Um Tom a Mais escrita por Benjamin Theodore Young


Capítulo 7
- Felicidade Comprada -


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, peço que se eu estiver sendo muito maçante, me falem, na verdade o desenrolar dessa historia é lenta mesmo, como se passa em somente dois meses do verão americano, não dá para pular muito tempo e muita coisa, por tanto, as coisas e os fatos ocorrem quase que dia por dia, me fazendo assim, escrever os capítulos de maneira quase que cronológica e correspondente ao tempo real dos personagens. Espero que vocês estejam gostando. Se sim, por favor comentem.



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Aquele sábado estava fadado a tudo, menos a dar certo! Para os outros, certamente, muitas coisas deram certo, aliás, certo até demais, mas para mim, bom, para mim vem por aí!

Genie veio de braços e abraços para cima de mim, e já apresentava uma leve alteração, para o meu espanto, afinal não havia chegado ninguém ali além de mim e do Tom, a alteração dava-se a alguns shots de tequila que ela havia tomado horas antes, mesmo na presença dos pais, mas eles pela ocasião estavam de certa forma fazendo vista grossa.

– Pim, - esgoelando – obrigada por vir lindo, me apresenta seu amigo!

– Genie esse é o Tom, Tom essa é a Genie! Tom se dirigiu a ela de forma formal, enquanto que Genie lhe desferia um golpe fatal de abraços, lhe deixando rapidamente constrangido.

– Gente, mas são só vocês, porque tem muita comida e bebida, olha que bacana – me apontando uma mesa linda cheia de coisa pra comer e beber – e tem mais, meu pai contratou um DJ, nem eu acreditei, disse que estava se sentindo culpado por mais um ano seguido me fazer passar meu aniversário aqui sozinha e que gostaria de me ver realmente feliz e que estava contente por eu estar fazendo amigos americanos (risos), bom meninos entrem.

– Daqui a pouco chega mais um pessoal Genie, fica tranquila que boca pra comer e beber vai ter!

– Ai que legal! Pode vir aqui, a casa de piscina é logo ali, se vocês já quiserem colocar a sunga ou shorts de banho, gente fiquem a vontade eu vou ali em cima avisar minha mãe que já tem gente chegando. Calma, fui...

– Ela, ela é bem eufórica e engraçada ?! Disse Tom, complementando – me lembrou daquela atriz que faz modern family aquela doida espanhola! (risos)

– (risos), Sofia Vergara, sim verdade, o sotaque, mas ela não é espanhola, ela e latino-americana, aliás, ambas, Sofia e Genie!

– Legal, ela é de onde?!

Brazil!

– Cool, ela deve ser gostosa então! (gargalhadas). Enquanto eu ria desconcertado.

– Deve ser! Vamos lá nos trocar, ou vou vai ficar de boa?

– Espera aí meu celular tá tocando, deve ser meus amigos.

...

Em aproximadamente meia hora, aquela já não era mais uma festa intima com poucas pessoas, deveria ter no mínimo ali, umas cinquenta pessoas, ou melhor, uns cinquenta riquinhos e riquinhas, exibindo seus corpos devidamente saudáveis na beira da piscina. Eu estava de boa, a principio ia entrar, mas resolvi ficar do jeito que estava mesmo, não por vergonha, sério, não sou um exemplo de fisiculturista, mas tenho particularmente para minha idade um shape até legal, sou magro, de estatura média, branquelo, assumo, e os músculos nada muito em evidencia, mas devidamente em seus lugares. Eu só não estava a fim de entrar mesmo. Diferente do Tom que mesmo tendo a um dia aproximadamente tirado todo aquele aparato que lhe cobria já estava feito um peixe dentro da água, com alguma dificuldade e volta e meia sentia umas fisgadas, mas vai falar pra um moleque da nossa idade, o que não podemos fazer. Resolvi então me aconchegar em uma poltrona de vime gigante próximo ao bar improvisado, e ficar olhando o pessoal numa boa, mas fora por pouco tempo.

