E se fosse você? escrita por Raquelzinha


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Olá gurias. Mais um capítulo. Será q está muito cansativa essa espera?
Antes de mais nada, um OBRIGADÃO às gurias q deixaram seus comentários e nos ajudaram a continuar a escrever a fic. Amando, Criadora, Lu e Vava. A opinião de vcs é um impulso a mais quando sentamos para escrever os capítulos. Bjs e muito obrigada de coração. Agora lá vai...tomara q vcs gostem, mas tenho cá minhas dúvidas...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/606143/chapter/17

Quando entrou em casa era madrugada. Passara algum tempo cavalgando pelas ruas frias, colocando os pensamentos em ordem. Mesmo que casar não fizesse parte dos seus planos para o futuro. Agora a situação era outra. Bella era sua esposa. Eles poderiam aprender a conviver fisicamente como aprenderam a conviver socialmente. Já tivera provas mais do que suficientes de que era capaz de desejar aquela garota.

Até mesmo em sonho.

Isabella nunca questionara o fato de até aquele dia o marido não ter entrado em seu quarto, assumido seu posto. Jacob até desconfiava que ela nunca falara sobre aquele assunto com ninguém pois se o tivesse feito, comentários borbulhariam rapidamente. Sem falar que Sarah e Renée já teriam pedido sua cabeça em uma bandeja.

Aquela era definitivamente a hora para mudar isso... então outro conhecimento (ou pessoa) surgiu complicando ainda mais suas reminiscências, Edward. Mesmo que seu irmão não a quisesse como mulher, ou nem mesmo soubesse, Bella o amava.

Será que ainda amava?

Talvez sim, mas, apesar disso, ele repetia para si mesmo, se a esposa demonstrasse qualquer tipo de receptividade às suas carícias, aos seus beijos, nada o impediria de levar adiante o que pretendia. Afinal, era muito fácil saber como uma mulher, mesmo uma inexperiente, se sente.

O único ponto em que deveria realmente se dedicar dizia respeito a paciência. Calma, muito cuidado para leva-la a usufruir de seus momentos juntos. De resto, Jacob acreditava que seria ainda mais fácil conviver com Isabella depois que eles concretizassem a união. E se estava certo? Descobriria rapidamente, assim que tivesse a oportunidade de... beijá-la novamente.

*

Quando chegou em casa topou com a esposa sentada no hall, a sua espera, com uma expressão ansiosa estampada no rosto. Vestida com um penhoar que deixava a mostra menos do que os vestidos que ela costumava usar. Bella parecia mesmo nervosa movendo as mãos uma sobre a outra.

– Onde esteve?

Perguntou agitada. Ela sabia, ele fora falar com Vitoria e se demorara muito mais do que esperava.

– Resolvendo um problema.

Era mesmo um problema. Mas estava acabado. Agora parecia haver outro a ser resolvido.

– O que aconteceu? – perguntou sério, porque alguma coisa havia acontecido.

– Seu pai... – ela falou baixo, não era momento de fazer qualquer tipo de cobrança com relação à Vitória, coisas mais graves estavam acontecendo. – Parece que não está passando bem, sua mãe mandou um mensageiro exigindo sua presença...

Jacob continuava a olhar para ela como se a esposa não tivesse dito nada.

– Há quanto tempo? - se Sarah mandara chamar era mesmo sério, ela nunca dava atenção às dores ou doenças de seu pai.

– Mais ou menos uma hora. Acho que é muito sério... – Bella completou confirmando a teoria dele.

Jacob encarou as luvas presas entre suas mãos, como se estivesse decidindo o que fazer e só então Bella viu onde ele descarregava a emoção. O tecido estava contorcido entre os dedos fortes. Amarrotado e esticado a ponto de se romper.

Deu um passo em direção ao marido.

– Vou até lá.. – ele disse antes que ela tivesse se aproximado o suficiente para tocá-lo.

Ela queria ir junto, mas sabia que o atrasaria se fizesse isso. Então, sequer mencionou o desejo. Jacob deu meia volta e saiu rapidamente para a noite escura. Deixando para trás uma Bella preocupada, ansiosa e curiosa pelo que acontecera entre ele e a cortesã.

*

Na casa do Marquês havia uma diversidade enorme de emoções imperando. O mordomo o atendeu tranquila e serenamente, como sempre, mas Jacob o conhecia bem e pode visualizar o tom avermelhado nos olhos, como se ele tivesse chorado. Já a governanta, chorava baixinho num canto do corredor, e sequer ergueu os olhos para o filho do patrão.

