Let Me Go escrita por Rosalie Potter


Capítulo 14
Capítulo Quatorze


Notas iniciais do capítulo

OIE PESSOAL!
Foi uma luta para postar esse capítulo porque eu não sei se é só no meu Nyah, mas a parte do texto do capítulo/comentários adicionais/respostas de comentários está bugada e tem que ficar atualizando várias vezes pra eu conseguir escrever alguma coisa.
Mas agora deu certo. Preparem os corações para esse capítulo, aviso de amiga.
Espero que gostem.



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Faltavam duas semanas para o aniversário de Felipe. Sim, eu estava contando. Os nobres no castelo nos davam muito trabalho e nós nem queríamos pensar em como seria a comemoração de aniversário. Muito trabalho mesmo. Para a minha sorte, meus dias não eram ruins então compensavam todo o trabalho. Eu tinha Gabriel, Felipe, Nelly e Beatrice. Mas aquela agonia da proximidade do aniversário de Lipe estava me matando.

Eu não deveria ter me apaixonado por Felipe. E eu definitivamente não deveria amar ele. Com toda a certeza do mundo não. Mas eu fiz essa besteira. Porque minha inteligência provavelmente era muito duvidosa.

–Se sua mãe te pegar aqui, ela vai me matar e depois a Nelly vai me ressuscitar só para me matar novamente. -Falei para Beatrice. Ela estava me ajudando a dobrar as roupas dos nobres. -Sabe disso não é?

–Claro que sei.- Ela riu.- Mas acredite, minha mãe e nem minha irmã vão descobrir. Elas estão ocupadas demais tentando fazer com que Sky vire o centro do mundo para que o príncipe a note. Mas não sei, tenho a impressão que a mente dele sempre está em outro lugar.

–Ele vai ter que se casar com ela no fim das contas, não importando onde a mente dele está. -Suspirei com a frase.

–Você não parece feliz com isso.

–Já pensou no trabalho que eu vou ter para ajudar á organizar um casamento? -Eu acabei rindo, para colocar mais verdade á frase e Bia pareceu não desconfiar de nada. Para a minha sorte. Não precisava de mais gente desconfiado ou sabendo do casal secreto do palácio.

–Deve dar um trabalho gigante.- A mais nova das Century arregalou os olhos e eu ri.

–Deve.- Concordei e me levantei. -Vou pegar a próxima muda de roupa. Você fica aí quietinha que ninguém pode desconfiar que esteja aqui.

–Pode deixar.

Eu sorri e saí do quarto que estávamos para ir até o lugar onde lavávamos a roupa. Teria que rodar o castelo, pra variar. Nunca entendi porque as coisas eram tão longes, parecia que eram especialmente para dificultar nosso trabalho ainda mais. Eu realmente não duvidava nada que era.

Senti um puxão no meu braço e virei. Reconheci um dos nobres, era Lorde Roy Delabona. E no mesmo instante aquele arrepio que subiu na minha espinha deixou claro que aquilo iria acabar trazendo problemas.

–Olha quem temos aqui... -Ele falou com um sorriso malicioso e me empurrou até uma parede. Quase gritei, mas tinha que manter à calma antes que aquilo virasse algo do que eu estava pensando.

–Senhor, eu realmente tenho muito que fazer e não posso perder meu tempo. -Tentei livrar meu braço do seu aperto, mas não dava. Sabia que ficaria uma marca ali. Senti meus extintos protetores se aflorarem e respirei fundo, pensando bem no que faria ali.

–Mas você também me dá ideias de muito o que fazer.- Ele acariciou meu rosto e foi o suficiente para eu não agüentar mais. Rapidamente dei uma joelhada em suas partes baixas o que o fez urrar de dor.

O tapa no meu rosto quase me fez cair e eu sabia que também deixaria marca, mas foi para bem já que ele acabou me soltando de uma forma ou de outra. Apressei-me em sair dali, mas acabei esbarrando com outro nobre. Theodore. Ele olhou para mim e para Roy que vinha atrás e me segurou pelos ombros:

–Está tudo bem, madame? -Perguntou o loiro, olhando ameaçadoramente para o lorde.- Algo te aflige?

Deixei a pergunta ficar no ar para que Roy temesse e assim que o lorde desapareceu de vista respirei novamente. Senti algo escorrer do meu rosto, era sangue. Infelizmente lorde Delabona tinha um anel e no tapa ele tinha feito um corte no meu rosto. Toquei aquilo e senti meu dedo molhar um pouco, mas não era nada demais perto do que poderia ter acontecido:

–Desgraçado! -O primo de Felipe sibilou.- Ele te tocou além... Disso?

–Chutei-o antes que pudesse fazer algo.- Dei de ombros.

–Gostei de você. -O sorriso de lado dele me fez sorrir também.

–Obrigada senhor. Se não tivesses aparecido teria que correr e correr muito.

