Sinfonia - Destino Trocado escrita por cele_cambeses
Capítulo 3: Mineiro
Sugestão musical: Drunk Girl – Something Corporate
(Durante a aula, o professor anunciou a realização de um trabalho em duplas)
Naty: Droga! Logo nessa matéria que eu nem tenho aula com o Dan. Por que peguei essa eletiva boba? (pensou consigo mesma ao invés de catar um parceiro; nem precisaria fazê-lo)
Diego: E aí? Quer ser minha dupla? É que eu era do outro turno no semestre passado e não ainda conheço muita gente da turma nova. Pode ser?
Naty: Ham... Tudo bem, claro. Sou Nathália. (sorriu amistosa ao se apresentar)
Diego: Valeu! Meu nome é Diego. (sentou-se na cadeira ao lado e pôs o caderno sobre a mesa)
Naty: Então, você pode fazer o primeiro texto enquanto eu faço o segundo?
Diego: Claro, sem problemas! Se importa se eu...? (apontou para o livro que ela tinha em mãos)
Naty: Ah, não. Pode usar. A gente divide. (abriu na página certa e colocou o objeto entre eles)
(Após muita interpretação de texto, trocas de opiniões e até de olhares, terminaram a tarefa, ainda faltando alguns minutos para acabar a aula. Encaravam-se eventualmente, não evitando que se criasse um silêncio constrangedor em pouquíssimo tempo; começavam a ficar desconfortáveis um com o outro)
Naty: Er... E aí? Gostando daqui? (tentou puxar assunto para deixá-lo mais à vontade)
Diego: Aham. Muito! Aqui é muito maneiro!
Naty: Voltar às aulas é chatinho, né? Começando em outra turma, então! Nem imagino.
Diego: Não, nem tá sendo tão ruim. Tem muita gente simpática aqui, isso ajuda muito.
Naty: Entendi. Você foi à choppada? (sorriu ao colocar o cabelo atrás da orelha; gesto ao qual ele correspondeu)
Diego: É, eu fui.
Naty: Gostou? Achou legal?
Diego: Se eu gostei? Foi muito boa! Muito!
Naty: Ah, entendi. As meninas daqui são bonitas mesmo. ("e você também", deu um risinho discreto ao pensar consigo. Diego, por sua vez, franziu o cenho de repente)
Diego: É... Especialmente uma que me falou umas coisas doidas e parece ser muito gente boa. (voltou a sorrir com a mesma facilidade)
Naty: Já tá gamadinho? Que rápido!
Diego: Não, que isso. Eu só fui com a cara dela, ué. (deu de ombros)
Naty: Estava brincando. Acho isso uma graça, sério. Boa sorte com a tal doidinha, então. Que vocês sejam muito felizes!
Diego: Não quer saber como a conheci? (perguntou de uma maneira estranha. Parecia estar sondando alguma coisa)
Naty: Ué, claro. Adoro histórias de romance!
Diego: Vi que ela era linda de primeira. Ela entrou meio envergonhada na choppada, mas depois se soltou com uma amiga meio maluca. Eu fui conversar com ela e disse que tinha acabado de me transferir. Ela foi simpática pra caramba, de um jeito meio engraçado, talvez por ter bebido um pouco, mas maneiro. Fiquei tão a fim dela que pedi um beijo e acabei recebendo as melhores boas- vindas que eu já tive!
Naty: Que lindo! Muito fofo ouvir como você fala dela. Menina de sorte! Você parece estar mesmo na dela, acho que deveria marcar de se encontrarem algum dia.
Diego: Acho que não vai dar. (disse, guardando os materiais para poder sair da sala)
Naty: Por que não? Ela tem que saber! Toma coragem, garoto! Procura essa menina e fala com ela, poxa! Se foi tão legal para você, deve ter sido para ela também. (garantiu enquanto o acompanhava até o corredor. Parou um instante para se despedir do professor no meio do caminho. Depois, retomou o assunto): Tentar não custa, não é? Vai na minha.
Diego: Não acredito muito nisso, não.
