The last love escrita por Ingrid Lins


Capítulo 18
Capítulo 16: Susto


Notas iniciais do capítulo

Por mais que não pareça esse é o capítulo da reaproximação



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A vida em Washington foi mais difícil do que eu pensava, Jeremy não ajudou em nada na adaptação, e eu também não. Era como se minha vida não estivesse certa, não estivesse completa. Tudo parecia fora do lugar, e os choros do meu filho depois de cada telefonema — diários — pro pai, acabava com meu coração. Estava tudo fora do lugar.

Depois de muito pensar — muito mesmo! — eu voltei para Mystic Falls. Conseguir a maldita transferência foi um caos, mas eu não tinha escolha, Jeremy tivera crises e crises de tanta saudade; e sacrificar meu filho daquela forma não tinha como. Foi um saco explicar exatamente para o idiota do pai do meu filho porque voltamos, mas tudo bem. Eu e Damon não nos falamos mais, e nem tivemos recaídas; nossa única ligação era Jeremy.

Eu havia acabado de chegar em casa, e segui direto para o quarto. Tomei banho estranhando o fato de não estar ouvindo a tagarelice do meu filho. Depois de estar arrumada, caminhei até o quarto do meu filhote. Jeremy estava deitado na cama e não assistindo Bem 10 como de costume. Estranhei.

—Filho, tá tudo bem?

Recebi apenas um aceno negativo. Quando eu ia tocá-lo pra verificar sua temperatura, ele pôs a cabeça para fora da cama e vomitou. Me desesperei, e levei-o para o banheiro, dando-lhe um banho frio, pois notei sua febre. Enquanto dirigia, liguei para Caroline, ela nos encontraria no hospital. Chegando lá, preenchi uma série de papéis, e logo Jeremy foi levado. Quase uma hora se passou de forma torturante com minha melhor amiga tentando me acalmar. Doutora Meredith, pediatra do meu filho desde sempre, apareceu e eu me ajeitei na cadeira.

—Apesar de termos “esquecido” como era, nosso garotão teve uma crise de garganta, que ocasionalmente atacou o ouvido, por isso a febre. Ao mesmo tempo chegou uma crise de sinusite. Suas plaquetas estão baixas, e a febre tá resistente. Quero que o Jeremy fique em observação hoje.

Ela saiu me deixando nervosa lá. Eu chorava sofridamente. Não tinha boas lembranças dessas tais crises, e Caroline também não, uma vez que chorava disfarçadamente. No meio da madrugada ela foi embora, pois teria que trabalhar pela manhã.

A tal manhã chegou e me assustei com o que ela trouxe. O que ele fazia aqui? Logo Damon chegou ao meu lado.

—Como ele tá? Como meu filho tá? — sua voz saiu ansiosa e angustiada.

—Ele tá bem. Tá sendo assistido, mas tá bem. — tentei dizer de forma que não transparecesse meu alívio por tê-lo ali comigo. Como se pudesse ler meu pensamento, ele me abraçou. E por um momento me permiti desfrutar daquela sensação. Os braços de Damon me traziam conforto e carinho. Tudo que eu precisava naquele momento. De repente, interrompendo nosso abraço, senti meu celular vibrar em meu bolso.

Foi bom dividir a carga com ele, né? Não precisa me agradecer agora, depois eu cobro de vocês. Beijos.

Era o que dizia a mensagem de Caroline. Tinha que ser aquela loira aguada mesmo.

—Como soube que estávamos aqui? — eu já sabia a resposta, mas...

—A loira me ligou.

Então logo me lembrei de algo que ela dissera enquanto eu estava zonza de sono e nervoso.

É claro que você tem que avisar ao Damon. É do filho dele que estamos falando!

Logo o moreno de olhos azuis, progenitor do meu baby, me ofereceu um copo de café e eu agradeci mentalmente. Metade do dia havia se passado, e o pai do meu filho ainda estava sentado na cadeira ao meu lado, segurando minha mão.

—Damon, você não vai trabalhar hoje não? — perguntei um tanto receosa da resposta.

—Óbvio que não, Elena. Meu filho tá internado.

No dia seguinte...

Subimos pro meu apartamento, e para nossa surpresa, Alex estava lá.

—Oi, campeão! Você deu um susto no dindo, hein.

—Foi mal dindo. Mas é que eu tava com dor aqui — ele passou a mão na barriga — e a mamãe me levou pro hospital.

—Mas conta uma coisa pro dindo: tinha muita enfermeira gostosa lá?

—Pare de falar essas coisas pro meu filho, Alex! — me exaltei, e vi Damon se segurando pra não rir. Mas — por mais que as vezes de um jeito que me irritava — o besta do Alex tinha o poder de fazer a situação ficar mais leve, e era exatamente disso que precisávamos.

Mais tarde, quando já era bem tarde, Caroline apareceu como se nada tivesse acontecido. Minha vontade era de arrancar sua cabeça como naquelas séries de vampiros. Contar ao Damon onde eu estava tinha sido sua maior traição.

—Porque contou ao Damon que eu estava no hospital?

—Primeiro: não era você que estava no hospital, segundo: ele é pai do Jeremy, tinha o direito de saber. Eu não teria que dar uma de fofoqueira traidora se você aceitasse isso de uma vez por todas.

