A Depressão De Amy Cortese escrita por Letícia Matias


Capítulo 20
Capítulo 20: Cigarros e uma casa vitoriana,


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!!!! Olha eu aqui trazendo mais um capítulo para vocês!!! 2 capítulos novos hoje!!!! *-*
Eu espero que gostem!!!



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Todo mundo sabe que mesmo no verão, Londres pode ser muito fria. O vento gelado nunca dava uma trégua. Quando anoiteceu, começou a chover. Eu tinha acordado fazia meia hora, tinha descido e comido ovos mexidos. Sam estava em casa, minha mãe havia saído com o inútil do meu padrasto e eu estava me sentindo um lixo por ter feito Sean ir embora. Mas, eu precisava ficar sozinha mais cedo apesar de não querer realmente. Como eu disse antes, eu estava tão confusa. Ás vezes eu não me aguentava, como Sean ou qualquer pessoa me aguentaria?

De volta no meu quarto, vi que a janela ainda estava aberta, desde hoje de tarde e então fui fechá-la. Quando me aproximei da janela, vi uma sacola no chão. Abaixei-me e peguei-a. Quando abri, sorri vendo o que tinha ali dentro. Um maço de cigarro e um isqueiro com a bandeira da Inglaterra gravado nele. Era o isqueiro do Sean.

Peguei o maço de cigarro na mão e vi uma etiqueta pequena com o nome do local onde ele havia comprado. Será que ele morava perto dali? Eu acho que eu devia desculpas para ele. Eu estava me sentindo muito mal por tê-lo mandado embora. Era assim que eu fazia. Sempre agia por impulso.

Decidi vestir uma blusa de moletom preta, uma calça jeans da mesma cor e meu All Star surrado preto. Peguei a sacola e enfiei-a no bolso da blusa de moletom.

Desci as escadas rapidamente e parei na porta quando Sam gritou:

– Vai sair para onde?

Olhei para ele.

– Vou só dar uma volta.

Ele deu de ombros.

Revirei os olhos. Como se ele se importasse...

Saí de casa fechando a porta e senti os pingos da garoa fina caindo sobre a touca da blusa de moletom cobrindo a minha cabeça. Os postes de luz estavam acesos. Pelo menos eu tinha uma pista... Eu já havia passado de ônibus em frente ao lugar onde Sean havia comprado o cigarro. E eu estava torcendo para que ele morasse perto desse lugar.

Eu andei bastante por quinze minutos mais ou menos até virar numa rua sem movimento e então lembrei-me com um flashback do dia em que eu fui na casa de Sean. Na festa que ele deu, quando fui entregar a camisa que roubei para ele. Avistei a casa logo de esquina e me lembrei. A cara estilo vitoriana pintada de branco. Havia apenas uma luz acesa. Talvez a do quarto dele.

A chuva estava caindo com mais intensidade havia alguns minutos de caminhada já, eu estava bem molhada e com um pouco de frio. Andei em direção a casa e atravessei o pequeno gramado aparado na frente. Eu nem ao menos lembrava que tinha um gramado. Encarei a porta preta com três vidros em perfeita simetria formando um meio círculo e respirei fundo antes de apertar a campainha. Apertei-a e esperei por um momento. Vi pelo vidro grosso e embaçado a luz do corredor provavelmente, se acendendo.

A porta se abriu e então vi Sean sem camisa, com um cigarro na boca e pés descalços. Ele pareceu surpreso em me ver. Eu acho que eu que deveria falar primeiro, certo?

– Oi. - eu disse com as mãos no bolso apertando a sacola dentro deles.

Ele tirou o cigarro da boca e disse:

– Oi.

Engoli em seco.

– É... Eu... Vim te trazer isso. - falei e tirei de dentro do bolso da minha blusa molhada, a sacola com o seu isqueiro e o maço de cigarro.

Ele olhou para minha mão e disse:

– Merda, devo ter esquecido. Provavelmente caiu quando eu fui... - ele fez um gesto com a mão e completou a frase. - Pular, sabe?

Assenti e mordi o lábio inferior.

Ele pegou a pequena sacola amassada da minha mão e olhou para mim:

– Você está bem?

Assenti.

– Sim, estou. Eu só... - olhei para ele de novo e parei de falar quando vi que ele estava encostado no batente da porta olhando para mim e fumando.

Ele era tão... Bonito.

Engoli em seco.

– Desculpa. - balancei a cabeça e falei. - Por hoje. Eu... - dei de ombros. - Eu não melhorei; eu achei que tinha melhorado, mas, não melhorei. Eu... Fui grossa com você e eu não queria que você fosse embora, eu... Não sei o que me deu.

Ele ficou me olhando, com a cabeça levemente tombada para trás. Ele soprou a fumaça do cigarro.

– Está tudo bem. - ele disse.

– Não, não está. Eu só... Eu não sei se você vai aguentar isso, Sean. Eu não me aguento na maioria das vezes, não sei como você vai ter forças pra aguentar isso. - dei de ombros e meus olhos se encheram de lágrimas.