Naty: Deixa de ser bobo. Por que não teria sido? (encostou-se na parede, aguardando que Diego terminasse de beber água e a respondesse)
Diego: Sério que você não sabe? (secou a boca com a mão e a observou assentir): Tá bom, eu digo. Porque eu acabo de perceber que ela estava bem mais bêbada do que eu pensava e que agora nem se lembra mais de mim.
Naty: Espera, a garota era...? (apoiou-se no bebedouro para digerir o impacto da notícia): Meu Deus, a maluca receptiva era eu! Claro! Agora tudo faz sentido. (massageou as têmporas, tentando se concentrar no que importava no momento: pedir desculpas): Olha, perdão, sei que tudo parece horrível, mas eu posso explicar. É que eu não costumo beber tanto, exagerei sem perceber e, por isso, não sabia bem o que eu estava fazendo e...
Diego: Ah, não sabia... Entendi. Enfim, tá tudo bem. Não foi sua culpa.
Naty: Sério, desculpa, por favor. Você é um cara muito legal, não queria te chatear.
Diego: Sou? Você precisa me conhecer melhor para poder dizer, não acha?
Naty: Nossa, que fora. (arregalou os olhos, surpresa): É, não te conheço. Mas suponho que, se cheguei sã e salva no meu quarto, foi com ajuda sua. Não foi?
Diego: Foi. A galera já tava bem louca quando eu fui me despedir de você. Não achei legal te deixar sozinha ali tão tarde, perguntei se queria que eu te acompanhasse até o seu prédio. Você falou o caminho, eu te levei. (narrou os fatos calmamente antes de começar a rir): E eu não estava te dando um fora. Estava tentando te fazer um convite.
Naty: Que convite? (questionou, pensando que, se a proposta fosse para ela ir enfiar logo a cabeça num buraco, concordaria na hora; já estava morta de vergonha)
Diego: Pra gente sair um dia desses e se conhecer melhor, ué. Como você mesma tinha sugerido antes. O que me diz? Ainda acha que a garota da choppada vai querer? (ergueu-lhe o queixo para poder observar melhor a fisionomia que os cabelos longos insistiam em esconder; viu Naty assentir assim que os olhares se cruzaram): Ótimo, me dá seu número, então.
Naty: Eu gravo pra você. (pegou o celular dele para salvar o seu contato na memória): Pronto. A gente se fala. (foi lhe dar um beijo no rosto para se despedir, ainda acanhada, mas desarmou quando, em vez disso, ele a aninhou entre os membros. Diego tinha um abraço tão aconchegante que era difícil não se deixar levar)
Diego: Vai ser bom te conhecer de novo. (sorriu, com o nariz muito próximo do dela, buscando resistir à tentação de retomar de onde haviam parado na festa. Não sabia que ela não precisava das lembranças para se sentir tão tentada quanto ele; a proximidade bastava. De perto, os olhos castanhos e os cabelos cacheados do rapaz ficavam ainda mais bonitos. Naty não conseguia ocultar a atração)
Naty: Vai... (sussurrou, não percebendo que consentia cada espaço por ele conquistado: a mão na cintura, o afago na cabeça, o beijo na bochecha que, pouco a pouco, foi se dirigindo instintivamente aos lábios. Sentiu um arrepio quando as línguas se encontraram)
Diego: Preciso ir. (disse, sem parar de lhe beijar a boca entre as palavras): Eu te ligo.
Naty: Tá bom, tchau. (ficou parada, sem grandes reações, vendo-o se afastar. De repente, se deu conta de que havia fofoca de mais a compartilhar para que permanecesse ali sozinha, com cara de idiota. Correu direto para o dormitório): Babi! Você não vai acreditar! (assustou a morena ao chegar esbaforida)
Babi: No quê? O que houve? Respira!
Naty: Ai, corri muito vindo pra cá. (respirou fundo antes de se atropelar em frases eufóricas): Descobri quem era o menino que ficou comigo na choppada! Ele é bonito e muito fofo! Ai, uma graça! Nem acredito ainda! Nossa! Que sorte!
