Roses escrita por LS Valentini


Capítulo 3
Maçãs, Rosas e Golpes


Notas iniciais do capítulo

Agradeço aos que comentaram, aos que favoritaram e a Ruby S2 por recomendar a fic!
Boa leitura *-*



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Após contar todos os detalhes sobre a desconhecida - inclusive de que a mulher dormiu em sua cama, recebendo um sorriso malicioso da irmã -, Killian não sabia como dar o próximo passo.

– Já fez o bastante por ela. - Regina falou - Agora entregue-a para as autoridades!

– Está falando como prefeita, não como minha irmã - ele disse cruzando os braços.

A morena bufou, perdendo um pouco a postura que conservara e sorriu amigavelmente, quebrando a barreira entre eles dois.

– Essa mulher pode ser um problema - Regina continuou - pode estar metida em bandidagem, como a Mary Margaret!

– Duvido muito disso, aquela mulher está confusa, e eu vou ajudá-la. - ele concluiu - E você ainda não superou sua raiva pela MM.

Regina não se pronunciou, apenas pegou a mochila da desconhecida e começou a procurar pelo que ela chamava de evidências de que sempre estava certa. Só encontrou uma troca de roupa, um bolo de dinheiro - que não era uma alta quantia -, e um pingente de cisne.

– Posso jurar que já vi isso antes - ela tentava se lembrar do último objeto.

– Guarde isso imediatamente - Killian a repreendeu - Isso é violação de privacidade. Bandidagem.

– Só será se você contar. - Regina ficou misteriosa - E pelo visto essa desconhecida não é grande coisa, quando vou conhecê-la?

– Ela ainda está dormindo. - o irmão tentou mantê-la longe.

– Eu espero. - Regina sorriu - Trouxe torta de maçã, espero que ela goste.

...

P.O.V EMMA ON

Pelo que eu me recordo, o Sr. Jones havia cuidado dos meus ferimentos na noite anterior após admitir sobre o erro de me tratar daquele jeito mal humorado, e confesso que ele não era assim tão rabugento como eu pensava, e com certeza possuía um belo sorriso.

Mas quando acordei pela manhã, não estava na sala de estar em que eu jurava ter adormecido, mas sim no quarto.

– Sr. Jones? - o chamei, mas não obtive resposta.

Saí de lá, e atravessando o corredor andando pelo carpete frio, fui parar na cozinha. Havia realmente muitas maçãs ali, e minha barriga clamava por alimento, ninguém ia perceber a falta de uma fruta. Mas assim que dei uma mordida, a porta se abriu e eu fui pega no flagra e soltei a maçã no chão.

– Desculpa, eu não quis... - mas fui interrompida por uma voz feminina.

– Tudo bem, querida, eu sei que está faminta.

Era uma mulher tão elegante que eu me senti um pouco inferior... Está bem, muito inferior. Ela me analisou dos pés à cabeça, talvez tentando descobrir alguma coisa.

– Emma, esta é a minha irmã, Regina. - ele tinha chegado, o que me acalmou.

– É um prazer conhecê-la - falei sem reação.

– O prazer é meu, EMMA - ela sorriu como se estivesse descoberto uma mentira.

– Bom, eu achei isso no seu carro. - o Sr. Jones me entregou uma mochila - Espero que encontre algo que a ajude.

Eu o agradeci e procurei algo de útil ali, mas infelizmente nada sobre a minha identidade, só roupas e dinheiro. Então fui me trocar enquanto eles dois conversavam.

P.O.V EMMA OFF

...

Regina esperou a desconhecida sair da cozinha e certificou-se de que ela não ouviria uma palavra do que dissessem.

– Está vendo? Ela é inofensiva - Killian disse.

– Ainda não confio nela. - a irmã rebateu ao sentar-se numa das cadeiras.

Ele revirou os olhos azuis e resolveu deixar Regina ter razão daquela vez, não ia perder tempo discutindo com ela por causa de uma paranóia.

– E como vão as coisas na prefeitura? - Killian mudou de assunto enquanto arrumava a mesa do café.

– Péssimas. - Regina abaixou a cabeça - Estamos nos afundando em dívidas, só tem um jeito de reerguer essa cidade.

– Não! - ele exclamou parando tudo o que estava fazendo para repreender a irmã.

– O Sr. Gold é um magnata poderoso, ele me ensinou tudo o que sei. - ela falou - E eu vou pedir um novo empréstimo pra cidade, se você parar pra pensar...

– Você vai se endividar com ele, como vai pagar todo o dinheiro? - Killian estava nervoso - Ele sempre quer um favor em troca.

Regina se levantou da cadeira e foi em direção à porta. Naqueles últimos tempos, a única coisa que ela fazia era fugir de discussões.

– Não me importo com a sua opinião, e se quiser saber, o Sr. Gold já está vindo para Storybrooke.

...

