Deusa de Pedra escrita por RaiscaCullen


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Um presentinho antecipado de páscoa! Espero comentários! '-'



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/606006/chapter/3

O avião aterrissou no aeroporto de Orly; o dia estava ensolarado o movimento era grande. Bella conseguiu pegar um taxie resolveu ir direto para a delegacia. Como o trafego estivesse congestionado, ela levou mais de uma hora para chegar.

O delegado de plantão lhe disse que Jasper ainda estava lá. Para poder vê-lo, Bella precisou apresentar seu passaporte, e só depois disso a levaram por um longo corredor ate uma sala de espera, com apenas uma mesa e cadeiras duras de madeira. Somente quinze minutos mais tarde foi que trouxeram Jasper a sua presença.

Todos os sentimentos de recriminação e raiva que Bella poderia ter tido sumiram no instante em que viu o rosto do irmão; ele estava pálido, cansado e parecia jovem demais. Havia olheiras profundas ao redor de seus olhos, como se Jasper tivesse passado a noite em claro, e um ar tão grande de angustia que ela sentia uma dor no coração. Bella só o vira nesse estado no dia em que os pais morreram, e ele tinha tentado se comportar como adulto.

Foi para junto dele e o abraçou com carinho. Jasper era bem mais alto do que ela e, para mexer seus cabelos revoltos, Bella teve que ficar na ponta dos pés.

– Bells, estou tão feliz que tenha vindo!

Segurando-o pela mão, ela levou-o ate as cadeiras, onde sentaram. Bella tentou falar com voz firme, embora estivesse muito emocionada.

– Você é tudo o que eu tenho, não esqueça disso. Quando mandou seu pedido de socorro, vim correndo, como uma galinha quando coloca os pintinhos de baixo de sua asa.

Jasper forçou-se a sorrir, sentia-se mais seguro, agora que estava na companhia da irmã.

– Conte-me tudo e me diga do que é acusado. - Bella pediu.

– Fui acuado de desfalque! Mas nunca pretendi roubar o dinheiro, Bells, verdade!

Ela olhou para o irmão com tristeza; as mãos de Jasper começaram a tremer e ele as fechou com força, para que a irmã não notasse seu nervosismo.

Nada, porem, passava despercebido a Bella. Com um suspiro, ela segurou as mãos do irmão e tentou transmitir-lhe uma sensação de calma.

– Jasper, nos dois sabemos que não cometeu esse crime, mas acho melhor me contar como tudo aconteceu, para que eu também fique sabendo dos detalhes.

Com palavras entrecortadas e alguns soluços disfarçados, apesar de demonstrar segurança, Jasper começou a contar o que tinha acontecido.

– Acho que foi por causa do que eu inventei. Por trabalhar na companhia de embarque de mercadorias, inventei um aparelho que já faz o calculo da carga e prepara todas as contas para serem mandadas ao cliente. - Com paciência, Bella escutou todos os detalhes técnicos do aparelho que o irmão havia inventado. - Já estava com o aparelho bem delineado e na teoria ele funcionava bem, mas tinha que testa-lo na pratica; para isso, precisava fazer um protótipo de aparelho num laboratório de eletrônicas.

– Foi ai que as coisas ficaram pretas? - Bella quis saber, tentando imaginar o que teria acontecido.

– Eu já tinha procurado vários laboratórios, mas nenhum estava interessado. Finalmente, acabei encontrando um homem, Jacques Fleuret, que conhecia um laboratório que poderia me ajudar. Dias depois, ele me avisou que eu poderia fazer os meus testes dali a duas semanas, eu teria que pagar adiantado pelo uso do lugar. E isso me tirou todas as chances, porque eu não tinha dinheiro nenhum!

Bella ouviu isso sem surpresa nenhuma; Jasper nunca tinha dinheiro! Ele gastava tudo que ganhava com livros científicos e equipamentos.

– Eu ainda não tinha pensado sobre o lado financeiro! - Jasper corou ao ter que admitir aquilo. - Mas o Sr. Fleuret disse que me adiantaria o dinheiro, desde que depois ficasse com cinquenta por cento do lucro que o aparelho viesse a dar. Não gostei muito da ideia, mas, como não havia outro jeito, aceitei.

– Então conseguiu chegar a fazer o protótipo?

– Quase, No dia anterior aquele em que eu deveria pagar o laboratório, o Sr. Fleuret me ligou para dizer que não tinha conseguido o dinheiro ainda; sugeriu, então, que eu emprestasse a quantia de alguém. Eu estava desesperado Bella! Conseguir a oportunidade que eu tanto queria, ver tudo correndo tão bem, para não dar certo no ultimo instante! - Lagrimas vieram a seus olhos quando ele se lembrou dos acontecimentos.

Bella apertou as mãos do irmão para lhe dar coragem de continuar.

