The last love escrita por Ingrid Lins


Capítulo 29
Capítulo 27: My person


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu sei que mtas de vcs não querem saber, mas eu tô sem internet em casa e sem condições de postar os capítulos com regularidade. Tô na casa da minha tia agora, e só assim para conseguir fazer alguma coisa na internet. Tá tenso :/
Vamos ler esse capítulo, que particularmente eu achei mto fofo ♥



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Elena Gilbert

—Oh, eu não acredito! Não acredito, não acredito, não acredito! — a voz de Caroline tinha subido um milhão de oitavas enquanto eu mostrava o colar que era minha aliança de noivado. — É tão lindo, Elena. Eu sabia que Damon não podia ser tão estúpido quanto parecia.

Gargalhei com vontade. Caroline tinha razão, meu querido amor não era tão idiota quanto transparecia. E olhando aquele colar tão lindo, delicado e cheio de significados, eu tinha certeza que, do jeito dele, Damon sabia como demonstrar o quanto me amava. Aquilo era tudo que eu quis um dia.

—Tenho que te dizer uma coisa.

—Não me diga que vai se casar! — exclamei e minha melhor amiga sorriu balançando a cabeça em negativa. — Oh, meu Deus, você tá grávida?!

—Não! Credo, o que você tem na cabeça?

—Ah, sei lá, você falou de um jeito. O que é afinal?

Ela respirou fundo, tomando coragem. Só aí, eu já sabia que era realmente sério, Caroline sempre saia vomitando tudo que pensava. Se aquela loira precisava pensar duas vezes antes de falar, deveria ser algo como ter se aliado aos terroristas e estivesse planejando destruir o país. Me ajeitei no sofá, tentando me preparar para o que viria.

A respiração da Barbie saiu alta, e tentei me manter calma e paciente com tudo que poderia sair da boca dele naquele momento.

KlauseeuvamosparaAlemanha! — cuspiu tudo de uma vez, me deixando sem a menor noção do que aquilo queria dizer.

—O que, Caroline? Fala devagar, eu não entendi nada!

Mais uma vez ela protelou na hora de falar. O medo tomou conta de mim, pois como todos sabem, Caroline nunca hesita em nada. A última vez que ela tinha protelado alguma coisa foi para me dizer que tinha ficado com Alex. Fiquei fitando-a até que a loira começasse a falar como gente.

Minha melhor amiga pegou minha mão, e então vi seus olhos enchendo de lágrimas. No mesmo momento, meus olhos também começaram a arder mesmo que eu não soubesse o motivo.

—Fala logo, Caroline, que droga, eu tô chorando e nem sei porque!

—Klaus recebeu uma proposta para ficar seis meses na Alemanha e quer que eu vá junto.

Meu coração vacilou uma batida ao escutar aquela frase. Como assim? Ela não podia me deixar daquele jeito. Nós nunca nos separamos em hipótese nenhuma, e como Caroline poderia querer me abandonar quando eu estava grávida novamente.

—Car, eu... nunca me imaginei longe de você. Nós nunca ficamos longe. Eu tô grávida, como vou resolver as coisas sem você?

—Eu sei amiga, eu tô... confusa. Ao mesmo tempo que quero ir, não posso deixar você e o Jeremy aos cuidados de Damon. Não suporto a ideia de ficar longe do nosso menino tanto tempo.

Nos abraçamos e choramos. Desde que nos conhecemos, Caroline nunca esteve longe de mim, ela fazia viagens de família comigo e minha família. Minha casa sempre teve roupas dela, quando fomos para a faculdade, dividimos o dormitório. A vida toda nós estivemos juntas, e agora, tinha essa proposta.

