The Faberry Mission escrita por Jubileep


Capítulo 42
Capítulo 42 - Auto-crítica


Notas iniciais do capítulo

Alguém irá refletir muito sobre seus atos nesse capítulo, alguém irá finalmente criar vergonha na cara. Assim como eu, que criei vergonha na cara e postei finalmente o capítulo.
Fun fact: (nem tão "fun" assim) Sabiam que eu tava pensando em excluir a história? Juro! Podem me mandar mensagens motivacionais, se quiserem. Comentem querides. Comentem.



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Kaitlin havia acabado de deixar Jane em seu berço, almejando que seu ursinho de pelúcia favorito fosse o suficiente para lhe manter entretida durante sua conversa com Sue Sylvester, no andar debaixo.

Desceu a escada hesitante, encontrando a mulher aterrorizante sentada na poltrona da sala – e ainda que ela tivesse um olhar amigável, um ar intimidador parecia transpirar pelos seus poros e envolver todo o local.

— Quer um chá? Uma xícara de café? – Ofereceu em um tom mais sarcástico do que deveria; suas sobrancelhas arqueadas da mesma forma que a Fabray caçula o fazia. – Apenas diga logo o que precisa, antes que Jane acorde ou comece a chorar. Você não deve fazer ideia de como é cuidar de um bebê.

— Serei breve, eu prometo. – Assegurou, cruzando as pernas. – É sobre sua irmã que eu quero falar... Bom, é sobre você também.

Kaitlin começou, então, a imaginar todas as atrocidades que Quinn deveria ter despejado a seu respeito para sua treinadora, imaginou como se encontrava sua reputação perante a mulher em sua frente.

 Uma mulher desconhecida. Ótimo! Lá estava ela, pensando sobre sua imagem aos olhos de uma mulher desconhecida.

— Como você se sente a respeito da sexualidade da sua irmã, senhorita Fabray? – Indagou, de repente, pegando a outra de surpresa. Kaitlin engoliu em seco e tentou desviar o olhar. Que tipo de pergunta era aquela?

— É errada. Não há muito que dizer. – Deu de ombros, enquanto Sue lhe encarava sem expressão alguma. O que aquilo deveria significar? – Deus criou o homem e a mulher. Estamos aqui para reproduzir, para mantermos a espécie viva... Pessoas como Quinn e essa garota Rachel estão aí para acabar com o plano do Senhor.

— Você está feliz com seu marido, imagino. Certo?

Seu estômago embrulhou, e como em um filme dentro de sua mente, lembrou-se de todos os sorrisos falsos, de todas as vezes que Peter lhe abraçou e foi o ato mais artificial do mundo.

— Sim. – Mentiu.

E convenceu-se, pela milésima vez, que estava contente dentro de suas próprias e infinitas limitações, dentro de seu casamento tão problematicamente perfeito. Era confuso, ela sabia, mas não tinha o direito de admitir-se desapontada àquela altura do campeonato.

— É claro que estou feliz.

Na parede à sua direita sete fotos emolduradas e impecáveis estampavam o casal sorridente de propaganda de margarina, em todas elas Kaitlin Fabray sorria como se houvesse acabado de descobrir o que era a felicidade.

Sete fotos e sete sorrisos superficiais, mas que a mulher achou o suficiente para convencer a todos de sua suposta harmonia matrimonial, de seu próprio sucesso de casamento.

Sue soltou um riso contido, que causou em Kaitlin um enorme desconforto.

— O que houve?

Não pareço convincente?” temeu.

— Não sei se você chegou a conhecer Finn Hudson, o ex-namorado de Quinn. – Comentou e a outra acenou que não com a cabeça. – Sorte sua. – Riu fraco. – Enfim, ele é só o quarterback estúpido que toda líder de torcida popular deve namorar para continuar no topo.

— Ok, mas minha irmã é... – Suspirou. –... Lésbica! Já sei aonde quer chegar e já entendi o final da história... Os dois não estão juntos mais e agora ela está com uma garotinha desvairada qualquer. Uma pena sabia? Por mais estúpido que o rapaz fosse, podia lhe salvar pelo menos.

 – Docinho, você não entendeu nada. – Arregalou os grandes olhos azuis. – Quinn era a pessoa mais medíocre e infeliz que eu já havia visto na minha vida nesta época. O sorriso de Q era mais falso que o seu nessas inúmeras fotos, e olha que é bem difícil alcançar essa proeza.

