Um Tom a Mais escrita por Benjamin Theodore Young


Capítulo 18
- Explanations -


Notas iniciais do capítulo

Eaee pessoa, nossa, me perdoem a demora, sim quase quinze dias para postar um novo capitulo, mas minha vida tem estado super corridas esses tempos, entao por isso tive que deixar alguns prazeres de lado, mas isso é transitorio, rsrs, bem, esse aqui tbm ficou bem grandinho, e é um capitulo bem diferente dos outros, pq ele volta um pouco no passado a fim de elucidar melhor a vida de Pim, e o motivo de ser às vezes tão conflituoso. Um abraço e boa leitura...

Ps. Comentem, favoritem, recomendem.



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Riverdalle, Fevereiro de 2013.

– Crispin e Samuel, eu não vou falar de novo! Acordem, pelo amor de Deus! – Minha mãe já gritava pela terceira ou quarta vez. Como sempre estávamos enrolados e amarrados aos edredons e travesseiros a nossa volta – puta merda, como era difícil levantar em pleno frio de fevereiro.

Moooom, o Sammy não me deixa entrar pra eu escovar os dentes enquanto ele toma banho!

– Samuel! – gritou minha mãe – não me faça subir aí! – Pelo amor de Deus querido, esses meninos quanto mais velhos ficam, mais crianças se tornam! Hoje eu os levo, estou com dó de deixa-los ir de ônibus nesse frio!

– É exatamente por isso que eles fazem o que querem de você Ann!

– Amor, eu sei! Sou uma mãe omissa...

– Não, omissa não... Boa demais! Beijo... Não esquece que eu vou buscar Aileen na rodoviária às seis horas!

– Ok! Pegou o casaco?

– Claro que não! – disse meu pai voltando e pegando o casaco enquanto dava uma piscadinha para minha mãe!

– E então, escovou os dentes? – perguntou minha mãe preparando meu café.

– Escovei, apesar do idiota do Sammy ter deixado toda a merda dele de propósito na privada pra hora que eu fosse mijar, e ver! Nossa como eu odeio ele! – respondi irritado.

– Ah Crispin – disse minha mãe rindo – você conhece seu irmão, e outra, larga de ser tão sisudo, parece uma senhorinha rabugenta! – atou minha mãe rindo.

– E põe rabugenta nisso ! – disse Samuel descendo as escadas entrando na cozinha! – vai maninho, você sabe que eu te amo! – e me agarrou pelo pescoço me dando um beijão na testa, fazendo minha mãe suspirar com a cena!

– Você faz essas cenas de propósito Sammy, só pra mamãe pensar que você é um deus da bondade! – respondi irritadiço.

– Eu te amo! – risos – não preciso de teatro – Disse ele mais uma vez, me dando um suave soco no queixo, me fazendo amenizar a minha carranca.

– Bem meninos, se apressem nesse café enquanto eu termino de me arrumar! Vou levar vocês hoje.

Yaaaassss! – respondemos.

...

– Por favor, não enrolem pra voltarem! A tia Leen vai estar em casa hoje para o jantar, e ficara uns dias conosco... Vão, desçam logo antes que fechem o portão!

– Ok! Mas eu tenho que passar no Dylan antes de voltar pra casa pra pegar uns jogos meus que deixei lá!

– Tudo bem, Pim, mas não faça disso uma desculpa pra chegar atrasado em casa! Por favor! Não me faça te buscar onde quer que seja.

– E o ultrassom mamãe! É hoje? – Perguntou Sammy

– Sim Sammy, mas irei sozinha, seu pai estará em uma reunião de negócios.

– Eu posso faltar pra ir com a senhora mamãe! – Disse Sammy comovido.

– Não é preciso meu filho, já sei como é isso – risos – afinal tenho dois bem aqui na minha frente!

– Manda uma mensagem nos dizendo o sexo – Salientei.

– Não sei se será possível – respondeu minha mãe rindo – acho que está muito cedo ainda meninos!

– Bom, se for moleque, dessa vez eu escolho o nome! Porque vai que a senhora opta por um mash-up de nomes entre o meu e o do Sammy e sai algo do tipo, Samim, ou Crisuel – disse eu nitidamente inconformado com o meu maravilhoso nome, e temeroso pelo o que poderia vir a se chamar nosso futuro irmãozinho, ou irmãzinha!