Suspirei. Assim como meu filho de apenas seis anos, a loira sabia muito bem me tirar do sério. Não dava pra ficar calma com Caroline bancando a santa quando sabia que estava errada! Ela estava... né? Passei a mão no pescoço tentando me manter sã.

—Dane-se ele poderia ser até o Papa!

—Eu acho incrível como você gosta de afastar o homem que você ama há mais de sete anos. Tá além do entendimento. — se queixou.

—Talvez não tenha nada pra entender, já parou pra pensar nisso? — contrariei.

—Quando você vai assumir que ainda ama esse homem?

Caroline continuava me enchendo com o que ela achava que era certo, nunca aceitaria um ponto de vista diferente do dela, e quando o assunto envolvia minha vida aí sim ela achava que sabia todas as respostas.

—Nunca, Caroline! Nunca que eu vou assumir uma coisa que eu não sinto!

—Elena, cresce um pouco. Um pouquinho que seja. Esse homem te ama mais que tudo nessa vida, mas quer saber? No dia que ele cansar de correr atrás de você, vai ser bem feito.

—Caroline, se você acha que vale tanto a pena, esse amor tão incondicional, porque você não vai atrás dele? Porque deixou o Klaus ir embora?

Vi minha amiga vacilar na resposta, e foi aí que eu percebi que não tinha o direito de mexer assim em seus sentimentos. Sua história com Nicklaus — meu Deus como eu me divertia pronunciando o nome dele! — era mais enrolada que carretel de barbante, e eu sabia bem como ela ficava quando o nome dele era mencionando. Por um momento me arrependi de ter rebatido daquela forma.

—Me desculpe!

—Porque o que eu e Klaus tínhamos não chega aos pés do que une você e o Damon. Vocês tem um filho Elena, quer prova maior que essa? Mas sabe, eu cansei de ficar tentando te mostrar o óbvio! Se você quer continuar se enganando, ótimo, só não conte comigo pra ficar assistindo.

—Caroline eu... se tudo desabar de novo, eu não tenho certeza se vou sobreviver.

—Você é adulta, Lena.

—E por isso eu não tenho que ter medo?!

—Não. Por ser adulta você não tem que ter medo de arriscar. Você é apaixonada por ele, mulher! Entende isso. Já passou da hora de tomar uma atitude.

—Oi. Eu trouxe o jantar pra você, e os remédios dele. — Damon sussurrou ao meu lado no sofá onde eu estava com Jeremy adormecido.

—Obrigado pelo jantar, eu realmente não tive tempo de fazer nada, mas não precisava dos remédios, Alex passou e os deixou aqui. — respondi solicita.

Ele sorriu amarelo.

—Eu não sabia, tentei ligar mas você não atendeu.

Damon seguiu pra cozinha, e esquentou o quer que fosse que havia trazido. Provavelmente alguma coisa que estivesse na geladeira do restaurante. Voltou com um prato com uma macarronada à bolonhesa, e uma taça de vinho que eu tinha certeza que não estava na minha dispensa.

—Obrigado. — agradeci, ajeitando pra que Jeremy ficasse sobre as almofadas do sofá.

—Tem uma sopa pra ele num vasilhame na geladeira.

E foi ali, com aquela resposta, que eu percebi quanto precisava dele. Não tinha como me enganar mais. Ele havia amadurecido; o homem que há muito tempo atrás pedi que ele se transformasse. Ele, o pai do meu filho, estava ali ao meu lado, e eu não precisava mais carregar tudo nas costas, nem decidir nada sozinha. Não tinha escapatória. Agindo um adolescente, ou como adulto, eu estava admitindo para mim mesma, que eu precisava de Damon Salvatore.

Damon Salvatore

Eu estava feliz. Não feliz por meu filho estar doente, mas sim porque Elena estar aceitando a minha ajuda. E mais feliz ainda por Caroline não ouvir a amiga, e me ligar. Mas graças a Deus, meu filho estava bem e medicado, e naquele momento pelo menos, ela não estava rechaçando minha presença, e aceitava minha ajuda. Mesmo que fosse com uma coisa tão besta como o jantar eu ficava feliz de não estar sendo totalmente ignorado pela mulher que eu amava.

—Pode deixar pai, tá tudo bem. Era só uma bobagem.

—Assim eu fico mais calmo. Parece que sua mãe também está ficando mais maleável. Ontem perguntou pelo neto.

—Assim eu espero, pai. Poxa, é meu filho. Não quero que a mamãe fique contra ele.

—Ela vai superar, fique calmo.

Despedi-me de meu pai, e depois fui tomar banho para dormir. Vesti uma cueca boxer — eu ainda não havia me acostumado com as tais roupas para dormir — e deitei-me na cama. Liguei a TV para me distrair, mas não funcionou. Como sempre, Elena veio-me como um raio na escuridão. Como uma mulher podia ter tanto poder sobre mim, Meu Deus? Tudo nela me atraía, me hipnotizava...

Ela ainda ia ser minha perdição!


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Notas finais do capítulo

Achei esse capítulo mais curtinho, e aí?