Naquele momento, nossos momentos foram se passando na minha cabeça. Como ela sempre esteve presente na minha vida, como, mesmo quando não precisava Caroline nunca saia do meu lado. Ela foi meu "marido" durante a gravidez de Jeremy, comprava as comidas que eu queria comer duas da manhã, ia nas consultas comigo, fomos as compras sozinhas. Lembrava que nós não fazíamos a menor ideia de o que comprar, e minha mãe também não quis me dizer. Passamos um dia inteiro um dia inteiro pesquisando na internet e fizemos uma lista enorme, mas quando chegamos na loja, não sabíamos diferenciar uma frauda de pano de um pano de boca. Quando Jeremy nasceu, minha melhor amiga — mais que isso, minha irmã de coração — revezava comigo durante a madrugada para cuidar dele. Ela sempre estivera lá. Caroline era a voz da minha consciência.

No meio da tarde, a loira levantou e foi embora de olhos inchados. Não entendi bem porque ela foi embora e deixou lá, sofrendo sozinha. Fiquei um bom tempo sem se mover no sofá. Eu não sabia bem o que pensar, até onde deveria encorajar Caroline porque ela era minha pessoa. Não dava para abrir mão da sua pessoa assim, sem mais nem menos, para alguém que ela conheceu outro dia.

**********************************************

Jeremy tinha acabado de sair do banho e eu o ajudei a vestir o pijama para dormir. O resto do dia tinha sido estranho, eu não conseguia me concentrar em nada. Só pensava no quanto seria difícil ficar sem minha outra metade, que estranhamente não era meu noivo. Depois de vestido, Jeremy subiu na cama e ficou me esperando. Numa carência extrema, me aconcheguei ao seu lado, o abraçando.

—O que aconteceu, mamãe? — a voz de Jeremy era preocupada.

Suspirei.

—Nada, meu amor. A mamãe apenas tá pensativa. — justifiquei, sabendo que não deveria dizer nada a ele naquele momento.

Ficamos em silencio por um longo tempo, apenas escutando nossas respirações e minha mão acariciando seus cabelos de fios curtos. Naquele momento, desejei ter Jeremy como um bebê novamente, assim poderia mantê-lo em meu colo o tempo todo, sob minha proteção. Senti meu coração acelerando com aquela possibilidade que nunca viria novamente, meu coração de mãe precisava aceitar que meu bebê mais velho nunca mais estaria protegido e embrulhado em meus braços.

—Mãe, posso fazer uma pergunta.

Me surpreendi que ele ainda estivesse acordado e disse que sim. Levou um tempo até que ele finalmente abrisse a boca.

—Você tá grávida?

Só então percebi que durante todos aqueles dias eu tinha mantido Jeremy longe dos acontecimentos da nossa família. Aquilo não era justo porque nós nunca o mantivemos de longe de nada. Suspirei, arrependida, e o abracei mais forte.

—Sim, meu bem. Me desculpe por não ter te contado antes. — beijei sua bochecha vermelha.

—Tá tudo bem. Eu só quero que seja uma menina.

Sorri com a declaração e me senti orgulhosa. Pouco tempo disso, ele adormeceu e então sai batendo a porta devagar. Entrei no banheiro do meu quarto e tomei um banho longo e morno. Tudo que eu precisava no fim daquele dia era que as águas tirassem aquela sensação de abandono do meu corpo. Queria que a água na temperatura certa me desse sono e eu adormecesse rápida e profundamente.

Deitei na cama, mas não consegui dormir logo. Ao invés disso, fiquei encarando Damon porque eu sabia que ele não estava dormindo coisa nenhuma, sua respiração denunciava isso. Derrotado, ele virou-se para o meu lado e abriu os olhos. Fitar seu mar azul era como ver que por seis meses, eu não veria o verde intenso de Caroline. Os soluços voltaram a me sacudir, e com olhos confusos, Damon me abraçou. Ele ainda não sabia, e se assustou ao ver minhas lágrimas. Expirei seu perfume amadeirado e tentei me acalmar mesmo sabendo que não era do abraço de Damon que eu precisava para aquilo.

Assim que consegui me acalmar um pouco, ele deitou minha cabeça em seu peito e passou os braços por minha cintura. O carinho de Damon em meus cabelos ajudava a me manter mais relaxada por mais que meu coração se mantivesse acelerado. Por mais egoísmo que fosse, eu sabia que Caroline iria com Klaus e não gostava.

