The Faberry Mission escrita por Jubileep


Capítulo 28
Capítulo 28 - Direção


Notas iniciais do capítulo

ASDFGHNJM E aí, gente? Tudo bom? Voltei, e tentarei permanecer postando com essa frequência o/



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Lágrimas rolavam pela bochecha de Rachel Berry de forma ininterrupta, seu coração doía como se alguém estivesse esmagando-o sem piedade alguma. Sua garganta ardia horrores e sua cabeça latejava como se tivesse acabado de sair de uma ressaca nada amigável.

A culpa, entretanto, não era das bebidas. E sim das horas que passara com o rosto afundado no travesseiro, chorando com uma criança que acabara de tomar seu primeiro tombo de bicicleta.

Antes o que lhe mantinha afastada da bela Quinn Fabray era sua covardia, era sua falta de coragem em sair do armário e admitir seu amor pela loira. O problema agora era outro: Rachel achava que tal sentimento não era recíproco.

Enquanto folheava o diário de Sue Sylvester – na esperança de achar uma solução para o ND – acabou encontrando sobre coisas que preferia não saber. Aparentemente, a treinadora das Cheerios era uma louca varrida, maníaca por Faberry; por esse motivo ela obrigou e enganou Quinn para conquista-la e acabar com o clube do coral.

Tudo que ela vivera ao lado da garota mais popular e bonita do colégio não passava de movimentos planejados pela jovem, para seduzi-la e quebrar seu coração. Bom, o plano se desviou de certa forma, mas o fim fora trágico de qualquer forma para Berry: ela acabara com um coração despedaçado em seis milhões de pedacinhos.

Quinn e seu ar irritante e repentino de liderança eram cócegas comparadas à dor que a loira causara na baixinha: a usara para manter-se nas Cheerios, para destruir o ND, e nada daquilo fora real.

A única melhor amiga que tivera na vida inteira era uma farsa, a única pessoa pela qual tivera sentimentos românticos e inacreditavelmente genuínos era uma farsa. Aqueles três meses inteiros eram uma farsa.

– Docinho, é hora do jantar! – Hiram anunciou, do outro lado da porta de sua única filha sem receber uma resposta. – Por favor, você sabe que detesto a mesa incompleta. – Insistiu, sem mudar o tom de voz amigável de sempre.

– Não estou com fome. – Explicou a menor, em meio às fungadas, denunciando seu choro.

– Rachel, o que houve, meu amor? – Fora LeRoy que perguntara. – Vamos lá, abra a porta e abra seu coração para nós.

– Minha vida é uma farsa! – Exclamou, voltando a chorar como antes. – Três meses de farsa. Isso tudo é uma farsa.

– Você está falando sobre... Quinn Fabray, não está? – LeRoy questionou, com extrema cautela. – Nós podemos te ajudar. Só... Abra a porta, estrelinha. – E ela o fez, perguntando-se em meio à confusão que sua mente estava como seus pais sabiam que sua dor era referente à Quinn.

Podiam eles estar escondendo algo dela?

[...]

Sue Sylvester estava relaxando em seu sofá enquanto assistia algum programa de TV estúpido com alguma apresentadora que ela considerava extremamente inferior à ela quando lembrou-se de checar as câmeras de segurança de seu gabinete – como fazia todas as noites.

Seu escritório era o único de todo o colégio que não possuía câmeras ligadas à central do Lima Security, uma vez que as câmeras estavam instaladas em objetos que a maioria das pessoas ignorava, estando elas na mesa ou no armário de forma estratégica.

Em um dos poucos aniversários que sua mãe desnaturada apareceu Sue ganhara uma caneta aparentemente comum. Quando bateu os olhos pela primeira vez no objeto uma Sue Sylvester de treze anos extremamente irritada tomara conta dela.

Uma caneta? Ela era uma adolescente, com os hormônios à flor da pele e sua mãe lhe dera uma caneta. Como poderia não ficar mais brava com a progenitora? Bom... Alguns minutos com a cara emburrada e a sra. Sylvester pôde explicar à jovem Sue que tal caneta continha uma micro câmera na ponta, que aquilo era tecnologia pura e que ela havia trazido de uma missão importantíssima.

