Wizard escrita por ChrisDA


Capítulo 29
Capítulo 11.2 - Second Season


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!
Ps.: Troquei o termo magias nomeadas por encantamentos, fica mais curto e fácil de lembrar, mas o meio de invocação é o mesmo, precisa apenas de citar o nome, salvo algumas exceções.



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Estávamos voltando para a entrada, pegamos o segundo corredor, este dava em uma sala de tijolos de pedra. Nos cantos tinha a mesma pedra alaranjada do começo, emitindo uma luz suave, assim como uma porta, que levava a uma escada para o nível inferior. Tinha um leve aroma adocicado na sala, o que revelou ser um pote com algumas hastes de incenso. Acendemos um e prosseguimos escadaria abaixo. Depois de dois minutos descendo degraus, chegamos a uma sala com a anterior, feita de tijolos de pedra com uma única porta. Carla pediu um minuto pra descansar e desfez a sua magia, o que revelou o quão escuro era a sala.

 - Hey, lembrem-se de que na volta ainda tinha um espaço onde não fomos. – o Caio disse, lembrando-se da parte com estalagmites finas.

 - Acho que desde que não fizermos barulho, vai ficar tudo ok. – O Arthur comentou. Segui até a porta e olhei espaço adentro, mas mesmo com a minha visão, estava bem difícil de enxergar. Fiz um pequeno raio, em direção ao teto, consegui ver um corredor de dois metros ligando a nossa sala a um espaço maior.

 - Então, o que viu? – Alice perguntou.

 - Uma nova sala, precisaria chegar mais perto pra ver com detalhes lá dentro.

 - Ainda não acredito que você pode mesmo ver com isso.

 - Pra mim também. – Pra minha estranha surpresa, eles não fizeram um grande alarde pelo fato de um dos meus olhos agora parece um arco-íris. A única coisa que acharam estranho e o fato de permanecer nesse estado. Mas mesmo assim os fiz prometer sobre não contar a ninguém. – Ele não vê em completa escuridão, mas a luz aqui embaixo é fraca demais.

 - Carla tá tudo bem? – A Cláudia perguntou.

 - Só um pouco fraca, mas já estou melhor.

 - Deixa a iluminação comigo por um tempo. – A Cláudia cantarolou e das bordas do seu escudo tinha uma planta que emitia uma luz agradável.

 - Por quanto tempo consegue manter? – Perguntei.

 - Acho que por uma hora, aqui dentro. – Levantei, estendi a minha mão e ajudei a Alice fazer o mesmo.

 - Então vamos estão.

Seguimos pelo corredor até essa nova sala, voltara com a aparência de uma caverna, tinha uma saída a esquerda, e no meio dela uma nova matilha daqueles animais. Eles estavam em cima de uma pequena pilha de esqueletos, pelo menos dois deles pareciam humanos. Olhei para cima, dessa vez não havia nenhum morcego-gigante.

 - Vamos com calma dessa vez. – Disse entrando em uma posição defensiva e avançando lentamente. Os outros entraram logo em seguida e se espalharam, cobrindo a entrada e protegendo a Carla. Eles nos notaram e avançaram rapidamente, sem uma formação definida.

Defendi com o meu escudo o ataque do primeiro, afastando-o e golpeei o segundo, direto na cabeça. Ele cambaleou com um ferimento na cabeça, me fazendo golpear novamente e finalizar. Antes que pudesse retirar a espada da carcaça, o primeiro retornou, saltando com os dentes à mostra, alvejando o meu braço. Por instinto a afastei e assim que pulou novamente, acertei um golpe com o escudo, corri até a espada e assim que a removi desferiu uma esticada no estômago dele. Ele começou a se mexer, torci um pouco a espada e ele finalmente morreu. Olhei para os outros, não pareciam com grande dificuldade, então segui até os ossos.

Um grito ecoou pela caverna, fazendo-me arrepiar completamente. Olhei para trás e vi um outro deles, mas com o triplo de tamanho, estava se levantando lentamente, olhando com aqueles olhos baixos nainha direção. Ao contrário dos outros ratos-cegos, esse usava bem melhor a audição, o que combinado com as suas garras, o tornava extremamente perigoso. A pele era da mesma coloração das pedras da caverna, e no lugar de onde se levantou, via uma quantidade maior de ossos, assim como outras peças e equipamentos de aventureiros.

