Roses escrita por LS Valentini


Capítulo 14
Numerais, Liberdade e Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a Anna Pinheiro e mayrasouza64 que favoritaram a fic! E eu estou amando todos os reviews!!!
Boa leitura *---*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/605706/chapter/14

Elizabeth deixou que seus fios loiros se bagunçassem ao vento enquanto ela tinha uma vista privilegiada de Paris, aquela cidade era bem melhor do que todas suas expectativas, principalmente por ser acolhedora. Mas havia uma coisa que a loira não conseguia tirar da cabeça: Os olhos mais azuis que já tinha visto na vida, porém eles lhe encaravam com uma tristeza tão grande que ela não pôde deixar de ter o mesmo sentimento. “Quem era ele?”, se perguntava o tempo todo.

– E ainda chamam isso de suíte presidencial. - Neal falou ao se juntar a noiva na sacada - Eu esperava bem mais.

Ela deixou que o comentário infeliz dele passasse em branco. Às vezes tinha vontade de matá-lo só pelo simples prazer de mantê-lo com a boca fechada... ou respirando.

– Meu amor, eu prometi a você que o trabalho ficaria em segundo lugar e...

– O que foi dessa vez, Neal? - o indagou, mas não deixando um minuto de apreciar a vista.

– Meu pai precisa de mim em Boston. - ele falou ao entrelaçar seus dedos - Me dê só uma semana... Aí podemos nos casar.

Aquela atitude imatura já durava meses, e ela odiava. Neal a fez ir até a França - alegando ser o lugar mais romântico do mundo -, lhe fez juras de que se casariam, e de repente tem que voltar para os Estados Unidos por conta de seu querido “papai”.

– Eu vou voltar também. - ela falou seca - Quando partimos?

– Não, você tem que ficar e terminar de organizar todas as coisas. - ele argumentou - Não quer perder a chance de conhecer Paris, quer? Ah... e você tem um encontro marcado com o jardineiro.

– É paisagista, o melhor de toda França. - o corrigiu - Você saberia se prestasse atenção no que eu digo.

Parecia até que Neal não queria a presença dela. Mas Elizabeth era esperta demais para cair em simples conversas, e sabia que estava acontecendo algo. Porém, entre permanecer numa das melhores cidades do mundo ou ficar se estressando em Boston... Era realmente uma escolha difícil de se fazer!

– Eu fico. - ela disse rapidamente - Até porque não seria legal cancelar um encontro planejado há meses.

– Que bom, mas 1 e 2 estarão no corredor, disponíveis a qualquer momento. - Neal beijou a bochecha dela e foi em direção à porta - Te vejo em uma semana e... o que eu te disse sobre usar a palavra “legal”?

– Não é utilizado por pessoas da nossa classe. - a loira revirou os olhos, mas ele já não estava mais ali para ver.

Ficar sozinha não era nada mal, quer dizer - quando o Sr. e a Sra. Miller agiam de forma super protetora -, era um verdadeiro paraíso. O maior problema de Elizabeth, naquele momento, eram seus dois amigos “numerais”, 1 e 2, os guarda-costas de viagem e as pessoas mais grudentas que já conhecera.

A loira voltou sua atenção para o jardim do hotel, achando as rosas vermelhas misteriosas e convidativas. Não demorou muito para que ela colocasse roupas mais confortáveis - e menos caras, que jamais chamariam a atenção -, e pôr em prática seu plano de liberdade.

Enquanto organizava sua bolsa, deixou cair seu amuleto da sorte: uma gargantilha com pingente de cisne. E ela adorava. Dessa vez, ninguém a criticaria por usá-la.

– Aonde vai, Srta? - assim que saiu do quarto, Elizabeth se arrependeu de não ter acreditado em Neal.

– Quando me disseram que vocês estariam disponíveis, não pensei que fosse verdade. - ela resmungou, não pretendia discutir com dois brutamontes - Me dêem um tempo, ok?

1 e 2 se entreolharam e começaram a segui-la, como se fossem surdos. A loira fez uma careta de desaprovação, eles estavam sendo pagos para segui-la e aquilo não mudaria, ela não estava pensando direito, ou melhor, agindo direito. Antes que os dois dessem mais um passo, Elizabeth pôs-se a correr como se fosse a última coisa que faria na vida.

– Desculpem rapazes! - ela gritou e sumiu da visão de ambos os “numerais”.

...

Com óculos escuros e sem nenhum segurança por perto, muito menos o indevido uso de sua riqueza, Neal passava despercebido pelo aeroporto. Até seu lugar seria na classe econômica para não chamar a atenção.

– Pai? - ele atendeu ao celular.

– Quanto tempo de vôo? - o mais velho perguntou impaciente.

– Cerca de oito horas. - o filho respondeu impaciente - Vai me contar o que está acontecendo?

– Só posso dizer que temos problemas... - falou pausadamente - Milah.

– O que ela quer dessa vez?

– O que todos querem de nós. - ele riu ironicamente - Dinheiro.

Aquilo significava que não era um simples problema, como por exemplo, dar uma quantia em dólares para que a mulher sumisse sem deixar rastros. Mas sim desaparecer da face da Terra, sem vestígios.

...

Após muitos tropeços, esbarrões e xingamentos - vindos das outras pessoas -, Elizabeth finalmente conseguiu chegar ao jardim sem despertar a atenção de 1 e 2. Aqueles caras eram legais, principalmente por nunca pronunciarem uma palavra, porém, obedeciam todas as ordens do Sr.Miller.