– Boa! – respondeu meu irmão rindo, em seguida sendo expulsos do carro por minha mãe.

– Vão logo seus palhaços. Vejo vocês em casa. Wish me luck!

Love you mom!

Love ya delicious beautiful woman! – como sempre disse Sammy, exibindo toda a sua graça e fazendo minha mãe rir.

Love you both, hunny, bye!

You always so idiot Sammy!

And you like it, bye! – respondeu ele correndo em direção oposta a minha, indo direto para o campo de football, pois a sua primeira aula seria educação física.

...

– Achei que você não vinha, eu já estava puto por você furar comigo hoje depois da aula – Disse Dylan enquanto eu ia me ajeitando na cadeira, seguido de uma chamada de atenção de Mrs. Swan.

– Minha mãe não me deixaria faltar nem por decreto de lei, e de qualquer forma eu vou acabar furando mesmo com você hoje – respondi baixo para não chamar a atenção de Mrs Swan, enquanto Dylan me olhava de cara feia perguntando o motivo – Minha tia, a irmã da minha mãe esta vindo pra cá, e minha mãe quer que a recebamos em casa hoje para uma janta e tal... Mas se acabar cedo, eu peço pra ela me deixar ir na sua casa!

– Que merda isso heim – respondeu ele um tanto desmotivado.

– Mas fica tranquilo fim de semana esta chegando, e eu vou embora com você de qualquer maneira, preciso pegar os jogos que estão com você porque o Sammy esta me enchendo o saco!

– Beleza! – Respondeu Dylan.

Será que eu posso ter a atenção dos príncipes aí do fundão?! – Disse Mrs. Swan nos fazendo corar, e em seguida nos silenciarmos olhando para frente.

Passaram-se mais demorados quarenta minutos daquela aula ridiculamente entediante da senhora Swan, até que por fim tocou o sinal para trocarmos de sala. E é exatamente nesse meio tempo que sou obrigado a ouvir as piadas dos caras mais velhos sobre minha amizade com Dylan.

Good morning girly boys! – Disse Rocco dando risada e olhando para gente – como vai o namoro?!

– Vai se fudê Rocco – respondeu Dylan enquanto eu apenas ouvia quieto, aquilo nunca me afetava, eu na verdade já havia a algum tempo aprendido a abstrair aquelas provocações, mas Dylan, ele sempre se metia em confusão por não aceitar.

– Sempre defendendo sua garota Dylan, bem se vê que você é o machinho da relação – respondeu Rocco, rindo junto com os outros caras enquanto passavam pela gente empurrando Dylan contra os armários e jogando meus livros no chão, me fazendo agachar para pegá-los em seguido por Dylan que me ajudava dizendo em voz baixa.

– Depois ainda questionam porque existem massacres como os de Columbine! – Olhei para ele assustado com o que ele dissera, Columbine era uma ferida extremamente amarga na vida de todos americanos, e de fato bullying e massacres, eram algo que sempre andavam juntos.

– Você não está falando sério Dylan? – Perguntei temeroso – porque se tiver acho melhor você repensar as sua opiniões, é injustificável.

– Calma Pim, eu não vou chegar aqui na escola um dia desses armado com metralhadores, é que bem, você sabe, são essas merdas que desencadeiam suicídios, massacres e baixa autoestima, eu posso te garantir que nada disso me pega, pois sou mais eu, mas quantos aqui na escola realmente não passa por isso e vai saber o que se passam em suas cabeças?! Ninguém parece querer fazer nada quanto ao Rocco, playboy de merda, se acha porque tem algum dinheiro, porque é bom atleta, foda-se ele não é melhor do que ninguém!

– Eu concordo com o que você esta dizendo, só quis dizer que não acho justificável um garoto entrar aqui, por exemplo, e sair dando tiro em todo mundo. Quanto ao Rocco, eu tenho uma única certeza, a vida se encarrega de responder a tudo isso!

– Espero bem que sim! – Respondeu Dylan indo para outra sala enquanto eu me dirigia para aula de química – nos vemos mais tarde então, abraço!

...

Porra! Achei que hoje as aulas não acabariam nunca – disse Dylan vindo ao me encontro no final do corredor e nos dirigindo juntamente para a saída da escola.