Quando ele viu que eu estava prestes a começar a chorar, veio até mim e tirou a touca do meu cabelo. Provavelmente ele estava bagunçado por causa da touca, eu podia senti-lo úmido. Eu estava olhando para os meus pés. Sean pegou meu queixo com uma das mãos e disse:

– Eu gosto de você pra cacete. - ele disse. - É sério. - e então ele encostou a boca dele na minha.

Era como se eu achasse conforto nele. Como se ele me acalmasse e me agitasse ao mesmo tempo.

– Você está toda molhada, vamos entrar.

Entrei logo depois dele e examinei a casa. Era... Linda! Eu não me lembrava dela desse jeito. Eu mal me lembrava dela. Acho que é porque no dia em que eu estivera ali, eu estava muito drogada e bêbada e havia muita gente.

Nas escadas, havia um carpete cinza e as paredes eram pintas de branco. Os acabamentos do teto eram de gesso e o chão era de carpete de madeira. Estávamos na sala. Nela havia uma lareira feita de tijolo refratário e era decorada com dois sofás grandes cor de creme que pareciam ser bem confortáveis, uma mesa de centro de madeira e havia também uma televisão de quarenta polegadas. A iluminação era composta por lâmpadas dicroicas. Era... Lindo!

Olhei para Sean que estava me olhando no primeiro degrau da escada com uma expressão divertida.

– Gostou da casa?

Sorri um pouco envergonhada.

– Sim. É que da primeira vez que eu estive aqui estava tudo... Escuro e diferente. Tinha tanta gente que eu nem lembro. - dei de ombros.

Ele assentiu.

– Vamos subir. - ele disse e subiu as escadas na minha frente.

Eu o segui. As luzes do corredor estavam acesas também. O corredor e todo o andar de cima parecia ser composto por carpete de madeira também.

A porta do quarto de Sean estava aberta. Entrei no quarto logo depois dele e ele fechou a porta.

Analisei o ambiente. Era como se eu nunca tivesse estado ali antes. De fato, eu estava muito bêbada naquele dia. O chão era de carpete cinza claro e havia vários quadros de bandas pelas paredes pintadas de verde escuro. O acabamento do teto e do rodapé eram de gesso também. Mas, voltando aos quadros, havia bastante deles: Nirvana, Metallica, Bon Jovi e algumas outras bandas que eu não conhecia.

Havia um notebook da Apple em cima da cama de Sean, ele fechou-o e colocou no chão ao lado da cama.

– O que você estava fazendo? - perguntei encostada na porta.

– Fumando e desenhando. - ele disse e deu de ombros.

Assenti.

– Você mora aqui sozinho? - perguntei. - Essa casa toda é só para você?

– Sim. Já contei que minha mãe me botou para fora de casa, não é?

Assenti sem querer tocar no assunto novamente.

Olhei para ele que estava encostado na cabeceira da cama. Ele terminou o cigarro e o apagou no cinzeiro em cima do criado mudo ao lado da cama.

– O que você estava desenhando? - perguntei e fui até a cama. Não me sentei pois estava com a roupa um pouco molhada.

Ele deu de ombros.

– São só rabiscos.

Peguei o caderno em cima da cama e vi a metade de um rosto desenhado com carvão. Era muito bonito todos os detalhes.

– Só rabiscos? - perguntei. - É lindo!

Ele deu de ombros.

– São só rabiscos.

Olhei para ele e revirei os olhos. Reprimi um sorriso e devolvi o caderno para ele.

– Você não vai sentar? - ele peguntou. - Eu sei que o quarto tem um cheiro estranho mas, não tem bicho nem pulga na minha cama.

Ri.

– Não é isso, é que eu estou molhada. Vai molhar a cama.

– Você chegou de surpresa e eu nem pude arrumar o quarto. - ele disse e se levantou pegando algumas roupas do chão.

Reprimi um sorriso.

Ele abriu a porta do banheiro e depois voltou sem as roupas na mão.

– Você está com fome?

– Não. - respondi.

– Você comeu alguma coisa?

– Sim.

Ele assentiu e veio até o meu lado.

– Tudo bem, chega de teatro. - ele disse e me beijou antes que eu pudesse falar alguma coisa.

Suas mãos tatearam a minha blusa de frio e a puxou para cima, tirando-a por minha cabeça. Depois, ele fez a mesma coisa com a minha blusa debaixo. Elas estavam agarrando um pouco no meu corpo porque estavam molhadas.

Ele colocou a mão nas minhas costas e me deitou na cama me beijando. Senti seus dedos desabotoando minha calça jeans e eu fiz o mesmo com a calça jeans dele com um pouco de dificuldade. Eu estava trêmula como se isso nunca tivesse acontecido antes. Ele tirou a minha calça e jogou-a no chão ao lado da cama e depois tornou a me beijar. Eu estava sentindo meus batimentos cardíacos como se meu coração fosse rasgar o meu peito.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram??? Espero que sim!!! Espero vocês no próximo capítulo!!!
Não sejam fantasminhas hein!!!
Beijo para todos vocês, meus amores



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