The Faberry Mission escrita por Jubileep


Capítulo 13
Capítulo 13 - Casa


Notas iniciais do capítulo

Desculpem o atraso. Eu juro que ia postar ontem, mas daí enquanto eu tava arrumando o capítulo e revisando e tal acabei fechando a janela sem querer e tive que refazer algumas paradas. Mas agora tá aí o capítulo, e obrigada a todos que comentam: vocês são incríveis e só me deixam com mais vontade de postar TFM.



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Como Rachel havia previsto o dia havia sido longo. E sua mente ainda estava um pouco conturbada com os acontecimentos, principalmente com o que assistira no pen-drive enviado a ela anonimamente.

Só o fato de ele ter sido entregue sem remente já era o suficiente para lhe tirar o sono e lhe deixar mais paranoica e dramática do que ela naturalmente já é.

Tudo bem que o conteúdo do arquivo era bonitinho e lhe fazia admirar Quinn de um modo que nunca o fez. Como poderia ficar chateada ao ver que a loira havia sido a única que lhe ajudara no seu estado caótico, apesar das desavenças e das ofensas ditas no outro dia?

Os atos de Fabray eram admiráveis, mas não era isso que lhe incomodava. Alguém entrara em sua casa – obviamente sem sua permissão ou a permissão de seus pais – e instalara câmeras de segurança! Câmeras! O que mais essas malditas poderiam ter registrado? E com quem estariam essas imagens?

Rachel, mais cedo, havia usado uma escada de metal que seus pais guardavam na garagem e enrolara as câmeras com fitas adesivas – daquelas de papelaria mesmo -, na esperança de livrar-se desse problema – pelo menos, enquanto seus pais não voltassem de viagem. Ainda assim, não se sentia segura nem para ir ao banheiro – havia, até mesmo, tomado banho de sutiã e calcinha.

Para seu próprio bem arriscara cochilar no quarto de seus pais por algumas horas, para pelo menos, tentar recuperar a energia gasta no dia anterior. Mantivera, entretanto, uma faca de cozinha no criado-mudo, trancara a porta – e colocara a chave debaixo do travesseiro – e empurrara a poltrona bordô do cômodo até a mesma, no caso de alguém conseguir usar um grampo de cabelo para abrir o quarto.

Agora o relógio já denunciava a chegada da madrugada, apontando uma hora da manhã. A cama Queen Size no quarto da morena estava vazia, assim como a cama no quarto de Hiram e LeRoy, uma vez que a baixinha não conseguira achar nenhum resquício de sono após a soneca de mais cedo.

Estava na sala, com todas as luzes acesas, o telefone com números de emergência por perto, enquanto tentava-se distrair com Funny Girl. Seu filme preferido, que já fora assistido por ela milhares e milhares de vezes.

Rachel, ao longo do tempo, decorara a sequência das cenas e até mesmo as falas dos personagens. Mesmo sabendo o enredo inteiro sentia a mesma magia de quando assistira pela primeira vez em uma noite de sábado com seus dois pais.

O brilho em seus olhos ainda era o mesmo e a vontade de ser tão fabulosa quanto Fanny ou Barbra apenas aumentava.

Tirando-lhe daquele momento de tranquilidade – o único que tivera em todo o seu dia – a campainha tocou. Depois de algum tempo paralisada com o susto que levara a campainha tocara de novo. E de novo. Continuara tocando insistentemente por vários minutos.

Respirou fundo, tremendo de medo.

O dia inteiro permaneceu com esse sentimento de estar sendo vigiada ou perseguida, como se do nada, houvesse se tornado protagonista de filme de terror. Agora, para piorar, alguém estava do outro lado da porta. De madrugada. Quem vai visitar pessoas no meio da madrugada? Bom, vejamos... Assassinos!

Rachel praguejou em voz alta. “Universo, quando eu disse que queria interpretar grandes personagens do cinema eu estava me referindo à Fanny Brice, não Sidney Prescott!”.

Levantou do sofá, arrancou o abajur da tomada e segurou o objeto com a mão esquerda no intuito de defender-se. Pousou a mão livre na maçaneta e espiou pelo olho mágico quem estava do outro lado, com certa hesitação.

Quinn Fabray? Havia feito todo aquele alarde por Quinn Fabray? Suspirou aliviada, não iria morrer. No máximo seria atingida por uma bola de neve de drama. Havia assistido ao vídeo e tinha todos os motivos do mundo para fazer as pazes com a líder de torcida, mas também não queria parecer tola de entregar-se tão rapidamente aos “braços” dessa amizade.