A loira se escondeu por entre os arbustos e esperou até que os guarda-costas corressem para fora do hotel - achando que ela já estivesse na rua. Ali era um bom lugar para se observar o que ocorria no interior daquela hospadagem.

– Tão inexperientes! - Elizabeth fez uma careta e começou a rir enquanto saía do esconderijo.

– Que bonito! - uma voz ecoou, fazendo-a pular de susto.

Ao ver que ela quase teve um ataque cardíaco, o amigo - e motorista -, pôs-se a gargalhar compulsivamente.

– Por Deus, Robin! - ela lhe deu um soco no ombro.

– Posso saber por que a “princesinha dos Miller” não está trancafiada em seu castelo?

– Ei, não me chame assim! - a loira fechou a cara e começou a caminhar em direção à rua - Só estou curtindo meu momento de liberdade.

–Desculpe, mas acho que deve voltar.

– Estou fugindo dos “numerais” - ela sussurrou como se alguém estivesse naquele jardim além dos dois.

– Já aconteceu isso em Boston, Nova Iorque, Vancouver e Roma. - Robin contava nos dedos - E agora em Paris?

– É. - ela sorriu - E você vem comigo.

O amigo a olhou incrédulo. Como se não bastasse ela estar bastante encrencada, também o colocaria numa enrascada. Só Deus sabia o quanto de sermões ele havia levado da última vez que ajudara Elizabeth a fugir.

– Não, não e não. - ele disse - Isso vai me causar problemas.

– Do meu pai cuido eu... Ou prefere me deixar sozinha numa cidade desconhecida? - ela se fez de vítima.

– Ok. - ele cruzou os braços - Mas se eu for preso...

– Relaxa, Robin! Se meu pai descobrir a minha fuga o máximo que você vai ter será um tiro de fuzil na testa. - a loira brincou - Está parecendo até a... - não conseguiu se lembrar do nome - Esquece. Vamos logo.

Se eles fossem agentes secretos não se esconderiam tão bem. A entrada ou saída do hotel - como preferirem - estava “limpa”, sem uma alma viva. Era o momento perfeito para a “liberdade”, isto é, se Elizabeth não tivesse esbarrado numa mulher que surgira diante deles.

– Me desculpe! - a loira exclamou, recebendo um olhar furioso da outra.

– E-Emma? - a mulher morena franziu o cenho - O que faz aqui?

– Não. - sorriu - Sou Elizabeth.

– Sou Regina. - ela ainda continuava confusa.

– Este é o Robin - a loira apresentou o amigo.

Ele e Regina se cumprimentaram com um aperto de mão - que durou até mais tempo que o necessário. E por incrível que pareça, eles dois não paravam de se encarar e corar. Elizabeth com certeza não gostou de ser a “vela”, era constrangedor.

– Robin, ajude-a com a bagagem. - a loira falou.

– Mas...

– Eu vou ficar bem, tenho um GPS. Te ligo se acontecer alguma coisa. - ela falou mais alto do que devia enquanto se afastava - Até mais.

...

P.O.V EMMA

Dizem que Paris é a cidade mais romântica de todas, e eu concordava com aquilo, principalmente após andar o restante do dia. Por todos os lados eu via casais de mãos dadas e sorrisos bobos. Queria que eu e Neal fossemos assim. NÃO. Queria me sentir assim com outra pessoa - a que eu realmente amasse. Mas era “logicamente impossível”, como a Sra.Miller dizia em suas filosofias de vida.

Enquanto eu admirava tudo ao meu redor, inclusive a Torre Eiffel que ficou iluminada, e prometia a mim mesma que iria ao Museu do Louvre algum dia, meu celular alarmou: “Paisagista/ 19h30min/ Pizza Vesuvio, 144 (Avenida Champs Elysées). Droga! Como eu pude esquecer?!

Por sorte eu já estava na mesma avenida, um pouco longe, mas perto o suficiente para chegar na hora do encontro. E lá estava eu, desviando das pessoas novamente, e cansada de tanto agito antes do jantar. No fim do meu “exercício”, boa aparência era o que eu menos possuía, e a fome reinava. Só não conversei com meu estômago porque havia muitas pessoas por ali.

Entrei no estabelecimento em disparada, quase todas as mesas estavam ocupadas por grupinhos ou casais, exceto uma, a mesa de número 12, ocupada por um homem - que estava virado de costas para mim. Fui me aproximando dele, e percebi que o mesmo conversava ao celular.

– Não me importo com o que você pensa, se a cliente não chegar aqui em cinco minutos, vou embora! - parecia extremamente arrogante - Sou um dos melhores dessa área, não me diga o que fazer.

Mesmo sua voz me dando arrepios - que eu não sabia se eram bons ou ruins-, chamei a atenção dele, cutucando seu ombro com o meu indicador. Ele se levantou subitamente para me encarar, e eu esperava a maior confusão.

– Qual o seu prob... - o celular escapou de suas mãos.

Aconteceu algo realmente estranho quando nossos olhares se cruzaram, era um momento intenso, minhas pernas fraquejaram - e não era por conta do cansaço. Impossível mesmo era encarar suas órbitas azuis que... eu vira mais cedo. Era ele!

– Emma? - o homem sussurrou, abalando minhas estruturas, principalmente quando direcionou seu olhar para minha gargantilha.

“[…]

Mas vendo você sozinho

Todas as minhas dúvidas de repente vão embora de alguma forma

[…]

Eu tenho morrido todos os dias esperando por você

Meu amor não tenha medo eu tenho te amado

Por mil anos

Eu vou te amar por mais mil”.

A Thousand Years - Chistina Perri


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Finalmente eles se reencontraram!
O que será que vai acontecer, hein?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Roses" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.