Quando soube do real propósito da caneta Sue pulou de alegria, sempre adorara sentir-se como uma espiã ou algo do tipo. É claro que a caneta não durou mais de dez anos, mas ela fora a sementinha que inspirara Sue à instalar câmeras em objetos improváveis – para ter mais controle sobre suas propriedades.

Todas as noites a treinadora das Cheerios decidia checar as imagens, e o resultado era repetido em todas as vezes: nada nunca acontecia. Ninguém entrava ninguém saía. Ela nunca esperava que algo mudasse, mas naquela noite em que quase se esqueceu de verificar as câmeras algo aconteceu.

[...]

– Vocês sabiam? Vocês sabiam e esconderam isso de mim?! – Rachel exclamava, ignorando o quanto sua garganta doía sempre que proferia alguma palavra. Tudo dentro dela parecia estar quebrando.

LeRoy e Hiram não queriam ver a filha assim, e já estavam fartos de carregar aquele peso nas costas. Além do mais, não era nada agradável ver sua pequena estrelinha namorando Finn Hudson, fingindo ser algo que eles sabiam que ela não era.

Queriam poder guia-la, queriam poder consolá-la, mas ainda assim, explicar o que houve era um caminho tortuoso.

– Nós pensamos que seria melhor se Quinn contasse... Não queríamos tomar as rédeas dessa situação que só envolve vocês duas. – Ponderou Hiram, tentando fazer com que a filha compreendesse a posição dos pais.

– Vocês são meus melhores amigos, e vocês mentiram pra mim assim como Quinn o fez. – Falou a baixinha, ainda deixando que as lágrimas percorressem por seu rosto.

– Rach, tente entender. Por favor. – Hiram pediu. – Além do mais... Você sabe só metade da história.

– Eu só sei metade da história? Eu li esse diário umas vinte vezes, na esperança de algo não significar o que eu estava pensando. E sempre eu acabava na mesma coisa: Quinn Fabray me enganou. – Insistiu, num tom furioso. – Não tentem defender Q, sei que vocês a adoravam, mas dessa v...

– Eu expulsei Quinn de casa. – LeRoy disse, interrompendo a fala contínua da filha e deixando-a boquiaberta. – Assim que eu soube, eu a expulsei. Ela me contou... Sobre o beijo. – Prosseguiu. – Eu me arrependo de tê-la expulsado de casa. Arrependi-me um tempo depois que o fiz.

– Se arrependeu? Papai, ela foi uma vaca com todos nós. – Rachel cruzou os braços.

– Eu fiquei tão bravo quando ela me contou sobre o plano... Ela queria te machucar, se aproximou de você pra quebrar seu coração. Eu fiquei louco, eu não podia deixa-la dormir na minha casa, ficar aqui perto de você. Que pai eu seria se permitisse isso?

– Então por que diabo se arrependeu? – Inquiriu a baixinha.

– Porque eu me deixei levar apenas pela parte da história em que ela se mostrava uma grande vadia manipuladora. – Deu de ombros. – Depois ela começou a me contar sobre como havia realmente mudado, como havia começado a gostar genuinamente de você. Falou do beijo... Você deveria ver a expressão de desapontamento de Quinn quando concluiu que você gostava de garotos.

– Ela estava mentindo pra você. Pra parecer boazinha no fim das contas.

– Ela estava sendo tão verdadeira, eu podia ver isso em seus olhos. Ela estava sendo incrivelmente honesta sobre seus sentimentos por você, estrelinha. – LeRoy deu um longo suspiro. – Você também deveria ser verdadeira... Com Quinn e consigo mesma.

Rachel, nesse momento, quase engasgou.

– Do que você está falando, papai? E-Eu sou verdadeira, eu sempre sou. Eu sou uma cantora, eu tenho que ser verdadeira com meus sentimentos. – Afirmou a estrela do clube do coral, de modo relutante.

LeRoy e Hiram sabiam que um dia essa conversa chegaria, e esperavam estar preparados para o furacão de drama que isso deveria acarretar. Quando decidiram ter um filho sabiam que os dilemas seriam bem mais complexos do que fraldas sujas e brinquedos complicados, mas ainda assim sentiam-se nervosos para aquela conversa – e culpados por terem demorado tanto para tê-la com Rachel.

– Do fundo do seu coração, meu amor, responda: você gosta de meninas ou não? – Hiram perguntou com extrema delicadeza. – Você sabe que pode sempre se abrir conosco.