P.O.V REGINA ON

Pensei que Killian estivesse brincando quando me contou que estava ajudando uma completa desconhecida que diz ter perdido a memória. Sinceramente, não acreditei. Ele sempre teve um coração muito bom e se deixa levar por qualquer coisa que lhe digam, mas comigo era diferente.

Assim que saí da casa dele, ou melhor, casebre - porque ele não queria aceitar a minha ajuda financeira -, recebi um telefonema do Sr. Gold.

– Alô? - atendi.

– Regina?

– S-Sim - gaguejei.

– Eu liguei mais cedo pra te avisar que estou num funeral e vou me atrasar para chegar a Storybrooke.

– Não importa. - falei secamente - Mas eu não... tenho como pagar todas as dívidas.

– Tem certeza de que isso é realmente importante, dear? - eu detestava quando ele falava assim - Talvez não se importe tanto com seu cargo, o qual meu dinheiro financiou sua campanha.

– Gold, me dê mais alguns dias - eu pedi.

– Nos vemos mais tarde.

Bom, considerei aquela frase como um "Não".

P.O.V REGINA OFF

...

Após trocar de roupa, Emma foi até a cozinha, e encontrou a torta de maçã intacta e muito menos o Sr. Jones ou sua irmã, mas também depois de ouvir algumas vozes alteradas não esperava que estivessem sorrindo um para o outro.

Ela viu que além da porta havia uma sombra, e sem pensar mais uma vez, cortou dois pedaços de torta e os colocou sobre os pratos sobre a mesa. Quando abriu a porta com dificuldade, se deparou com Killian sentado nos degraus da varanda observando seu jardim abandonado.

– Rosas brancas significam a pureza, - ele apontou para um canto, cheio de galhos mortos - as vermelhas são o símbolo do amor, já as azuis simbolizam a confiança.

– Vejo que sabe sobre rosas - Emma falou sentando-se ao lado dele.

– Vejo que sabe dar golpes, - ele imitou seu tom de voz - meu rosto deve estar desfigurado desde ontem.

– Me desculpa. - ela lhe entregou um pedaço de torta - Imaginei que estivesse com fome.

– E estou, obrigado.

Foi a primeira vez que Emma o viu sorrir de livre e espontânea vontade, e concluiu que ele era lindo, mais do que ela havia percebido. Os olhos dele encararam os dela, e uma espécie de choque percorreu ambos. Para disfarçar o que havia sentido, Emma disse:

– Essa torta está incrível.

– É a especialidade da minha irmã, já que ela não gosta de outras frutas que não sejam a maçã.

– Eu tinha uma amiga que só comia maçãs. - Emma falou num quase estado de transe - Espera... eu me lembro disso!

Killian sorriu ao ver o quão feliz ela estava, mas viu que a desconhecida logo se frustrou ao não se lembrar de mais coisas.

– Isso vai levar um tempo - ele disse.

Mas Emma preferiu ficar calada, estava realmente triste por se lembrar de algo tão vago naquele momento.

– Vai me contar onde aprendeu sobre rosas? - ela disse baixo, tentando não se importar com o acontecido.

Ele hesitou, mas preferiu não expor sua vida.

– Só se me contar onde aprendeu a dar tantos golpes.

– Isso não vale! - ela lhe deu um soco no braço e riu - Me promete uma coisa?

– Diga - Killian falou.

– Quando eu finalmente me lembrar dos golpes, você vai me contar sobre as rosas.

– Prometo... - ele disse instantes depois.

– Por que o senhor tem um jardim tão... tão...

– Morto? - ele perguntou para si mesmo - Essa resposta está incluída na promessa.

Os dois seguiram até a caminhonete dele, e havia caixas e mais caixas de rosas vermelhas na traseira. Killian tinha se esquecido de fazer a entrega, mas com toda aquela conversa despertou para seu trabalho.

– É um carregamento importante, vamos até a cidade - ele disse.

– Mas, Sr. Jones, tem certeza de que as outras pessoas precisam saber sobre a minha perda de memória?

– Eles não precisam saber. - ele falou - Você é Emma, minha prima de Boston.

Ela lhe agradeceu com um sorriso sincero, nem acreditou que aquele homem estava fazendo todo aquele esforço só para ajudá-la.

– E só mais uma coisa - ele disse enquanto fazia um ato de cavalheirismo e abria a porta da caminhonete para ela - Me chame de Killian.

– Está bem, Sr. J...Killian - ela riu.

"Quando ela está nervosa, fica ainda mais bonita", ele pensou antes de começar a dirigir em direção à Storybrooke.

"Eu vou apagar as luzes da cidade

Vou mentir, enganar, eu vou implorar e subornar

Pra te deixar bem, pra te deixar bem [...]

Me dê razões para acreditar

Que você faria o mesmo por mim

E eu faria isso por você, por você"

Gone, Gone, Gone - Phillip Phillips


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Notas finais do capítulo

Gold está chegando para complicar tudo e mais um pouco rs.
Ah, sei que estão aí leitores fantasmas, por favor, comentem.