– Ou o que? – gritou o Homem que chamava – se Philip – O que você vai fazer seu lixo?

Julieta ficou seria.

– Te matar!

– A! – Philip riu. – Como se você conseguisse fazer metade disso...

Ele olhou para o braço e percebeu que estava sangrando. Julieta apareceu atrás dele com a faca encostada no seu pescoço.

– Mais um paço e você morre – disse ela.

Ele se virou rapidamente e fez um misero corte na mão de Julieta.

– Julie... – ela me olhou.

– Vai ficar tudo bem! – disse ela.

Philip retirou de dentro do casaco uma faca um pouco maior que a que ele usava. Julieta investiu contra ele, mas ele desviou o ataque. Liguei para a policia. Julieta já havia percebido que eu fizera isso e começou a lutar com mais vontade.

Ela enfiou a faca na barriga de Philip.

– Sua... Vaca. – gemeu ele.

– Moo! Moo! - caçoou ela.

– Vamos acabar com isso logo! – gritou Philip se afastando.

– Com prazer. – disse ela.

Os dois correram para se encontrar e começaram a trocar facadas até que Julieta fez um corte pequeno na barriga de Philip.

Julieta caiu.

– Julieta! – gritei.

– Viu! Nem mesmo me matar você pode. – disse Philip.

Eu corri até ela e vi que ela enfiou a faca no pé de Philip.

A policia chegara e prendeu Philip, me ajoelhei perto de Julieta e pude ver o grande corte em sua barriga.

– Julieta... – comecei a chorar.

– Tudo bem Andrew! – ela sorriu. – Ficou tudo bem!

Foram as ultimas palavras dela antes que a ambulância chegasse.

Eles a levaram para o hospital as presas em quanto os policiais me interrogavam.

A mãe de Julieta e minha mãe chegaram até o local e me fizeram muitas perguntas.

A Sra. Grace foi rápida para o hospital e me disse que se estivesse tudo bem eu poderia ver Julieta novamente. Mas o destino não quis que ela ficasse bem... Recebi a noticia que Julieta Grace morreu na UTI no mês seguinte.

Em seu enterro todos estavam de preto exceto eu, eu usava preto, vermelho e branco.

– Julieta sempre foi uma boa menina – dizia aquele que iniciava a cerimonia do enterro. – Mas por má influência daquele que todos matou, ela se transformou em uma pessoa má! Mas sua mãe disse que na UTI ela pediu perdão mesmo sabendo que um simples “perdão” não adiantaria e disse também que... De todas as pessoas ela sentiria falta de seu namorado... Andrew. – ele fez sinal para que eu fosse até lá e lesse meu pequeno texto.

– Boa Tarde. – disse eu. – Bom vocês devem ter notado que... Eu sou o único de branco e vermelho! Bem vou explicar: No dia em que conheci Julieta ela usava blusa branca! Casaco vermelho e all star preto! – falei limpando uma lagrima. – Existe um livro... Que chama – se “A Culpa é das Estrelas” E... Quando eu fui fazer este meu texto especialmente para Julieta eu me lembrei de que na estante dela existe um local especial só para aquele livro! Confesso que já li! Alguns perguntam por que temos que sentir dor? “O problema da dor é esse...
Ela precisa ser sentida...” e nós infelizmente “... não podemos escolher se seremos feridos ou não. Mas podemos escolher quem nos ferirá” E eu escolhi a Julieta. Não só eu, mas todos vocês! Ela morreu com apenas 15 anos e eu sinceramente queria dar mais números a ela, mas eu agradeço de coração ao “nosso pequeno infinito”. Eu te amo Julieta. – quando terminei todos bateram palmas. E eu foquei em uma menina de blusa preta com o capuz lhe cobrindo o rosto que provavelmente estava emocionada.

P.O. V – Julieta.

Eu sei que você deve estar espantado se perguntando “Mas... Você não morreu?“ Não! Eu estou vivíssima! E o que aconteceu? Bem... Meu ferimento não foi grande, mas também não foi pequeno. Então pedi para fingir minha morte e eu começar a minha vida novamente. É claro que minha mãe ficou triste quando descobriu minha “morte”, mas em fim. No dia do meu enterro eu fui até minha casa e sequestrei todos os meus pertences e fui morar em um dos quartos do colégio. Certamente minha mãe vai achar que roubaram a casa e tals.

O único que me conhecia de verdade la era Andrew então não teria problemas... Claro, claro que fui para cadeia e cumpri minha pena por ter matado 11 ou 10 pessoas, mas eu consegui sair. A pessoa que ia me ajudar a manter meus estudos seria minha tia que morava em São Francisco.

Então eu estava pronta pra viver uma nova vida, mas agora eu já estava com 17 anos e no último ano do ensino médio! Por azar muito azar eu cai na mesma sala que Andrew de novo. E ele não prestava atenção em ninguém! Então toda vez que eu passava na frente dele ele nem ligava.

P.O. V – Andrew.

Eu estava guardando meu material no armário quando trombei em uma menina. Ela usava blusa de frio preta e calça jeans estava com a blusa do colégio.

– Perdão! – falei.

– Tudo bem! – disse ela sorrindo, seus cabelos eram tão loiros que pareciam ser ondulados. – Afinal, somos todos humanos!

– É...

– Nós erramos! E deixamos marcas! As marcas que os seres humanos deixam são, com frequência, cicatrizes! – disse ela.

– Concordo... – ela me lembrava de alguém muito importante.

O sinal havia tocado e eu fiquei triste.

– Ah! O tempo do intervalo poderia ser infinito! – suspirei.

– Mas, alguns infinitos são maiores que outros! – ela me deu uma piscadinha e ia indo quando eu segurei o seu braço.

– Você me lembra alguém. – falei.

– Ah... É? – falei.

– Alguém que eu queria viver junto, e que nossa vida fosse como um arco – ires! – suspirei.

– Se você deseja o arco-íris precisa suportar a chuva. – disse ela.

– Uau! Você deve gostar de A Culpa é das Estrelas.

– Claro! – disse ela. – É o meu livro favorito!

Ela ia em bora quando chamei alguém que parecia ser ela.

– Julieta?

– Sim? – disse a menina

Eu a agarrei e saímos da escola. Corremos para uma estrada sem fim! Como eu sabia que era a minha Julieta? Hora! Pelo mesmo olhar frio que ela transmitia. Mentira era porque no caderno dela estava escrito “Julieta Grace”

Para onde iriamos agora? Para bem longe de nossos demônios.