado ainda insistirem em voltar.

Contudo quem sabe, no futuro, eu agradecerei por ter ficado. Ou não.

E eu vou parar de pensar nisso, por enquanto.

Já que eu não tenho a mínima ideia porque diabos eu gosto de direito civil.

***

As últimas boas notícias do dia foram que Mary Margareth deixou uma mensagem de voz dizendo que eu não precisava ir ao hotel que ela e David estavam hospedados, uma vez que eles já tinham entregado todos os documentos que trouxe de Storybrooke. Ela parecia um pouco desconfortável, entretanto eu não liguei por muito tempo.

Eu não precisava vê-los.

Sorrindo radiante, liguei do interfone marcando com Malévola para eu ir a seu escritório, aonde ela iria me ajudar com as cartas enviadas pela Long Life para Mary Margareth, recusando o pagamento dos transplantes muitas vezes. Eu não precisava da ajuda dela, poderia passar a noite lendo e fazendo minhas próprias conclusões e anotações, todavia a presença de Malévola às vezes acalmava, mesmo com seu falatório sem fim. Vendo pelo lado bom, pelo menos ela sabe lidar com bandidos.

Quando entrei em seu escritório – depois de passar por Aurora, secretária dela, que, como sempre, estava com uma cara melosa e mascando chiclete – Malévola comia algumas bolachas, mesmo já chegando a hora do almoço. Suas mãos, boca e os papéis em cima da sua mesa tinham milhares de farelos de bolacha.

– Regina! – Malévola gritou com a boca cheia de bolachas trituradas. Dei um sorriso para ela, achando graça da situação, mas eu duvido muito que ela tenha notado.

Malévola se levantou da cadeira e me deu um abraço – que deixou meu ombro melado de farelo – que eu retribuir, um pouco sem jeito; pegou os documentos da minha mão e se sentou em um sofá, no canto da sala. Ao lado do sofá tinha uma mesa de canto, onde em cima continha um pote de biscoitos. Malévola pegou os biscoitos, substituindo pela bolacha.

O escritório de Malévola era o que mais se assemelhava ao meu. Os móveis eram de cores opacas, no entanto havia mais colorido do que o meu. As paredes eram de cor roxo escuro – Malévola insistia que era cor de berinjela. Oposto a porta da sala, havia uma mesa grande de mármore muito escura, quase chegando ao preto. Sua cadeira, atrás da mesa, de couro era branca e o sofá de canto prata. O que mais me intrigava eram os desenhos estranhos nas paredes. Luas, estrelas, o sol e outros desenhos de hippie.

– Que tal começarmos agora, dermos um tempo para o almoço e voltamos para terminar? – Perguntei a Malévola, sentando ao seu lado no sofá.

– Parece ótimo! – Ela disse entusiasmada demais e deixando o pote de biscoitos de lado. – Tenho o dia inteeeeiro para lhe ajudar. – Malévola falou arrastando a palavra, o que foi irritante. Nesse momento, a secretária enjoada de Malévola entra e entrega para nós duas uma xícara de café. – Obrigada, Aurora.

A garota saiu sem falar nada. Perguntei-me por que Malévola aguenta aquela garota rebelde. Uma voz dentro de mim perguntou como Ariel me aguentava. Então eu voltei para o que interessa:

– Certo – Tomei um gole do meu café expresso. – Vamos às cartas.

Joguei uma parte do maço de papéis – dados por Mary Margareth – para Malévola e fico com o resto.

– Nossa – Malévola fala com nojo olhando pros papéis. – Parece que os papéis foram molhados em um café.

Gargalhei alto com a expressão de Malévola sem conseguir me controlar.

– O quê? – Ela pergunta rindo, sem entender.

– Malê – Falei ainda rindo. – Isso se chama papéis antigos.

– Papéis antigos não tomam café! – Malévola cruza os braços, indignada, o que me faz rir ainda mais.

– Ok, sério agora. Vamos trabalhar. – Falei pegando uma das cartas. Malévola também.

Pego a apólice manchada e amassada e releio mais uma vez. Lendo o texto, letras miúdas – com o único objetivo de enganar os clientes, datas, exceções. Nada. Exatamente nada em relação a transplante de coração.

– A apólice diz que o senhor Leopold não tem direito ao seguro por ter passado da idade adulta? – Malévola pergunta, olhando alguma das cartas. Ela também o conhecia. Todos de Storybrooke o conheciam. – Há muuuito tempo?