Babi: Fala! Quem é o gatinho? (mostrou aquela careta empolgada de toda mulher prestes a ouvir uma novidade)
Naty: O nome dele é Diego. É um bonitinho de cabelo cacheado, sorriso maravilhoso, fortinho. Tem umas pernas lindas! É do meu curso, mas era da outra turma.
Babi: O mineiro? Nossa, se for quem eu tô pensando, ele é um sonho! Um baita de um gostoso! Que porre premiado, hein, amiga! Pegou muito bem!
Naty: Não sei se estamos falando da mesma pessoa, mas, sim, muito premiado! Estou pasma até agora!
Babi: Mas e aí? Tá rolando alguma coisa?
Naty: Ah, demos uns beijinhos agora e ficamos de sair uma hora dessas. Ele parece ser muito legal! Só não quero que atrapalhe a festa lá das pulseiras e máscaras. Porque quero muito participar. Tão misterioso! Amei a ideia!
Babi: E será que ele leva numa boa? (viu-a morder os lábios, bastante apreensiva)
Naty: Tomara. Mas, ah! Essa festa é quase no fim do período. Vamos ver no que dá com o tempo. Afinal, nem começamos a sair ainda. Sabe lá o que vai rolar!
Dan: Cinco segundos pra quem estiver pelada se vestir, cheguei! (entrou de supetão, com os olhos fechados)
Naty: Não tem ninguém pelada aqui!
Dan: Sério? Que pena! Achei que uma suruba seria um ótimo programa de fim de tarde.
Babi: Seu sequelado! (atirou o travesseiro nele, tentando parar de rir)
Naty: Dan, me escuta.
Dan: Fale. Sou todo ouvidos.
Naty: Fiquei de sair com um cara muito fofo! (abraçou-o animada, como se ele fosse se empolgar com a notícia)
Dan: Nossa! A Babi já disse que era minha namorada hoje, Naty. Você pode dizer isso amanhã.
Naty: É sério!
Dan: Ah é? Pô, legal. Quem?
Naty: A Babi acha que é o cara que chamam de mineiro.
Dan: O jogador de futebol?
Naty: Sei lá! Como vou saber?
Babi: Ele mesmo! Ela pega o cara, e nós que sabemos da vida dele. Eu, hein.
Dan: Hum, bom para você, Maria chuteira.
Naty: Que foi? Você conhece? Ele não é legal?
Dan: Não, parece ser um cara legal, sim. Eu só tive um dia cheio hoje. Mas estou feliz por você. Que ele seja gente boa.
Naty: Que bom, porque a sua aprovação significa muito pra mim.
Dan: Claro, entendo. Mas e aí? Rola algo pra fazer agora, senhoritas?
Babi: Sexo! (prolongou a pronúncia de forma sedutora só para constrangê-lo)
Dan: Ih, cacete! Tá ovulando!
Babi: É brincadeira! Adoro te ver assustado, fica uma graça!
Dan: Sei... Bom, que tal vermos um filme?
Babi: Por mim tudo bem. É só você pegar um e voltar aqui. Não quero ir ao seu quarto ver aquele mala. (revirou os olhos só de pensar em Alex)
Dan: Tá, só nós três?
Naty: Chamo o Diego? Sei lá, desde a festa ele foi tão legal comigo! E eu fiquei parada feito uma pateta quando ele se despediu de mim. Nem me ofereci para enturmá-lo com ninguém e... Ai, não! Vou parecer desesperada se chamar? O que vocês acham, hein?
Dan: Ah, claro. Tinha me esquecido dele. Chama, ué.
Naty: Acha mesmo? Ai, então vou ver se o encontro por aí! Fui anta e dei meu telefone, mas não peguei o dele.
Dan: Bom, tô saindo, então. Já volto! (foi acompanhado por ela até o pátio central, onde se separaram; enquanto ia até o dormitório masculino, a sulista saiu à procura de Diego, vindo a encontrá-lo perto do vestiário alguns minutos mais tarde)
Diego: Eita! Ia te mandar uma mensagem agora, que louco! (exclamou assim que a viu chegar): Meu treino foi cancelado, ia ver se você também estava livre.
Naty: Que coincidência! Dois amigos meus e eu vamos ver um filme agora lá no quarto, e eu pensei que... bom... como você não conhece ninguém, eu... Eu...
