O que nos faz mudar escrita por Leonor Silveira


Capítulo 4
Capítulo IV




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/606058/chapter/4

CAPÍTULO IV

Já á muitos anos que não saia de casa. Já nem me lembrava desta sensação de adrenalina. Aliás, nunca me senti tão bem. Agora, já não havia regras, nem ninguém a insultar-me ou a maltratar-me. Estava livre, sem obrigações. Estava demasiado ocupada a pensar nisso que me esqueci de um pormenor importante. E agora, como me iria alimentar? E o abrigo? Caminhei mais pela parte deserta de Piltover. É inacreditável o facto de ninguém viver nesta zona. E ainda mais inacreditável é estar cheio de lojas ainda com produtos. Entro numa, e apercebo-me que é de artigos de beleza. Nesse momento, decido mudar-me por completo. Talvez isso seja uma forma de me "livrar" da minha horrivel vida anterior. A partir de agora, a Jinx maltratada, meiga e inocente deixou de existir. Agora, seria completamente diferente.

Comparando-me antes de entrar na loja com depois, ninguém diria que era a mesma pessoa. Nem eu diria isso. O meu cabelo comprido loiro agora estava azul dividido em duas tranças compridas. A minha roupa, mais ou menos do estilo punk e unhas pretas. Este novo look agradou-me imenso.

Enquanto caminhava pelas ruas á procura de comida, encontrei uma loja, pela qual se intitulava Bullets and explosives. Entrei lá e apercebi-me que só lá tinha armas e granadas. Dei uma grande volta por lá e encontrei duas armas completamente interessantes. Pensando melhor, eu iria precisar de alguma defesa. Uma delas, tinha três saidas. Decidi-lhe dar o nome Pow Pow. Outra, tinha forma de tubarão. Lembro-me de quando tinha 10 anos ter encontrado um tubarão de pelúcia abandonado na cozinha que se chamou Fishbones. Dei-lhe o mesmo nome. Também encontrei uns cintos com balas. Agradaram-me todos, por isso levei três.

Saí da loja. Vagueei pelos quarteirões e já estava a entrar na zona habitada. Vi uma loja brilhante de tatuagens. Interessante, nunca me passara pela cabeça fazer uma tatuagem, mas dei por mim a entrar lá. Lá dentro, estava um homem grande e extremamente tatuado em várias partes do corpo.

– Quer alguma coisa, menina?

–Ahh... Nada. - pensei melhor um bocado - Bom, talvez queira.

–Alguma tatuagem? Piercings?

–Bem, agradaria-me uma tatuagem, mas não tenho dinheiro nem para comida.

–Tem algum problema de visão?

–Como assim?

–É que temos um cartaz enorme lá fora a avisar que estamos prestes a acabar com a loja e que até lá é tudo gratuito.

Na verdade, nem tinha reparado. Dei uns passos para trás e realmente, tinha um grande cartaz lá fora. Grande sorte!

–Sendo assim , quero!

–Qual deseja? Temos ali á direita imensos modelos, pode ir lá ver.

Dirigi-me e vi mesmo muitos modelos. Estava prestes a pedir uma rosa na omoplata, até que vi uma enorme que preenchia o braço e um pouco do tronco com nuvens e pequenas balas rosa. Escolhi essa. Nunca tinha visto coisa tão linda.

Aí veio a agulha.

Há quem diga que as tatuagens têm todas um significado. neste caso, as nuvens simbolizam a liberdade que passei a ter, e as balas uma mudança na minha vida. Um lado mais violento de mim.

Saí da loja satisfeita. Já estava diferente. Agora era só procurar comida.

Começava a anoitecer e acabei por desistir da busca de alimento. Encontrei uma grande casa escura que não aparentava ter habitantes. Entrei lá, já estava cansada e ali era um ótimo sitio para descansar.

Entrei.

–Acho que estou a ouvir passos. - sussurrou alguém

–Alô!? - perguntei

Uma luz acendeu-se e avistei um grupo enorme de gente, pelo menos umas 10 pessoas.

–Quem és tu?

–Bela tatuagem!

–Eu.. Sou a... Jinx.

–Essas armas são tuas?

–Miúda, tu explodes coisas?

Na verdade, sempre gostei do termo explodir. Após adquirir a arma, fui testá-la contra umas paredes, e senti uma sensação deliciosa.

–Espera aí! - aparece alguém de trás, deve ser o líder daquele grupo- Não partilhem informações sem primeiro sabermos quem realmente é.

Senti-me ofendida, mas foi passageiro. Esta gente tinha aspeto razoável, tinham ar de quem não tinha casa, tal como eu atualmente.

Juntaram-se num grupo e sussurraram palavras.

–De onde vens, e o que fazes aqui? E porque estás tanto armada?

–Sou da zona mais a sul de Piltover, na verdade nem sei bem de onde. Fugi de casa, agora sou livre e estou á procura de abrigo. Estas armas são para minha defesa.

– Somos um gangue, fazes de tudo o que é ilegal. Se não quiseres juntar-te a nós, queixa-te ás ordens superiores que quiseres. Nunca somos descobertos.

–Não me vou queixar. E sim, junto-me.

–Ok, miúda. Jinx, não é assim que te chamas?

–Sim

–Ok, eu sou o Jason. Sou o líder, esta aqui é a Tina, sub-líder. Amanhã vamos explodir a Catedral de Piltover. Contamos contigo?

–Podem contar comigo

–Ok, descansem todos. - grita Jason mais alto do que necessário - amanhã temos um dia em grande. - ele gira a pequena navalha que tem na mão e todos dirigem-se aos seus cantos. A luz fecha-se e eu junto-me a uma parede e adormeço. A partir de agora esta era a minha vida. E eu gostava disto. Muito.

 
 

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oláááá, não sei se estão a gostar, mas espero que sim. Este capítulo mudou completamente a vida de jinx, não sei se estou a um ritmo muito rápido. Mas qualquer critica ou opinião, comentem. OBRIGADAAA



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O que nos faz mudar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.