– A apólice não é para dependentes, Malê. – Respondi olhando a apólice. – É especificamente para maiores de idade, apenas que quem pagava era Mary Margareth.

– Bem – Ela começa, rindo irônica. – Essa carta diz outra coisa.

Malévola me entrega a carta. Dizia exatamente tudo ao contrário da apólice.

– Não é minha área, porém sei que todos esses seguros-saúde acham que somos otários. – Malévola disse, acho, após ver a confusão em meu rosto. – Foi só mais uma desculpa. Bem esfarrapada.

Coloco a carta em um canto e tiro outra da pilha de papéis. Esta é de um consultor de pedidos de pagamento, de Atlanta, escrita há vários meses atrás da carta que Malévola viu, e com uma linguagem fria e direta, negando a cobertura da apólice, dizendo que o problema do coração de Leopold era uma condição preexistente (O próprio consultor escreveu a palavra em negrito, como se já tivesse repetido diversas vezes) e, deste modo, não sendo coberta pelo seguro.

– Condição preexistente. – Repeti a frase sussurrando e saiu quase inaudível. entretanto Malévola escutou.

– Essa carta alega isso? – Malévola pergunta com o cenho franzido, puxando a carta da minha mão.

– Mary Margareth não me disse sobre isso. – Peguei a apólice mais uma vez e verifiquei se existia mesmo essa condição.

– Regina... nem acredito que você caiu nessa – Malévola entregou a carta pra mim, séria. – Transplante de coração é algo muito comum hoje em dia, é quase um tratamento de rotina. Todas as cartas vão ter algo sobre exclusões, condições, exceções, isenções, letra miúda e a casa do caralho, E...

Nunca em toda minha vida ousaria pensar que Malévola falaria palavrão. O convívio com estupradores e sequestradores não está fazendo muito bem pra ela.

– E não existe nada na apólice sobre isso. – Completei o que ela iria falar.

– Isso! – Ela disse e voltou a olhar uma carta que tinha em sua mão.

Com essas cartas em minha mão eu agora via aonde essas empresas conseguiam chegar. Eles dizem não, não e não até você se cansar e deixar pra lá.

Mas Mary Margareth não pode deixar pra lá. Leopold está morrendo por uma condição quem nem existe!

E essas seguradoras continuarão dizendo não, não e não...

Se Leo começou a ter esse problema no coração antes da compra da apólice, certamente não pode ser excluído como uma condição preexistente. Se não existe mais isso de exclusão para transplante de coração hoje em dia, a Long Life tem de pagar, certo?

– Não! – Malévola gritou, risonha. – Olha essa aqui!

Malê se levantou do sofá com a mão esquerda segurando a carta e a direita balançando no ar. Ela iria imitar!

Por mais que todas essas cartas me deixassem frustrada, o pensamento de que Malévola faria isso me preencheu com divertimento. E era por isso que eu a chamei para ver as cartas comigo.

– Cara senhora Mary Margareth, em onze cartas nossa empresa n-e-g-o-u – Malê soletrou a palavra teatralmente e sua voz tentava copiar a de um homem velho. – por escrito sua solicitação para o transplante de seu pai. Agora, negamos pela décima segunda e ÚTIMA vez! Nossa! A senhora deve ser bem retardada, muito, DEMAIS, muito retardada!

E meu queixo cai.

– Malévola – disse incrédula. – Você só pode tá tirando onda da minha cara. Diga isso.

– Assinado pelo administrador-chefe de solicitações, com até logomarca da empresa! – Malévola gritou entusiasmada e jogou a carta para mim, que peguei e comecei a ler eu mesma.

Não era possível! Se essa carta não é ouro, então eu não sei o que é.

– Esta carta é incrível – digo sorrindo. – A do senhor... Félix Vause. Que deve ter um estado mental bem confuso.

– E como Mary Margareth é, deve ter chorado que nem uma vítima e mandado outra carta. – Disse Malê, sentando de novo ao meu lado eufórica.

Dei um sorriso de canto pra ela.

Malévola sabe bem do meu passado, do nosso passado, que não se cruzaram, mas que andaram paralelos um ao outro. Ainda que eu sinta medo, por ela saber, é reconfortante que eu saiba o dela. É como uma troca de problemas. Ha-ha.

