The last love escrita por Ingrid Lins


Capítulo 21
Capítulo 19: Vésperas


Notas iniciais do capítulo

Nada a comentar!



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Elena Gilbert

Era sábado, e só para variar, Damon estava enfurnado no meu apartamento — como se já não bastasse dois “moradores” quase fixos, me apareceu mais um. Havia acabado de sair do banho, quando ouvi meu celular tocar. O nome que aparecia no visor não me dava coragem para atender. Por fim, apertei a maldita tecla antes que caísse na caixa postal, seria muito pior.

—Alô?

—Elena, você não atende este maldito celular. Sabe que sua mãe tem o coração fraco. Não acha que eu estou com saudades? Jooooooohn, cadê meu creme para as mãos? Eu te liguei mais de quinhentas vezes!

Hã? Coração fraco? Saudades de mim? O que estavam servindo a ela no meio do oceano? Eu estava meio confusa e temerosa daquela reação, mas continuei aquela conversa meio sem sentido.

—Mamãe, como eu ia te ligar se vocês tavam num transatlântico no Caribe?!

—Oras, eu cheguei tem uma semana! Saberia se tivesse se lembrado de mim. E existe e-mail, sua desnaturada! Serei rápida porque sei que essa hora Jeremy já deve estar roncando. Você tem colocado essa criança para dormir cedo, né Elena?! Oh, querido, obrigado. Você se beneficiará disso.

—Mãe! — chamei sua atenção.

—O que houve? Ora, quantos anos você tem?

—O que aconteceu para me ligar?

—Essa é a maneira que trata sua mãe? Isso é um absurdo. Se lembra de quantas noites eu passei em branco quando você teve pneumonia e ficou no hospital?

—Eu tinha oito anos, mãe.

—E eu tenho uma memória de elefante. Querido, não é esse, não. Tá em cima da pia no banheiro...

—Como se não tivesse um monte de potinhos lá! — meu pai reclamou e eu reprimi uma risada. Era capaz de ela chegar na Virginia em dois segundos pra me bater só por eu ter rido.

—John não vou nem te responder pra não me estressar. Estresse dá rugas! Já que você me menospreza e esquece que eu existo, resolvi ligar antes que me enterrassem, já que para você eu morri.

—Está falando com quem agora?

—Com você, é óbvio.

—Óbvio! — debochei.

—Você parece que não tem mãe. Bem, cansei disso tudo e resolvi toda a minha vida, então te liguei para te dizer meus planos.

—Pla-planos? — gaguejei.

Minha mãe poderia passar pela progenitora de Caroline. As duas se pareciam muito quando a questão era encher minha cabeça de problemas... E soluções.

—Sim, querida. Bem, faltam alguns dias para o Natal e meu avião chega em três dias por isso...

—O que? — gritei. Damon se moveu rápido para o meu lado e fez uma interrogação com o olhar.

—Tinha me esquecido o quanto seus pulmões podem ser potentes quando você quer. Você era muito pequena e não deve se lembrar, mas quando tinha uns sete anos, você viu uma barata no seu quarto e deu um grito tão alto que quase apareceu polícia no nosso antigo apartamento. — lembrou rindo.

Apertei a ponte do nariz entre o indicador e o polegar. O desespero atingindo níveis inimagináveis dentro de mim, eu sentia meu sistema nervoso dando pulos de medo. Droga, eu estava me sentindo uma garotinha medrosa.

—Mamãe, como assim chegar em três dias?

—Estou há meses sem te ver, querida. — começou a ficar com a voz manhosa — Não quer ver sua mãe? Você ficou meses em Washington, e estava preocupada demais para me ligar.

Que papo estranho e surreal era aquele?! Minha mãe sendo doce comigo, e eu ainda respondendo ignorando como aquilo era estranho. Difícil saber quem era a pior.

—Mãe, eu estava trabalhando!

—Não me interessa! Chego na quarta às seis da tarde, tudo bem? Eu e seu pai estamos morrendo de saudade. Não estamos, querido?

—Filha, eu não tenho nada a ver com isso, está bem? — ele murmurou no fone.

—Tudo bem, pai.

—Preciso desligar querida. Querido, não use essa toalha...

Fiquei ainda um tempo com o fone grudado no ouvido, até que Damon percebeu que eu não falava com mais ninguém e desligou o telefone para mim.

—O que aconteceu, Elena?

—Um desastre. — choraminguei.

—Porque?

—Minha mãe vem para Mystic Falls e quer passar o natal comigo.

—E qual o problema nisso? — perguntou assustado.

—Ela não sabe de Jeremy. Quero dizer, que ele sabe de você. E que convive com você. Ou que eu tô com você. — respirei fundo antes de continuar — Ela vai dar um chilique!

—Bom dia. — Caroline desejou ao entrar na cozinha.

—Bom dia. — relutei ao dizer com a cabeça ainda abaixada no tampo da mesa da cozinha.

—Tá passando mal, Elena? — perguntou.

Continuei avaliando cada risco no desenho natural do tampo da mesa de madeira.

—Papai foi embora ontem. Acho que a mamãe tá com saudade. — Jeremy resmungou com a boca cheia de cereais.

Levantei o rosto para encará-lo.

—Hahaha! É melhor ir escovar os dentes ou vai chegar atrasado na escola.

Ele deu uma gargalhada travessa e saiu correndo, deixando a louça em cima da pia.

—Acho que ele está certo. — Caroline murmurou abrindo a geladeira e pegando a jarra de suco.

Tive que engolir a piadinha e bati de novo com a cabeça em cima do tampo da mesa.

—Em que buraco esteve todo esse tempo?