– E-Eu- eu... Não! – Negou, aumentando o tom de voz. – Sim. – Murmurou baixinho após um longo suspiro.

– Então por que insiste em Finn Hudson? Quinn Fabray gosta de você e apesar de ela não ter começado com boas intenções... Ela mudou. – Hiram continuou. Pelo fato de ter dois pais gays ele sempre pensara que sexualidade nunca seria um problema para a peqna Rachel, afinal, ela deveria saber que independente de sua orientação sexual e sua identidade de gênero seus pais sempre a amariam incondicionalmente... Entretanto, não foi bem assim que as coisas aconteceram.

– Você gosta de Quinn Fabray? – LeRoy perguntou após breves segundos de silêncio.

– Eu... Sim. – Respondeu, com a cabeça baixa como se tal afirmação fosse uma espécie de vergonha para ela. – Mil vezes sim, mas... Ela me fez mal. Ela me enganou. – Lembrou.

– Antes de saber que ela havia entrado nesse plano estúpido de Sue Sylvester, o que lhe impedia de ficar com ela? – Hiram voltou a questionar. – Não me diga que você tem...

– Medo. Vergonha. – Completou Rachel, antes de permitir que o pai terminasse a sentença. – Não é como se eu fosse uma imbecil homofóbica... Eu só sou uma covarde que tem medo demais de sair do armário. As pessoas me odeiam no colégio, elas são extremamente cruéis... Quando os rumores sobre eu e Quinn saíram no Jornal do McKinley as coisas pioraram. – Explicou. – Os olhares das pessoas, a forma que elas me trataram. É muito ruim... Eu queria poder sair do armário, e eu vou: quando eu terminar o Ensino Médio e não precisar agradá-los.

– Então você irá querer agradar o pessoal da sua faculdade, e depois os críticos da Broadway, e então seus fãs. E você vai ficar adiando isso porque estará sempre preocupada em não deixar os outros desconfortáveis por causa de sua sexualidade... E quando você vai agradar a si mesma, Rach? – LeRoy perguntou, sentindo uma dor no peito por ver sua única filha passar pelo mesmo drama que ele quando tinha sua idade.

Rachel permaneceu calada, processando as palavras do pai e vendo-se sem argumentos. Àquela altura do campeonato as lágrimas haviam parado de cair de forma ininterrupta, seu coração já não ardia tanto, mas sua cabeça ainda estava uma confusão.

– Vamos jantar.

[...]

Pela primeira vez Sue Sylvester não havia concentrado seu tempo antes de bater o sinal em agredir fisicamente e verbalmente os estudantes do William McKinley. No dia seguinte após a invasão de Rachel em seu gabinete a treinadora das Cheerios preferiu correr para o mesmo logo que chegara ao colégio.

Se fosse qualquer outra pessoa e qualquer outro estudante medíocre a mulher certamente faria a vida do jovem em questão um inferno. Mas não! Era Rachel Berry, a metade da laranja de Quinn Fabray. Sue não podia prejudica-la, e se o fizesse deveria ser algo metodicamente planejado.

O problema não era pensar numa advertência ou em um sermão na baixinha, mas sim descobrir se ela já havia ou não lido o conteúdo do diário que roubara. Se sim, as coisas poderiam voltar ao fundo do poço, à estaca zero.

Sylvester nunca pensara que Faberry poderia lhe trazer tamanhas dores de cabeça. Aquelas duas eram dificílimas de lidar, mas a mulher sempre aceitava um desafio.

Minutos se passaram e a mulher conseguira formar uma pequena mudança de planos, que podiam até apressar o processo de transformar Faberry em algo real. No fim das contas, o roubo ao diário não fora de todo ruim.

– Becky, assim que Quinn Fabray e Rachel Berry chegarem encaminhe as duas à sala do Diretor Figgins. – Ordenou.

[...]

Rachel suava frio e não conseguia, de modo algum, disfarçar seu nervosismo. Primeiramente, ela havia feito algo errado na noite passada, ela era culpada de algo e ela tinha quase certeza que havia sido pega por Sue Sylverter – a mulher era um ninja.

Outra razão que lhe estava causando extrema agonia era o fato de ao seu lado estar sentada Quinn Fabray. A causadora de sua vida estar uma bagunça, a garota que partiu seu coração em dois, a garota pela qual estava apaixonada.