– Acha que temos um caso? – Perguntei para Malévola, que olhava outra carta com atenção. Embora Gold tenha me dito que sim, e meu instinto também, eu nunca crio esperanças.

– É isso mesmo que estou ouvindo? Você está perguntando pra uma ajudante de bandidos? – Eu ri com seu drama. – É claro, Regina! O que houve com seu ego, hein? Está com medo da altura?

Foi um lindo eufemismo para “Está começando a duvidar de si mesma”. Minhas mãos ficaram geladas.

Por que todo mundo tem problemas com meu ego?

Então era isso. Faria o contrato para Mary e David assinarem. Escreverei uma carta, processando os filhos da mãe; não vou esperar uma resposta satisfatória depois dessa carta da retardada. E pedirei, no mínimo, um milhão.

Tudo vai dar certo.

Ah, mais vai haver alguma coisa mortal à minha espera nas profundezas dessa empresa que depenarei até a última pena.

Sempre tem.

***

Estaciono meu carro na frente da pequena casa exatamente ás 17h. As nuvens escuras não deixavam nenhuma brecha do azul do céu aparecer, um aviso claro que iria chover. Pelo vidro, eu via o vento, bem forte, chocar-se com uma árvore do parquinho da frente, fazendo-a ameaçar cair. O frio deveria estar inigualável.

E eu comprovei minha tese quando saí do carro.

Tento, em vão, esquentar meus braços esfregando minhas mãos neles. Já sentia meus olhos e lábios ficarem secos. Mas eu gostava. Gostava da brisa fria e forte batendo no meu rosto desprotegido; do barulho do vento, como amassar uma fita de papel crepom, parecendo rugir no vazio da rua. E essa mistura de sensações me fez automaticamente sorrir, por mais que soasse estranho e uma besteira.

Respiro fundo, controlando a ansiedade que me consumia, e começo a andar até a porta do abrigo – atrás da catedral - indo contra o vento, dificultando meu equilíbrio nos saltos.

– Bem-vinda ao nosso lar, doutora Mills. – Disse Olivia melosamente ao abrir a porta para mim.

– Bem-vinda? Hum... – Falei com minha terrível ironia. – Deixe de ser bajuladora, Madre Superiora. – Entrei na casa quase atropelando a freira, se ela não tivesse saído do caminho. – Poupe-me. – Reclamei continuando a andar para o interior da casa, sem mesmo olhar para a reação de Olivia. Com certeza era de uma vítima sofredora que não merecia isso por ser namorada de Jesus. Argh!

Olivia Blue – ou como prefere ser chamada, Madre Superiora – é o tipo de freira que segue a seguinte frase: “Deus no céu e eu na Terra”. E acha que, por ser uma freira com um cargo mais elevado que as outras, pode abusar de sua autoridade e falar mal de todos fora da igreja de filhos do Diabo, porém, já que eu sou eu, ela bota um sorriso falso na cara e me dirigi à palavra com aquela voz presunçosa e melosa, rezando para que eu seja otária hoje e dê alguma doação para a igreja – e como eu não sou nada otária, vai cair em seu bolso. Meteria um processo em todos daqui se não fosse por...

– VAMOOOS! – Um garoto passa correndo, com mais outros atrás dele, à minha frente e quase meus scarpins o esmaga.

Paro com o quase choque com o garoto e coloco a mão no peito, recuperando do susto. Essas crianças...

– Gina!

Olhei para frente – onde tinha um quarto no final do corredor - em direção da voz. No entanto eu sabia quem era. Oh, se eu sabia...

Henry

Ele vinha em minha direção correndo furiosamente com seus pezinhos pequenos e só tive tempo de abrir os braços. Ele pulou em cima de mim e me abraçou, e eu abracei com força – pela saudade e também com medo que ele caísse.

– Eu senti sua falta. – Henry sussurrou em meu ouvido com uma voz chorosa. E eu o abracei mais forte.


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Notas finais do capítulo

Paralegal: Secretário de advocacia especializado em procedimentos legais e investigativos. Cargo profissional muito comum nos Estados Unidos.
Pessoal, eu tive que comentar sobre o livro de Stephen King. Se tiverem tempo, leiam. É muito bom! Mas só se vocês tiverem tempo de verdade! São 1002 páginas ha-ha.
Iaí? Gostaram? Não? Comentem alguma coisa, seria o máximo.
Até o próximo capítulo, pessoal.



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