– Achei que perder essa oportunidade seria jogar fora meses de trabalho arduo1 Tudo ia cair aos pedaços, por causa de dinheiro! - Sua voz se tornou mais desafiadora, ao continuar. - Bem, eu estava fazendo os envelopes de pagamento de tripulação dos navios da companhia... E... Decidi emprestar o dinheiro por dois dias, ate que o Sr. Fleuret pudesse me arranjar o dele. Dei o dinheiro a ele, para que entregasse ao laboratório.

Com um soluço, o rapaz se interrompeu, baixando a cabeça.

– Esta bem, não precisa continuar, Jasper, posso imaginar o resto.

– Nunca mais vi Fleuret de novo. - Jasper se obrigou a continuar. - Ele havia se mudado e, quando fui ao laboratório, me disseram que nem o conheciam!

– Jasper! Que enrascada!

– Sei disso, irmãzinha. Mas, sinceramente, não pretendia roubar esse dinheiro! Pretendia devolve-lo logo que pudesse!

– Acredito em você, Jass. Bem, você foi ate a firma e explicou o que aconteceu?

– Era o que eu pretendia fazer, claro. Mas passei o dia todo procurando por Fleuret e nesse meio tempo deram falta do dinheiro. Chamaram a policia e fui preso assim que cheguei a meus apartamento!

– Não contou a policia o que tinha acontecido?

– Claro que contei. - Havia impaciência em sua voz. - Mas eles não me acreditaram! Disseram que era mentira, que eu tinha escondido o dinheiro ou então que entregara a meu cúmplice, que estava só esperando para dividir tudo comigo!

Bella procurava por uma solução, mas não tinha ideia do que fazer. Vendo o desespero no rosto do irmão, porem, conseguiu dar um sorriso cheio de confiança.

– Vamos, Jass, alegre-se! Tenho certeza de que logo poderemos esclarecer tudo! Acho que a primeira coisa a fazer é conseguir que você seja solto sob fiança.

Acho que não vai ser possível, Bella! Já me informei a esse respeito, e ele acham que vou fazer alguma trapaça se me deixarem livre.

– Bem, então vou agir de outro modo. Vou ver seus patrões e explicar tudo, prometendo repor toda a quantia. Com quem devo falar, no escritório?

– O gerente chama-se Blanchard, mas acho que ele não vai poder resolver nada, porque esta subordinado aos diretores.

– Então vou me dirigir aos diretores! - Bella já estava ficando impaciente; sentia-se cansada e não via a hora de poder resolver aquele problema.

– Não sei... Eles têm posição tão elevada que só aparecem no escritório muito raramente. Na realidade, esse escritório de embarque de cargas faz parte de uma organização enorme e poderosa, envolvendo diferentes ramos de negócios. Alem disso, sei que os diretores estão sempre às ordens do chefão absoluto, o dono de tudo; por isso é tão difícil encontra-los.

– O dono? Então o dono de tudo é um único homem? – Bella não acreditava que apenas uma pessoa e não uma sociedade fosse dona de um negocio tão grande.

– Exatamente! Ele se chama Edward Cullen.

– Pelo nome deve ser grego – Bella comentou.

– O pai dele era, e foi do pai que ele herdou a companhia; mas herdou também terras na frança, da família da mãe. Dizem que ele dirige a organização com pulso de ferro e que sabe os mínimos detalhes de tudo o que acontece. E a coisa piora quando ele esta em Paris... Acho que foi por isso que descobriram tão depressa que eu havia tirado o dinheiro.

– Quer dizer que o chefão todo-poderoso esta em Paris? – Bella se inclinou para frente, já com planos na cabeça.

– Esta. Ele veio para uma serie de reuniões comerciais.

– Então é com ele que devo falar! – Bella declarou em tom decidido.

– Está ficando louca Bella? Não pode ir falar diretamente com o chefão!

– Por que não?

– Porque... Por ser ele quem é, só isso! Acho que é a mesma coisa que você ir ao palácio de Buckingham e dizer que quer falar com a rainha! Você não passaria nem pela secretária menos graduada no escritório do chefão. E não adiantaria tentar convencer ninguém. Todos morrem de medo dele e seguem suas ordens a risca!

– Pode ser que tenha razão. Mas, de qualquer modo, vou tentar.

– Não vai conseguir nada, Bella!

– Pela minha experiência, cheguei a conclusão de que, quando se quer alguma coisa, deve-se ir direto a pessoa mais alta, sem intermediários. E se esse homem esta fora do escritório, melhor; qualquer pessoa é mais vulnerável fora do ambiente de trabalho. Onde esse Edward Cullen fica, quando esta em Paris?

– Ele tem um magnífico apartamento de cobertura, no alto do edifício da companhia.

Bella soltou um suspiro desanimado.

Então vou ter que enfrentar a fera em seu próprio habitat! – Ela deu um abraço no irmão – Anime-se; num instante vou tirar você daqui.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até breve! '-'



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Deusa de Pedra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.