Wizard escrita por ChrisDA


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Hey, sou eu deixando mais um capítulo nesse fim de tarde gossstossso, ao menos aqui na minha cidade é.
Bom, enfim, boa leitura a todos!



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Corremos até a nossa casa, sem pensar duas vezes, entramos e trancamos tudo. Não tinha ninguém na sala, parecia que todos saíram.

— O que foi aquilo? – Disse a Júlia, ofegante.

— Eu não sei, mas podia fazer um bom estrago. – Disse o Guto sentando no sofá.

— Ela, de alguma forma, anula a nossa magia. Quanto o tentáculo me tocou, não pude usar magia pra escapar, por mais que eu tentasse. – Disse escorado em uma das paredes.

— Por falar em magia, Ice Wall, o escudo que invocou. Magia impressionante. – Disse a Cláudia. – Então você escondia mesmo o jogo?

— Claro! Quanto menos soubessem de mim, mais difícil seria de conseguirem me derrotarem. – Disse, recuperando o fôlego. – Além do mais, não é uma magia, é um escudo.

— Pode mostrar de novo? – Ela perguntou.

— Ice Wall. – Senti a magia fluir por mim, gastei muito mais do que o de costume, de alguma forma aquela coisa me afetou. Vi o meu escudo se formar, ele tinha o formato do escudo do Flamengo, ele era azul claro, as bordas grossas e brancas, no centro tinha um cristal de gelo desenhado de tal forma que parecia real. Ele era muito pesado, e bastante espesso, por isso Ice Wall. – Quer pegar? – Desprendi-o do braço e o segurei com uma das mãos. Ela pegou, mas quase soltou no meu pé por causa do peso.

— Pesadinho ele! – Ela disse fazendo força. – Não é igual ao Mjonir não né?

— Não, só é pesado mesmo. – Disse sorrindo.

— Então o seu sono... – O Caio perguntou.

— É, eu estava em Somnia. – Todos eles se surpreenderam.

— Como é lá?

— Pelo que eu aprendi, varia de pessoa pra pessoa. – Disse olhando pra cima, o teto era completamente liso, um acabamento impecável. – Pra mim, uma vila pequena, um lago enorme e planícies ao redor. Nos limites fica a floresta.

Levantei, peguei calmamente o escudo da Cláudia, que ainda não conseguiu levantá-lo. Fui até a cozinha com ele na mão, coloquei em cima da mesa e o observei, uma parte da pintura tinha lascado na luta. Coloquei a mão por cima dele e disse: Picturam renovatur!. A pintura começou a se refazer, em poucos segundos ele estava novo em folha. Movi-o para Dreams, afinal não ia ficar com ele nas costas. Fui a sala, nesse exato momento meus pais chegaram.

— Acordados há essa hora? – Meu pai perguntou. - As caras de vocês... O que aconteceu enquanto estivemos fora?

— Fomos até o lago...

— Vocês o que? – O Lucas gritou dos fundos da casa. Ele apareceu segundos depois atrás do meu pai, estava bem irritado. – Vocês tem algum problema? Não disse “qualquer lugar, menos o lago”?

— Então sabem o que tem dentro do lago?

— Uma criatura, só sabemos que tem tentáculos e a magia é nula perto dela. – “Uma criatura! Pensei que foram extintas a tempos!”

— Ainda existem criaturas! – Sussurrei pra mim mesmo, mas foi alto o suficiente pra todos escutarem.

— Conheço esse sorrisinho, nem pensar em matar aquela coisa! – Minha mãe gritou, entrando com duas sacolas em cada mão. Peguei as quatro e caminhei pra cozinha. – A resposta ainda é não! – Escutei ela gritar. “Criaturas! O que será que aquela é?”, pensei enquanto desempacotava tudo.

Pra quem não sabe, criaturas existiam no nosso mundo há muito tempo. A maior parte delas foi extinta, mas algumas ainda existiam, gerando lendas famosas como o monstro do lago Ness, as criaturas aquáticas nos séculos XIV e XV, dragões, etc. Todas elas realmente existiram, mas os humanos e principalmente os Wizards as caçavam, os humanos mais pela ameaça que elas representam, os Wizards pelo desafio e recompensas. Desafio por que os monstros têm uma magia em comum que impede o uso do nosso poder ao seu redor ou naquilo que toca; e a recompensa, bom nunca sabemos até matar um, a mais rara de todas era a (Esfera da Vida), uma pedra, como as nossas cromatinas, mas elas carregavam um poder único, uma magia única. O escudo que carregava, Ice Wall, foi feito a partir de dois itens ganhos de um Dragão de Gelo, um Wizard conseguiu manipular e fazer dos ossos e de uma Vitae Gemma, criando a defesa que usara, Ice Wall, literalmente um muro de gelo. A pele do dragão, assim como o restante dos ossos, virou a Glaciem Armor, a armadura que usava.