Abriu a porta e avistou uma Quinn bem diferente do que estava acostumada a ver.

Não havia nenhum resíduo do usual olhar de superioridade da garota, o batom rosa bebê era imperceptível e seus cílios estavam completamente sem rímel. Quem se destacava, na verdade, eram claras marcas de choro – que faziam um trajeto de seus olhos até a curva de seus lábios.

Seu rabo de cavalo estava desleixado, ela ainda usava seu uniforme das Cheerios e vestia um cardigan cinza desbotado. Tremia de frio e seus dentes batiam de leve. Seu olhar cabisbaixo desviava a atenção da mala segurada pelas mãos trêmulas de Quinn, mas não havia demorado muito para Rachel a notar.

Assim como também notara a bolsa tiracolo vermelho com o logo das Cheerios em seu ombro esquerdo e a mochila preta básica em suas costas.

– Quinn... O que houve? – Perguntou, preocupada.

– Fui expulsa de casa. – Disse, sem delongas, um claro tom de aborrecimento na voz.

– Como assim? Ninguém é expulso de casa do nada, Q!

– Olhe, Rachel... – Engoliu em seco. – Sei que ainda estamos de mal, e eu posso explicar essa longa história depois se quiser, mas, por favor... Estou congelado aqui fora, mal tive dinheiro para pagar um táxi. – Desabafou. Lágrimas voltando a se aglomerar em seus olhos. – Não quero dormir debaixo da ponte hoje. Juro que vou embora logo pela manhã.

Rachel ainda estava meio anestesiada. Estava vendo Quinn sem máscara, sem nada. Completamente limpa, completamente honesta. A garota estava em seu estado mais puro, sem utilizar de seus habituais artifícios – sua maquiagem, seu olhar feroz, sua postura de abelha rainha.

Seria o pior ser-humano do mundo se ousasse deixar aquela garota desamparada ali, e nem em outra dimensão ela o faria. Queria abraça-la desesperadamente, dizer que tudo ficaria bem, da mesma forma que Quinn fizera quando a bebida havia tomado conta de sua sanidade no outro dia.

– Bom... Você foi realmente rude comigo aquele dia. – Rachel ponderou, fingindo não saber de nada. Queria jogar mais um pouquinho.

– Eu sei! E eu estou disposta a pedir desculpas e a fazer tudo que quiser. Mas veja só, a vida já está se vingando por você, Rachel. – Falou Quinn. Tudo que a loira mais queria era que a baixinha se lembrasse da noite em que estava bêbada, mal sabendo que a morena já tinha conhecimentos do que acontecera. – Por favor. – Insistiu, parando de lutar e deixando que as lágrimas voltassem a percorrer seu rosto.

Então, Rachel dera um passo para o lado e escancarara mais a porta, concedendo espaço para a loira entrar em casa. Nesses segundos em que a garota caminhara para dentro do local a morena não proferira nenhuma palavra, havia muita informação para processar.

[...]

O relógio pendurado acima da porta que separava a sala da cozinha apontava duas horas da manhã. Tanto Rachel quanto Quinn deveriam estar em seu quinto sono, ressonando para terem um dia ao menos um pouco produtivo.

Deveriam, mas não o faziam.

Quinn ainda não havia explicado a história e, impressionantemente, Rachel não havia feito nenhuma pergunta sobre. Entretanto, a morena apresentara a casa inteira para Fabray, arrumando um cantinho para ela ficar e preparando até mesmo um banho quente para a garota.

Depois de se limpar, pôr roupas confortáveis, uma pantufa no pé e prender o cabelo num coque desleixado Quinn tomava uma xícara de chocolate quente no sofá dos Berry, junto à Rachel, que se servia.

Não demorou muito para a loira começar a explicar sua história, detalhadamente. Contou desde a parte em que entrara na cozinha, desde as fotos e toda confusão até seu imenso ódio pela irmã “perfeita”, que apenas colocara mais lenha na fogueira.

Rachel sentia-se mal, deveria ser horrível ser expulsa de casa. Ser rejeitada dessa forma, mesmo sendo tudo uma grande confusão. Sentia-se um tanto culpada, ela era a garota das fotos.