– Tava um saco mesmo isso hoje! Pena que não vou poder ficar na sua casa agora.

– Ah, relaxa, à noite se acabar mais cedo o jantar você cola lá de novo. Heim... Estou a fim de ver aquele filme que estreio do Matt Damon, Elysium. Bora ver esse fim de semana?!

– Vamos sim, mas já ouvi falar que é uma merda! – Respondi indignado, já que eu estava esperando muito do filme, e principalmente por Matt Damon no meio, afinal ele era o Jason Bourne – risos.

– Ah, mas a gente tem que ver pra tirarmos nossas conclusões de qualquer forma!

– Sim concordo, vamos por esse caminho aqui! – Disse eu ao Dylan atravessando a rua, seguido dele.

– Cara você quer ir justo pelo caminho mais longo, que porra é essa? – Perguntou Dylan.

– Eu sei que é o mais longo – respondi entre risos – mas eu descobri uma loja vintage irada que você vai se amarrar nela, tem cartuchos Nintendo, vinis, quadrinhos e um porrada de coisa bacana! – Quando falei cartuchos Nintendo, os olhos de Dylan pareceram brilhar, afinal, ele amava.

– E como é que eu nunca soube dessa loja? Eu sou o cara que mais fuço pra achar essas porra! Respondeu ele.

– É nova a loja, acho que tem poucas semanas, eu achei por acaso, porque dia desses eu resolvi desviar o caminho, você vai ver, você vai endoidar na loja, se você ver os pôsteres irados que ele tem de filmes, você chora – risos.

Cool man! Let’s do it.

– Quer ouvir comigo? – perguntei para ele lhe oferecendo um dos fones do meu iphone.

– Se eu puder escolher sim! Agora se for pra ouvir essas depressões suas to fora! – Respondeu ele já tomando o iphone da minha mão e colocando uma musica que ele gosta (Macklemore – My Oh My) – Pronto, bem melhor!

Aff – respondi conformado, fazendo Dylan me olhar rindo e me puxando para me dar uma chave de pescoço.

– Vem cá seu rabugento, te amo! – me dando um beijo na cabeça.

– Nossa parece que hoje todo mundo esta tentando me impressionar dizendo que me ama – respondi rindo, enquanto ele me soltava.

– Ah então quer dizer que eu não sou primeiro hoje?

– Não! O Sammy deu a largada – risos – mas ele não conta, sempre faz pra impressionar minha mãe.

– Para vai Pim – respondeu ele rindo – o Sammy é mais gente boa do que você imagina, queria que o Drew fosse seu irmão, aí você ia ver.

Tô de boa heim... Seu irmão é o ser mais cuzão que conheço na face da terra!

– Por isso estou te falando – risos.

– Hey não é o seu pai saindo daquela floricultura?! – Perguntou Dylan apontando para meu pai entrando no carro dele, ao lado do banco do passageiro minha tia Leen.

– Nossa é ele mesmo, mas nem chama atenção se não ele vai querer me levar já – risos.

Foi neste instante, que eu então vi tudo o que eu não estava preparado para ver, a cena, aquele cena, que fez meu estomago revirar, fez minha cabeça ir do céu ao inferno em uma fração de segundos, e me fazendo parar travado no meio da calçada enquanto íamos nos aproximando da loja vintage. A única coisa que eu conseguia ouvir era a voz do meu pai, me chamando enquanto eu tentava assimilar o que estava acontecendo.

– Pim... Pim... Crispin! – Foi então que despertei como se tivesse saído de um estado hipnótico – Pim não é o que você esta pensado.

– Vocês estavam se beijando! – Afirmei inconformado, fazendo meu pai e a tia Leen arregalarem os olhos temerosos.

– Pim eu posso explicar! – Respondeu meu pai seguido da minha tia.

– Sim Pim, ouça o seu pai! – salientou ela com uma voz nitidamente nervosa e me fazendo gritar aos pulmões com ela.

Shut the fuck up your whore!

– Hey! don’t you dare talk to her like that! She’s your aunt… - gritou meu pai nervoso.