“Qual item ela me daria. Primeiro eu tenho se saber o que é. Preciso voltar lá o quanto antes.”, pensei terminando de guardar tudo. Meu pai entrou lá junto com o Lucas, ambos colocaram as sacolas em cima da mesa.

— Sabe de quem foi a ideia de ir pra lá? – É claro que eu sabia, mas não ia dedurar ninguém, então balancei a cabeça negativamente. – Não os proteja, é sério, eles não sabem que lá é perigoso.

— Acho que vocês têm medo de que um de nós o mate. – Disse sem pensar. O que de fato era verdade, se o monstro morresse, aquele lugar deixaria de ser uma zona morta, não podendo realizar jogos ali ou nos protegendo. – Não íamos matar, só devia ter avisado, tipo “Não vai no lago, tem um Kraken lá!”

— Como sabe que é um Kraken? – Meu pai perguntou, e pela cara que eu fiz ele soube que eu joguei verde e colhi bem maduro. – É um kraken, mas não conta pra ninguém.

— Conhece algum outro monstro? Sabe onde eu posso enfrentar um?

— Não e não, por que o interesse?

— Por que foi o Ice Wall que nos salvou. – Invoquei o escudo e o mostrei. Ele pegou, viu o peso e fez algumas posições com ele.

— Ele é bem pesado, mas parece muito resistente. Do que é feito?

— Ossos e uma Joia da Vida de um Dragão de Gelo. – Ele quase deixou o escudo cair.

— Um Dragão de Gelo? – Os dois trocaram olhares. – Eles estão extintos há mais de cem anos!

— Não fui eu quem pegou, foi o meu mentor em Dreams, Eduardo.

— O filho da...

— Ele mesmo, filho da rainha Elizabeth. Ele era o usuário antigo da minha Cromatina e deixou suas memórias pra que o próximo aprendesse. Junto com elas veio alguns itens, incluindo o Ice Wall.

— Pode subir a gente arruma aqui, amanhã começa o torneio e precisa está bem descansado. – Ele disse, me abraçando, antes de sair escutei ele dizer: “Acho que temos um problema, eu sei que ele vai atacar o Kraken.” Subi as escadas e fui até o meu quarto. Deitei na cama e fui até Dreams, organizei as coisas no armazém e voltei a Terra pra dormir um pouco.

...

Acordei um pouco mais cedo, tomei um banho e vesti a roupa que eu separei: uma calca preta bastante resistente, mas elástica o suficiente pra não atrapalhar os meus movimentos, uma blusa preta simples, coturnos e um sobretudo preto, a gola era reta, como as pontas prolongadas, ia até um pouco abaixo do joelho.

Peguei as minhas coisas e fui pra porta da frente. Lá já estava todos prontos, eles nos encaminharam pro centro do campo, uma plataforma de pedra enorme, com cerca de doze metros de diâmetro. Depois que saíram, esperamos umas duas horas até que, uma placa no centro, ficou vermelha, indicando para nos preparar. Ficou cada uma nas suas devidas posições, segurei mais firme a minha mochila, sabia o que aconteceria assim que dessem o sinal. A placa começou a piscar, até que depois da nona, a luz mudou pra verde, liberando o início do torneio.

Assim que deu início, o Guto criou diversas estacas pra nos afugentar, O Caio apenas se impulsionou para o ar, o Arthur movimentou a base, numa tentativa de nos derrubar. “Hora de começar.”, me concentrei e utilizei uma magia, aqua sphaera, criando uma bolha a minha volta, inclusive abaixo. Utilizei o restante da magia pra levantá-la até uns dez metros e depois sair dali o mais rápido possível, desviando dos ataques do Guto e do Arthur. Segui para a área de vegetação mais próxima, depois de passar por cima de várias árvores, encontrei um ponto bom pra descer. Assim que desfiz a magia, sentei em um tronco e respirei fundo, aquela distância gastara boa parte da minha energia. “Vamos ver onde estou.”, peguei o mapa e fiz um “x” em um dos pontos, o mais próximo do centro.

“Vamos pegar umas argolas.” Pensei em quanto me levantava. Me concentrei, aprendi que havia vapor de água no ar. Estendi a minha magia a minha volta, procurando alguma imperfeição, algum lugar onde não tenha água, mostrando ser na verdade um circuito. Depois de alguns minutos parei, não tinha nada ao meu redor. “Não é o meu dia de sorte.” Segui por alguns metros, parei e conferi o mapa, decidi por seguir até as ruínas da hidrelétrica. Andei por quase um dia inteiro, ainda faltava cerca de dois quilômetros até lá, parei pra descansar pela milésima vez, aquele lugar era muito quente, usava minha magia pra pegar água potável pra beber e me refrescar, mas estava ficando um pouco mais fraco.