– Quinn... Isso deve ser uma droga. – Sussurrou, meio que sem saber o que falar diante daquela situação. – Mas, então... Quem fora o moleque imbecil que enviara esse maldito envelope para sua casa?

– Esse é o problema. Não faço ideia. – Alegou. Ela até tinha uma sugestão, uma teoria. Não podia deixar de admitir: o nome Sue Sylvester pipocava em sua mente, porém, negava a si mesma tal suposição com todas as forças.

Seria a treinadora tão baixa a ponto de fazer isso?

– Espera... Não tinha remetente? – Perguntou Rachel, seus olhos escuros e penetrantes arregalados como Quinn nunca vira, nem mesmo quando a morena tinha uma de suas “ideias brilhantes” de solos para cantar eles ficavam desse jeito.

– É. Anônimo.

Como num flash Rachel subira as escadas destemidamente sem dizer uma palavra, pegara seu notebook e o pendrive e fora descendo de dois em dois degraus até chegar no primeiro andar novamente.

Quinn parecia desnorteada pela rapidez da garota e fora logo questionando o que acontecera.

– Isso aconteceu. – Apontou, assim que abrira os arquivos do pen-drive.

Lá estava ela e Quinn. Lá estava a loira, a ajudando de forma amigável. Dando conselhos e até arrumando briga com Finn Hudson, o grandalhão do time de futebol. Fabray corou ao assistir-se tão pateticamente bondosa, enquanto Rachel – com um sorrisinho discreto – a olhava sem que ela percebesse.

A morena limpou a garganta e tomou coragem para quebrar a redoma de silêncio que as envolvia.

– Hm... Recebi esse pen-drive hoje mais cedo. Digo, nem recebi. Estava no meu armário, sem remetente ou sinal de quem deixara. Mas seja lá quem seja essa pessoa, está engajado em provar que somos lésbicas. – Deu uma risada fraca. – E o pior de tudo é que nem ao menos tenho câmeras de segurança em casa. Alguém simplesmente as colocou. - Completou.

– Alguém invadiu sua casa? Isso é tipo, crime! – Alegou a mais alta, assustada.

– Eu sei. Dormi com uma faca de cozinha próxima a mim hoje. – Contou. – Mas, esquecendo um pouco o fato de que tem um maluco obcecado por nós eu tenho que te agradecer, Quinn.

– Por ter sido uma vaca com você esses dias atrás? De nada. – A loira deu de ombros.

– Idiota! – Rachel riu, dando um leve soco no ombro de Fabray. – Por ter me ajudado quando todo mundo me ignorou. Por ter me defendido de Finn e tudo mais.

– Aquilo não foi nada. Não poderia te deixar daquele jeito. Aquilo era o mínimo que eu podia fazer. – Alegou de forma modesta, claramente tímida. Lutava para não ruborizar, mas temia já possuir as bochechas avermelhadas nessa altura do campeonato.

– Não foi nada? Pare com isso, Fabray! – Exclamou. – Eu teria acordado cheia de vômito sobre mim se não fosse por você.

– De nada então. – Falou, encolhendo-se envergonhada.

– Ai meu Deus, Quinn! Não precisar ficar com vergonha por ter sido um ser-humano gentil. Isso é algo bom, é um elogio! – Rachel exclamou e sorriu. Por alguns segundos seus olhares se encontraram e continuaram assim, fixados um no outro. Meio que “sem querer” seu rostos estavam se aproximando, se aproximando mais do que deveriam.

Quinn sentiu algo estranho dentro dela e puniu-se por isso.

– Você está provando o que havia dito... – Berry sussurrou.

– O que eu disse? – Quinn perguntou no mesmo tom baixo, meio desorientada.

– Que você está mudando... Mudando para melhor. – Deu um sorriso amigável. – Você é bem mais do que um rosto bonito, Quinn...

– Rachel Berry, você não tem o direito de me deixar vermelha. – Avisou Quinn e ambas gargalharam, respirando fundo logo em seguida. – Amigas de novo? – A loira estendeu a mão, como se fossem selar um acordo. Nisso seus rostos se afastaram na mesma hora, e Rachel a correspondeu.

– Amigas de novo.


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Notas finais do capítulo

Capítulo mais longo que o esperado, sorry :( Mas e aí, gente: prontos para verem a relação Faberry ficar cada vez melhor? =D Não esqueçam de comentar, favoritar, acompanhar, etc. Beijão ♥