Diego: Eu adoraria ir. Me espera aqui enquanto pego a minha mochila que deixei lá dentro? (decidiu facilitar as coisas ao aceitar o convite implícito, sem desfazer o sorriso)
Naty: Tá bom. (sentou-se em um banco para esperá-lo e, um minuto depois, o viu regressar com os pertences e com uma flor silvestre na mão)
Diego: Vi no jardim quando estava vindo e achei que você fosse gostar. (entregou-a para Naty, antes de tocar a boca em sua testa)
Naty: Ah, que lindo, obrigada. Eu adoro essas flores que tem por aqui! (mais uma vez pôs o cabelo atrás da orelha, sem jeito, indecisa sobre beijá-lo na face ou nos lábios)
Diego: Eu sei. Você me disse na choppada, ow, envergonhada. (deu-lhe um estalinho bem superficial): Vamos?
Naty: Vamos. (deixou-o entrelaçar os dedos nos seus e o levou, por fim, até o quarto): Babi, esse é o Diego.
Babi: E aí, mineiro?
Diego: Oi, você deve ser a Bárbara de quem ela tanto falou no caminho.
Babi: E você não deve ser professor pra me chamar de Bárbara. Prazer, Babi.
Diego: Prazer, como você disse, “mineiro”. (afastou-se da porta, que se abria pela força de alguém)
Dan: Olha só, gatonas, só achei este filme esquisito aqui e... Opa! Tudo bem, cara?
Diego: Tranquilo, e você?
Naty: Diego, esse é o Dan, nosso amigo. Vocês vão se dar muito bem, aposto.
Dan: Tomara, né! (levou a mão à testa de repente): Ih, esqueci a comida!
Naty: Não tem problema. Fica aí com a Babi que a gente compra uma pipoca rapidinho. (retirou-se do cômodo com o recém-conhecido, deixando os amigos a sós)
Babi: Tão estranho ser vela!
Dan: Isso pode acabar rápido! (lançou um olhar malicioso só para implicar com ela)
Babi: Proposta indecente, Seu Daniel?
Dan: Não, só brincadeira mesmo.
Babi: Que pena! Hoje até que dava. (quis ser ainda mais provocativa do que ele)
Dan: Você quis dizer sempre, né? Muito oferecida você, já até me beijou hoje! (deixou um dos seus sorrisos laterais tomar conta do semblante)
Babi: Foi só caridade, ok?
Dan: É, muito bonito você ter feito algo tão nobre por si mesma.
Babi: Palhaço! (deu uma travesseirada nele, que a abraçou aos risos no mesmo instante)
Naty: Hum, rolando um clima, é? (fez troça com a situação que viu entre ambos ao regressar)
Dan: Rolando um ciúme? Ih, foi mal, cara! Esqueci que você tava aí!
Diego: De boa. Sei que é brincadeira
Babi: Só de vez em quando. (mordeu os lábios para conter o riso. Naty, no entanto, não disfarçava o olhar de reprovação): Tô zoando, ih...
Diego: É, vocês são engraçados.
Naty: É, umas gracinhas! (sentou-se na própria cama ao lado dele, enquanto Dan dividia a outra com Babi. Na medida do possível, tudo estava correndo muito bem, até então. Alguns minutos após o princípio do filme, contudo, Naty ficou com uma expressão de desconforto estampada no rosto)
Dan: Cara, só escolho filme ruim! Impressionante! Não tenho dedo pra isso!
Babi: Nem pra mulher. (revirou os olhos ao beijo zombeteiro que o comentário arrecadou)
Dan: Quietinha, tá, “namorada”? (segurou-lhe os braços para não ser empurrado ou coisa parecida, vindo a soltá-los apenas ao reparar o incômodo da sulista): Que cara é essa, Naty? Tá se sentindo mal?
Naty: Só dor nas costas.
Diego: Deita no meu colo, se quiser. Não tem problema.
Naty: Ah, tá bom. (acomodou-se conforme o sugerido, sendo acariciada nos cabelos. Os dois já demonstravam ter alguma intimidade, apesar do pouco tempo que se conheciam): É tão ruim quando isso acontece! Pior que não é raro eu ter essa dorzinha chata.