Emily estava sentada perto da porta do quarto do pai, chorando copiosamente o corpo sendo sacudido pelos soluços. Assim que o viu saltou no pescoço do irmão, apertando-o firmemente.

– O que aconteceu com ele? – Jacob perguntou sério.

– Ele morreu Jake! Papai está morto.

Como assim morto? Ele estava bem até aquela tarde, eles conversaram, fizeram planos para o dia seguinte. Estava tudo certo. Como agora seu pai estava morto?

Ainda preso pelos braços da irmã ingressou no quarto do marquês. Lá dentro, sentada numa cadeira próxima a cama, estava Sarah, os olhos vidrados no corpo estirado no colchão imenso. Edward perto da janela apoiava a cabeça com as mãos, parecendo prostrado.

Assim que se depararam com a figura do irmão e filho mais velho ali, todos se voltaram para ele.

– Jake! – Edward foi o primeiro a falar.

– Onde você esteve? – a voz da mãe era zangada - Mandei chama-lo mais de uma vez... – Sarah não perdia a chance de lhe passar uma reprimenda – Seu pai aqui, morrendo, e você por aí! Fazendo o quê? Sua esposa estava em casa!

– Mamãe pare! O que aconteceu com ele?

Emily chorava abraçada em seu peito, Jacob acariciou os cabelos da irmã tentando controlar as próprias emoções. Edward o encarava entre perdido e atônito, e Sarah como sempre, perdera a noção da hora de fazer cobranças.

– Doutor Smith disse ele teve um mal súbito... provavelmente um ataque do coração... – Edward explicou percebendo que a mãe nada dizia. – Não sabemos exatamente o que foi... papai chamou por Bernard, que quando chegou aqui, o encontrou desmaiado. O médico foi chamado imediatamente.

– Mas nada havia que ele pudesse fazer. – Sarah completou. – E se você não estivesse vagabundeando pelas ruas, poderia ter chegado aqui antes que seu pai...

Então ele estava mesmo morto? Jacob perguntou-se encarando o rosto pálido e os olhos fechados do homem grisalho estirado na cama sem ouvir qualquer palavra que sua mãe pronunciava energicamente.

A partir daquele momento ele esteve fora do mundo real. Como muitas vezes acontecia, na intenção de fazer o que devia, esqueceu que existia. De sua casa. De seus problemas pessoais. De Bella. De Vitória. Do casamento. E passou a ser o que deveria ser depois daquele terrível acontecimento, o chefe da família.

*

Ser o novo Marquês era muito mais do que herdar um título, propriedades, negócios, dinheiro. Era herdar a chefia de uma família. Era herdar o cuidado de seus membros de forma emocional, financeira e tratar do bem estar de cada um como o progenitor teria feito. Por isso, Jacob começou organizando o velório e o enterro do pai. Consolando a irmã. Dividindo as tristezas com o irmão. Tentando aconselhar e apaziguar a mãe.

Mas, com esta última não obteve muito resultado. Sarah, além de reclamar da ausência do filho mais velho no momento em que foi chamado, não demonstrou qualquer outro sentimento em relação ao “incidente” e passou a maior parte do tempo perturbando os outros dois filhos.

O maior apoio que Jacob obteve veio do carinho silencioso de Isabella.

Apesar de saber que a partir daquele acontecimento as responsabilidade de seu marido aumentariam, e ele provavelmente passaria mais tempo longe de casa do que antes, Bella só conseguia pensar na tristeza que via no rosto e nos olhos dele. E, como a figura do atual marquês se fazia extremamente requisitada, a esposa se manteve a parte, até que ele pudesse resolver as questões mais urgentes. Só conseguiu mostrar seu apoio quando o homem sentou-se perto dela, num dos raros momentos de tranquilidade durante o velório.

– Precisa que faça alguma coisa? – ela perguntou de repente afagando seu braço, pegando-o de surpresa.

Erguendo os olhos para a mão que segurava seu braço, ele se sentiu bem, e achou que ela estava fazendo tudo o que precisava. Aceitou o gesto e passou a própria mão sobre a da esposa.

– Preciso que me ajude com Emily. Mamãe não parece disposta a lhe oferecer qualquer apoio.

Bela encarou a amiga que estava do outro lado, sentada perto de Sarah. As duas estavam distantes, mal se olhavam. A mulher não permitira que a filha saísse daquele lugar, mas nada impediria Bella de ir até a cunhada.

