A Depressão De Amy Cortese escrita por Letícia Matias


Capítulo 15
Capítulo 15: Eu pintei de preto.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!! Quanto tempo não apareço por aqui!!!
Peço mil desculpas pela demora para atualizar a fic. Eu ando muitíssimo ocupada com trabalhos e apresentações na escola, provas chegando. O 2º bimestre mal começou, e já estou lotada de coisas...
Enfim, me desculpem por demorar tanto. Estou tentando escrever o melhor para vocês. Por favor, não desistam de acompanhar a história da Amy!! Eu dei uma revisada bem rapidinha então, se tiver algum erro de português ou de digitação, me perdoem!!!
Espero que gostem do capítulo e prometo fazer capítulos mais emocionantes daqui pra frente :)
Boa leitura e obrigada pela paciência!



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Entrei no banheiro fechando a porta. Abri a torneira da banheira e esperei ela encher sentada no chão. Abri a mão e olhei o pequeno quadradinho branco na minha palma.
Coloquei-o na minha língua e levantei-me tirando meu vestido e colocando-o no cesto de roupa suja.
Fechei a torneira e entrei na banheira. A água estava morna. Fechei os meus olhos e descansei minha nuca na beira da banheira. De repente me lembrei que não havia tomado meus remédios desde que havia saído da clínica. Eu prometi a doutora Rosie que os tomaria, mas eu já estava de saco cheio de tantos remédios...
Abri meus olhos e olhei para o chão. Ao lado da banheira peguei a pequena navalha que estava caída ali. Analisei-a por um instante e olhei para meus pulsos. Pressionei-a contra a minha pele até furá-la. Uma gota escura de sangue surgiu no local. Fiquei olhando enquanto o sangue escorria pelo meu braço. Um tipo de flashback passou por minha cabeça. Foi como se eu estivesse vendo a cena novamente: Dominic no chão, havia muito sangue escorrendo pelo concreto.
Olhei para o chão branco, estava tudo rodando lentamente. Provavelmente era o LSD fazendo efeito. Olhei para o meu pulso novamente e fiz um corte horizontal pequeno. Era como se eu estivesse em transe. Olhei para a porta do banheiro e me encolhi assustada. Lá estava ele. Com a camiseta listrada manchada de sangue, sua boca estava inchada e sangrando, seu rosto estava coberto de sangue.
Fiquei fitando a figura enquanto eu tremia. De novo não, por favor! - fechei os olhos e coloquei minhas mãos na minha cabeça. De novo não, você não está aqui. Está tudo na minha cabeça. Vá embora!
Abri meus olhos novamente. Ele havia desaparecido. Respirei fundo enquanto as lágrimas escorriam por minha face.
Está tudo bem. - pensei.
Peguei a navalha que havia caído dentro da banheira e a lavei. Levantei-me da banheira e enrolei-me na toalha branca. Olhei-me no espelho e franzi o cenho para mim mesma. Enxuguei os olhos com as costas da mão e guardei a navalha dentro da gaveta torta debaixo da pia.
Quando olhei novamente no espelho dei um grito ao ver o reflexo de um menininho coberto de sangue. Olhei para a porta e não vi nada. Eu estava ofegante.
Abri a porta do banheiro e saí, indo em direção a minha cama. Sentei-me e fechei os olhos cobrindo minha face com as minhas mãos.
Eu estava tendo uma viajem ruim.
***
Eu acabei me encolhendo debaixo do edredom e dormindo. Na manhã seguinte, acordei desorientada enquanto a luz do Sol entrava no quarto pelas brechas da persiana. Estava tudo silencioso.
Olhei no relógio. Se passavam das 10 da manhã. O cheiro de bacon invadia i quarto, mesmo com a porta fechada.
Sentei-me e percebi que havia dormido com a toalha enrolada em meu corpo. A luz do banheiro estava acesa desde ontem a noite.
Fui até o meu guarda-roupa e peguei uma regata e uma calça jeans para vestir. Depois de vesti-las fui para o banheiro e escovei os dentes.
Eu estava com olheiras debaixo dos olhos. Eu estava me sentindo uma merda.
***
No andar de baixo Sam preparava seu café da manhã.
– Chegou tarde ontem. - ele disse enquanto eu me sentava na mesa.
Olhei para ele.
– Quem era aquele garoto com você?
– Estava me espionando? - perguntei franzindo a testa.
E riu.
– Não, mas eu vi você chegando. É seu namorado? Ouvi dizer que ele já pegou a cidade inteira.
– Vai se foder. - falei e peguei a garrafa de vodka que estava pela metade em cima da mesa.
Rosqueei a garrafa e bebi um gole. Apertei os olhos e engoli a bebida forte.
– Tome cuidado para não pegar herpes irmãzinha - Sam disse passando atrás de mim.
Joguei o pano de prato que estava em cima da mesa nele e me levantei deixando a mesa.
– Ei, eu estava brincando Amy.
Subi as escadas e me tranquei novamente no meu quarto. Abri as persianas e arregalei os olhos dando um passo para trás levando um susto.
–O que está fazendo? - perguntei.
– No momento pendurado na janela. - Sean falou olhando para mim e deu um meio sorriso. Sua voz estava abafada porque a janela estava fechada.
Abri a janela e ele pulou para dentro do meu quarto.
Ele estava vestindo uma calça jeans, uma camisa polo azul escura e tênis.
– Eu trouxe uma coisa para você já que hoje é o nosso "encontro". - ele falou encontro e fez sinais dr áspas com as mãos.