—O que houve?

—Caroline vai viajar. Ficará fora do país por seis meses. — suspirei — Com Klaus. — acrescentei de má vontade.

Damon ficou em silencio por um tempo e pude ouvir as batidas ritmadas de seu coração. Aquela melodia tinha a capacidade de me manter sã, mas naquele momento, eu não sabia se essa realização podia ser feita.

—Hã... ela disse mesmo que ia? Bem, eu nunca consegui imaginar vocês duas separadas.

—Pois é. — funguei. — Parece que agora ela encontrou outro.

Não falamos mais nada até que enfim dormimos...

De repente, despertei com um corpo colado em mim. Achei que fosse Damon, mas ele era espaçoso demais para querer se agarrar em mim durante a noite. Abri os olhos e encontrei Caroline abraçada a mim e me olhando. Sorri, alguns hábitos nunca mudam.

—Eu não estava conseguindo dormir. — ela se justificou assim que me viu acordada.

—Tá tudo bem. Ainda bem que veio para cá, eu também não estava conseguindo dormir. Acordo há cada uma hora.

Ficamos quietas. Depois ela suspirou, e as lágrimas começaram a brotar nos nossos olhos novamente. Do outro lado da cama, Damon se mexeu esticando o braço. Sorrimos com um pingo bem pequeno de alegria. Nos abraçamos e ficamos agarradas até termos vontade de falar novamente, por mais que esse representasse um risco de mais um oceano de lágrimas.

—Talvez, eu não deva ir. — Caroline disse de repente. — Quer dizer, você tá grávida. Damon não faz ideia do pra que se faz uma ultrassonografia. Como ele vai te explicar as coisas?

Sorri. Só Caroline mesmo para pensar numa coisa daquelas.

—Bem... eu não quero que você vá. Você é minha pessoa, Car. Não pode me abandonar.

Meus olhos começaram a arder novamente enquanto eu me lembrava quando Caroline tinha se transformado na minha pessoa.

Caroline estava apavorada. Dava para ver no modo como seus olhos verdes se moviam rapidamente de um lado para o outro sem a mínima noção do que faria a seguir. Nós estávamos com medo do que iriamos fazer, porque éramos muito novas e mesmo que aquilo se confirmasse, eu nunca a desampararia.

Naquela quarta-feira, eu estava ficando louca. Caroline tinha sumido e eu não tinha ideia de onde ela estava. Por mais que eu ligasse um milhão de vezes, ela não me atendia. O medo tomava conta de mim pois eu sabia bem que no meio de desespero, minha melhor amiga, poderia ser muito precipitada. Agradeci a Deus quando o telefone tocou, mas me preocupei por ser um número privado.

—Alô?

—Elena Gilbert?

—Sim, quem é?

—Estou falando em nome da Clínica de Planejamento Familiar, e a paciente Caroline Forbes forneceu seu número como contato de emergência.

—Emergência? Aconteceu alguma coisa? — o desespero transparecia na minha voz. Medo que Caroline tivesse feito alguma besteira e algo tivesse dado errado. — Dane-se eu tô indo para aí.

Desliguei a ligação na cara da mulher, e durante o caminho, corri o máximo que pude. Enfrentei minha raiva de trânsito, e fui direto, aflita; coração na mão. Assim que cheguei, encontrei Caroline sentada no banco de madeira: mãos tapando os olhos. Tive medo de ouvir o que viria.

Sentei ao seu lado e alisei suas costas. Chorando, Caroline se jogou nos meus braços com uma urgência que estranhei. Naquele momento, tive certeza que ela tinha feito o que eu temia, e senti o pesar sobre meu coração. Abracei-a, dividindo com ela sua dor.

—Eu não fiz. — Caroline confessou e então me assustei.

—Eu... achei que... o que houve?

—Não tinha bebê nenhum. O médico fez a ultra antes de começar o... procedimento, e não tinha bebê.

