Tudo É Possível escrita por Nena Lorac


Capítulo 9
9 - Segredos Revelados


Notas iniciais do capítulo

"As vezes, omitir certas informações para a felicidade de quem amamos é essencial. E as vezes, omitir certas informações para quem amamos pode se tornar algo extremamente ruim.

Avalie o que é necessário omitir."



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Eles já estavam terminando o almoço, e só se ouviam risadas e brincadeiras vindas de Francis e da senhora Bonnefoy. Matthew permanecia calado e com os olhos focados em seu resto de comida que estava no prato. Era extremamente vergonhoso olhar para frente e se deparar com o rosto de Francis. Ele nunca tinha ganhado um beijo de ninguém, e lembrar como fora ter sua testa beijada por seu melhor amigo o deixava vermelho.

– Matthew, algum problema querido? – a senhora Bonnefoy perguntou um pouco aflita.

– Aconteceu alguma coisa, Matt? – dessa vez foi Francis que perguntou ao se levantar da cadeira.

– Ahh...? O que?

– Você está bem, querido? Está vermelho. Se sente tonto? – a senhora Bonnefoy levantou-se e foi na direção de Matthew.

– Eu estou bem. Não precisa se preocupar.

Ele soltou um sorriso amarelo para tentar evitar um interrogatório. Ele sabia como a senhora Bonnefoy poderia ser insistente as vezes. Mas para sua surpresa, ela apenas sorriu e disse para Francis tomar conta dele enquanto ela dava uma saída.

Ambos os garotos a encararam pegar a sua bolsa e se despedir jogando um beijo da porta de entrada.

– Ela está estranha... – Matthew e Francis disseram isso ao mesmo tempo.

–-- X ---

Ela corria bem rápido para não perder o ônibus. Todo esse esforço que ela vem fazendo esses anos teriam que dar algum resultado. Matthew precisava daquilo. Precisava que esse esforço tenha valido um pouco à pena.

– Espero trazer mais alegria para o meu garotinho...

–-- X ---

No último volume estava um comercial qualquer passando na televisão. Francis ria um pouco de como eles apresentavam os produtos e tentava mostrar, para Matthew, o quão ridículo aquilo era. Mas o entusiasmo do mais novo não estava aflorado naquele dia.

Ele tentava não chamar a atenção de Francis, pois ainda estava envergonhado demais com o que tinha acontecido. Ele apertava o tecido das calças para tentar se conter. Ele queria perguntar para Francis o porque dele ter feito aquilo, mas a vergonha o impedia.

– Matthew!! Vai passar aquele filme de terror que eu te falei antes. Vamos no cinema?

– Eu... tenho medo desse tipo de filme...

– Mas você sabe que é mentira tudo aquilo que eles põem na tela.

– Mas eu irei ficar com medo...

Francis foi correndo em direção a ele, o abraçou e começou a gritar que ele estaria lá com ele, para que o menor não sentisse medo. Ele estava se divertindo muito ao abraçar Matthew daquele jeito.

– Francis!! Não me abrace assim! – ele estava muito envergonhado.

– Mas você é muito fofo e eu preciso abraça-lo!

Matthew tentava empurra-lo, mas Francis mantinha-se de pé. Chegou a um ponto que ambos começaram a rir e ficavam se empurrando e puxando por brincadeira. Pareciam até irmãos fazendo isso. Porém, Francis se desequilibrou um pouco e a gravidade o puxou para baixo. E sem ter por onde se segurar, ele por impulso, se pregou com as mãos na camisa de Matthew, o puxando com ele.

– Ai, ai, ai... Desculpe Matthew... Acabei fazendo você sair da cadeira-- – ele se calou ao ver Matthew com a cara enfiada no seu peito.

De todas as situações possíveis, ele tinha que ficar daquele jeito vergonhoso. Nem levantar ele podia, e não entendia o porque de Francis não ajuda-lo a voltar para a cadeira. Mas encarar o rosto dele ele não poderia fazer. Ainda tinha em mente aquela coisa boba que ocorrera mais cedo.

– Ei... você sabe que eu vou te proteger, não é?

– O q-que?

– Você sabe que eu só quero o seu bem. Não sabe?

– Francis, eu...

– Então, não fique triste na minha frente... Isso só prova que eu estou fazendo as coisas de uma maneira errada. Nem animar você agora eu consegui fazer direito...