– No – respondi em voz baixa – She’s your lover and both of you make me sick. – E corri, corri o mais rápido que pude, deixando o Dylan com eles, continuei sem direção, enquanto escutava a voz do meu pai me gritando sumindo aos poucos. Aquilo definitivamente havia me aniquilado, não podia imaginar algo pior, de maneira tão pior ainda. O meu pai, com a irmã da minha mãe, que era para ela sua confidente e melhor amiga, desatei em choro, inconformismo, e continuei a esmo até chegar à casa do Dylan.

...

Chegando em frente a sua casa me sentei no gramado, e fiquei ali por longos minutos, até ser acompanhado por Dylan.

Hey pal! Eu sabia que você viria aqui. – Eu então olhei para ele sentado ao meu lado e comecei a chorar.

Hey, I am here bro, I am here!

– O que eu faço? – perguntei entre lagrimas.

– Pim, quanto a isso eu não sei o que te dizer, mas independente da sua atitude, eu estou aqui!

– Eu não quero mais meu pai dentro de casa... Minha mãe não merece isso! Mas ao mesmo tempo, ela esta grávida de novo, e, se ela souber da tia Leen, que ela é amante do papai, ela vai pirar.

– Eu não sei o que eu faria bro. Juro!

– Eu vou contar a verdade! – Respondi com lágrimas nos olhos!

– A verdade nunca é demais! – respondeu ele me dando um abraço.

...

– Crispin, atrasado! Como sempre... Que cara é essa?! Vai lá pra cima lavar esse rosto e desce pra jantarmos, nossa, vocês estão todos tão estranhos hoje! Sua tia Leen estava chorando agora pouco, vai lá dar um abraço nela, deve ser saudades suas – respondeu minha mãe rindo, enquanto eu subia as escadas com uma cara de morte, seguido de meu pai agarrando o meu pulso e me empurrando pra dentro do meu quarto.

– Pim, eu preciso te explicar o que você viu! Aquilo não foi nada meu filho.

– Você deveria aprender a ser um bom mentiroso antes de ser um! – Respondi seco.

– Você não tem o direito de falar assim comigo! – Respondeu meu pai nervoso.

– Mas a minha mãe tem o direito de saber a verdade.

– A verdade, é isso o que você quer Crispin, se acha tão adulto, tão independente, você não sabe nada sobre a verdade. A verdade é que eu já ia me separar da sua mãe, e ela sempre esteve ciente disso, e me inventou essa gravidez pra me segurar dentro de casa. Eu não sou feliz Crispin, e a sua mãe também não é, porque se eu sou infeliz eu não consigo fazê-la feliz. – Meu pai então começou a lacrimejar os olhos e a traçar uma voz chorosa.

But dad – respondi chorando – I can’t agree with this! It’s mom, a can’t lie to her this way. – Neste instante meu pai me abraçou contendo seu choro e dizendo.

I know son, you’re the good one, as your mother, you’re like her, not like me! But I made my decision, and I need you now! This is the better for me, for your mom and for all us.

Você vai trocar a mamãe pela irmã dela? – Perguntei ainda chorando.

– Não Crispin, de fato eu e a sua tia, é só um passatempo, mas eu vou deixar sua mãe. Porém eu não vou desamparar vocês, eu vou continuar sendo da mesma maneira que fui, e vou dar toda a assistência do mundo para esse bebe que vem vindo aí, mas eu não posso mais mentir pra mim mesmo. Eu tenho esse direito Crispin. Eu tenho, diz pra mim que eu tenho?! – E desatou a chorar sentando-se na minha cama, me deixando estático e sem reação.

Eu entendi ali, que tudo não era tão superficial, que os sentimentos envolvidos não eram pueris, que as vidas ali em jogo não eram vidas encerradas, mas sim, desgastadas. Há algum tempo eu já havia reparado a distancia entre meu pai e minha mãe, porém eu não podia imaginar que estava naquele ponto.

– O que o senhor quer que eu faça? – Perguntei contendo meu choro.

– O plano vai te parecer sórdido, mas é a melhor maneira de fazer a sua mãe sofrer menos, do que ela já vai sofrer. – E respondi um sim acenando com a cabeça! – Você vai colocar esse chip que comprei no seu celular e enviar uma mensagem pro meu celular como se tivesse me encontrado com uma mulher qualquer, não a sua tia Leen, a sua mãe não merece isso...