Só então entendi o choro de Caroline. No fundo, mesmo que não admitisse, ela queria que existisse um bebê em sua barriga. E saber que não haveria nenhum tinha acabado com ela. Mesmo que depois tivesse de lidar com as rejeições, ela queria muito aquele bebê, que naquele momento, não passava de uma ilusão.

Ela fungou nos meus braços.

—Desculpe ter dado seu telefone, é que... Eles perguntaram se tinha alguma pessoa que pudesse ser contatado e... Você é minha pessoa, Elena.

Foi lembrando desse momento de nossas vidas, que entendi porque Jeremy era tão importante para Caroline. Muitas vezes ela era muito mais paciente que eu com ele e o entendia melhor que eu. Jeremy era o bebê de Caroline.

Damon Salvatore

Não me assustei quando acordei e encontrei Caroline de papagaio de pirata na minha cama. Se separar de Elena não seria fácil, eu sabia muito bem. Elas duas eram uma pessoa só, de repente, se separar da sua metade, não seria fácil para nenhuma das duas.

Levantei, escovei os dentes e tomei um banho. Vesti uma calça jeans e uma camisa polo. Calcei os coturnos e desci para tomar café. Comi torradas com café, e deixei pronto alguma coisa para as duas comerem quando acordassem. Jeremy e eu fomos embora e o dia passou. Durante todas as horas daquele dia fiquei pensando como seriam aqueles meses sem Caroline. Como Jeremy ficaria sem sua madrinha e como minha noiva ficaria sem sua melhor amiga. Como eu ficaria sem ela também. Com um monte de questões na minha mente, peguei o celular e naveguei até o contato dela.

—Quando você ia me contar, sua Barbie falsificada? — disparei assim que ela atendeu a chamada.

Ela bufou.

—Eu deveria saber que Elena te contaria. Eu ia contar, só... não decidi ainda.

—Como assim não decidiu?

—Elena tá grávida. Jeremy não vai me perdoar por ficar tanto tempo fora. Vocês vão casar.

Entendi rapidinho onde ela queria chegar. Caroline estava procurando motivos para não ir, e nós estávamos dando um milhão deles. Suspirei sabendo que se dependesse delas, Klaus ia sozinho para Alemanha.

—Você não pode dar um bolo no Klaus por nossa causa. Ficaremos bem. E além do mais, ainda estaremos aqui quando voltar.

Conversamos mais um pouco depois, mas eu sabia que aquelas poucas frases de Caroline queriam dizer que provavelmente ela não ia. Elena e Jeremy não poderiam ir e já era motivo suficiente para que ela não fosse. Aparentemente, Klaus não era um bom motivo para cruzar o oceano.

O dia no La Luna passou em meio aos meus pensamentos sobre como essa temporada seriam complicados para todo mundo. Me surpreendi muito quando vieram me dizer que Klaus estava me esperando. Sequei a mão num pano qualquer e deixei, Pearl cuidando do prato que eu estava fazendo. O sujeito parecia um pouco eu: usava uma calça jeans, uma camisa escura e uma jaqueta de couro preta. Convidei-o até o escritório e lhe servi uma bebida. Não sabia o que ele queria comigo, mas sabia que envolvia Caroline. Esse era o único motivo que o levaria a me procurar.

—Eu não sei o que Caroline vai fazer. — disparei assim que sentei. Sabia que era isso que ele queria saber.

Ele suspirou, frustrado. Bebeu a dose de uísque de uma vez só.

—Ela vai dizer não, eu sei. Não deveria tê-la chamado, Caroline acha que eu tô pressionando.

—Ela não acha. Só tá com medo.

—De que?

—Elena não vai. E elas são metades de uma só pessoa. Caroline não vai se Elena não concordar que ela deve ir.

Ficamos nos encarando e então vi que o tal do Klaus gostava mesmo da minha anã. Desejei então que Caroline pudesse ver que eles mereciam uma chance e aceitasse ficar com ele e embarcar nessa viagem para a Alemanha.

—O que Elena tá pensando?

—Que não pode ficar sem sua outra metade.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu só tenho até amanhã pra responder os reviews entrão se eu não responder rápido, já sabem :)



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