Momentos escrita por NathyWho221B


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Hey, esse capítulo é um pouco angust no começo, na metade tem comédia e no final romance kkkk eu fiz uma mistureba rsrs. Então eu escolhi duas músicas da nossa linda Katy Perry para esse capítulo.
https://www.youtube.com/watch?v=jqYxyd1iSNk
https://www.youtube.com/watch?v=41i4uCWST_U
Espero que gostem!



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A pele da memória


Existe um tipo de memórias que nos transtorna e transforma terrivelmente.
Aquelas que nos recordam o nó na garganta, a lágrima eminente que baila no olhar... coração afogado, esmagado... vazio...


Existe um tipo de memórias que a pele tem...
Pele que sente, nunca mais esquece.
Torna-se surda a toda e qualquer racionalidade, ferida interna ou abandono precoce.


É... a pele tem memória...


Do abraço, daquele calor tão próprio, tão... pele, que só a pele compreende, só a pele sente falta.


Existe um tipo de memórias que só a pele gosta.
Escravos numa armadilha sensorial...
Não deviamos ter tanta pele.

***

Finalmente terminei de limpar o sótão. Fiquei até com dores nas costas, mas valeu a pena. Eu não me lembrava do quão bonito era aqui à tarde. Pela janela dava para ter uma linda visão do pôr-do-sol. Fiquei olhando até o sol se esconder e o céu escurecer. Depois acendi a luz fraca da pequena lâmpada que ficava pendurada no teto, que já não tinha mais teias de aranha. Olhei em volta e pousei meu olhar no violino de Sherlock. Era tão bonito quanto o dono, pena que eu não sabia como manuseá-la. Dei mais uma olhada para meu piano, já limpo, apaguei a luz, fechei a porta e desci as escadas.

Eu estava faminta, então passei na cozinha para pegar um saco de batatas fritas na dispensa e uma garrafa de suco natural na geladeira, e passei pela sala em direção ao meu quarto.

Antes de subir as escadas, olho para a sala e vejo minha mãe meio encolhida no sofá. Vou até ela para ver o que está acontecendo e vejo que ela está chorando. Passo a mão afagando levemente seus cabelos, muito parecido com os meus.

– Mãe, você esta bem? – ela olha para mim e dá um sorriso sincero apesar de jorrar água pelos olhos.

– Você voltou a tocar. – ela diz com a voz embargada e eu seco seu rosto com minha blusa.

– É claro que voltei mamãe, o vovô ficaria muito triste se ninguém continuasse a canção de onde ele parou. Nossa canção não pode acabar. – dei um sorriso e senti minha visão embaçar de novo. Eu realmente estava muito chorona hoje. Esfreguei meus olhos e olhei para baixo e lembrei que ainda segura o saco de batatas e a garrafa de suco em uma das mãos.

– Quer que eu peça para seu pai descer o piano e o colocar na sala?

– Não precisa, se vocês podem escutar, então não há porque tirá-lo do lugar. – eu não queria tocar na frente dos meus pais, porque provavelmente eu choraria em toda música que eu for tocar e era constrangedor chorar na frente deles. – Sherlock já foi?

– Sim... Ele toca muito bem também, que dizer, eu acho que era ele tocando, não?

– Era sim e também acho que ele toca bem. – eu disse e percebi segundos depois que estava sorrindo com isso e minha mãe me olhava como se soubesse o que se passava em minha cabeça.

Voltei ao que eu estava fazendo e subi as escadas em direção ao meu quarto. Não demorou muito para eu terminar de comer e cair no sono.

Acordei na manhã seguinte e me senti muito feliz por ser domingo. Adoro os domingos! Lembrei-me de algo importante. É meu aniversário!

Levantei da cama num pulo e corri para a penteadeira me olhar.

– Dezesseis. Já tenho Dezesseis.

Meu cabelo parecia um ninho de passarinho e eu estava com um pijama de gatinhos, eu tinha parado de usar só uma camisa grande para dormir, o que me fez lembrar de outro detalhe importante.

– Vou ganhar um gatinho!

Abri a porta do meu quarto abruptamente assustando Mycroft que estava no corredor provavelmente indo para o banheiro também. Mycroft usava uma regata cinza e a calça de um pijama. O que era aquilo na calça dele? Ursinhos? Segurei-me para não rir disso. Não sei se ele percebeu, mas me olhou com uma expressão esnobe.

– Eu vou primeiro. – Mycroft disse primeiro.

– Porque você não usa o banheiro do andar de baixo? – eu disse andando em direção ao banheiro. Na verdade eu já sabia por que ele não queria usar o outro banheiro. Ele, que estava na minha frente estica o braço me parando no meio do corredor e se inclinou para mais perto do meu rosto apertando os olhos.

– Porque VOCÊ não usa o banheiro do andar de baixo? – eu o encarei incrédula. Como ele tinha a coragem de me dizer o que fazer na minha própria casa?

– Porque hoje é o MEU aniversário. – me senti meio infantil por dar essa desculpa. Eu poderia ter dito algo mais maduro como, por exemplo, “porque essa é a MINHA casa e esse é o MEU banheiro”, mas agora que eu já disse aquilo, deixei como está.

– E dai? – Mycroft deu um sorriso irônico.

– Se eu usar o banheiro de baixo você vai para de me evitar?

Ele me olhou por alguns instantes, mas depois assentiu. Enquanto eu mudava a minha rota, agora indo em direção ao outro banheiro, imaginei a expressão de Mycroft se alguém, além de mim, o visse com aquele pijama. Rio imaginando a cena.

– Parece que a nossa adolescente aniversariante acordou bem alegre. – Meu pai diz me dando um beijo no rosto enquanto eu passava pela cozinha em direção ao banheiro. – Feliz aniversário, querida.