– E só agora você pensa assim? – Respondi inconformado.

– Crispin, por favor! – e acenei para que ele continuasse – eu vou deixar o meu celular no balcão da cozinha propositalmente desbloqueado pra que ela veja a mensagem – isso é cruel demais, eu disse – Eu sei! – respondeu meu pai – mas seria pior se falássemos da tia Leen. Sua mãe vai querer argumentar comigo sobre a mensagem e no final das contas ela não vai me mandar embora Crispin, mas eu irei de qualquer maneira. E eu preciso que você seja forte, porque é você quem vai ajuda-la, e tenha certeza meu filho, eu não estou abandonando vocês, eu só não posso mais permanecer aqui, porque esta me sufocando.

Eu então abracei o meu pai, e lhe pedi para que não fizesse nada disso, e que eu por fim me calaria, não falaria nada da tia Leen com minha mãe e que podíamos colocar um ponto final naquele assunto, entretanto, a decisão do meu pai já não era mais sobre o que havia ocorrido, mas sim, sobre o que ele deveria ter feito há muito tempo.

– Eu quero que você faça isso agora, o meu celular já esta na cozinha, sua mãe esta arrumando a mesa, eu vou estar na sala com seu irmão e sua tia.

Dad no, please!

Crispin, ou você faz dessa maneira, ou sou eu quem vai ter que contar a verdade pra sua mãe. – E saiu do quarto me deixando com aquela que seria até aquele momento a decisão mais difícil da minha vida.

Enquanto eu trocava os chips do meu celular, minhas lagrimas vertiam no meu rosto, uma tristeza sem fim me consumia, afinal, ali era o começo do fim, do fim de tudo o que fomos um dia, da felicidade que já tivemos, dos almoços em família, das viagens, enfim, de tudo o que nos tornavam família. Eu chorei, como se tivesse sido arrancado de mim, um pedaço. Contudo, o pior era a mensagem, eram as palavras que o meu pai me instruiu escrevê-las, eram como flechas de fogo direcionadas ao peito, cada letra, cada palavra, cada frase formada, ardia, queimava como pólvora dentro de mim.

[um numero qualquer] – oi meu amor, você foi maravilhoso ontem, mas fico morrendo de saudade quando você tem que ir embora para sua casa. Um beijo. Te espero amanhã!!!

– O que é isso! - Apareceu minha mãe na sala, com o celular do meu pai na mão, nitidamente nervosa e aflita. – o que é isso seu covarde? – e arremessou o celular em direção ao meu pai, que disfarçadamente tentava persuadi-la. Eu estava descendo as escadas, enquanto minha tia tentava controlar minha mãe e meu irmão ia lhe buscar água. – como você pode fazer isso comigo, como você tem coragem, por quê?

– Calma, Ann, você não pode ficar nervosa, não se esquece do bebe! – respondia meu pai aflito.

– E você realmente se importa com isso seu ordinário! – minha mãe então começou a gritar a plenos pulmões aquela forjada traição do meu pai, fazendo meu irmão começar chorar e ir se trancar em seu quarto, enquanto eu e tia Leen tentávamos lhe acalmar.

– Me explica, me da um motivo? – Dizia minha mãe chorando.

– Eu não vou mentir Ann, eu não posso mais. – Respondeu meu pai com lagrimas nos olhos.

– Porque você esta fazendo isso comigo, por quê? Eu estou esperando mais um filho seu, por quê? – Minha mãe chorava descontroladamente, enquanto eu podia ouvir Sammy ligando o som do seu quarto no último a fim de abafar o que acontecia na sala. Foi então que decidi subir e falar com ele.

– Sammy – bati na porta duas vezes – Sammy me deixa entrar! – Pedi aos gritos, foi então que ele abriu a porta do quarto e quando o vi, seus olhos estavam vermelhos.

– Entra – me disse ele apontando para sua cama. – Não fala nada – disse ele aos prantos – por favor, não fala nada, só dorme aqui comigo hoje! – dizia chorando e me abraçando.

Aquela noite havia se passado lenta, pensativa, pareciam que as horas não passavam e que a noite e aquele momento seriam eternos, o peso que eu sentia no meu peito, era dolorosamente forte, e foi no crepúsculo do amanhecer quando eu havia conseguido cochilar, que escutei meu pai batendo na porta e nos chamando.