–Não há de quê. Se esse... Senhor te atormentar novamente, é só chamar e terei muito prazer em vir a sua defesa.

–Mais uma vez obrigada, senhor. -Fiz uma breve reverência e saí.

~X~

Eu não contei á Beatrice o que tinha acontecido porque Deus tivesse misericórdia se ela resolvesse tomar minhas dores e a mãe e a irmã delas descobrissem que ela andava conversando comigo. Disse que havia me distraído e acabado batendo com o rosto em uma das paredes. Ela pareceu acreditar, para minha sorte.

Infelizmente Bia teve que me deixar sozinha para limpar a cozinha, já que provavelmente logo Sky e Laiara a estariam procurando. Ou não, porque a irmã mais velha da minha amiga e Felipe estavam passando praticamente o dia inteiro juntos, tentativa da Duquesa e do rei de aproximar os dois antes do casamento.

Essa idéia me dava mais ciúmes do que deveria, mas tudo bem. Eu já deveria ter me conformado com a realidade de que o príncipe Felipe era um príncipe e que tinha seus deveres á cumprir.

–Eu conheço esse olhar.

A voz do loiro me fez dar um pulo e levei a mão ao coração, enquanto ele ria e me abraçava. Revirei os olhos. Um dia eu ainda jogaria alguma coisa nele com esses tipos de sustos:

–Você poderia ter me matado. -Arfei.

–Não, eu não poderia. -Ele riu enquanto eu finalmente o olhei rindo também. -Nelly, sem querer, conversou perto de mim que você estaria aqui sozinha.

–É claro que tinha que ter dedo dela.

–Fala como se não quisesse me ver e... Atena, o que é isso no seu rosto?

Ele segurou meu queixo delicadamente e virou minha face mostrando o corte feito por Roy. Já estava pronta para mentir também, mas vi que não adiantaria nada quando ele bufou de ódio:

–Então era de você que Theodore estava falando.

–Felipe... Felipe escuta. Eu estou bem, tirando esse corte pequeno. Eu consegui me desvencilhar e seu primo estava lá. Está tudo bem.

–Não, não está Atena! Aquele desgraçado te feriu e sabe Deus mais o que teria feito. Ele olhou para mim, com aqueles olhos verdes decididos e eu sabia que nada que eu falasse teria mais efeito na cabeça loira dele. Eu prometi que não deixaria ninguém te ferir.

Dizendo isso ele saiu pisando duro da cozinha. Respirei fundo. Alguém tinha que impedir uma tragédia e teria que ser eu.

~X~

Procurei Felipe por todo o lugar daquele castelo enorme. Eu já estava quase desistindo quando ouvi sua voz e a voz de Roy. Corri para ali perto, mas eles pareciam estar conversando amigavelmente. Porém a menção do nome Atena me fez ficar perto de uma parede. Não era correto ouvir a conversa alheia, porém se algo acontecesse, eu tinha que estar lá.

Os dois pareciam bem. Roy tinha o nariz sangrando o que me preocupou um pouco, mas pelo visto não havia sido causado por nenhum tipo de violência.

–Ela não é nada pra mim. Felipe falou, com um sorriso malicioso no rosto, postura descontraída.- É só uma garota qualquer com quem me divirto. Você mesmo viu o quanto ela é bonita e não tem noção de como ela pode divertir um homem, mas é só isso, algo que jogarei fora quando me cansar.

–Você fez uma boa escolha, mas por que não uma meretriz? Seria menos arriscado para uma diversão.

–No fim dá no mesmo, mas é um pouco mais emocionante e obviamente mais discreto.

Levei a mão á boca tentando abafar um grito de ódio. Decepção. Mágoa. Coisas desse tipo. Senti lágrimas rolando imediatamente pelos meus olhos. Foi algo automático. Geralmente eu precisava parar, absorver, para só então ficar triste e chorar. Mas daquela vez não, as lágrimas rolaram sem parar enquanto eu saía correndo dali.

Não sabia direito para onde correr e também não sei bem quando fui parar no balanço do jardim. Só sei que quando dei por mim estava sentada ali, ironicamente naquele lugar. Encostei minha cabeça na corda e chorei, chorei até os soluços se tornarem audíveis.

Como eu havia sido idiota á ponto de acreditar que um príncipe poderia gostar de mim? Que aquilo poderia sequer chegar perto de dar certo? Como eu poderia ter sido estúpida á ponto de confiar em Felipe Augustus?

Aquilo doía como o inferno e eu não conseguia, simplesmente não conseguia parar de chorar. As palavras ficavam sendo repetidas na minha mente, me torturando, agindo como ácido. Queimando, matando aos poucos.

Depois de uns vinte minutos eu consegui me controlar. Sequei as lágrimas no avental que usava, levantei e me recompus. Eu ainda tinha muito trabalho á fazer e não daria gosto á àquela fuinha de me levar para o chão. Era bom saber que eu não passava de uma meretriz para ele porque ele não passaria de passado pra mim.


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