Me afastei, guardando o meu escudo e embainhando a minha espada. Saquei o arco ao mesmo tempo em que ela terminou de levantar, preparei uma flecha e atirei, mas apenas ricocheteou na sua pele. “Droga, então o couro é mais espesso.”, pensei preparando uma segunda flecha. Ela focou em mim e começou a correr, carreguei-a com energia de raio e atirei entre os olhos, a flecha explodiu, atordoando os ratos menores ao redor, mas ela só parou por um segundo, farejou o ar e continuou a correr. Preparei uma terceira, mas ela já estava em cima, me atingindo no peito, jogando para a parede atrás de mim. Parecia não ter quebrado nada dessa vez, mas vomitei o meu lanche, junto com um pouco de sangue. Limpei a boca com o dorso da mão e olhei, ela ainda estava me procurando. Preparei uma flecha com minha energia de água, ela só aumentava um pouco a penetração. Atirei em uma das pernas, a flecha viajou rapidamente até ela, mas causou um leve arranhado no couro.

Guardei o arco e saquei o escudo, a tempo de defender mais uma investida. O golpe, pela distância, foi mais fraco, mas mesmo assim foi pesado o bastante para me causar dor. Vi a lança cruzar o ar e acertar no olho daquele animal, ela gritou se afastando e tentando retirá-la.

 - Você está bem? Ela parece ser a mãe deles. – A Alice perguntou, estendendo a sua mão.

 - Vou ficar melhor. O Couro dela é resistente demais, mas acho que se imbuir com água ou vento, nossas armas devem de atravessar. – Disse, aceitando a sua ajuda e me levantando.

Saquei a minha espada e com um comando da Alice, chamei a atenção da criatura, ela ainda não conseguiu remover a lança. Corri em sua direção e, carregando a minha espada, desferi um golpe em seu rosto, causando uma pequena ferida. Ela recuou e, da minha lateral, a Alice surgiu rapidamente e retirou a sua lança. O ar em volta da lança girava de forma rápida e contínua, combinado com a minha espada com um brilho claro.

Tampamos os ouvidos com o grito agudo que ela lançou, mas rapidamente firmei o meu corpo e recebi o golpe direto dela, dando espaço para a Alice cravar a lança no peitoral dela, ela se afastou, e rapidamente cravei a espada entre os olhos. Assim que recebeu o golpe, ela se forçou a pular na minha direção.

 - Ice wall! – Gritei de joelhos, criando um muro de gelo e a segurando, mas devido ao peso, já estava rachando. Rolei para fora do alcance e alguns segundos depois, ele se partiu, com animal devidamente morto. Olhei para trás e o Caio eliminou o último dos ratos-cegos. O teto repentinamente começou a emitir um brilho azulado, iluminando a sala por completo. Era apenas um pouco menor que o primeiro salão com os morcegos, sem as estalagmites que ficavam ao redor, agora via claramente uma caixa onde estava a Mãe, junto com alguns outros equipamentos.

Esperamos todos desaparecerem, a Mãe acabou deixando uma Jóia da Vida, junto com um pedaço enorme da sua pele, me deixando bem surpreso. Os outros alternaram entre pele e ossos, principalmente dentes. Fui investigar a pilha maior, os outros já tinham olhado a menor e tinha apenas uma corrente simples. A maioria dos corpos tinham peças de roupas comuns, apenas um tinha um peitoral de couro simples e duas braçadeiras, também de couro. No chão tinha um escuro de madeira quebrado, junto com diversas lanças e flechas, poucas utilizáveis. Peguei algumas flechas que ainda estavam boas e coloquei na minha aljava, pus também a Joia da Vida e a pele em Somnia, gastando bastante da minha energia.

 - A maioria deles são pessoas comuns, duvido que sejam como a gente. – Disse a Carla.

 - Realmente, me pergunto como vieram parar aqui.

 - Tem uma bolsa dentro da caixa, assim como... – Disse a Alice, mas soltou um grito de pavor. Saquei a espada e segui até a caixa junto com o Arthur, junto à mochila, que era da nossa época, tinha duas cabeças, em estado de decomposição, assim como alguns outros crânios. Olhamos entre nós e puxamos ambos pra fora da caixa, reviramos o fundo e tiramos um elmo de ferro fundido, cobria boa parte da cabeça, exceto a frente, estava bem surrado, mas não tinha nenhuma fenda ou trincado. Dentro da bolsa tinha algumas frutas podres e cerca de 60 reais.

