Momentos escrita por NathyWho221B


Capítulo 38
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Hey gnt!! Olha, nem vou "falar" nada kkkkk
Só leiam...



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Cruelmente Humano

Perdoai-me ó ofendidos

Palavras minhas, por vezes ferozes

Perfuram a carne e a paz de um instante

E espalham a moléstia da discórdia atroz

Perdoai-me pelos desafetos

Pelos desrespeitos e pelos defeitos

Sou por minha vez, vítima e carrasco

Da minha própria lâmina de pretensão

Soam cruéis, minhas palavras

Como soa desatenta, sua percepção

Não posso negar-lhe o direito de odiar-me

Se não me nego o fardo de ser enfim feliz na vida

Não desejai-me mal, apenas não me deseje

Sou tudo aquilo que não pode ser quisto

Sou a imagem oposta do paraíso e do destino

Sou apenas humano, imperfeito e estúpido

De tantas palavras minhas,

Desperdiçadas pelo tempo sem fim,

Apenas poucas são verdades

Mas de tais, quais serão as que ouvirás?

Da lua, o poeta sombrio

 

— Sherlock

Não havia uma saída, eu estava acabado. O jogo acabou, e eu perdi. Pedi desculpa mentalmente para todas as pessoas que estiveram ao meu lado e as que precisavam de mim. Fechei os olhos esperando o meu fim.

Ouço vários tiros sendo disparados por alguém não muito alto, mas que sabe usar uma arma. Era uma 9mm. E estava acertando em cheio nos “seguranças” de Moriarty. A pessoa com a arma não tinha relutância em atirar. Daqui eu podia ouvir as balas caírem no chão e a arma sendo recarregada novamente rapidamente. Agora escuto passos, mas muitos passos. Tinham mais pessoas lá fora, deduzo que aproximadamente doze. Todas armadas. Sinto Moriarty colar o punhal no meu pescoço, que começa a latejar agora. Os portões do pátio se abrem com violência. Abro os olhos.

A primeira coisa que vejo quando abro os olhos é que errei. Eram treze homens armados. Em seguida vejo John. Ele parecia muito assustado me encarando com os olhos arregalados. Estava pálido e suando. Provavelmente não dormiu por quase dois dias. Sua arma estava apontada para Moriarty, assim como a de todos os outros homens, que pelas roupas e escutas, provavelmente são homens de Mycroft. Não acredito... Que ele veio me salvar também. Reviro os olhos. Odeio dever para as pessoas.

— Finalmente! – disse Moriarty. – Eu estava esperando por uma plateia. É um momento único e épico. A morte do primeiro detetive consultor do mundo! E vejam só, bem na frente do seu mais querido amigo. É uma pena ele não conseguir te salvar... – ele finge tristeza, fazendo bico. – Bom, vamos parar de enrolar...

Ele não conseguiu terminar a frase. Vários tiros foram disparados em sua direção, repedidas vezes. Ele se contorcia com os tiros, seu sangue espirrava em mim muitas vezes, agora eu estava tão ensanguentado quanto ele. Foi uma cena horrível, a pior que eu já presenciei. John não parecia estar desconfortável em continuar atirando mesmo depois que o corpo de Moriarty não se mexia mais. Todos já tinham parado de atirar, mas John continuou até acabarem suas balas. Assim que ouvi o som da última bala ecoar pelo pátio do castelo, John se aproximou do corpo. Deu um chute de leve para ver se ainda se mexia. Nada. Agachou, pegou seu pulso. Depois de alguns segundos levantou.

— E permaneça morto. – disse entre os dentes.

Virou para me olhar. Eu estava sentado no chão desde que o tiroteio começara. Somente á alguns passos do corpo de Moriarty.  Tenho que admitir que estava assustado. John percebeu, me estendeu sua mão.

— Um amigo não abandona o outro no momento em que ele mais precisa.

Engulo a saliva e seguro sua mão para levantar.

— Obrigado, John.

John foi andando lentamente em direção aos portões enquanto eu fui em direção ao corpo olhar mais de perto. Ele estava horrível. Vários buracos de tiros por todo seu corpo... E sangue, muito sangue, tanto nele quanto no chão do pátio. Agachei, observei por alguns segundos, fechei seus olhos sem vida. Feito isso, fui de encontro á John que me esperava para sair daquele castelo.

Quando saio, vejo um mar de carros pretos com homens armados sobre a ponte. Não sei para que tudo isso. Escuto um barulho ensurdecedor e olho para cima, mesmo já sabendo do que se tratava. Era o helicóptero de Mycroft, com ele dentro. Ótimo.

— Acho que Mycroft exagerou um pouco. – eu digo.

— Prefere ir de carro? – John pergunta.

— Obviamente.

— Ainda bem.

Eu poderia ter falado que preferia ir de helicóptero, já que o suor frio no rosto de John entrega seu pavor por coisas voadoras. Ele deve ter medo de altura. Mas prefiro deixar essa passar á ter que viajar ao lado de Mycroft. Ele iria ficar me interrogando por todo o caminho, e eu não tenho paciência para as preocupações dele.

Alguns homens dele vistoriaram todos os cômodos do castelo á procura da Molly. Nada. Acho que nesse momento eu não estava conseguindo disfarçar minha preocupação, porque John tocou meu ombro com um olhar diferente. Eu não entendi muito bem, mas pareceu que ele estava tentando me confortar ou algo do tipo “vamos acha-la, não se preocupe”. Espero que ele esteja certo. Assim que entrei no carro, peguei meu celular.

Dez chamadas perdidas.

Da Molly.

Estanquei, mal consegui respirar. Pisquei algumas vezes para ver se era verdade. Pensei até em pedir para John ver e confirmar se eu não estava louco, mas não foi preciso.

— Sherlock, veja isso.

John me mostrou seu celular. Também tinhas chamadas perdidas da Molly.

— Ela está em casa. – eu disse me segurando ao máximo para não gritar para o motorista ir mais rápido. E obviamente, tentei não demonstrar que estava louco de felicidade por ela estar em casa, mas tenho que considerar que ela pode não estar bem, ou que talvez seja mais um dos planos de Moriarty. Pode ser que seja até uma armadilha, mas de qualquer forma não há mais nada na Romênia para mim.

— John, não retorne a ligação, pode ser uma armadilha. É melhor nós vermos com nossos próprios olhos assim que chegarmos a Londres.

Ele assentiu. Continuamos a viajem normalmente. John deu uma cochilada com a cabeça encostada na janela. Ele estava tão cansado que dormiu nos primeiros doze minutos de viajem, como eu já tinha adivinhado. Doze minutos e quarenta e dois segundos. Ele deixou Mary sozinha no hospital... Espero que ela esteja bem. Ms. Hudson deve ter ficado com o bebê. Pelo menos agora ela vai ter alguém que realmente precisa de cuidados, e me deixará em paz por um bom tempo. Agradeci John mentalmente por isso.

Alguns segundos depois de John ter pegado no sono, meu celular vibra com uma mensagem de Mycroft dizendo que cuidará do corpo de Moriarty e que eu não deveria me preocupar com isso.

Como se eu estivesse preocupado... – bufei

 - A única coisa relacionada á ele que pode me preocupar é se, por algum motivo desconhecido, ele continuar vivo.

— Desculpe, o que disse Mr. Holmes?

— Nada. Estava falando sozinho.

Parece que agora só preciso me certificar se Molly está realmente em casa, e bem. Depois disso, nossas vidas hão de voltar ao normal.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não me matem!!