Wizard escrita por ChrisDA


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura pra todos!!!



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Cheguei ao colégio bem a tempo, o portão estava quase fechando. Andei pelos corredores vazios até encontrar a sala onde faria a recuperação. O professor ainda não havia chegado, como era de se esperar, mas todos os alunos estavam do lado de dentro.

Além de mim, tinha quatorze pessoas, oito garotos, aqueles que geralmente nos referimos como descolados ou populares, não eram como nos filmes americanos, mas podiam se enquadrar lá perfeitamente. Eles tinham praticamente os mesmos gostos e tratavam geralmente dos mesmos assuntos: funk, beber até cair, noitadas, funk e, como todo homem, mulheres. A vida deles se resumia a basicamente isso. Tirando o último item, não havia nada com que eu pudesse falar, então aprendi a me manter mais afastado, na verdade gostava de ficar mais afastado.

As seis restantes eram garotas, podiam se enquadrar no mesmo tipo de pessoas. Elas geralmente falavam de... na verdade não fazia idéia do que elas falavam, já que sempre que um garoto se aproximava elas automaticamente paravam de falar, e continuavam quando ele estava longe. O pouco que eu ouvi era sobre funk e festas, então boa parte disso já não me interessava.

Hoje todos eles estavam juntos conversando, isso queria dizer que teve um baile funk e que eles foram todos juntos. Entre o grupo estava a Renata, a minha ex-namorada, ela assim que me percebeu, me deu um pequeno sorriso e um leve aceno. Por mais estranho que pareça não sentia rancor, raiva qualquer coisa, na verdade não sentia nada, pensei em responder por educação, mas o então atual dela, Carlos, viu-me e resolveu dar uma de macho alfa, puxou-a para perto de si e a beijou. “Como se isso me afetasse”, pensei comigo mesmo. Na minha mente veio fazia coisas a fazer, algumas com certeza idiotas, mas escolhi a mais simples: olhar de tédio, dar os ombros e continuar o meu caminho. Ouvi alguns gritos de incentivo, algumas zoações direcionadas a mim, mas não me importei muito. O professor chegara poucos segundos depois e todos se assentaram nos seus lugares, que ao contrário do que muitos pensam, é na frente e não atrás.

Me sentei no lugar de sempre, no fundo, no canto, junto a parede da porta. Assim veria sempre quem entrava e o professor e muito menos os alunos notariam a minha presença. Coloquei a minha mochila do meu lado, peguei o meu material escolar e aguardei as instruções. Enquanto ele separava os pacotes contendo as provas dos alunos e nos explicava os procedimentos padrão para esse tipo de teste, uma garota chegou atrasada. Ela abriu a porta rapidamente, pedindo licença ao professor, mas parara no meio da frase porque tropeçara, não sei como ela caira, mas acabou derrubando alguns dos seus livros no chão. Ela tentou recolhê-los rapidamente, mas não a tempo do Carlos pegar o único livro que não se referia a uma matéria escolar.

– A não, uma garota desse tamanho ainda lê livrinho do Crepúsculo? Num tem o filme, por que lê o livro? – Ele pegou o livro e colocou em uma página aleatória, fingindo que lia, com a voz de sarcasmo de sempre. – “Edward, não me deixe”, “Não posso ficar com você Bella!” – Ele ficara repetindo essas frases idiotas para a alegria de geral. E eu, não sendo “normal”, continuei no meu canto e não fiz nada, afinal aquilo não me dizia respeito. O professor dera um fim nessa cena ridícula e pedira a ela que deixasse os livros na mesa dele. Depois pediu que se formassem duplas, para que uma ajudasse a outra, desde que não consultasse livros e cadernos, podiam se reunir até em grupos, mas não se podia fazer as provas individual. Ela protestou com o professor e disse que não faria dupla com nenhum deles, foi quando ele apontou para o fundo da turma, e todos se viraram para mim:

– Não precisa fazer com eles, ainda tem aquele garoto, qual é mesmo o nome dele? Garoto! Ei, garoto! – Eu revirava entre os meus dedos o relógio de pulso e pensava como iria contar aos meus pais que torrara o dinheiro nesse mísero relógio. – Ei, você aí no canto. – Foi quando percebi que ele se referia a mim. Guardei rapidamente o relógio, e o encarei. – Qual o seu nome?

– Eduardo.

– Você se incomodaria se fizesse o trabalho com a...

– Alice.

– Isso, Alice. Você pode?

– Como assim ele pode fazer o trabalho sozinho e eu não? – Os professores, mesmo que não gostassem muito de mim, sabia que eu não trabalhava em grupo, eu fazia a minha parte e ponto. Não devia interagir como eles pretendem, então permitiam que eu fizesse os meus trabalhos sozinho. Coisa que ela não entenderia.

– Você acha que aquele ali vai aceitar? – Ele tinha que me alfinetar.

– Pode vir, eu não me importo. – E realmente não me importava. Ela puxou uma mesa e se sentou ao meu lado. Ela colocou a sua caneta na mesa e olhou para o outro lado. O professor em seguida entregou os pacotes, o meu era um dos maiores. Só de olhar dava um desânimo. Olhei para a Alice, ela parecia mais calma, como eu, mas não conseguia esconder que não queria estar aqui. – Gostaria de estar onde agora?

– Olha, não é por que a gente está fazendo prova juntos que temos de conversar, ok?

– Nossa, que grosseria! Só quis puxar assunto. - Tentei ignorar o que ela disse e fui fazer a minha prova. As provas dos alunos eram feitas pelos professores de forma individual, então já esperava uma prova que eles pensassem que fosse acima do meu nível. Eles não sabem que já estudo facilmente livros de nível superior, então ela não estava tão difícil. Foi quando notei a minha coxa, o meu relógio estava tremendo. “Isso tem um despertador?”, pensei enquanto levava a mão até o bolso, mas, apesar de estar parado, quieto, eu sentia a vibração que ele passava. Olhei discretamente para baixo, outro símbolo brilhava de forma fraca Na parte de cima do relógio. “Outra cromatina?”, levara a mão ao meu pescoço, por instinto, mas o colar não mostrava nenhum sinal de vida.