Eu estou feliz. – Rosnou. – Você entra na minha casa e ainda quer me ofender? Ainda quer me fazer engolir esse estilo de vida?

— Vocês arqueiam a sobrancelha de forma idêntica, como eu deveria confiar nesse sorrisinho desonesto, minha cara?

Kaitlin quis argumentar, quis retrucar contra as verdades ásperas que a mulher proferia contra ela; mas a voz travou e a palavra não saiu de sua garganta por mais que ela se esforçasse, as palavras mentirosas mantiveram-se presas e o silêncio foi o ato mais sincero que ela poderia ter naquele momento.

Sue Sylvester estava certa, tão certa que para ela era praticamente um soco no estômago ter que admitir aquilo para si mesma, após anos convencendo-se que sua forma de viver certamente lhe garantiria um lugar privilegiado no paraíso.

Não sabia mais ao certo se iria para o paraíso, mas a ficha começava a cair gradativamente – e apesar de ser tortuosa, a verdade começava a acalmar seu peito desesperado.

Ela só queria ser feliz, só queria poder sorrir para alguém como um dia viu Quinn sorrir para Rachel Berry no supermercado, alguém que lhe abraçaria não por obrigação, mas porque, de alguma forma, seu abraço podia ser desejado.

Ela... Ela queria ser desejada, queria que no fim da noite aquilo não fosse apenas parte do que deveria ser sua vida – tradicional e ligeiramente medíocre. Ela convencia-se de que toda essa mediocridade que ser casada a um homem que nem ao menos lhe amava de verdade era apenas um defeitozinho dentro de algo que, um dia, seria recompensado.

Mas os dias passavam cada vez mais rapidamente, e o buraco negro só começava a aumentar dentro de seu peito. E doía, não tinha recompensa alguma nem pote de ouro no fim do arco-íris, só... Doía, e muito.

 Antes ela até dizia a si mesma que estava infeliz, mas que pelo menos não iria direto para o inferno como sua irmãzinha caçula. E agora ela nem conseguia sentir-se enojada e superior à forma como Quinn lidara com seus sentimentos... Ela sentia-se covarde, inferior e com uma inveja descomunal.

— Porque você não deveria. Não deveria confiar em meu sorriso, e em nada que sai de mim. Eu sou... Eu sou tão errada. – Permitiu que uma lágrima rolasse por seu rosto e pousasse na curva de seus lábios, atônita e sem acreditar que pôde finalmente falar aquilo em voz alta. – Eu detesto Peter!

— Pode desabar, isso torna tudo essencialmente mais dramático e... bléh, eu adoro um drama! – Garantiu Sue.

— Eu odeio a forma como ele me toca, como ele nunca me levou às alturas, eu odeio seu beijo, odeio seu cabelo idiota e perfeitamente alinhado, odeio como ele finge estar tudo bem mesmo quando estamos quebrados internamente. Odeio como ele me manda calar a boca em frente a seus colegas, como ele olhava as minhas amigas de trabalho ou como ele olhava para Quinn nos jantares de família. Odeio como ele é tão ausente... Eu odeio tudo sobre minha vida, e agora eu nem ao menos posso me agarrar ao fato de que Lucy é uma pecadora.

Soluçava repetidamente, as mãos trêmulas tentando secar as lágrimas que não paravam de brotar e inundar seu rosto. Seu peito sentindo-se aliviado, o vômito de sinceridades sendo despejado pelo local.

— Digo... Foda-se se ela é uma pecadora. Ela parece tão feliz que me faz querer socar a cara dela. Sempre pensei que eu seria a filha que daria certo, Lucy nunca foi promissora nessa coisa de dar certo... E ela deu certo. Deve estar lá, colando velcro com sua garota, feliz da vida enquanto eu choro como uma louca para uma mulher que mal conheço.

— Bem...

— Deve estar lá tendo seus vinte bilhões de orgasmos enquanto eu deito com um homem que nem sabe o que é a porcaria de um clitóris! – Bufou, sem permitir que a treinadora conseguisse falar. – Deus é tão injusto!

Perguntou-se de onde havia saído tanta coragem e tanta honestidade. Dez minutos atrás ela havia falado mal da forma que Quinn vivia, e literalmente dez minutos depois a doce e perfeita Kaitlin Fabray já havia falado um palavrão, três referências sexuais e incontáveis verdades sobre o próprio marido.

Antes que pudesse afundar-se em seus devaneios sobre como explodira daquela forma e de modo tão inesperado, Sue lhe interrompeu.