Eu estava com os braços cruzados olhando para ele. Ele tirou do bolso traseiro uma rosa grande de cabo verde.
– Eu pintei de preto, já que você odeia rosa. - ele deu de ombros e estendeu a rosa para mim.
Olhei para ele e sorri sutilmente, quase imperceptivelmente e peguei a rosa com cuidado.
Analisei-a passando o dedo por ela. Era... Diferente. Era linda. Tornei a olhar para ele e dei um sorriso mostrando os meus dentes.
– Obrigada.
Ele ficou por um momento apenas olhando para mim e depois disse:
– De nada. Seus dentes são tão... Brancos!- ele falou e eu ri novamente.
Virei-me e fui até a porta para me certificar de que ela estava trancada. Pousei a rosa no criado mudo ao lado da minha cama e sentei-me na cama. Ele estava olhando minha coleção de discos.
– Você tem uma coleção legal. Eu já deveria saber que você ama Nirvana. - ele olhou para mim e veio até a cama. -Sabe... Kurt Cobain odiava tudo e todo mundo.
– Ele só não tolerava gente idiota. - respondi.
Ele meio que riu e bufou ao mesmo tempo. Sentou-se na beirada da cama e ficou analisando o quarto. Fiquei olhando para ele e me perguntando inúmeras coisas
Uma delas era, o porque ele se importava tanto e estava ali.
Ele olhou para mim.
– O que? - ele perguntou.
Revirei os olhos sorrindo.
– Por que está fazendo isso?
– Isso o que?
Dei se ombros.
–Não sei o porque se importa comigo e quer sair comigo e esse tipo de coisa.
Ele deu de ombros.
– Eu sei que você gosta de mim também.
Soltei uma risada debochada.
–Dá licença. Eu... - antes que eu pudesse dizer algo a mais, Sean se curvou em minha direção e me beijou. Passei a mão por seus cabelos e ele de repente estava em cima de mim tirando sua camisa.
***
Eu estava sentada,encostada na cabeceira da cama enquanto Sean estava deitado com o cotovelo apoiado no travesseiro e sua cabeça apoiada em sua mão. Nós estávamos conversando sobre sua família há um tempo, mas agora estávamos em silêncio olhando um para o outro.
– Você me encara como se soubesse todos os meus pecados. - ele quebrou o silêncio.
Sorri
– Sei alguns podres.
Ele revirou os olhos.
– Se vai falar que sou o cara que já comeu a cidade inteira, eu dispenso.
–É verdade? -perguntei.
Ele me olhou por um tempo e disse:
–Não.
Arqueei uma sobrancelha.
–Não a cidade inteira. Só a metade.
Fiz cara de nojo.
–Não é minha culpa se as mulheres não conseguem resistir ao Pasqualino aqui.
Revirei os olhos e joguei minhas pernas para fora da cama para me levantar.
– Estou brincando. - ele disse segurando meu braço.
Olhei para ele e ele colocou meu cabelo atrás da orelha.
–Eu gosto de você Amy.
Fiquei olhando para ele sem falar nada e depois levantei-me da cama.
–Por que você faz isso? -ele perguntou enquanto eu entrava no banheiro.
–Isso o que? - parei na porta do banheiro e agachei-me para pegar uma pena que estava caída no chão. Franzi o cenho e quando levantei-me vi no espelho o reflexo de um pássaro enorme e preto me encarando.
Levei um susto e olhei para trás. Não havia nada. Só a parede do quarto pintado de branco.
Olhei para Sean que estava olhando para mim.
–O que?
–Nada. -falei.
–Está vendo coisas de novo?
–Não l. - falei fechando a porta do banheiro.
Abri o armarinho do banheiro e tirei de lá o frasco de remédio que a Doutora Rosie havia mandado eu tomar. Tomei dois comprimidos e olhei meu reflexo no espelho.
Quando abri a porta do banheiro novamente, Sean estava vestindo a camisa polo. Ele olhou para mim rapidamente quando abri a porta do banheiro. Ele tirou da calça um maço de cigarro e colocou um entre os dentes e acendeu-o com um isqueiro com a bandeira da Inglaterra desenhada.
Sean deu uma tragada e me ofereceu. Encostei o cigarro entre os dentes e observei a pequena chama consumindo o cigarro enquanto eu dava uma tragada. Tirei-o da boca e passei para Sean, soprei a fumaça e olhei para ele.

– Eu passo aqui mais tarde para te pegar.

– Para onde? - perguntei.

– Nosso encontro, lembra? - ele perguntou indo em direção a janela.

Levantei-me da cama e andei até a janela. Sean se curvou no parapeito e pulou para fora do quarto. O telhado fez um barulho alto. Ele olhou para mim e disse:

– Tchau Amy.

– Tchau.

– Não vai me dar nem um beijinho?

Revirei os olhos.

– Não.

– Você ainda vai admitir que me ama. - ele falou rindo.

Cruzei os braços e abaixei a cabeça para colocá-la para fora da janela.

– Tente não cair do te... - Sean encostou seus lábios nos meus.

Eu fiquei paralisada, encarando-o enquanto ele andava no telhado cuidadosamente para não cair. Depois, ele desapareceu escalando as paredes da casa.

Fechei a janela e fui até minha cama e sentei-me. Coloquei uma música num volume baixo e olhei para a flor pintada de preta. Peguei-a e passei os dedos pelas pétalas escuras.

Sorri e coloquei-a de volta no seu lugar.


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Notas finais do capítulo

Oi, espero que tenha gostado.
Até o próximo capítulo!!
Tentarei não demorar tanto para atualizá-la



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