A Depressão De Amy Cortese escrita por Letícia Matias


Capítulo 1
Capítulo 1: Está Acontecendo De Novo


Notas iniciais do capítulo

Olá querido(a) leitor!
Eu espero que você goste dessa "fic". Fic entre aspas porque não é bem uma fic e sim uma história criada na minha cabeça. Não é baseada em fatos reais ou em qualquer livro/série ou filme. Espero que você goste e acompanhe esta história da Amy até o final!
Ah, por favor, não deixe de comentar e dar opiniões sobre os capítulos, isso é muito importante e motiva nós, escritores a escrever ;)
Ah por favor, não plagie a história.
Boa leitura!



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Estava acontecendo de novo. Eu estava apavorada. Eu queria que os monstros fossem embora e parassem de sussurrar coisas no meu ouvido.
Coloquei o travesseiro em cima da minha orelha e apertei-o contra minha face para eu parar de ouvi-los. Eu não parava de ouvir "Você o matou! Você o matou!"
Não. - eu sussurrava. - Não.
"Você o matou!".
NÃO!
Acordei ofegante e me sentei na cama. Eu estava suando e gelada. Ouvi um soco na porta do meu quarto.
- Cale a boca! Estou tentando dormir! - Sam gritou.
Respirei fundo.
-Porra! - sussurrei.
Levantei-me e fui até o banheiro. A luz do luar estava clareando consideravelmente o ambiente. Sentei-me no vazo e comecei a chorar silenciosamente. Eu estava piorando de novo. Estava ouvindo as vozes várias vezes e nos meus sonhos também. Eu tinha me cortado duas vezes na semana passada. Eu estava voltando para a estaca zero.
Com a vista embaçada, abri a gaveta torta do armário do banheiro e peguei a pequena navalha. Isso ia aliviar. Sempre aliviava. Você vai ficar bem.
Levantei a manga da blusa do meu pijama e passei a navalha no meu pulso suavemente. Eu quase podia ouvir o som da minha pele se rasgando.
As lágrimas caiam pelo meu rosto. Eu sinto muito Dom... Eu sinto muito.
Apoiei minha cabeça na pia e fechei os olhos.
Sinto muito Dom!
***
Acordei com um estrondo na porta do banheiro.
-Você vai se atrasar para a escola Amy! Vai logo!
-Eu... Já vou. - falei o mais alto que pude.
Olhei para meu braço e vi que o sangue tinha secado e criado uma casca fina sob o corte. A navalha estava caída no chão.
Inclinei-me para pegá-la e depois me levantei para lavá-la e guardar de volta na gaveta. Eu não sei se eu tinha desmaiado ou dormido.
Tirei minha blusa e vi que ela estava machada de sangue.
-Merda. - praguejei.
Embolei-a e joguei no lixo. Tirei meu short e joguei-o no cesto de roupas sujas.
Abri o chuveiro e deixei a água morna cair sobre meu rosto e meu cabelo.
Tudo o que eu não precisava hoje era de um "primeiro dia de aula".
Isso é tão fodido!

***

Encarei-me na frente do espelho por um tempo. Eu parecia mais magra. Estava usando uma saia xadrez azul marinho, uma regata branca e um casaco preto por cima. E... All Star preto. Revirei os olhos para mim mesma. Já fora o tempo que eu passava me admirando em frente ao espelho. Admirando minhas madeixas loiras, meus olhos castanhos e minhas sardas claras perto do nariz. Eu tinha deixado de me importar com o meu reflexo há muito tempo. Afinal, é o que dizem, o espelho pode mentir.
Era março, meio do semestre e eu seria a novata, a condenada a julgamentos e olhares tortos. A primavera tinha chegado e o Sol lá fora raiava forte e eu só tinha vontade se fechar as cortinas ou pintar as janelas de preto e me jogar de volta na cama, na minha escuridão, no meu mundo... Eu odiava o mundo lá fora. Era torturante e sufocante.
***
No andar debaixo, minha mãe preparava o café enrolada num roupão enquanto lia a página de um jornal. Ela não pareceu notar minha presença na cozinha. Seus cabelos loiros estavam presos num rabo de cavalo relaxado.
Peguei a chave de seu carro e me dirigi em direção à porta.
-Não arranhe o meu carro! - a ouvi gritar da cozinha.
Revirei os olhos e saí, batendo a porta.
Destranquei a porta do carro e entrei batendo a porta com força. Não foram muitas vezes que eu havia entrado naquele carro que o novo namorado da minha mãe tinha dado para ela. Ele era um idiota completo e adorava dizer como os cigarros faziam mal ao pulmão quando me via fumando. Como se eu me importasse com esse tipo de coisa e não tivesse fumado coisas piores.
Pisei fundo no acelerador e comecei a dirigir sem pisar muito no freio. Os parques e as praças do bairro estavam cobertas de grama verde e as árvores estavam floridas com tons de rosa e amarelo. Mas aquilo estava me incomodando porque isso me lembrava Dom. Lembrava-me de como ele gostava de parques, da primavera e de arrancar flores das árvores. A primavera foi quando tudo aconteceu. Era a pior época pra mim.
Abaixei o vidro da janela e olhei para um lago cristalino no meio do parque. Engoli em seco. Eu odiava lagos... A culpa era minha.


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Notas finais do capítulo

Espero que você tenha gostado do capítulo, se gostou, comente e continue acompanhando a história, me fale o que você achou do primeiro capítulo.
Espero te ver no próximo!
Beijos.



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