Boys... boys oppen the door I neet to talk to you…

Neste instante meu irmão acordou.

– Por favor, não abre! – pediu ele enquanto eu me dirigia para a porta.

– Isso não vai resolver Sammy! – E abri a porta – enquanto Sammy se enfiava embaixo do edredom escondendo o rosto.

– Eu estou indo embora meninos, mas não se preocupem é pra casa da vovó que eu vou, ficam apenas uma hora de carro daqui. – Eu olhava para o meu pai apático, sem reação, eu estava decepcionado. – Eu preciso que vocês sejam fortes, que ajudem a mãe de vocês...

– GO AWAY... – Vociferou Sammy debaixo do edredom, fazendo com que meu pai se assustasse e a mim também, ele então me deu um abraço, passou a mão em Sammy por cima do edredom, e saiu dizendo em voz baixa – eu amos vocês – enquanto continha suas lágrimas. Ver meu pai cruzando aquela porta, descendo as escadas com sua mala, enquanto minha mãe permanecia intacta no sofá aparada pela tia Leen, batendo a porta da frente, fez com que eu chorasse ao ver todo o sofrimento da minha mãe e me lembrar de tudo o que um dia fomos.

– Mamãe, por favor, se acalme! - Dizia eu enquanto passava minha mão em seus cabelos.

– Eu vou fazer algo pra ela comer! – Disse minha tia.

– Eu vou junto – e me levantei indo em direção à cozinha!

– Pim, eu, eu não quero discutir com você...

– Eu também, eu só vim te pedir pra você ir embora! – respondi seco.

– Como?! – Perguntou ela assustada.

– Eu acho melhor você ir embora! Nós não precisamos de você aqui.

– Eu não vou abandonar minha irmã nesse estado! – Respondeu ela firme.

– O pior você já fez! Abandonar ela?! Não ela não esta abandonada.

– Você não tem o direito...

– Escuta aqui Tia Leen – lhe interrompendo e dizendo seu nome de forma repudiosa – a minha mãe precisa realmente dos filhos dela nesse momento, e não de pessoas que sugam, a nossa existência, eu não quero saber como aconteceu ou o que você sente pelo meu pai, então não me venha bancar a irmã boa e heroína que isso você não é. Então por favor, pegue as sua coisas e vai embora, você não é bem-vinda aqui, bom, pode ser pela minha mãe e meu irmão que não sabem de nada, mas não é bem-vinda por mim, e isso, já deveria ser o suficiente pra você recolher a sua mascara e dar o fora daqui de uma vez por todas. – Foi neste instante, neste momento tenso e conflituoso que escutamos o meu irmão gritando o nome da minha mãe aflito, nos fazendo correr para sala e a ver caída no chão desmaiada com uma mancha de sangue entre suas pernas.

...

Enquanto eu esperava aflito por alguém vir falar conosco sobre minha mãe, sentados naquela recepção de hospital, eu ia divagando entre as músicas que eu ouvia no meu iphone, sobre tudo o que eu havia feito, e principalmente sobre aquela mentira monstruosa que eu havia endossado. (Emily Gassin – I’m Sorry)

– A mãe de vocês quer vos ver meninos – Disse o Dr. Richmond, amigo e médico da família de longa data. Então fomos em direção ao quarto que minha mãe estava internada, os meus pensamentos fervilhavam, o meu sangue bombeava no meu coração infinitas vezes mais do que o normal, enquanto que no caminho, entre aqueles corredores imensos de hospital que sempre me metiam medo ou algum desconforto, Sammy agarrava a minha mão com força, e por fim, paramos em frente a porta do quarto em que ela estava, encaramos a porta, e entramos.

Hey, my boys – disse minha mãe dando um sorriso forçado, com o semblante entristecido e chorosa – come hug me! – Ela tremia e se esforçava imensamente para não chorar – Earlier with Doctor Richmond, I found that the baby was a boy – disse ela sorrindo – but now... – e começou a chorar – I found that I lost him – e nos abraçou chorando, enquanto eu derramava uma lágrima dura e cheia de remorsos – I lost him... I lost him – dizia aos prantos.

We’ll get through this together mom! We Love you... We Love you! – Dissse Sammy.


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