– Pim, Obrigado por tudo, essa festa não seria isso aqui se não fosse por você! Na verdade não era eu, era o Tom, mas me fiz de rogado.

– Acha, ela ia ser um sucesso de qualquer jeito. Respondi

– Mas estou chateada! Olhando para mim enquanto colocava sua mão sobre a minha.

– Por quê?!

– Porque você não esta se divertindo tanto quanto todos aqui! Aconteceu alguma coisa?

– Acha, relaxa! Genie, eu me esqueci de te falar, eu tenho o dom de ser antissocial, mas não é por você ou algo em especifico, é só o meu jeitão mesmo, então fica tranquila e vai curtir sua festa.

– Bem, se você esta dizendo eu acredito. Mas agora eu preciso te falar, que hottie aquele seu amigo Tom! (risos) Já quero! E saiu gargalhando enquanto eu tentava assimilar o que ela havia acabado de me dizer, e principalmente absorver a pontada de ciúmes que senti quando ouvi aquilo. Em seguida Tom saiu da piscina e veio em minha direção e todo molhado deitou em cima de mim falando;

– Larga de ser cuzão, sai dessa poltrona de velho e vem pra piscina, pega uma cerveja, uma tequila, uma batidinha, mas, por favor, sai dessa vida. Ele então se levantou e quando o fez sentiu o tornozelo e caiu sentado em cima de mim resmungando de dor – Tá vendo o que você me faz fazer! Eu então respondi seco.

– Eu não fiz nada, você que é um irresponsável. E levantei em direção à casa de piscina deixando ele me olhando meio confuso. Na verdade, aquela reação minha, era por ele ser tão gente boa, tão carismático, por ser feliz, brincalhão, por chamar atenção de todas as meninas que estavam ali, inclusive da Genie. Eu me sentia um nada perto de todo aquele Tom! Era o meu oposto, era presença, (não que eu fosse feio, não era), mas ele era lindo, era rico, tinha um shape de dar inveja, e, sobretudo tinha tudo o que um jovem de dezesseis anos poderia querer, e naquele momento, eu então senti ódio, e ao mesmo tempo pena de mim, e se tem uma coisa que eu sei fazer com afinco, é sentir pena de mim.

Eu sempre me vitimei de alguma forma, sempre fui introspectivo, e ver tantos da minha idade ser o oposto de tudo o que eu era, e gostaria de não ser, me incomodava muito. Num instante então olhei para trás, e vi Genie ao seu lado passando a mão em seus cabelos enquanto ele gesticulava algo. Entrei na casa de piscina, e fiquei lá dentro até todo o meu ódio e minha vontade de chorar passar.

Há aproximadamente um mês eu havia parado de tomar meus antidepressivos, o que de certa forma contribuía para aquele meu estado de melancolia constante, na verdade, havia parado por conta própria, minha mãe não podia nem sonhar aquilo, mas de alguma forma eu achava que estava sarado, que ia parar e ponto final, mas então vi, que ainda que aquelas doses de psicotrópicos me incomodasse, como eu costumava dizer, felicidade comprada à base de remédios, desejei pela primeira vez com consciência estar sob o efeito daquela felicidade química. A minha tristeza naquele momento era sufocante, já não bastasse à autocomiseração, a ceninha de ciúmes inexplicável com Tom, eu incutia mais ainda um sentimento pesado de angustia, quando me forçava de forma solene ouvir músicas que me devoravam a alma, com suas letras e melodias. (Cajsa Siik – Plastic House). Enquanto escorria uma lágrima em meu rosto, escutei atrás de mim uma voz me chamando a atenção.

– Hey, tá tudo bem! Olhei pra trás limpando as lágrimas para que não fosse visto, e me deparei com um rapaz.

– É... Tá tudo bem! Foi só um... Uma...

– (risos) Não precisa se justificar, eu não estou aqui pra te julgar! Respondeu ele simpaticamente.

– É me desculpe, eu não queria te incomodar... Você já estava aqui antes, foi mal.

