O Plano da Conquista - Perina escrita por Se7e
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem.
Pedro
Quarta-feira, o dia do encontro havia chegado e eu continuava nervoso, era difícil para um garoto como eu me aproximar de uma garota como a Jade, principalmente sair com ela, quando a beijei fui movido pelas emoções, aquele cara não era eu, em nada.
—Hum, pontual- Jade falou ao atender a porta.
—Não poderia deixa-la esperando- sorri simpático.
—Vamos?- perguntou saindo e me puxando pelo braço.
—Acho que sim- falei incerto.
...
Era uma balada, Jade gostava de dançar, deveria ter imaginado, mas diferente do que sempre imaginei não era tão ruim, era até... divertido.
—Está gostando?- ela falou se aproximando e tocando meu queixo.
—Bastante- sorri tocando em sua cintura, na verdade não estava gostando tanto assim, não conseguia aproveitar da mesma forma que ela, pois era algo muito diferente do que sou acostumado- Jade sentia a música e isso a deixava sexy, seus olhos fechados, a boca entreaberta, imaginei Karina dançando próximo a mim, aqueles olhos azuis me encarando a boca rosada, aquele sorriso... cortei aqueles pensamentos balançando a cabeça.
—O que houve?- Jade pareceu notar que algo havia acontecido.
—Nada eu só... deixa para lá, vamos continuar nos divertindo sim?!
—Claro- ela olhava ao nosso redor vez ou outra, parecia que estava procurando algo.
—Agora eu que pergunto, algum problema? Parece que está procurando algo ou... alguém.
—Ninguém- aproximou-se perigosa- Que tal nos divertirmos mais um pouco?- ela colou nossos lábios em um beijo quente.
—Acho que...- tentei falar algo à respeito de seu beijo, mas fui impedido.
Todos a nossa volta formavam um circulo, havia sentido um peso em meu ombro e em segundos fui atingido no rosto e cai aos pés da Jade.
—Para com isso Cobra- ela ficou à sua frente, parecia nervosa.
—O que você estava pensando hein?!- ele a encarou, seu olhar cheio de raiva. Levantei e o enfrentei, os punhos cerrados, a adrenalina percorrendo nas veias.
—Solta ela- falei quando notei que apertava seu braço.
—E o que você vai fazer?- ele falava sarcástico- Vai me bater?- Cobra vinha em minha direção, me empurrava com força.
—Se for preciso- falei em um rompante de coragem e acertei um soco em seu rosto, estava completamente ferrado.
Antes que pudesse me arrepender da ideia idiota de revidar, já sentia meu rosto arder com os diversos socos e chutes no estômago, os seguranças se aproximaram e o expulsaram, Jade se aproximou e tentou me ajudar a levantar.
—Não preciso de ajuda- puxei meu braço e toquei minhas costelas, sentia uma dor insuportável.
—Deixa eu te ajudar- ela se aproximou novamente.
—Eu entendi porque estava toda estranha - sorri sem graça -E eu entendi porque se aproximou de mim agora- falei seco- Você estava me usando.
Jade ficou sem fala, estava claro, eu fui usado para fazer ciúmes no namoradinho dela, isso me deixou amargurado, senti em minha garganta formar-se um nó que me impedia de falar o que fosse, levantei mesmo com dificuldade e mesmo com dor segui até o ponto de ônibus, já era tarde, o ônibus estava quase vazio, sentei próximo a janela e olhava a rua enquanto ia para casa.
—O que foi que houve cara- João estava em meu quarto, provavelmente havia fugido de casa para jogar um pouco de videogame.
—Fala baixo- enfim consegui falar uma frase com clareza- Minha mãe não pode descobrir.
—Me conta o que houve- ele virou-se dando total atenção ao que eu falava.
—A Jade...ela estava me usando para fazer ciúmes no Cobra- não pude evitar derramar algumas lágrimas - Eu penso que... sou um completo idiota, não que eu estivesse apaixonado pela Jade, sabe?! Mas quando enfim eu pensei que poderia seguir em frente, esquecer a Karina, ou pelo menos tentar esquecê-la, eu percebo que eu estava sendo enganado. A Karina não é a única que me considera esse nerd.
—Pedro não é bem assim, a...- João tentou falar algo, mas preferiu o silêncio.
Me joguei em minha cama e pedi ao João que me deixasse sozinho, eu precisava de um tempo só meu.
Karina
Meu celular vibrava freneticamente, quando enfim desbloqueei a tela notei que eram diversas mensagens e chamadas, algo havia acontecido, eram mensagens de João e outras várias do Cobra.
Cobra: Preciso da sua ajuda.
O que foi loirinha?! Não vai responder?!
Eu sei que estou de cabeça quente, mas preciso desabafar.
Me manda um retorno.
...
João: Seu amigo não é nada amigável.
Karina: O que foi que o Cobra fez desta vez?
João: Uma cena de ciúme com direito a alguns hematomas.
Karina: Ele bateu em você?
João: No Pedro, o cara está todo arrebentado.
Karina: Onde vocês estão?
João: Estou na casa do Pedro, você vai vir?
...
Encarei o celular por alguns minutos, eu precisava ir, saí sem que meu pai notasse e segui até a casa do Pedro, João parecia me esperar, abriu a porta assim que me aproximei receosa.
—Ele está no quarto- me deu espaço para que entrasse.
Apenas acenei com a cabeça e caminhei até seu quarto, abri a porta e o vi, estava deitado na cama olhando para o teto, os braços cruzados embaixo da cabeça, ele parecia estar com o pensamento distante.
—O que faz aqui?- perguntou sem me encarar.
—Vim ver como você está- me aproximei ainda receosa- Você está ferido- tentei tocar em seu rosto, mas ele me impediu, segurando firme em meu braço.
—O que você quer aqui?- ele me encarou, seus olhos avermelhados, estava chorando com certeza.
—Você pode não acreditar, mas eu me importo com você- ele sorriu fraco e virou-se ficando de costas para mim- Pedro...
—Se importa comigo- ele me encarou novamente- Porque eu deveria acreditar em você? Eu não sou apenas o nerd idiota e desengonçado?!
—Eu não acho que você seja um nerd idiota- o encarei firmemente.
—Não foi o que pareceu quando eu o escutei você falar com o Cobra que nunca se interessaria por um nerd como eu, ou quando nessa cama- apontou- Quando eu tentei ajudá-la pelo seu estado você afirmou mais uma vez que eu era e sempre seria esse nerd- ele ergueu os braços e pude entender o motivo de sua frieza.
—Me desculpa- tentei pensar em mil desculpas, mas nenhuma parecia ser o suficiente e na verdade não era.
—Karina, vai embora- ele apontou para a porta e senti formar-se um nó em minha garganta.
Caminhei até a porta e o vi virar-se, encarando o pequeno espelho na escrivaninha, encostei a porta suavemente, mas não consegui me afastar, eu sentia a necessidade de estar perto dele, eu precisava, mesmo que ele me odiasse, mesmo que eu não merecesse nem um pouco.
—Eu sou um grande idiota- ouvi sua voz abafada por causa da porta fechada- Me interessar por uma garota que não quer nada comigo, que nunca quis- senti meu coração queimar, ele estava apaixonado pela Jade.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Até o próximo, beijocas.