– Farei isso... – e antes de se erguer perguntou: - Como você está?

Jake a observou, o rosto masculino tinha as marcas do cansaço e do sofrimento que ela também via nos cunhados.

– Cansado. – ele falou baixo reduzindo a uma palavra simples demais tudo o que estava sentindo. Jacob, ela pensou, não era o tipo de pessoa que admite facilmente quando sofre.

– Você precisa descansar ao menos um pouco. Vai ter muito trabalho depois.

Jacob sabia disso, mas não queria pensar no assunto ainda, em alguns momentos se sentia como se estivesse dentro de um sonho, uma realidade alternativa ou algo no gênero. Poucas horas atrás, chegou a acreditar que ele e a esposa já teriam resolvido suas pendências, mas, ao contrário disso, estavam presos em mais problemas.

– Tentarei fazer isso. – falou de forma gentil ao perceber a preocupação sincera estampada no rosto delicado.

Lentamente Bella tirou a mão de seu braço, imediatamente seguindo em direção a Emily, assim que se sentou a cunhada a observou e aceitou o abraço que a amiga lhe ofereceu. Jacob respirou mais tranquilo, uma parte de seus problemas estava de certa forma amenizada. Se a garota tivesse um apoio como o que a esposa lhe oferecia, ele sabia, a irmã suportaria mais facilmente esse momento de sofrimento.

*

No final da tarde, após o enterro, eles se reuniram na casa principal, que a partir daquele dia deveria pertencer a Jacob. Metido na biblioteca com a mãe, Jake passou por instantes de aperto tentando argumentar que naquele momento não pretendia ocupar a residência. Queria que a mãe ficasse ali por mais algum tempo.

– Esta casa pertence ao Marquês, e a partir de hoje, você é o novo Marquês. Deve mudar-se para cá o quanto antes.

Por que Sarah se comportava daquela forma? Por que não conseguia entender como ele e os outros se sentiam? Não era hora para discussões, cobranças ou qualquer outro tipo de contendas. Era hora de se apoiar mutuamente.

– Há muito tempo para que isso seja feito. – Jacob tentou rebater. – Esta casa é mais cômoda para você e Emily, quando ela casar acertaremos o que deve ser feito.

Irredutível Sarah não aceitou os argumentos apresentados pelo filho. O intimou a tomar posse dos negócios, das finanças, da casa e da ordem da família. A leitura do testamento se daria no dia seguinte, mas todos sabiam o conteúdo dele, então, na mente da matriarca não havia motivos para adiar o inadiável. E para completar a situação, o lembrou que seu pai tinha algumas viagens marcadas para os dias seguintes. Viagens importantes que mereciam sua atenção imediata.

Jacob sabia disso, mas não queria se ausentar naquele momento, tinha coisas pessoais para resolver. Entretanto, também sabia que agora, suas responsabilidades iam além de resolver problemas pessoais. E isso só queria dizer uma coisa, que teria de deixar a esposa sozinha por talvez mais que uma semana.

Estava realmente mal humorado quando saiu da biblioteca. E a visão que o esperava após descer as escadas, cruzar o corredor e entrar na sala íntima da mãe não ajudou em nada a melhorar seu estado. Isabella e Edward estavam sozinhos na peça; conversando muito próximos, no mesmo sofá, de frente um para o outro. A imagem o paralisou de imediato na porta, a observar a cena e sentir o ar faltar.

O irmão foi o primeiro a vê-lo, imediatamente ficou em pé, parecia encabulado, como se estivesse fazendo alguma coisa que não deveria, o sangue aqueceu nas veias alterando ainda mais seu humor.

Quando a esposa ergueu o rosto em sua direção, Jacob pode ver que os olhos de Isabella estavam levemente vermelhos. Ela estivera chorando? A mente dele fez mil conjecturas rapidamente. Naquela situação não era de admirar um choro, mas por que ali? Por que com seu irmão? Por que sozinhos?

– Vamos? – a voz trovejou no ambiente pequeno.

– Onde está a mamãe? – Edward perguntou se aproximando, sem saber que a fera que vivia dentro do irmão estava a ponto de escapar da jaula.

– Na biblioteca. – a resposta curta confirmou que alguma coisa estava errada e Edward tratou de se afastar.

– Vou falar com ela.

– Fique a vontade... – Edward estava merecendo passar pelo mesmo interrogatório que ele passara. Se bem que Jacob duvidava que o favorito de mamãe sofresse alguma cobrança.