— Se isso te alivia, Q não está tendo seus vinte bilhões de orgasmos porque ela não está mais com Rachel. Ela a ama que nem uma maluca, e Berry a ama que nem uma maluca. Mas elas estão separadas, chorando em seus quartos, sem orgasmo ou colar velcro.

— P-Por que?

Sue colocou o envelope amarelo que havia trazido junto a ela na mesa de centro da sala de estar e com os dedos empurrou o mesmo em direção de Kaitlin que, hesitante, pegou – lhe achando familiar.

Ali dentro, encontrou as fotos e o recorte de jornal que fora enviado aos Fabray meses atrás, o conteúdo que conseguira abalar a estrutura familiar de Quinn Fabray, uma estrutura familiar tão frágil quanto um castelo de cartas.

— O que isso... Por que está me mostrando isso? – Perguntou, franzindo o cenho enquanto seu choro e seu estado caótico começavam a se esvair com os segundos, deixando apenas os olhos inchados como resquício de sua crise de um minuto atrás.

— Permita-me lhe esclarecer as notícias que povoam o WMHS. Bom, os imbecis do McKinley desconfiavam de Faberry e...

Faberry? Sério? – Revirou os olhos; até riria pela escolha de nome se o ar de tristeza ainda não pairasse sobre ela.

— Enfim, o tempo passou e esse bando de crianças patéticas esqueceu-se das duas, começaram a se contentar com alguma outra fofoca escolar e desnecessária. Mas então, Finn Hudson divulgou para o mundo que as duas estavam namorando e uma bomba explodiu.

— O-O que houve?

Kaitlin não sabia o que era mais patético: se importar com o relacionamento amoroso de sua irmã com quem nunca teve muita amizade ou mostrar-se tão bizarramente interessada em fofocas de Ensino Médio.

De qualquer forma, lá estava ela, ouvindo a história que Sue contava enquanto sua mente processava o fato de que ela arruinara a vida de sua irmã enquanto não era capaz nem de cuidar da própria vida.

— Quinn brigou com Rachel porque estava com muito medo de que pessoas como você não lhe aprovassem. Graças a pessoas como você que, perdão, não conseguem nem cuidar do próprio nariz. – Suspirou. – Você pode achar que Q é a pessoa mais corajosa do mundo e até invejá-la por isso, ou até mesmo odiá-la por isso e tentar convencer que ela está errada, mas, Kaitlin... Essa garota sempre quis sua aprovação, e agora ela está sem Rachel.

Graças a mim.— Balbuciou, cobrindo a boca com as duas mãos.

— Graças a você. Graças a pessoas homofóbicas como você e seu pai.

— Você está me fazendo se sentir um lixo.

— Essa era minha intenção, sweetheart, fazer você acordar pra vida. Eu enviei essas imagens e esses recortes de jornal meses atrás, eu errei e eu sei disso. Mas você deveria estar lá para ajuda-la, isso é a regra número um dos relacionamentos fraternais.

Sou um ser-humano horrível. Eu... Sou... Uma péssima pessoa.

Você é, além do...

— Chega! – Exclamou, aos soluços enquanto a crise de choro iniciava-se mais uma vez. – Sai daqui. Você já disse o suficiente! Sai! Por favor...

[...]

No dia seguinte à Sectionals Quinn Fabray já começara a concentrar-se em sua campanha, dedicada a preencher um pouquinho do vazio que se instalava dentro dela.

Quando voltara da competição de corais na noite anterior e começou a customizar seus cartazes para Rainha do Baile Wannabe das Spice Girls tocara no rádio, e Fabray dançou como uma louca.

Antes que a música terminasse, contudo, ela se jogara na cama de costas e fitou o teto com desanimação. Pensando em como dançar Wannabe das Spice Girls seria mais divertido com Rachel, como a baixinha lhe pegaria pela mão e começaria a pular na cama, como ela inventaria notas altas onde elas não existem ou como ela lhe guiaria pela cintura e lhe daria um beijo no final.

Tudo com Berry se tornava mais divertido, porém Fabray era covarde demais para admitir isso e pedir desculpas. Ela sentia-se como estivesse voltando há alguns meses, quando Faberry já não era mais uma brincadeira, já não era mais um plano para destruir o coral; quando Faberry se tornava concreto e ela negava tudo aquilo que começava a brotar em seu coração.