Ele estava tentando animá-lo. Francis tinha percebido o quanto ele estava quieto desde que chegou em casa, e tentava faze-lo sorrir. Por que ele ainda insistia em esconder as coisas dele? Ambos não aguentavam se verem cabisbaixos.

– Você não está fazendo nada errado... a culpa foi minha.

– Mas porque a culpa seria sua?

– Por eu ficar com vergonha de contar as coisas...

– E o que aconteceu? – ele abraçava Matthew.

– Bem... quando você beijou a minha testa... eu fiquei com vergonha... – ele escondia mais o rosto no peito de Francis.

O mais velho o encarou um pouco, chegou a sorrir um pouco antes de começar a gargalhar. E sem entender muita coisa, Matthew o encarou depois de muito tempo e começou a gritar com ele por ter achado que Francis tenha considerado isso ridículo. Ele dava tapas em seus ombros, xingando Francis com apelidos bobos infantis.

Francis ainda estava rindo quando segurou por debaixo dos braços de Matthew e o puxou para frente e deu outro beijo em sua testa.

– Não estou rindo porque achei ridículo. – ele soltou um sorriso – Estou rindo porque achei adorável.

–-- X ---

Já estava de noite quando a senhora Bonnefoy voltou para casa, e se deparou com os dois meninos sentados no sofá vendo um desenho. Ela estranhou o fato de Matthew não está na cadeira de rodas, mas preferiu ignorar para poder dar logo a notícia que ficou esperando por dois anos.

– Matthew! Francis! Quero que vocês venham até a cozinha.

E quando menos se esperava, ela tirou da bolsa dois envelopes e os jogou na mesa. Ela pediu para Matthew abri-los e lesse o que conseguia. E o mesmo ficou extremamente feliz quando abriu o primeiro envelope e conseguiu ler já o título dos primeiros documentos que estavam à sua frente. Coisas como certidão de nascimento e matrícula escolar estavam no meio daquelas palavras.

O segundo, a própria senhora Bonnefoy abriu e mostrou o documento para Matthew e Francis. Ela estava sorrindo. Aparentava ser um sorriso de alívio e cansaço.

– Esse é o documento que eu tenho em mãos... é o documento mostrando que eu o adotei. E com mais essa certidão de nascimento que você possui agora, ficou muito mais prático eu matriculá-lo em um colégio... Que por ventura, é o mesmo colégio que Francis frequenta. – ela encarou o sobrinho.

– Tia, como a senhora conseguiu isso?? – Francis estava eufórico, mas a curiosidade ainda estava engatilhada.

– Tenho uma amiga no cartório e outra amiga que é juíza. Eu passei um bom tempo conversando com elas para elas me aprovarem esses documentos. Foi um processo longo e que durou dois anos... Mas no final, deu tudo certo. – ela se abaixou e começou a fazer carinho na cabeça de Matthew – Eu espero que você possa me perdoar por ter escondido isso de você... mas os documentos só foram liberados agora, e eu passei a tarde no colégio fazendo a sua matrícula para esse período ainda.

Matthew não parava de chorar. Ele não sabia mais como agradecer a senhora Bonnefoy por tudo que ela já tinha feito por ele. Ele só conseguia chorar e abraça-la. Ele ficou assim por um bom tempo. Ele nem acreditava que finalmente iria para a escola com Francis todos os dias.

“Tudo está indo tão bem... eu espero que continue assim!”


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Notas finais do capítulo

NÃO ME MATEM!!!
EU POSTEI UM CAPÍTULO NOVO PARA FELICIDADE DE VOCÊS, NÃO É??

Após esse momento de súplica por minha parte, eu espero que você tenham gostado do capítulo. Me perdoem por ter "esquecido" de atualizar. Não vou mentir, pois não foi bloqueio criativo. Foi preguiça mesmo. Eu estou de férias e passei uma semana jogada em cima da cama e não tinha vontade pra mais nada. E não estou tão feliz com as férias, afinal, eu reprovei em tudo na faculdade... não sigam o meu exemplo!!

Vou tentar ganhar um pouco mais de ânimo para escrever~~
Agradeçam a Sakura Honda, afinal, ela sempre me lembra que eu tenho que atualizar essa fic!

Até o próximo capítulo~~



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