A Depressão De Amy Cortese escrita por Letícia Matias


Capítulo 22
Capítulo 22: Menina Bonita


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!! Olha eu aqui trazendo um novo capítulo para vocês!!
Eu espero que gostem e tenham um ótimo domingo :)
Boa leitura.
E como sempre falo: Me perdoem se vocês acharem algum erro de português e/ou digitação. Dei só uma revisada rápida.



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Eu estava sentada na cama, lendo a sinopse de um livro que estava jogado ali perto da cama quando Sean entrou no quarto.
Olhei para ele que se jogou na cama e suspirou.
–Você está bem?
–Sim. - ele respondeu encarando o teto. - Pat gostou de você.
Sorri olhando para o livro.
– Ele é muito legal. - falei.
– Você sente falta do seu irmão?
Encarei minhas unhas roídas sem esmalte e fiquei em silêncio por um momento. Respirei fundo.
– O tempo todo.
Olhei para Sean e vi que ele já estava me olhando.
– Você ainda vê ele?
– Não. Ás vezes tenho uns sonhos ruins mas, não estou mais vendo ele. Mesmo assim, não melhorei.
Sean tornou a olhar o teto do quarto.
–Eu estou com tanta raiva hoje. -ele disse e estendeu a mão para abrir a gaveta. Tirou o maço de cigarro de lá de dentro e o seu isqueiro.
Colocando o cigarro entre os dentes, ele acendeu-o e jogou o isqueiro de volta na gaveta. Tirei o cigarro da sua boca e coloquei na minha dando uma tragada. Sean olhou para mim e eu soprei a fumaça em sua direção. Ele deu um sorriso torto.
– O que as pessoas vão dizer quando virem você com a louca do parque? - perguntei.
Ele estreitou os olhos.
– Eu não me importo.
– Não? Eu me importaria.
– Eu não me importo, Amy. - ele disse e me olhou. - Você não é louca. As pessoas não te entendem. É diferente.
Entreguei-lhe o cigarro e fiquei em silêncio por alguns minutos. Sean também não quebrou o silêncio.
Depois de um tempo eu disse:
– Eu acho que sua mãe me odeia.
– Ela odeia todo mundo. Não leve para o lado pessoal.
Suspirei.
– Eu sinto muito. Ela não parece ser fácil de lidar.
– Não é e nunca foi. Mas, vamos mudar de assunto. Tem uma festa hoje a noite. Podemos ir.
– Ah... Eu não tenho certeza disso. Festa de quem?
–Uns amigos meu da escola.
Mordi o lábio.
– O que foi?
–É que... Eles vão ver você comigo. Tem certeza disso? Eu sou a louca da escola lembra? E se Faye estiver lá também e...
Parei de falar quando Sean se levantou da cama e depois me olhou.
– Eu não me importo com a vagabunda da Faye e você não deveria também. Eu não me importo com o que as pessoas vão dizer e você pode ter certeza de que ninguém vai falar nada de você. Você não é louca.
–Todo mundo pensa que eu sou.
–Não adianta você querer se esconder de todo mundo Amy, ou de mim. Nós vamos ir, juntos e você vai ver que ninguém vai falar nada.
Sean parou de falar e ficou me olhando. Desviei o olhar para os meus pés. Ele veio até a cama e se sentou do meu lado.
– Amy.
Olhei para ele.
–Sabe o que disseram quando você queimou a Faye com o cigarro?
Engoli em seco e balancei a cabeça negativamente.
– Que ela mereceu. E ela mereceu!
– Você só está falando isso para eu ir com você.
–Não.
– É sim.
–Não,Amy! -ele disse e balançou a cabeça. -Ela mereceu. Ela nem ao menos deu queixa de você na polícia porque as pessoas disseram que se ela desse queixa, as pessoas iam contar o que ela fazia com você.
Fiquei olhando para ele, ouvindo ele falar.
–Você não tem que ficar se escondendo de ninguém. Você não é um monstro pra ficar encurralada no quarto!
Olhei para as minhas mãos e Sean segurou o meu queixo. Olhei para ele.
–E ai?
–Ta bom. -falei baixinho. -Mas... Eu não tenho... Roupas pra ir pra festas ou nada do tipo.
–E os seus vestidos pretos?
Começamos a rir.
–Ok, se você não quer ir com eles. Podemos ir comprar outro.
–Eu não tenho dinheiro.
–Eu tenho.
–Não.
Ele olhou para mim.
– Ah qual é, Amy!
–Você não precisa comprar nada. Eu posso ir com algum dos meus.
Ele ficou me encara do com a cabeça apoiada no seu ombro.
– Tudo bem. - ele deu de ombros. - Vou te levar pra casa. Tenho que resolver algumas coisas coisas e aí mais tarde eu te pego. É só um aniversário de um amigo.
Assenti.
***
Sean me levou para casa de carro. Se passavam do meio dia. O Sol estava brilhando e uma leve brisa balançava as folhas das árvores. Ele estacionou em frente a minha casa.
–Passo aqui mais tarde.
– Ok.- eu disse e me virei para abrir a porta do carro.
Sean se esticou sobre mim e fechou-a. Olhei para ele confusa. Ele segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou lentamente. Conforme a intensidade do beijo foi aumentando, coloquei as mãos no seu rosto também. Ele desceu uma das mãos por minhas costas e eu segurei-a. Ele parou de beijar e me olhou.