Deixara de negar e sentiu-se vitoriosa, mas foram necessários apenas uma fofoca vazar e Finn Hudson insinuar algumas coisas que Quinn Fabray voltara para sua vida como uma covarde com maestria.

Talvez, no fim das contas, não fosse ela quem quebraria os tabus do Fabray; talvez, assim como sua irmã, era seu destino caminhar em direção a uma vida medíocre e construída a falsos sorrisos.

Quem sabe, daqui dez anos ela estaria casada com algum promotor bem sucedido ou com um empresário promissor e tivesse vários filhinhos bonitinhos, graças ao seu imenso medo de sair do armário para o grande público.

Pregara mais um cartaz no mural da escola e se aproximou de uma garota próxima ao mesmo. A garota em questão tinha cabelos curtos como a maioria dos rapazes e usava roupas largas que escondiam suas possíveis curvas completamente.

Quinn nunca lhe notara pelo corredor, até porque apesar de todos a conhecerem Fabray nunca parara para gravar o rosto das pessoas que não eram tão populares quanto ela.

— Hey, tudo bom? – Perguntou, da forma mais amigável possível. Talvez ela seja lésbica, pensou, então talvez ela possa simpatizar comigo por todo esse drama que andei passando.

— Hm... Oi? Você é... Quinn Fabray, certo?

— Isso. Isso mesmo. Quinn Fabray! – A loira estendeu a mão e esperou ser correspondida, assim que a garota terminara de lhe cumprimentar Quinn preparou seu discurso magnífico e convincente. – Não sei se está sabendo, mas estou tentando me candidatar a Rainha do Baile... Sei que é em cima da hora, já que anunciarão as finalistas ainda esta semana, mas espero que eu possa contar com seu voto.

— E por que eu votaria em você? Ano passado, Finn Hudson e Noah Puckerman jogaram raspadinha em mim e você riu da minha cara, ainda assim, aposto que nem lembra quem eu sou.

“É verdade, não faço ideia de quem você seja”.

É claro que eu me lembro! Digo, por isso estou aqui... Pra pedir desculpas. Eu mudei, posso te garantir que sou a figura feminina mais apta para a coroa, apesar de todas as fofocas e de todas as coisas horríveis que andam falando de mim, ainda estou aqui. Não sou mais a líder de torcida babaca que eu costumava ser.

A garota suspirou.

— Você ainda está em um uniforme das Cheerios, e ainda é babaca. – Retrucou. – Todo mundo sabe o que aconteceu entre você e Rachel Berry. Você terminou com ela só porque não consegue lidar com ser lésbica. Sim, as notícias correm rápidas por aqui. O que eu quero dizer, Quinn Fabray, é que não vou votar em uma garota que tem vergonha de se assumir por causa dos outros.

— Eu... E-Eu... Isso não é verdade! – Retrucou, mas a jovem desapareceu de seu campo de visão e lhe deixou falando sozinha.

Quis chorar, e estapear a menina – ainda que ela estivesse certa. Quis correr, mas tudo que conseguiu fazer foi permanecer estática no meio do corredor, com o estômago revirando e o peito apertado, como se houvesse acabado de sair de uma briga feia.

Demorou em perceber, porém, que aquela briga era dela contra ela mesma.

[...]

 

— Graças à Deus você chegou, mãe. Sei que queria aproveitar seu dia de folga, mas cuidar de Jane e da casa está mais complicado do que parece. – Kaitlin explicou, às pressas, para a progenitora assim que a mulher adentrara em sua casa.

A mais nova cultivava um par de olheiras no rosto, todas ali por culpa de uma noite sem sono e recheada de lágrimas e mais lágrimas. Nunca ficara tanto tempo refletindo sobre o que achava ser certo ou errado, nunca pensou que refletir tanto poderia tornar tudo mais complicado.

Ela passara tanto tempo conivente com aquela opinião absurda e limitada que era estranho, para ela, acordar com tanta culpa acumulada em seu peito; além do ponto de vista bizarramente diferente.

E costumava ser fácil apenas se acomodar com aquela opinião antiguada; Sue, contudo, lhe arrancara bruscamente de sua zona de conforto e lhe obrigara a não apenas se acomodar. Agora lá estava ela, completamente perdida e se achando o pior ser-humano do mundo – o mais medíocre também, provavelmente.

— Kaitlin, está tudo bem? Você parece tão... Fraca.

Eu sou fraca, mãe. Eu sempre fui fraca”.