 - Então teve mesmo um grupo antes de nós aqui. – Disse o Arthur olhando o interior acolchoado do elmo.

 - Mas não passaram daqui. Se aquela era a entrada da Dungeon, como pararam aqui?

 - Quando saí da casa na primeira vez, parei em um ponto da mata ao redor, bem próximo a rodovia. Será que tem como fazer o caminho reverso? – Disse olhando ao redor, o Arthur vestira o elmo, parece que serviu nele.

 - Essa coisa é um pouco pesada. Mas voltando ao assunto, agora que matamos a Mãe, deve de parar de cair pessoas aqui.

 - Não tenho certeza se é o final, ainda temos dois lugares pra checar. – Disse a Alice

 - Sem contar o que ele disse da primeira vez que o encontrei, ele disse que tinha algo que ele queria guarda muito, algo que tinha uma sede de sangue enorme. Duvido que seja ela. – Disse. Assim que os outros se ajeitaram, caminhamos para a próxima sala, era 5x5 metros e tinha três morcegos pendurados no teto, assim que entramos um deles desceu e gritou, sobrevoando o nosso grupo e dando rasantes, defendíamos com as nossas armas, os outros dois morcegos também desceram a começaram a nos atacar. Decidimos passar correndo e, perto da saída, o Caio foi arranhado por um deles. O Arthur apontou com uma das mãos e um cristal atravessou o peito da criatura, fazendo-a cair no chão.  Seguimos para a próxima saída e paramos em amis uma sala com tijolos de pedra, tinha um pedestal no meio da sala, como alguns bancos quebrados ao redor, também feitos de pedra. Em frente, havia uma nova escadaria levando ao nível inferior e uma pia de pedra na lateral, onde caía um leve filete de água.

 - Ok, acho melhor darmos uma olhada no seu ferimento. – Disse a Cláudia pegando o braço do Caio, ela cantarolou em um ritmo mais lento, e a ferida fechou lentamente. Assim que fechou ela fez uma cara mais séria.

 - O que foi? – Ele perguntou

 - Bom, tem um certo tipo de veneno agindo rápido no seu corpo. – Ela suspirou. – Não consegui remover, então pra não causar uma infecção e piorar ainda mais a sua situação, fechei a sua ferida. – Ela se sentou do lado dele, parecia exausta. Retirei a venda e caminhei até a pia, a pedra no meu bolso reagiu ao meu toque com a água. Absorvi e restaurei um pouco da minha energia, deixando um pouco para os outros beberem. Sentei do lado do Caio e abri a mochila, retirando da caixa um frasco transparente.

 - Hey bebe isso. – Ele pegou receoso, tirou a tampa e, depois de cheirar, bebeu o conteúdo.

 - isso não tem gosto de nada. Onde conseguiu uma dessas?

 - Conheço uma pessoa que pode vender. Mas como são caros, geralmente nem compro.

 - Será que ele topa comprar as coisas que achamos aqui?

 - Se não, talvez conheça alguém que compre. – A Cláudia cantarolou mais uma vez, parecia indecisa ao terminar.

 - A sua poção ajudou um pouco, mas não está regredindo, no máximo retardou o avanço por um tempo.

 - Então vamos embora, aquele círculo não é o de teleporte? – Disse a Carla avançando para o círculo.

 - Concordo, melhor termos certeza de que vai ficar tudo bem. – Disse também entrando no círculo. Depois de todos entrarem, toquei no pedestal, mas ele não nos tirou de lá, na minha frente surgiu uma mensagem em português:

“Calabouço não terminado”

  - Acho que estamos presos aqui.


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Notas finais do capítulo

Ps.: Troquei o termo magias nomeadas por encantamentos, fica mais curto e fácil de lembrar, mas o meio de invocação é o mesmo, precisa apenas de citar o nome, salvo algumas exceções.
Qualquer dúvida, crítica ou sugestão, só comentem pra mim que respondo, ok?
Até o próximo capítulo!



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