—Ora, você achou mesmo que eu iria ficar curtindo o climinha “família” chupando dedo sozinha? Dei umas sumidinhas.

—Percebi.

—Fui bem discreta.

—Até demais.

—Qual o problema, Elena? — rosnou.

Tentando conter as lágrimas de desespero, sussurrei:

—Mamãe vem para o Natal.

—Então está confirmado? Estou louca para saber o que ela trouxe do Caribe para mim...

—Terra chamando Caroline Fobes. — interrompi estalando os dedos na altura da linha dos olhos.

Ela parou com seus devaneios e me olhou assustada.

—Porque essa cara de morta viva, Elena?

—Bem, se você se esqueceu, querida irmã, "titia Miranda" não vai comer só o meu fígado quando souber que deixei... — abaixei o tom de voz pra que Jeremy não ouvisse — meu filho conviver com um desconhecido.

Ela arregalou os olhos e deu um sorriso sem graça. Finalmente a mente da loira tinha pegado no tranco. Minha mãe ia me matar! Um pensamento totalmente infantil, mas era minha mãe que aos meus vinte e poucos anos ainda conseguia com que eu tivesse medo do que ela diria.

—Que bom que você ainda tem um pouco de juízo nessa cabeça de vento, né?! Você conhece bem minha mãe e sabe o que pode acontecer a nós duas se ela souber da história deles dois.

—Pense positivo.

—Como posso pensar positivo com uma bomba dessa no meu colo?

—E você tá feliz? — ela perguntou.

—Se eu tô feliz? — repeti ponderando. — Nem sei ao certo. Acho que você não vai entender.

—Isso é o que importa, não acha? Talvez ela entenda, Elena. Ela sempre quis te ver feliz assim de novo.

—Voltei! — meu garoto gritou ao entrar na cozinha.

—Hora da escola. — a Barbie lembrou — Er... você não vai trabalhar, Elena? — perguntou, olhando meu jeans.

—Sim, eu já tô até atrasada. Vai ficar em casa hoje, Barbie?

—Não, quero comprar um casaco e um par de luvas que vi naquela loja do centro perto da Starbu...

—Adeus Caroline! — cantarolei antes que ela começasse a falar ainda mais.

—Ingrata. Pensarei numa solução para seus problemas.

Damon Salvatore

Quarta-feira, o dia da nossa morte, segundo Elena. Minha sogra chega hoje, e bem, não posso dizer que estou calmo com essa notícia. Eu lembrava bem da época em que fui apresentado à Miranda Gilbert, e não foi a melhor das apresentações da minha vida.

Entramos pelo enorme jardim que havia na entrada da casa, e assim que passamos pela porta, fomos recepcionados por uma moça que devia ter a idade da minha mãe. Ela tinha cabelos escuros como e olhos castanhos como os da filha.

Hã... Mãe, esse é o Damon, meu...

Namorado. É, eu sou o namorado.

Eu sei bem quem é você, Damon. É filho dos meus dois melhores amigos, eu te conheço muito bem.

Então mãe, a gente já tá indo.

Foi um prazer, Damon.

Igualmente, Senhora Gilbert.

Pois é, eu me sentia como sete anos atrás. Nervoso e com muito medo de dizer alguma besteira. Enfim, eu estava no La Luna quando meu celular tocou desesperado. Olhei o visor era Caroline.

—E aí, Barbie Girl? — atendi.

—Hahaha, foi pra rir? Eu não achei graça!

—Fala o que você quer.

Ela bufou, e eu podia vê-la revirando os olhos perfeitamente castanhos.

—Só queria dizer para não deixar Elena mais nervosa ainda. Sabe que ela já deve tá pirando desde do começo da semana.

E era verdade, nunca tinha visto Elena tão nervosa. Ela parecia que teria um filho a qualquer momento de tanto nervoso. Algumas noites chegou a chorar dizendo que a mãe acharia que ela era uma péssima mãe para o nosso filho. Como ela podia sequer pensar nisso?

Já passava das cinco e meia da tarde quando meu celular começou a tocar me assustando. De início deixei tocar, mas pela insistência eu já podia adivinhar quem era, e fui atender. A foto de Elena com Jeremy piscava na tela do telefone, e por um minuto, sorri.

—Oi amor.

—Tô indo buscar meus pais no aeroporto. — a aflição explicita na sua voz. Suspirei.

—Vai dar tudo Elena. É sua mãe, não a bruxa da Branca de Neve.

Acho que ela não gostou da piada.

—Você não conhece minha mãe. Quando o assunto é transformar minha vida num inferno, ela é mestra com doutorado e PhD!

Tentei tranquiliza-la mas um pouco mas a educada desligou na minha cara. Continuei jogando videogame com Alex, Tyler e Jeremy. Viemos todos pro meu apartamento porque Elena estava enlouquecendo a loira Forbes, que estava nos enlouquecendo. Não havia melhor que ficar somente entre homens e menino.

Mais tarde — quando Caroline ameaçou que iria nos puxar pelo pescoço — voltamos para o apartamento de Elena, que estava começando a ficar pequeno demais. Dentro do carro foi uma zueira só, afinal é impossível não se contagiar quando Beyoncé começa a cantar Single Lidies. Estávamos entrando em casa ainda no clima da Beyoncé quando ouvi um zum-zum típico de fofoca entre mulheres.

—Olá, crian... Quem é esse?

Ih, lascou!


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Notas finais do capítulo

Sim, eu tô chateada. No capítulo 17, vocês quase me engoliram viva querendo o próximo, e quando posto o capítulo 18 vcs não aparecem! Mesmo que não tenham gostado do capítulo não posso saber e nem tomar nenhuma atitude, se vcs não falarem cmg.
Pois é, não tô feliz....