Dan: Pior que é comum mesmo.
Babi: O filme é ali na TV. Por que você tá com essa cara? (sussurrou no ouvido de Dan assim que o percebeu um tanto mais estranho que o normal)
Dan: Ham? Nada, nada. Só viajando...
Diego: Tá melhor aí? (sorriu para a loira, que, em resposta, assentiu com a cabeça de um jeito bonitinho)
Naty: Uhum. (ergueu o tronco quando ele se aproximou para beijá-la, apoiando uma mão na cama e a outra sobre a nuca do ficante)
Sugestão musical: The Game of Love – Michelle Branch feat Santana
Babi: Dan, posso conversar com você lá fora?
Dan: Vamos. (acompanhou-a até o corredor em seguida): Fala.
Babi: Nada não. Só queria deixar os dois sozinhos.
Dan: Só isso? E se pegar mal? E se eles não gostarem?
Babi: Duvido! Nem devem ter percebido que saímos!
Dan: Talvez fosse melhor a gente voltar e...
Babi: Não, deixa eles! Fica com medo não. Não vou te morder!
Dan: Medo de você? (desdenhou com um risinho)
Babi: Hum. Sinto cheiro de covarde! (aproximou-se, inalando o ar em torno dele): Ah, não, era só de frango mesmo!
Dan: Quê? Ah, agora você vai ver! (colocou-a no ombro e simplesmente saiu andando)
Babi: Me solta! Maluco! Tô com medo!
Dan: Ham? Não ouvi! Bárbara Castro com medo?
Babi: É sério! Para, não me faz implorar!
Dan: Vai pedir arrego? (devolveu-a ao chão por um segundo, mas a ergueu nos braços logo em seguida)
Babi: Me põe no chão! Você não me aguenta, a gente vai cair!
Dan: Tá dizendo que eu sou fraco?
Babi: Só um franguinho! (gritou bem alto quando Dan tropeçou de repente e caiu sobre ela com uma brutalidade indesejada)
Dan: Você está bem? (arrastou-se para o lado, às gargalhadas, enquanto ela permanecia deitada, engasgando-se nas tosses e nos risos)
Babi: Devo ter ralado a bunda, mas tô legal, sim!
Dan: Péra, deixa eu tirar o cabelo da sua cara. (afastou os cachos da face de Babi, recebendo um olhar intenso em troca, que nunca obtivera até então. A veterana o acariciava na parte frontal do cabelo castanho recém-recuperado, com o semblante cada vez mais próximo do seu. Se Daniel não parecia ter a intenção de afastá-la, no entanto, outra pessoa que transitava por ali naquela hora estava disposta a fazê-lo)
Blenda: Daniel! Quero falar com você!
Babi: Tinha um bicho aqui, sabe? (suspirou a essa primeira vez em que demonstrou estar sem graça)
Dan: Vem, eu te ajudo. (ajudou-a a se reerguer antes de se voltar para a outra): Fala, Blenda. A gente pode ir pra um lugar mais calmo e conversar.
Blenda: Não, quero falar na cara dela mesmo. É sério que vocês estão namorando?
Babi: Quê? Não, não! É só uma longa e engraçada história.
Dan: Nossa, o povo daqui é fofoqueiro pra cacete. Que rapidez! Olha só, Blenda, ninguém aqui tá namorando. Nem ela e eu, nem eu e você. Nem vocês duas, que eu saiba.
Blenda: Como assim? Não tô te entendendo.
Dan: Você é super gente boa e tal, mas já deu. Você não pode chegar assim sempre me dando esporro. Cada vez que você grita um “Daniel!”, eu até acho que tô em casa com a minha mãe! E você não se dá com as minhas amigas, não tá dando certo.
Blenda: Dando certo? No quê? Você mesmo disse que ninguém aqui tá namorando. A gente estava curtindo. Se você não quer mais, azar. Paramos de ficar e voltamos a ser só colegas de turma. Numa boa. Eu, hein. (deu de ombros, conformada)
Dan: Acho ótimo. Você é dez, a gente se esbarra.