Olhe para os lados, com certeza naquele grupo ninguém teria ou sonharia ter uma Gem Navitas; o professor, não ele com certeza não tinha. “Deve ser só impressão.” Voltei a me concentrar na prova, fizera as duas primeiras matérias quando o relógio voltara a me incomodar. “Que droga, de novo!”, pegara o relógio, o mesmo símbolo brilhava no topo do relógio. Desprendera-o do bolso e o coloquei dentro da mochila. A Alice viu esse movimento, mas ignorou. Voltou a se concentrar na sua prova, estava a algum tempo agarrada na mesma questão.

Ela devia ter cerca de 1,65m, pele clara, muito branca, cabelos naturalmente castanhos, magra, não tinha grandes atributos físicos, até mesmo os seus olhos, de um verde muito claro, não tinham um brilho que chamasse atenção, parecia ser apenas um vidro no lugar da íris. Ela usava uma calça comprida, tênis de caminhada, uma blusa de frio e um gorro, vestimenta estranha, contando que não fazia tanto frio assim. Mas não falei nada, eu também não me separava da minha blusa de frio preta, com um capuz no estilo dos assassinos de Assassin’s Creed. Fiquei na dúvida se ajudava ou não, mas pensei melhor e decidi por ajudá-la.

– Será que posso ajudá-la? – Ela fez um sinal negativo com a cabeça, mas algum tempo depois ela virara a prova para o meu lado. Era física, o carrasco do ensino médio. Não era tão difícil , mas apenas por eu ser muito, mas muito bom nas exatas. – Você está fazendo certo, mas...

– Sempre tem um mas... – Disse ela suspirando.

– Mas aqui, no cálculo você tem que levar em conta ambas as velocidades, não apenas essa. – A mostrei como se fazia o cálculo e voltei a atenção para minha prova. Terminara rapidamente quase todas, exceto a que ironicamente eu devia ser bom, história. Não me lembrava de ter visto nada assim nas aulas, devia ter dormido em algum ponto e não lembrava. Respondi o que pude, mas prova inteira estava praticamente em branco. Ela parara de fazer as suas provas e olhara pra mim e soltara um risinho.

– Então o gênio sabe-tudo não conseguiu? – Ela soltara mais um risinho e passara calmamente as respostas. Depois de escrito parecia muito óbvio para mim, da mesma forma que quando você desvenda uma charada. – Pronto?

– Mais ou menos, você ainda não acabou física. – Ela perdera aquele sorrisinho, o que acabou me fazendo rir. Mostrara todos os cálculos, ela fizera agora a mesma cara que antes. Terminamos e fomos para o lado de fora, esperar que os portões se abram para podermos ir embora. Ela se sentara em um dos degraus e pegara o livro do crepúsculo para ler. – Você está lendo esse livro?

– O que vai encrencar com ele também? – Respondeu de forma ríspida.

– Não foi isso que eu quis dizer, só me admira que alguém ainda leia hoje em dia, principalmente se já tem um filme baseado no livro.

– Com coisa que você lê.

– Clara que leio. – Levei a mão a minha mochila, foi quando lembrei que não colocara nenhum livro na minha mochila. Mesmo assim pegara o relógio e o retirara por um momento, até ele tremer e brilhar de novo, com o mesmo símbolo de antes. Olhara para ela, parecia distraída, esperando provavelmente tirar um livro da mochila, foi quando notei o que aquele relógio era. Ele me mostrara que tinha alguém próximo a mim com uma cromatina. Abri-o, um dos ponteiros tinha o mesmo brilho e apontara na direção da garota. Ele parara de brilhar no momento que eu percebera que era ela que tinha uma cromatina. Guardara o relógio dentro do bolso, prendi-o e me sentei ao lado dela.

– E o livro que você tanto lê? – Pensei em mostrar o livro, mas não devia confiar tanto assim em ninguém.

– Esqueci. - Procurei por qualquer indício de pedra. Até que ela retirara o gorro por um momento, algo do lado de dentro a incomodara, revelando uma presilha com um enfeite, um cristal de quatzo na cabeça. Não me parecera ser polido, emitia brilho próprio. O mesmo brilho do relógio. Pegara-o rapidamente antes que ela tivesse qualquer reação.

– Ei isso é meu! – Ela não gritara, falara muito baixo, confirmando que aquela era a pedra dela. – Por favor, você não entenderia, isso é muito importante para mim! – Ela tentou me arranhar e pegar a pedra de volta de todas as maneiras, mas ela parou no momento que a palma direita dela, assim como o canto esquerdo da testa, brilharam, entregando o símbolo dela. Ela percebera que eu vi e começou a se apavorar. – Por favor, não conta pra ninguém, eu faço qualquer coisa, mas não conta pra ninguém!

– Qualquer coisa? – Ela concordara. – Sabe que a palavra de um Wizard, como você, vale por sua vida, não sabe? – Ela concordara de novo. Abri a palma da minha mão direita, revelando a presilha, ela emitia o seu brilho, mas uma das pontas ganhara um brilho azul, com o meu símbolo. Pegara o meu colar com a mesma mão e mostrara-o a ela. A palma da minha mão esquerda brilhara de forma intensa, um azul tão límpido quanto a água. – Então guarde o meu segredo com você.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e desculpem a demora, vida corrida é assim mesmo.
Comentem favoritem compartilhem.
Até o prox. cap.!!!



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