– Até mais tarde. - falei.

Ele suspirou.
– Você é má.
– Você é pervertido.
Ele deu de ombros e sorriu.
Abri a porta do carro e depois a fechei. Sean deu a partida e depois de alguns metros, virou na esquina.
Balancei a cabeça e entrei dentro de casa.
– Olha quem apareceu! - ouvi Clint dizer quando eu estava fechando a porta.
Revirei os olhos.
– Onde você estava Amy? Sam falou que você saiu ontem de noite e não voltou. - minha mãe falou aparecendo na sala.
Olhei para ela.
– Deixa eu falar uma coisa:desde que eu voltei pra essa casa,desde que eu saí daquele hospital, vocês tem fingindo que se importam comigo, que somos uma família unida e feliz. Só que é o seguinte,vocês nem lembram de mim. Eu mal vejo vocês dentro dessa casa, nenhum de vocês.
–Mas é claro! Você vive trancada no seu quarto, não sai nem para comer. -Clint falou e deu uma piscada para minha mãe que o ignorou e continuou olhando para mim.
–Sabe o que é Clint? -eu falei chegando perto do sofá aonde ele estava sentado com uma garrafa de cerveja na mão. - É o seguinte: vocês com esse papo furado, fingindo ser uma família me deixam com vontade de me enforcar. Então estou tentando adiar a minha ida pro inferno ficando longe de vocês.
Clint engoliu em seco.
– Amy, não fale isso. - minha mãe disse. - Clint e eu estávamoa preocupados.
Olhei para ela e bufei.
– Estavam tão preocupados que esse porco velho do seu namorado está sentado no sofá com as pernas em cima da mesa de centro bebendo uma garrafa de cerveja e você provavelmente está preparando algo para encher a barriga dele.Mas é claro, vocês se preocupam demais comigo. Olhe, eu estou bem. Só... Me deixem em paz e não venham cobrar satisfações de onde ou com quem eu estava. - falei e subi as escadas para o meu quarto.
Fechei a porta e me joguei na cama. Fiquei encarando o teto. Passei a mão por debaixo do travesseiro e senti alguma coisa debaixo dele. Peguei a coisa que estava debaixo dele. Era a rosa preta. Uma delas.
Levantei-me e me dirigi até o meu guarda-roupa. Abri-o e encarei minhas roupas. Eu só tinha moletom! Algumas calças jeans, blusas de manga cumprida. Eu tinha um vestido branco com umas flores estampadas mas, ele estava velho demais. Ele até devia caber em mim porque eu não engordava fazia anos. Mas, ele não era um vestido para festas. Acho que o jeito seria ir com o velho vestido preto.
***
Eu passei o resto da tarde arrumando o meu cabelo. Isso era uma coisa que eu não fazia muito. Na verdade, não fazia nunca,mas decidi fazer, afinal eu iria para uma festa com Sean e eu queria pelo menos tentar ir "bonita", pelo menos me esforçar um pouco por ele porque ele estava sendo maravilhoso para mim. Por isso, tomei um banho quando deu cinco horas da tarde e tirei do fundo do meu guarda-roupa um babyliss velho que eu havia usaso raramente, na época que eu me cuidava