– Bom dia, e obrigado. A mamãe ainda não acordou?

– Não, mas daqui a pouco ela já deve acordar. Ainda são oito horas.

Fui para o banheiro, escovei os dentes e antes de começar a tirar a roupa para tomar banho, me lembrei de que tinha esquecido de pegar minhas roupas de novo. Eu tenho que parar com essas caduquices. Subi de novo para meu quarto e escolhi uma blusa de frio bege e calça de moletom preta. Desci para o banheiro e fui tomar banho.

Antes de ir tomar café da manhã, sequei meus cabelos que agora emitiam um cheiro suave de morango, e o amarrei em um coque alto.

Quando me sentei à mesa minha mãe já estava comendo juntamente com Mycroft e Sherlock. O silêncio já estava me incomodando.

– Aonde o papai foi?

– No mercado e feliz aniversário, querida. – minha mãe respondeu.

– Ta...Valeu.- dei um sorriso. Eu não era muito boa em puxar assunto.

– Feliz aniversário. – Sherlock e Mycroft disseram ao mesmo tempo e em seguida se entre olharam. Eu sorri.

– Obrigado. – Sherlock me deu um sorriso rápido e Mycroft só levantou uma das sobrancelhas e me lançou um olhar dizendo “eu só estou cumprindo o nosso acordo, não te evitando.”.

Comemos silenciosamente as panquecas. Minha mãe se levantou e foi para a sala me deixando sozinha com os irmãos Holmes.

– Ela foi pegar seu presente. – Sherlock disse, estragando minha surpresa. Minha mãe volta antes de eu fazer qualquer comentário.

Ela me entrega me entrega uma caixa um pouco grande com furinhos e me abraça, me desejando feliz aniversário novamente. Eu agradeço e abro a caixa que já estava escorregando das minhas pernas, parecia que algo se mexia dentro dela. Segundos antes de abri-la ouço Sherlock fingindo tosse dizendo “gato”. Quando eu abro a caixa me deparo com um lindo gatinho cinza listrado. Apaixonei-me por ele no memento em que eu o vi.

– É macho? – eu perguntei sorrindo para o gato em quanto o acariciava.

– É sim.

– Perfeito! Eu sempre gostei do nome... Toby.

Não pensei em nome melhor e pareceu que ele gostou de mim, ainda bem, que alívio.

Tirando esse presente incrível, eu ganhei algumas roupas e a noite cantaram, pelo menos meus pais cantaram, parabéns para mim acompanhado com um bolo escrito Molly bem grande nele. Deixei Toby ficar com a caixa dele mesmo e a coloquei na sala. Ainda não quero dividir meu quarto com ele, vai que ele sobe na minha cama enquanto eu durmo e o esmago? Não quero nem pensar nisso.

Quando subi para dormir já era bem tarde. Tranquei a porta encontrei uma coleira azul em cima do meu criado mudo ao lado cama e um pedaço de papel escrito MH. Até que Mycroft não era tão careta quanto eu pensava.

Quando eu já tinha colocado um pijama com desenhos de rosas e já me preparava para dormir, ouço alguém batendo na porta. Quem será? Abro a porta e me deparo com um garoto alto de cabelos escuros e encaracolados me olhando com os olhos da cor do céu.

– Desculpe se te acordei.

– Eu não estava dormindo, entre. – eu fechei a porta assim q ele entrou. Ele se sentou na beira da minha cama e eu me sentei ao seu lado.

– Eu... Quero te dar seu presente de aniversário.

Quando ele disse isso, a letra de uma música passou por minha cabeça.

So make a wish

I'll make it like your birthday everyday

I'll be your gift

Give you something good to celebrate

– Tudo bem... - fiquei esperando. Ele tirou uma pulseira do bolso da calça do seu pijama.

– Posso? – eu apenas estiquei meu braço para ele colocar a pulseira em mim. Ela era linda e simples e estava escrito "consegui" com letras soltas.

– O que eu consegui?

– Um amigo. – ele terminou de colocar a pulseira. Eu sentia calafrios a cada toque dele. Acho que ele percebeu, porque tentou ler nos meus olhos e descobrir o que eu estava sentindo. Eu não devia ter tanta pele...Elas são traidoras, formigam só de pensar nele me tocando. Eu abaixei a cabeça, é claro que eu não iria deixa-lo descobrir. Ainda mais agora que ganhei um amigo, isso iria estragar nossa amizade.

Ele ainda segurava meu pulso com uma das mãos. Eu não queria que ele soltasse, mas ele soltou. Eu já estava quase sentindo um pouco de tristeza quando ele segurou meu queixo e levantou meu rosto para olhá-lo.

– O que você está escondendo de mim? – eu não disse nada, ele já deve ter enxergado algo em meus olhos. Eu fiquei meio envergonhada, logo depois vi a sombra de um sorriso dançando em seus lábios. Isso fez meu coração acelerar.

Ele soltou meu rosto e eu não sabia como agir agora. Eu olhava para todos os lugares menos para ele, mas percebi que ele olhou para a coleira no criado mudo.

– Parece que Mycroft te deu um presente.

– Ele é bem legal quando não se espera. – dei um meio sorriso e ele voltou sua atenção para mim. Levantou-se e se aproximou de mim. Perto de mais...

Ele deu um beijo em meu rosto.

– Tenha bons sonhos. – claro que eu teria depois desse beijo quente em meu rosto eu sonharia com ele até não poder mais.

– B-boa noite. –eu disse gaguejando. – O acompanhei com o olhar enquanto ele abria a porta do meu quarto e sumia na escuridão do corredor.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Reviews por favor, eu sei que tem bastante gente lendo rsrs
Esse capítulo meu deu bastante trabalho, então eu realmente espero que vcs tenham gostado...Beijinhos!



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