Ouvi um galho quebrando há alguns metros, me virei e vi a Cláudia encostada.

— Sem argolas? – Concordei com um aceno de cabeça. – Eu também, não consigo sentir nada por meio das plantas.

— Também não sinto nada em volta. – Mantive a guarda alta apesar de tudo. Depois de alguns minutos em silêncio me levantei, tentei uma última cartada pra encontrar uma argola.

— Vamos formar um time. – Ela me olhou curiosa. – Vamos eliminar as duas maiores ameaças, Arthur e Caio, depois nos separamos, mas até lá, não vamos nos matar ok?

— Pensava que já erámos aliados.

— Só tô oficializando isso.

— Mas por que temporário? Só pra ter o loot só pra você?

— Pode formar uma aliança até o final? – Ela concordou. – Ok se você topar. – Ela concordou novamente. Pegamos os nossos sensores e marcamos a terceira opção unir. Mas mesmo assim continuávamos sem argolas. – Você sabe que magias de alto nível? – Ela parou pra pensar um pouco.

— Sei muito poucas, mas aprendi a controlar as magias de forma instintiva, não aprendendo ataques defesas.

— Mais ou menos como eu, prefiro ser mais instintivo. Mas existe uma nível cinco muito útil agora. – O meu mentor Eduardo me falou de uma magia de localização muito boa, combinação de uma magia nível três com uma nível cinco, mas a nível cinco nunca foi aperfeiçoada por outra pessoa que não fosse o seu próprio criador. Concentrei o máximo de energia ao meu redor, a temperatura a nossa volta caiu bruscamente. - Caligine belli. – Uma leve nevoeiro se formou estendendo por quase dois quilômetros floresta a dentro, em todas as direções, e cerca de trinta metros acima, encobrindo qualquer árvore e criatura da floresta. Depois de formado usei a minha magia nível cinco. – Feel the Mist. – Assim que lancei a magia, uma onda sensações invadiu o meu corpo, fiz com que a névoa se unisse a mim, como se fosse um dos meus membros.

Procurei por tudo, humanos, wizards ou argolas, mas não havia nada ali. Pensei em desistir, já estava quase sem energia quando vi duas argolas, uma a 300 e outra a 1km de distância.

— Achei, tem duas a nordeste daqui, 300 e 1000 metros. Vamos!

Não corremos, afinal andar pra mim já era um suplício, mas mandei-a na frente conseguir a de trezentos. Depois de alguns minutos consegui chegar, ela exibia o sensor com o número um marcado, peguei o meu e mostrava o mesmo valor. Descansei durante quase uma hora, depois seguimos até a outra argola.

— Sextus Sensus. – A magia Sextus Sensus, ou sexto sentido, era a que eu usava mais constante, usar a água ao meu redor para ver alguma variação do ambiente: plantas, animais, espaços e objetos vazios ou que não deveria estar lá. Como a armadilha em volta da argola. – Tem uma armadilha em volta da argola. - Disse calmamente. – Eu ou você? – Ela se sentou na árvore mais próxima, revirei os olhos e segui até lá. Antes de atingia a armadilha, criei uma ponte de gelo, andei sobre ela, peguei a argola e voltei pra Cláudia. – Não foi tão difícil. Vamos estamos a apenas 1km do meu local secreto.

— Local secreto?

— Você vai ver.

Andamos durante o resto da noite até a represa. Parei na margem e pedi pra que mergulhasse.

— Mas eu vou me molhar toda!

— Não vai, eu garanto. – Ela, mesmo desconfiada, mergulhou junto comigo, até uma parte da represa que devia de ter uns quinze metros de profundidade. Mergulhamos até o fundo, esperei as guelras aparecer e criei uma bolha pra ela. A levei até uma casa, bem distante da margem, há trinta e três metros de profundidade, uma das casas inundadas pela represa. Entramos e isolei a casa, criando uma parede de gelo espessa nas janelas e portas. Depois absorvi a água do lugar, deixando o lugar habitável. Muitas algas ainda estavam do lado de dentro, algumas ainda ligadas ao lado de fora. – Assim ninguém nos ataca de surpresa.

— Boa noite. – Ela criou uma cama de hora, uma armação simples de madeira com um colchão feito de algas, não parecia confortável.

— Boa noite. – Disse escorando em uma das paredes. Me posicionei e comecei a meditar, aquilo evitaria que eu dormisse por um tempo. “Que o melhor vença.”


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Notas finais do capítulo

Pois é, não deixei nenhuma cena de luta nesse capítulo por que ficaria grande demais, mas com certeza no próximo tem. Até o próximo capítulo.



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