Blenda: Aham. E ah, Babi! O Alex e a Michele terminaram, sabia?
Babi: E eu com isso? Vem, Dan. (pegou-o pela mão e saiu correndo feito uma maluca)
Dan: Que foi, doida?
Babi: Sei lá... Só não queria ficar ali! Tava uma vibe muito estranha, e eu não sei lidar com perua histérica que, do nada, fica diplomática. Ainda vem me contar fofoca? Sai!
Dan: Tá, né... E precisava correr tanto assim, como se ela fosse o capeta? (era embargado por um misto de riso e falta de ar, assim como Babi): Doida! Vem, vamos.
Babi: Péra, minha perna tá doendo. (notou, enfim, um ralado no joelho): Eita!
Dan: Ih, você se machucou! Desculpa. (abaixou-se para analisar melhor o ferimento)
Babi: Nada, ow, foi um prazer cair com você.
Dan: Vamos, eu te levo de cavalinho até o seu quarto. (acomodou-a nas costas para carregá-la até lá)
Babi: Olha que eu vou me acostumar com esse meio de transporte.
Dan: Ih, já tá querendo vida de rainha?
Babi: Fala menos e anda mais, meu franguinho de carga.
Dan: Oh, que eu te jogo, hein. (pesou o corpo para trás um tanto só para ameaçá-la)
Babi: Será que a gente não vai atrapalhar o casal vinte?
Dan: Já demoramos o bastante. Se enrolarmos mais, um dos dois vai ser engolido. Aliás, meio bizarro esse clima “amor da minha vida” do nada! De onde ele veio?
Babi: E daí? Engolir é bom de vez em quando. E ele veio do passado, ué. Ele é o moleque que ficou com ela na choppada.
Dan: Uia, safada! Engolir é bom, é? (prosseguiu rumo ao dormitório, sem retomar o assunto sobre a sulista): Trouxe uma ferida!
Naty: O que houve? (soltou Diego no meio de um beijo ao se levantar de pronto)
Babi: Nada! Só ralei o joelho. Ele que é muito cuidadoso.
Dan: Sou mesmo. Vou só passar um pouco de água oxigenada e...
Babi: Vai arder? Ai, não, água oxigenada não.
Dan: A gente assopra!
Babi: Mas o machucado não é tão pequeno assim, vai doer.
Dan: Vai não. Segura a minha mão e, se doer, pode apertar à vontade. (exibiu um sorriso tranquilizador antes de ir buscar o kit de primeiros-socorros): Calma, não vai doer nada. (passou o algodão molhado com o antisséptico sobre a escoriação delicadamente, cobrindo-a, por fim, com um band-aid): Viu? Curativo pronto! Não doeu nada!
Babi: Obrigada. (acariciou-o na mão que lhe foi oferecida para apertar e lhe beijou a bochecha)
Naty: Babi, vou só pegar mais água lá fora para a gente, tá?
Babi: Tá bom, eu fico aqui com o Dan.
Diego: Seus amigos se dão bem até demais, hein. (comentou com a ficante assim que se viram sozinhos do lado de fora)
Naty: É, nós todos nos damos muito bem.
Diego: Eles especialmente, né!
Naty: Não entendi! (franziu o cenho e sorriu amarelo às suspeitas dele)
Diego: Tá na cara que eles estão ficando!
Naty: Babi e o Dan? Não, tá viajando! (abafou algumas gargalhadas só para disfarçar o incômodo)
Diego: Se não estão, se gostam.
Naty: Nada, é só amizade. Eles dois? Impossível. Não pode ser!
Diego: Isso te incomoda?
Naty: Quê? Não, não. Vamos mudar de assunto? (pediu gentilmente após a demora em responder. Era melhor falar de qualquer coisa a pensar nisso tudo...)
Diego: Tá bom. Você vai à festa de que todos estão falando, no fim do período?
Naty: Eu queria ir, tinha combinado com a Babi antes de, bem... te encontrar. Você vai?
Diego: Não vou mentir, gostaria de ir sim. É bem diferente!
Naty: É, né? Que bom, porque, sei lá, me preocupei achando que você poderia não levar numa boa. Não sei, me interpretar mal.
