A Mulher que Fazia Chover escrita por Senhorita D


Capítulo 3
Casal intrigante


Notas iniciais do capítulo

Sei por experiencia própria que vocês devem está morrendo de curiosidade sobre o passado entre Regina e Mary Margareth, certo? Por eu ser muito boazinha, resolvi dar um presente pra vocês! Espero que esse mini capítulo ajude vocês a entender melhor o que está por vir.
Ah! E não se esqueçam uma coisa: Para entendermos o futuro, precisamos voltar ao passado.
Boa leitura!



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1995

– Maldição! – Mary gritou pela milionésima vez no dia. Sua família, caracterizada pelo seu exagerado tradicionalismo, reclamava pela sua “boca suja”. Ela fingia que não escutava. Se sua nova madrasta e melhor amiga não ligava, por que ela ligaria?

Margareth gritava aos quatro ventos pelo simples motivo de que sua bicicleta, recém-tirada das rodinhas, não a obedecia! Parece que o nome que ela tinha dado à bicicleta, maluquinha, fazia sentido.

Mary olhou para seu relógio de pulso e prendeu mais um xingamento.

17h00?

Ela devia estar em casa há uma hora! Nem queria imaginar o que seu pai faria...

Desde que sua mãe morreu, há alguns anos, seu pai ficou autoritário e colocou milhares de regras para ela seguir. Não tinha amigos homens, não podia correr e raramente sair na rua. Deve ser por isso que ela está perdida. Nada poderia ser pior!

Buum!

Mary Margareth olhou assustada para o céu. Começava a cair grossos pingos de água em seu rosto e trovões barulhentos inquietavam o céu.

– É claro que podia ficar pior!

Mary estava com raiva e cansada de ser tão impotente. Queria fazer as coisas de seu modo, seu jeito. Qual era o problema? Ela já tinha 8 anos!

Seus pensamentos foram rapidamente esquecidos ao olhar para frente.

Um casal jovem corria pela rua em direção à calçada e claramente se via que eles estavam ensopados. Mary parou a bicicleta, e percebeu o quanto o casal andava em perfeita sincronia, como um só. Sempre percebia esse tipo de ação. Ela sonhava em ter um marido fiel e romântico, mesmo sendo muito nova.

O garoto usava uma roupa muito parecida com os empregados de sua casa. Seus olhos azuis gélidos olhavam para todos os lados, com insegurança.

A garota vestia um vestido fino e florido. Seus olhos escuros lembravam a Mary alguém.

Ao vê-los, Margareth teve logo uma ideia louca de oferecer ajuda ao casal. Eles pareciam precisar. Antes que sua razão e o medo da reação do pai falassem mais rápido, saltou da bicicleta e correu na direção deles.

– Ei! – Mary tentou gritar mais alto que o barulho dos trovões.

Eles não pararam, continuaram correndo ao atravessar a rua. Mary ficou levemente irritada. Seu pai sempre se certificou de que ela receberia o que quer, e rápido. Mas não ia ser a chuva, que já tinha a deixado toda molhada, ou seu chamado ignorado que iam impedir. Aquele casal a intrigava.

Enquanto corria, Margareth prestava bem atenção onde pisava. Não queria dar mais um motivo para seu pai a deixar de castigo.

– Ei! Esperem! – Ela voltou a gritar. – Vocês dois! Ei!

Eles finalmente pararam e se viraram para Mary Margareth, surpresos. Mary se aproximou devagar, causando mais insegurança.

– Querem ajuda? – Margareth perguntou ao chegar perto o bastante do casal tão intrigante. Era visível a desconfiança do homem, que estava à frente da garota, como em um gesto de proteção.

Ao olhar atentamente para a garota, Mary viu que ela não parecia com alguém, ela era esse alguém.

– Regina? – Mary perguntou confusa.

– Mary – Regina saiu de trás do seu acompanhante e se aproximou de Mary Margareth. – O que está fazendo aqui? Precisa ir pra casa, agora!

– Quem é esse homem, Gina? – De repente Mary ficou em pânico. Regina poderia está correndo perigo!

– Sou... – O homem parecia relutante em falar. – Daniel...

– O garoto do estábulo da cidade. – Disse Mary para si mesma.

– Mary, precisamos ir agora. Estamos atrasados. Volte para casa, certo? Pode não comentar com ninguém sobre isso? – O temor na voz de Regina era claro.

– Mas eu me perdi, Gina. Estou com medo. – Mary já estava com os olhos cheios de lágrimas, prontos para cair pelo seu rosto.

– Não posso leva-la agora, Mary. Precisamos ir.

Não! Aquilo não estava certo! A Regina que Mary conhecia não a deixaria perdida e sozinha na chuva.

Virou sua atenção para o tal Daniel e percebeu uma mala em uma de suas mãos.

– Vocês vão fugir? – Mary perguntou, porém infelizmente já sabia a resposta. Sua certeza a fez começar a soluçar.

– Mary Margareth, olhe para mim – Regina se abaixou para ficar na altura de Mary. – Precisa voltar para casa. Vou sair, mas amanhã estarei aqui, tudo bem?

– Você não pode fugir com um empregado, Gina! – Mary ignorou o que a amiga disse. – Sua mãe disse que você irá casar com meu pai!

– Mary – Regina também estava chorando. – Eu sou tenho 15 anos! Não posso me casar com seu pai! Por favor, Mary...

Uma súbita raiva se apossou de Mary Margareth. Ela não iria perder sua melhor amiga para sempre! Gina precisava ficar!

– Não posso Gina. Vou ter que contar para sua mãe. – Mary saiu correndo. Agora, sem se preocupar com castigos. Ela tinha que agir.

– Mary! – Regina chamou, mas Mary não virou. Estava determinada.

Voltou à bicicleta e enquanto a levantava, via o casal correr, mas veloz que antes, pela calçada.

Mesmo perdida, tinha uma sensação que sabia bem onde Cora se encontrava.

Sentia que estava fazendo o certo, mas alguma coisa a dizia que tudo mudaria para sempre.


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Notas finais do capítulo

Bom? Ruim? Mais ou menos?



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