Só estou cansada. Peter nunca está em casa, tudo sobra pra mim... – Suspirou exausta, enquanto Judy disfarçava sua surpresa; afinal, a filha mais velha raramente fazia reclamações a respeito do marido. – Até parece seu casamento com papai... Não é mesmo? Aliás, como ele está?

A mulher engoliu em seco.

— Não faço ideia, Kait. Felizmente, nunca mais cruzei com ele. – Deu de ombros. – Desculpe, sei que ele é seu pai, mas...

— Tudo bem. – Interrompeu. – Ele era meio babaca mesmo.

— Você está com febre? Isso é tão estranho. O que houve que não está lhe defendendo com todas as garras? – Judy perguntou, levando uma das mãos até a testa da mais nova para checar sua temperatura. – Primeiro criticando seu marido, depois seu pai. O que deu em você? Não que isso seja ruim, aliás...

— Mãe! – Se afastou da progenitora, sufocada pelas centenas de perguntas que ela lhe jogava a cada segundo. –...Não estou doente. Estou com pressa, na verdade. Preciso ir ao supermercado, Jane está no berço. Prometo não demorar.

— É cla...

Mas Kaitlin já havia saído de casa, batendo a porta de entrada atrás dela e andando em passos velozes até a calçada. Respirou fundo, resgatando todo o ar que seu pulmão podia ser capaz de armazenar.

Assim que chegara ao mercado e comprara todos os itens metodicamente listados em um bloco de notas se dirigiu ao caixa, impaciente com a conversa de duas adolescentes logo em sua frente.

Elas eram líderes de torcida, e Kaitlin sabia disso por causa do grande e chamativo logo das Cheerios em seus uniformes. Estremecera ao lembrar-se de Sue, mas então voltara a focar em sua impaciência perante as garotas.

 Uma delas soltara seus longos fios cor caramelo e suspirara de alívio, enquanto a outra balançava o rabo de cavalo ruivo em um movimento ligeiramente irritante.

—...Sim, eu concordo. Aposto que ela apenas ficou com aquela perdedora para causar e voltar os holofotes a ela na época da votação para Rainha do Baile. Digo, Rachel Brega foi muito estúpida de confiar em Quinn Fabray.

— Uma vez vadia, sempre vadia.

Kaitlin arregalou os olhos e sentiu o corpo queimar de raiva. Ela vivia falando mal de Quinn, é verdade, mas após infinitas reflexões sobre toda essa bola de neve de drama que envolvia as duas irmãs a progenitora de Jane não conseguiu não se irritar ainda mais com as garotas da fila do caixa.

— Vão demorar muito? – Perguntou, se metendo no espaço entre os corpos das duas. – Porque essa garota Quinn Fabray vai ganhar a coroa independente da fofoca de vocês na porcaria da fila, e ela será a Rainha do Baile e vocês serão nada. No fim das contas, quem sai prejudicada sou eu e meu pote de sorvete que está derretendo com essa demora.

— Não precisa ser grossa. – A de cabelo solto rosnou.

— Não, eu preciso ser grossa. Enquanto vocês não moverem seus traseiros eu preciso ser grossa. – Retrucou. – Se apressem e aproveitem a única coroa que vocês terão: a do Burger King.

As duas garotas sumiram com rapidez e expressões nada contentes, mas Kaitlin sorriu vitoriosa enquanto passava os produtos no caixa. Ela não sabia o que estava acontecendo, Kaitlin já não era mais a antiga Kaitlin – e ainda que a mudança tenha sido violenta, era melhor que seu usual silêncio e acomodação.


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Notas finais do capítulo

KAKAKAKA É ISSO QUE LEMOS? Kaitlin irritadinha sobre comentários maldosos sobre a irmã? Is this real life? ~Sei que parece que ela mudou muito rápido mas, ai gente, sou muito emotiva com esses lances fraternos e tal, acredito que amor de irmã/irmão pode mudar o mundoooOOoooo~
Aliás, beijão pro meu irmão asdfghjk
O que acharam desse belo tapa na cara metafórico que Quinn levou daquela menina sem nome? Gente, arrasou, nem sei quem é, mas já AMO.
C o m e n t e m. Please. ♥



E FELIZ PÁSCOA MORES. Eu não acredito no Deus cristão, nem em nenhuma outra divindade. Mas eu amo chocolate, muito. Então, independente se você comemora a Páscoa pelo significado religioso e tal ou se comemora por amor ao chocolate, como eu, que seu domingo seja muito feliz ♥