Diego: Por que não levaria? Estamos só ficando por enquanto, sem compromisso. Não me importo e nem poderia reclamar. Afinal, teoricamente, nós nos conhecemos hoje.
Naty: Então, tudo bem.
Diego: Mas, se você for, eu vou torcer para ser o seu mascarado. Enfim, já tá meio tarde. Vou nessa, tá? Foi bem legal passar o dia com você. (aproximou-a de si pela cintura)
Naty: Eu adorei também. (envolveu-lhe o pescoço com os braços, ainda que sem graça)
Diego: Promete que vai se lembrar de tudo isso amanhã? Ou vou ter que me apresentar de novo? (riu de forma descontraída enquanto ela o fez de modo mais similar ao constrangimento)
Naty: Eu vou lembrar, prometo! Estou sóbria e ainda não sou a Lucy do filme “Como se fosse a primeira vez”!
Diego: Graças a Deus! (despediu-se dela com um beijo prolongado, indo cada um para os seus próprios aposentos em seguida)
Naty: Oi, gente. Voltei.
Dan: Tá tarde! É melhor eu ir, meninas.
Babi: Ah, fica mais! Estava tão engraçada a nossa conversa.
Dan: Não dá, zebrinha.
Babi: Você não esquece isso, né?
Dan: E você ainda pergunta? Maior chilique por aquele sutiã. Vou esquecer nunca!
Babi: Sei, tá é fantasiando com ele! Pode assumir! (derrubou-o na cama com um empurrão)
Dan: Nunca se sabe, né? Bom, vou lá. (beijou a testa das duas em despedida)
Naty: Dan, espera. (pediu, mas depois percebeu que não tinha nada de relevante a dizer. Tampouco o direito de se intrometer nas vidas dele e de Babi): Hum. Nada, boa noite. (deixou-o ir. O que quer que tivesse que acontecer entre os dois, ela esperaria para ver; assim como faria em relação ao seu próprio romance. Ficou a cargo do tempo)
(Mesmo com o decorrer ligeiro de alguns meses, o relacionamento de Diego e Naty ainda não tinha sido formalizado. Enfim, chegou o tão esperado dia, e o jogador tentava permanecer calmo, sem, todavia, conseguir evitar o receio perturbador que a festa lhe causava. Apesar de ser rico, talentoso e bonito, logo, um amplo conhecedor da sorte, incomodava-se levemente com a possibilidade de a sulista acabar com outro mascarado. E o fato de já sentir pontadas de ciúme lhe era um tanto desagradável e confuso. Afinal, não tinham nada sério, nem se conheciam o suficiente para que gostasse dela dessa forma. Às vezes, achava que era cedo demais para dar o próximo passo; ainda não queria pensar muito nisso. Tentava, por ora, se ater apenas ao mistério diferente que a noite traria: curtir esse momento era tudo de que precisava para arejar as ideias)
Diego: Daniel, e aí, cara?
Dan: Fala aí.
Diego: Ansioso pra festa de hoje?
Dan: Um pouco.
Diego: Quem sabe não rola algo com a Babi? (viu-o engasgar com a água que bebia no momento, em um assombro que sinceramente não esperava proporcionar)
Dan: Quê? A Babi? “Makiporra”!
Diego: Você sabe. Ela é a maior gata, vocês vivem juntos...
Camila: Oi, pitucho. (interrompeu o assunto ao dar o ar da “desgraça”)
Dan: Ai, cacete! Rezo, rezo e continua essa assombração! Que é, garota?
Camila: Só queria dizer que tô torcendo para você ser o meu mascarado hoje.
Dan: Por quê? A sua máscara não é mais suficiente para você?
Camila: Ai, Dani, eu era nova e boba!
Dan: E safada e mentirosa. Não tenho tempo pra você, tô indo nessa!
Diego: Que estranho! Esse moleque não é muito fã de mulher, deve ser gay... (pensou consigo mesmo diante da fuga do outro à "segunda garota completamente pegável que o universo oferecia de graça". Definitivamente, ainda não conhecia Daniel muito bem)
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