– (risos) Relaxa garoto. Ele dizia com propriedade a parte do garoto, ele, não era um garoto, era jovem, aparentava ter uns vinte, no máximo vinte e dois anos. – relaxa! Prazer – me estendendo uma mão firme – meu nome é Tito, eu sou irmão da aniversariante. Naquele momento eu então fiquei confuso, como assim, irmão da Genie, em nenhum único momento ela havia mencionado um irmão, ou que o irmão estava aqui, que porra estranha era aquela?!

– É, irmão da Genie?! Respondi surpreso enquanto ele sorria suavemente curioso pelo apelido e confirmando que sim. – Desculpe, mas ela em nenhum momento me disse que tinha um irmão, muito menos que ele estava aqui em Hamptons.

– Sim! É típico dela, avoada, mas eu também não estava aqui, eu estava em um simpósio de medicina em Boston, e cheguei aqui hoje cedo. Respondeu ele educadamente.

– Me desculpe, foi mal mesmo parecer tão desinformado, mas é que ela...

– (risos) Mas ela me falou de você – me interrompendo – disse-me bastante, aliás! E sorriu para mim mais uma vez.

– Bem, espero que tenham sido coisas boas!

– Sim, foram! Uma delas era o quanto você era formal e cheio de perdões! (risos).

– É isso eu não posso negar! E sorri ouvindo aquilo, para mim era um elogio bastante agradável.

– Enfim, eu estou instalado aqui na casa de piscina, mas não se preocupe pode ficar aqui o tempo necessário.

– Eu já estou de saída!

– Relaxa cara, senta aí, o que você ta ouvindo aí nesses fones?! Eu então respondi incrédulo quanto ao conhecimento dele daquilo que eu ouvia, mas respondi.

– Cajsa Siik! Respondi.

– Mentira! Respondeu ele com um ar surpreso e tomando um lado dos fones de minha mão e levando aos ouvidos – caraca meu, é verdade mesmo! Eu então respondi surpreso;

– Mentira digo eu, você não conhece ela nunca! Rindo em seguida, enquanto ele dava uma leva gargalhada.

Cara, você acha que é a única pessoa no mundo que ouve música boa? State of Low, é a minha preferida dela. Foi então nessa hora que realmente acreditei no que ele dizia, me fazendo expressar um sorriso de profunda alegria ao ver que eu não estava sozinho no mundo. – senta aí, vou pegar umas bebidas pra nós e a gente continua essa conversa. E saiu me deixando ali na sala, pensando e dizendo em voz alta – Tito, nome bacana – foi quando neste meio tempo, Tom me achou dentro da casa de piscina.

...

– Te conheço tão pouco, mas o suficiente pra sabe que você no mínimo tá escutando essas músicas depressivas suas e chorando. Porque você faz isso com você mesmo? Entrando na sala, e sentando do meu lado. Aliás, eu não entendi a sua cena ali na piscina! Eu te fiz alguma coisa? Você é estranho cara, muito, mas de alguma maneira eu gosto da sua estranheza – dando um sorriso de canto de boca – vamo voltar pra lá?! Eu vim com você né! Neste instante o irmão da Genie havia voltado com as bebidas.

– Aqui garoto – Com as bebidas nas mãos, interrompeu a fala por alguns instantes quando avistou Tom do meu lado – aqui sua bebida. Estiquei o braço então para pegar e nesse instante Tom indagou;

– Você tá bebendo afinal?! Acho que você tá bem aqui, bom voltar pra piscina. E saiu enquanto Tito me olhava desconcertado acenando um leve tchau para o Tom levantando um das mãos sugestivamente. Tito então terminou de entrar e sentou-se do meu lado.

– Foi mal, atrapalhei alguma coisa?! Perguntou-me.

– Não, nenhuma. Respondi e ao mesmo tempo me indagando, a qual tipo de coisa ele se referia, quando perguntou se havia atrapalhado.

– Bom onde nós estávamos?!


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