Bella se aproximou do marido. Encabulada, mantinha as mãos unidas diante do corpo. O vestido preto reforçando a tonalidade branca da pele, o rosado das bochechas, e dos lábios rubros. Ela lhe pareceu muito bonita. Estava irritado com a garota, com a situação, com o irmão. Mas mesmo assim não negava o fato. Sua esposa era uma mulher bonita.

Desviou o olhar, encarando as mãos que ela mantinha presas diante do corpo. Será que Edward também vira o que ele via? Se assim fosse, talvez seu irmão estivesse arrependido de não ter feito o pedido que Sarah tantas vezes insistira para fazer, antes de todo aquele mal entendido acontecer.

Ideias malucas passaram por sua cabeça em questão de segundos. Visões de um futuro diferente, caso ele, Jacob ou até mesmo Isabella revelasse a não concretização do casamento. Uma união não efetivada, depois de tantas semanas, seria anulada facilmente. Sua esposa poderia finalmente se casar com quem queria. As pessoas, é claro, falariam. A fofoca seria geral, mas o irmão e Bella poderiam viver em outro lugar. No campo talvez. Num lugar onde os comentários maldosos não os atingisse.

Quanto a ele, era fácil compreender e ver o que aconteceria. Mas, ele era alvo de fofocas desde sempre, estava acostumado, e além do mais, ninguém se atreveria a lhe dizer qualquer coisa diretamente agora que era o Marquês de La’Push. Sua vida continuaria a mesma, de volta ao passado de carteado, de longas conversas com os amigos, de visitas à... saiu diretamente desses pensamentos malucos para o rosto de Bella. Estava enganado, sua vida não voltaria a ser o que era, e de repente não estava mais zangado, estava triste.

– Sua mãe não parece bem... – Bella comentou percebendo que os olhos dele estavam desfocados.

– Pode acreditar no que digo. Ela está bem... está tão bem que conseguiu me irritar – queria perguntar o que acontecera ali durante o tempo em que ele “conversava” com a mãe, mas Bella levou o diálogo em uma direção diferente:

– Emily tomou um chá e se recolheu... está exausta, mas parou de chorar.

– Obrigado. – ele não conseguia manter a zanga por muito tempo, Isabella constantemente, de alguma forma o desarmava - Você foi de muita valia... aliás, como sempre. – era verdade e mesmo que ainda tivesse um peso sobre os ombros, sentia que quando o assunto era Emily, ele sempre, sempre poderia contar com Bella.

– Edward está muito triste! Se queixou de Sarah, do temperamento dela... ele acredita que agora a vida de Emily será ainda mais difícil, já que pretende mudar-se.
Então eles fizeram confidencias? Ele se perguntou. O que Bella teria dito ao seu irmão?

– Não sabia que meu irmão queria deixar esta casa. – sabia que Edward pretendia se casar, se bem que o rapaz não voltara ao assunto, podia muito bem ter mudado de ideia.

– Foi apenas um comentário, que talvez seja modificado depois de uma noite de sono. – Bella explicou.

Ele não respondeu, apenas moveu a cabeça de forma distante e distraída. Ela mudou o foco:

– E como você está?

Ele a encarou suavemente.

– Precisando urgentemente descansar. Foi um longo dia.

Um longo dia... repetiu mentalmente se sentindo deprimida, pesarosa por ele. Jacob não falava, não falaria nunca como se sentia. Parecia que teria que arrancar as informações dele ou elas nunca sairiam.

Há poucos instantes Edward estava ali, triste com a morte do pai, comentando o quanto se sentia ferido e dolorido com o que acontecera. Mas seu marido guardava para si qualquer dor que estivesse sentindo.

Será que Jake não sabia como expressar sentimentos?

Talvez, Bella pensou, Emily fosse a única pessoa que conseguia esse feito de seu marido. Talvez ele nunca se abrisse para que ela pudesse chegar até ele. Não da forma que ela gostaria de chegar.

– Vamos para casa? – a pergunta a retirou dos devaneios.

Sim, ela queria voltar para casa. Lá estranhamente o clima entre eles era sempre diferente.

– Claro...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Várias situações se interpõe entre eles... cruzar por essas barreiras não está sendo uma tarefa fácil. Gurias, valeu mesmo pela paciência de vcs com as manias, sandices e idiotices desses dois. Bjs e até o próximo. Se tudo der certo no sábado.