mais. Eu simplesmente tinha perdido o gosto de se arrumar,mas eu estava me sentindo diferente. Fui pegando mecha por mecha e ondulando elas. Ficou bonito. Quando terminei, decidi passar um pouco de maquiagem e enfrentei um dilema. Será que ia parecer que eu estava me arrumando por causa do Sean? Tentei não pensar nisso e abri a gaveta pegando alguns pincéis. Passei um pouco de pó primeiro e depois um pouco de máscara nos cilhos. Peguei o deliniador preto e tracei um risco fino rente aos cilhos. Depois peguei uma sombra iluminadora bem clara e passei um pouco nos olhos. Por último, passei um pouco de batom. Um rosa bem claro, não dava para perceber quase, era praticamente da cor da minha boca.
Olhei meu reflexo no espelho e fiquei surpresa. Eu estava... Bonita.
Ouvi uma batida na porta do meu quarto e saí do banheiro apagando a luz. Eu ainda estava enrolada na toalha.
Abri a porta do quarto e fiquei surpresa ao ver quem era. Era Sean. Ele estava vestido com uma calça jeans preta, uma camisa social de manga cumprida preta e um sapato preto. Ele estava segurando uma sacola na mão. Estava lindo! Nunca tinha visto ele vestido daquele jeito.
Ele ficou olhando para mim.
–Desculpe, eu sei que estou atrasada.
–Não. -ele balançou a cabeça e continuou me olhando. -Você está linda!
Sorri. Ele ficou me olhando. Arqueei as sobrancelhas.
– É... Eu comprei uma coisa pra você. Você disse que não queria ir com o vestido preto.
Ele entrou no quarto e me entregou a sacola.
–Eu espero que você goste. Não é preto mas, eu acho que vai ficar bom em você.
Abri a sacola e tirei de lá um vestido bege de renda. Ele tinha alças fininhas e uma manga de renda que ia até o cotovelo.
– É muito bonito. - eu disse.
–Que bom que você gostou. Eu achei que você não ia gostar porque não é preto.
Ri baixinho.
– Eu vou colocar. - falei e entrei no banheiro.
Joguei a toalha no chão e coloquei o vestido por baixo para não bagunçar o cabelo. Ele ia até a metade das minhas coxas. Era muito bonito. Eu fiquei surpresa pelo fato de eu ter gostado também.
Coloquei uma das sandálias que eu havia separado para provar. Optei por uma sandália preateada.
Olhei-me no espelho e suspirei. Tá, hora de abrir a porta.
Abri a porta e Sean olhou para mim.
–Nossa. - ele falou.
Sorri sem graça.
–Você está linda, sério Amy.
– Se você continuar a me elogiar, eu vou trocar de roupa. Está me deixando sem graça.
Ele riu e eu também.
–Tudo bem então. Vamos?
– Sim.




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Notas finais do capítulo

E aí, o que vocês acharam? Eu acho que o Sean está fazendo um bem danado pra Amy >.
Comentem o que vocês acharam. QUALQUER COMENTÁRIO é muuuuuito bem vindo!!!
Amo vocês e obrigada por continuarem acompanhando!!!
Um beijo, bom domingo e até o próximo capítulo :)



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