Ela estava com raiva, mas então ela se lembrava de LeRoy assegurando-lhe que Quinn havia sido sincera quanto aos seus sentimentos, o que fazia a raiva que estava sentindo amenizar de certa forma. Então ela começava a pensar se Quinn não havia enganado LeRoy também, e enquanto esperava que o Diretor Figgins abrisse a boca sua mente latejava, tentando verificar o que fora real e o que fora uma completa mentira em sua amizade com Fabray.

Por que tinha de ser tudo tão complicado?

– Bom... Aposto que as mocinhas estão morrendo pra saber o motivo de estarem em meu gabinete. – Disse Figgins, analisando as duas garotas em sua frente e a treinadora das Cheerios apoiada no braço de uma das duas poltronas do local, com uma expressão nada gentil no rosto.

– Eu não fiz nada de errado, Mr. Figgins. Eu juro. – Prontificou-se Rachel, negando relutante com a cabeça.

– Nada? Você só pode estar de brincadeira. Essa delinquente invade meu escritório à noite, rouba itens pessoais meus e ainda ousa defender-se. – Sue revirou os olhos, incrédula. – Há câmeras escondidas no meu escritório, mocinha, para intrometidos como você pagarem pelo que fazem.

– Mas... M-Mas... Talvez você tenha se enganado, Treinadora Sylvester. Não pode ter sido eu. – Insistiu. – Digo, é óbvio que você se enganou.

– Querida, não leve isso como uma ofensa, mas seu nariz te denunciou assim que eu abri as filmagens. – Zombou. – Ou leve, não é como se eu me importasse com seus sentimentos, de qualquer forma.

– Senhorita Berry, você deve saber que quebrou uma lei, não é mesmo? Isso não só dá uma advertência como poderia lhe levar para cadeira. – O diretor disse, mostrando-se desapontado com a atitude da baixinha.

– O quê?! – Rachel engasgou.

– Okay... Mas o que diabo eu tenho a ver com isso? Se acha que sou cúmplice de Berry pode esquecendo, basta perguntar à Santana Lopez se eu saí de casa ontem à noite. – Quinn disse, abrindo a boca pela primeira vez em meio àquela discussão.

– Senhorita Fabray... Seu caso é diferente. – Esclareceu. – Recebemos uma denúncia anônima acusando que os famosos bolinhos do clube do coral que todos estavam comprando nos últimos dias possuíam amostras de maconha. – Completou, deixando Rachel boquiaberta e Quinn extremamente nervosa por ter sido pega. – Você drogou os estudantes do McKinley High?

– N-Não, eu só... Ajudei-os a relaxar. Sabe, juntei o útil ao agradável. – Deu de ombros, tentando soar não tão culpada. – Aliás, você deveria estar agradecido. Faz três dias que as lixeiras não foram encontradas viradas e que não há brigas no corredor. Todo mundo está mais... Focado em outras coisas, digamos assim.

– Focados em rirem de coisas estúpidas e não prestarem atenção na aula, você quer dizer. – Interrompeu o diretor.

– Não é bem assim, diretor. Basta pesquisar na internet, algumas pesqu...

– Chega. Isso não anula que porte de drogas dentro desse colégio ainda é uma infração, que pode resultar à expulsão. – Falou Figgins, cortando ao meio a frase de Quinn. – E é isso que as duas mocinhas receberão: expulsão. – Decretou.

– Expulsão? Mas somos do clube do coral, precisamos ir para Sectionals. Se o ND perder dois membros eles não irão conseguir outros em tão pouco tempo, falta praticamente apenas duas semanas! – Rachel protestou, cruzando os braços revoltadíssima. – Além do mais, ninguém tem o preparo de voz que eu tenho.

– Pensassem nisso antes de tentarem passar a perna nas regras desse colégio. – Sue disse, quase num tom debochado e vitorioso.

Quinn e Rachel então se entreolharam, esquecendo as desavenças por um breve minuto e notando o quão encrencadas estavam.


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Notas finais do capítulo

Rachel vai perdoar Quinn? Rachel sairá do armário? Quinn e Rachel expulsas? Mas e o clube do coral? Sue não tava do lado do ND? Eita! D: