A Depressão De Amy Cortese escrita por Letícia Matias


Capítulo 16
Capítulo 16: Encontro


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!! Como vocês estão? Espero que estejam bem!!
Espero também que vocês gostem deste capítulo. Me esforcei bastante para dar uma emoção na história e criar um capítulo um pouco maior do que os outros. Ah, vocês viram que eu troquei a capa da fic? Eu achei que aquela capa estava beeeeem malfeita, ainda está, mas deu uma melhoradinha e eu achei que ficou tudo a ver com as "visões" da Amy...
Ah, me perdoem se tiver algum erro de português ou de digitação. A maioria dos capítulos eu escrevo no celular e depois mando para o meu e-mail e edito no computador, vocês sabem como é ruim digitar no celular. Ou, é só eu que vivo errando as letras no teclado na hora de escrever. Touch screen... (suspiros).
Enfim, boa leitura :)



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Olhei-me novamente no espelho a fim de encontrar aprovação no que ele refletia. Lá estava eu com um vestido preto - eu só tinha roupas pretas - que ia até os joelhos e uma sandália preta. Eu não gostava de passar nada na cara então,eu estava com a cara sem maquiagem como sempre. Meu cabelo loiro e liso estava solto e meus olhos pareciam mais grandes do que o normal. Minha pupila ainda estava dilatada.
Olhei no para o relógio em cima do criado mudo do lado da minha cama, eram oito e quinze. Ouvi um barulho agudo na janela do quarto e me virei. Novamente ouvi o barulho. Pedras.
Apareci em frente a janela e vi Sean agachado no chão pegando mais uma pedra. Ele estava rindo. Ele era tão estúpido que estava fazendo aquilo para quebrar a janela do meu quarto.
Ele olhou para cima e lançou a pedra na janela. Quando viu que eu estava ali olhando, ele parou e jogou as pedras que estavam na sua mão no chão.
Ele abriu os braços e gritou "E aí?".
Abri a janela e coloquei a cabeça pra fora. Uma brisa leve balançou meus cabelos.
– E aí, vai descer ou não vai?
–Se você não quebrar minha janela, eu agradeço.
Ouvi ele rir e fechei novamente a janela.
Andei até a cama e escondi o maço de cigarro debaixo do travesseiro. Quando olhei-me novamente no espelho revirei os olhos para mim mesma. Eu parecia ter me esforçado demais para me arrumar. Ou não parecia?
Ouvi novamente o barulho de uma pedra batendo contra o vidro da janela.
– Filho da puta. -sussurrei. Abri a porta do quarto e depois fechei-a atrás de mim.
Desci as escadas. Não havia ninguém em casa o que não era novidade.
Abri a porta da entrada da casa e depois tranquei-a colocando a chave debaixo do tapete.
Virei-me e desci os quatro degraus de madeira pintada de branco e pisei no pequeno gramado.
– Gostei do vestido. - Sean disse quando cheguei perto dele.
Ele estava com as mãos nos bolsos da calça jeans.
Olhei para minha roupa e depois olhei para a roupa dele. Ele estava com as mesmas roupas de sempre. Camisa polo e calça jeans. Estava com uma camisa polo branca e calça azul escura.
– Gostei da... - Parei de falar quando fui surpreendida com um abraço.
Fiquei paralisada. Sean deu um passo para trás e me olhou.
–O que foi isso? - perguntei.
Ele reprimiu um sorriso.
– Desculpe, você não gosta de abraços do mesmo jeito que você gosta de preto,não é?
Fiquei olhando para ele sem responder.
Ele começou a rir baixinho e disse:
–Vamos?
– Vamos. - falei dando de ombros.
– Então, eu pensei em pegarmos um trem para irmos aonde vamos ir.
–Aonde vamos ir? - perguntei olhando para ele enquanto eu andava do seu lado.
Ele me olhou e sorriu.
Revirei os olhos. Claro, ele não iria falar.
***
Eu estava um pouco de saco cheio e com dor nos pés quando chegamos até a estação de trem,acredite que se eu soubesse que eu teria que andar tanto assim respondendo perguntas sobre a Califórnia, eu jamais teria ido com uma sandália.
Mas, enfim chegamos na estação de trem. Havia muita gente fora e dentro deles. Dentro do trem, tivemos que ficar de pé. Sean estava atrás de mim, segurando nos bastões de ferro para não se desequilibrar e cair. Eu era um pouco mais baixa do que ele e pude sentir sua respiração leve em meu cabelo e pela primeira vez percebi o cheiro de seu perfume. Parecia perfume caro. Era muito bom. Eu estava de frente para a janela, olhando as paisagens noturnas que o passeio estava me proporcionando e Sean estava com o seu corpo virado para frente de modo em que meu braço estava encostando em sua barriga. Pelo canto do olho, eu podia vê-lo olhando pra mim.
Depois de várias estações, descemos do trem e subimos u.a escada rolante que nos levava para fora da estação. A rua era de paralelepípedos e bem do meu lado esquerdo havia um letreiro com letras amarelas em neon. O letreiro dizia "Pasqualino's".
Olhei para ele.
–É de família.
– Ah. - respondi.
Ele abriu a porta de vidro para mim e eu entrei. O local era um restaurante simples e sofisticado ao mesmo tempo. Tinha um estilo rústico com mesas de madeira, tacos no chão e iluminação amarelada.
– Eu não acredito,olha quem apareceu! - um senhor de cabelos grisalhos disse por trás do balcão.
– Sean quanto tempo!
–E aí, vô!
Franzi o cenho. Eu não sabia se eu ficava apavorada. O que isso significava? Por que ele estava me levando a um lugar de família?
– E quem é essa mocinha linda?
De repente percebi que estava admirando o lugar enquanto estava sendo observada por Sean e seu... Avô.
–Ah... - senti minhas bocechas ficarem quentes. -Meu nome é Amy. - falei e sorri sutilmente.
– Ah prazer em conhecê-la Amy. - o avô de Sean estendeu as mãos enrugadas e eu as apertei gentilmente.
– Sean meu filho eu espero que não seja só mais uma, eu sei que você puxou para o seu avô aqui,eu também pegava muitas gatinhas mas, pare com isso. Espero qur agora seja sério.
Sean estava tentando fazê-lo parar de falar e eu desviei os olhos para o balcão.
– Vô, pare com isso. - ouvi-o dizer e falar mais algumas coisas em "códigos".
O avô de Sean parou de falar e disse:
– É um prazer recebê-la aqui. Você é muito bonita.
Sorri envergonhada.
–Obrigada senhor...
– Tony.
– Tony- repeti.
– Vô,porque o senhor não trás o cardápio?
– Sim sim, eu já volto. Podem escolher uma mesa pra se sentar.
Sorri sutilmente quando Tony olhou para mim pedindo licença e olhei para Sean que passou a mão pelo cabelo.
– Desculpa sobre isso.
Reprimi um sorriso e balancei a cabeça.
– Tudo bem.
Eu me sentei e Sean sentou-se do outro lado da mesa, de frente pra mim. Estávamos do lado da janela que estava aberta e entrava uma brisa leve.
Olhei para a mesa e meu coração disparou quando vi três rosas pretas e pequenas dentro de um vazinho branco. Reprimi um sorriso e olhei para as outras mesas vazias. As outras flores eram coloridas: vermelhas, amarelas e roxas.
– Flores legais. - falei.
Sean sorriu.
–É,tá bem na cara que eu pedi pra pintar. Mas eu tinha pedido pra pintar todas.
–Para não parecer que você pediu pra pintá-las.
– Exatamente.
Sorri.
– Obrigada- dei de ombros.
Ele deu de ombros também.
Tony chegou com os cardápios.
– Obrigada vô. -Sean disse.
Peguei um cardápio e sorri para Tony.
– Me chamem quando escolherem.
Abri o menu e minha barriga roncou porque eu não havia comido nada o dia inteiro.
Na verdade, eu sô fingi que estava olhando. O que Sean pedisse para comer eu também pediria. Mas o macarrão com almôndegas parecia ótimo.
– Vovô! - Sean gritou para que Tony o ouvisse.
Tony contornou o balcão e veio até nós.
– O macarrão com almôndegas parece ótimo. - Sean disse.
Olhei para ele. É como se ele tivesse lido minha mente.
Sean olhou para mim.
–Ah... - falei. - Eu também vou querer macarrão.
– E para beber?
– Cerveja.
Fiz cara de nojo.
– O quê? - Sean perguntou vendo a cara que eu fiz.
–Cerveja com macarrão?
Ele deu de ombros.
Tony riu
–Querida,todos os Pasqualino gostam de cerveja.
Assenti.
–É, bem... Eu vou querer um copo de suco de laranja.
–Nós só vendemos bebidas alcoólicas aqui, querida.
Fiquei olhando para ele, para saber se ele estava me zoando, mas, ele não estava.
Dei de ombros.
–Cerveja. -falei.
Sean soltou um sorriso triunfante. Revirei os olhos.
– Então, - ele falou - O que você fez hoje depois que eu fui embora?
Comecei a rir.
– Nossa, como você é bom em puxar assunto.
Ele sorriu nervoso.
– Ah qual é, me dê um crédito. É a primeira vez que faço isso.
Franzi o cenho.
– Isso o que?
– Levo uma garota para sair.
Fiquei paralisada. Isso não podia ser verdade.
– O quê? Você tem fama de maior fodedor, sim, foram essas palavras que as pessoas usaram para descrever você para mim. Enfim, você já transou com a cidade inteira e está me dizendo que nunca levou uma garota pra sair? - ri.
– Não é porque transei com elas que tive algum tipo de sentimento ou algo do tipo.
O que ele estava dizendo? Que ele tinha... SENTIMENTOS por mim? Engoli em seco. Ficamos em silêncio por um tempo até que Tony chegou com as cervejas.
– O macarrão daqui a pouco estará pronto.
– Obrigado vovô.
Sorri timidamente para Tony e ele sorriu de volta depois voltou para o balcão.
–Saúde? - Sean levantou sua garrafa de cerveja em minha direção.

Fiquei olhando-o por um tempo e depois peguei a minha garrafa de cerveja.

– Saúde. - falei e batemos a garrafa uma na outra.
***
A macarronada chegou e ela parecia muito apetitosa. Parecia que eu não comia há dias. Bem, de fato, fazia muito tempo que eu não me alimentava com frequência. As almôndegas estavam ótimas e o molho e a massa também. Estava delicioso.
Nós comemos em silêncio. Eu não sabia o porque Sean estava fazendo aquilo. Eu não sabia como reagir. Aquilo tudo era muito novo pra mim.
Quando terminei de comer, Sean já havia terminado. Ele havia deixado duas almôndegas no prato. Elas estavam tão deliciosas...
Olhei para Sean e depois olhei para as almôndegas. Ele olhou para mim e depois para as almôndegas.
Mordi o lábio inferior.
Ele sorriu e pegou o prato na mão. Com o garfo, empurrou as duas almôndegas para o meu prato.
Fiquei com vergonha e abaixei um pouco a cabeça
– Obrigada. - falei.
Comi as duas almôndegas em silêncio e depois de terminar, limpei minha boca com o guardanapo.
Tomei o último gole da minha cerveja e olhei para Sean que já estava me olhando.
– Eu pedi para você não se cortar mais, lembra? Quando ficamos escondidos na dispensa.
Franzi o cenho.
– O que?
– É um corte recente. - ele falou pegando meu braço que estava pousado sobre a mesa.
Ele passou o dedo suavemente no corte que eu havia feito no dia anterior. Olhei para ele. Nós estávamos inclinados sobre a mesa, perto um do outro.
– Para. - ele falou num tom de voz baixo. -Por favor.
Fiquei olhando para ele, surpresa com tudo aquilo. Ele... Gostava de mim.
– Você não entende. - falei no mesmo tom de voz.
– Você não pode se culpar a vida toda pelo o que aconteceu com o seu irmão.
Engoli em seco.
–Não é só isso. São... Tantas outras coisas. Você não sabe o que passa dentro de mim.
– Eu quero saber. - ele falou e segurou minha mão.
Olhei para a mão dele na minha e senti meus olhos encherem de água. Sorri e balancei a cabeça.
– Isso não vai dar certo. - sussurrei.
– Por que não? Eu sei que você também...
Uma mulher loira entrou no restaurante falando alto. Ela vestia um vestido estampado com manchas de pele de onça e usava um sapato preto de salto alto.
– O que está fazendo aqui? - ela perguntou olhando para Sean.
Sean tirou a mão da minha e respirou fundo.
– Eu vim jantar, mãe.
Mãe? Então essa era a mãe dele? Olhei para ela de novo. Ela olhou para mim. Ela usava uma maquiagem extremamente forte e batom vermelho.
Ela riu.
– Outra vadiazinha que você está enganando?
Sean se levantou.
–Cale a boca.
– Olha como você fala comigo, moleque! - ela veio até a mesa e deu um tapa na cara de Sean.
Pulei na cadeira, levando um susto e arregalei os olhos.
Sean respirou fundo e fechou os olhos.
– Não quero você aqui no restaurante do meu pai.
–Eu sou a porra do seu filho! - ele falou. - Ele é o meu avô. Eu apareço aqui quando eu quiser.
– Margareth não faça isso. Você está bêbada e eu não admito que faça escândalo dentro do meu restaurante.
Ela olhou pra mim.
–Desculpe pai. - ela sorriu. - Então, você é a nova vadia que está transando com ele? Não se iluda querida, ele não presta. É igual o pai.
– Ela não é uma vadia, ao contrário de você. - Sean entrou na minha frente.
Olhei para os meus pés.
– Sean por favor. - ouvi a voz de Tony. - Não faça isso meu filho.
– Desculpe vovô, não se preocupe, já estamos indo.
Sean tirou do bolso sua carteira e jogou em cima da mesa sessenta euros. Ele olhou para mim.
– Vamos?
Levantei-me da cadeira. Sean passou do lado da mãe dele como um furacão e foi até o balcão. Ela me olhou de cima a baixo.
– Olhe para você. - ela falou. - Só mais uma garotinha assustada.
Franzi o cenho.
– Com licença. - falei.
Quando eu ia passando do lado dela, senti ela segurar meu braço e então senti algo rasgando meu braço.
Gritei. Ela tinha pego uma das garrafas de cerveja que estavam em cima da mesa e quebrado no meu braço.
–Sua vadia! - ela gritou e me empurrou.
Eu caí no chão assustada olhando para ela.
Sean veio me ajudar e Tony deu um tapa na cara da filha e empurrou-a para dentro da cozinha do restaurante.
– Você está bem? - ele perguntou agachado ao meu lado.
Olhei para ele e depois olhei para o corte fundo e grande no meu braço, abaixo do pulso. O sangue vermelho estava escorrendo no chão. Eu estava com os olhos arregalados e cheios de lágrimas. Mas elas se recusavam a sair. Eu acho que eu estava assustada demais para chorar. Olhei para o lado e vi que Sean estava trazendo uma toalha de mesa. Ele se agachou do meu lado de novo e enrolou meu braço na toalha tentando estancar o corte.
– Eu vou te levar para o hospital.



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Notas finais do capítulo

E aí o que vocês acharam? Por favor, me façam feliz e comentem o que vocês estão achando da história e do capítulo. Não custa muito tempo vocês pararem e comentarem um pouquinho não é? ;) Por favorzinho!!!! Eu gosto muito de conversar com os meus leitores!!! Não sejam fantasminhas, por favor!!!
Bem, espero vocês no próximo capítulo!
Beijinhos.



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