A semana foi um borrão, o trabalho estava maravilhoso com Margo me infernizando sempre que podia, e ela podia muito se considerarmos o fato dela ser minha chefe.

Como uma mulherzinha tão pequena pode ser tão voltada para o mal? As vezes quando chego no escritório e ela começa a gritar comigo, olha fixamente esperando a doida virar o pescoço em 360° igual a Regan de o exorcista.

Mas nunca tive o prazer dessa visão graças a Deus, eu com certeza mijaria nas calças.

Mas ao contrario de minha semana no trabalho, meu final de semana estava um tanto monótono. Aline estava em mais uma lua de mel com Jesse então eu quase não a via e quando ela dava o ar da graça me entretinha falando do amado, um SACO se querem saber.

Pensei seriamente em tocar o foda-se e ir atrás de Brian só para dar uma rapidinha. Tenho certeza de que ele não ia reclamar, mas minha situação financeira não permitia meu deslocamento, então tomei um banho gelado e me forcei a ficar em casa .

E mais uma vez eu estava mofando no meu sofá, me acabando em um pote de sorvete e assistindo Friends, exatamente o tipo de programa de uma pessoa encalhada, a diferença é que eu não estava encalhada e sim a quilômetros de distância do gostoso do meu namorado.

A TV estava uma merda e eu já estava de saco cheio de ficar em casa, mas para onde eu iria? Aline e Jesse não sairiam comigo, eles com certeza estavam fazendo algo mais produtivo e animado então acompanhar eu solitária pela noite não seria uma opção. Eu até poderia chamar Noah mas podia ouvir os gritos da vadia que estava em sua cama aqui do meu apartamento então não seria eu a atrapalhar essa safadeza.

Minha única alternativa foi continuar mofando e foi exatamente o que eu fiz. Tentei inventar algo divertido que me tirasse dessa monotonia mas minha mente estava em branco.

Comecei a reclamar de mim mesma comigo mesma até que ouço a campainha tocar. Quem será que incomoda minha discussão mental ? Me forço a ir até o celular que esta na outra ponta do sofá ( que merda como ele foi parar tão longe? ) e vi que eram oito horas, nossa como o tempo passou rápido ! Agora mesma era dia lá fora.

A casa estava escura só iluminada pela TV, me forcei a levantar e ir até a porta, fui me arrastando ( literalmente ) , estava quase lá quando a campainha tocou mais duas vezes de forma insistente.

Parei no caminho, porque a urgência? Um arrepio de terror passou por meu corpo, e se fosse um maluco psicopata que vai me matar e vender meus órgãos para o mercado negro, ou talvez um cara igual ao Hannibal Lecter que esta morrendo de fome e tem uma quedinha por cérebros humanos, ou até mesmo a Samanta vinda do poço para me assustar até a morte?

Minha mente inventava milhões de situações macabras e eu travei a alguns passos da porta. Estou sozinha e tem um maluco no meio da noite tocando minha campainha , minhas mãos soavam e meu coração estava na garganta.

Comecei outra conversa comigo mesma

Eu: Abra a porta sua cagona, deve ser Noah te pregando uma peça

Eu mesma: Mas Noah esta comendo a vadia, ele não viria aqui só me atormentar, ai meu Deus estou me cagando de medo!

Eu: Seja homem ou melhor seja mulher , não é nada! Abra a porta!

Eu mesma: Não!!! Quero minha mãeeeeee ...

Eu: Abra agora ! Se você não for eu mesma abro!

Eu mesma: Mas você sou eu , se eu não vou você não vai não é mesmo ?

Eu: Abra!

Eu mesma : Mas se for um assassino?

Eu: Agora !

Parei com a tagarelice mental que pareceu durar horas mas que não passou de alguns segundos e me forcei a seguir em frente, estufei o peito e coloquei a mão na fechadura, preparei meu discurso para o caso de ser Noah me pregando uma peça e abri a porta.

— Olha aqui seu otário eu não vou cair ....

Não consegui terminar a frase. Um corpo grande e forte veio a meu encontro e me jogou em cima do sofá, não tive tempo nem de gritar. Suas mãos me pegaram pela bunda e me forçaram para cima me encaixando em seu quadril, sua boca estava na minha sedenta e violenta. Me beijava como se não houvesse amanhã , eu estava atônita, meu corpo não respondia só sentia, e a primeira coisa que senti foi que ele estava muito, muito animado!

Me separei do aperto o máximo que foi possível para olhar em seus olhos e os encontrei cheios de desejo.

— Não sabe como estava com vontade de fazer isso, te beijar, te sentir toda minha! — disse ofegante.

Voltou a me beijar , rosto , pescoço , meus seios por cima da blusa. Onde era possível alcançar e eu gemi alto em seu ouvido. Desejei estar com algo mais sensual diferente do meu pijama enorme e puído do pateta , mas como eu saberia que meu namorado ia vir de tão longe para sanar todos meus desejos.

Ia fazer Noah provar do mesmo veneno, eu ia gemer e gritar tão alto que até Aline do outro lado da cidade escutaria.

Minhas mãos entraram por sua camisa e suspirei ao sentir sua barriga defina . Estava abrindo sua calça, minha mão foi descendo e encontrei o pequeno Bryan, ( que de pequeno não tinha nada ) , e o acariciei, ele não se conteve e começou a sussurrar meu nome Taylor, Taylor , Taylor.....

Minha boca encontrou a pele sensível de seu pescoço e seu gosto entorpeceu meus sentidos.

Ele continuava chamando por meu nome mas agora já não era mais um sussurro ele foi aumentando o tom de sua voz e estava aos berros.

Taylor , Taylor ,Taylor , Taylor ,Taylor , Taylor ,Taylor , Taylor .....

Sua voz era urgente e eu comecei a ficar incomodada com o escândalo, me afastei dele mais uma vez para perguntar o que estava acontecendo, quando um estrondo como o estouro de uma bomba me fez cair do sofá e bater a testa com tudo na quina da mesinha de centro.

Minha visão ficou turva, que merda estava acontecendo ?

Olhei para os lados ainda perdida e notei fachos de luz entrando pelas frestas da cortina, estava claro lá fora? Caraca eu bati forte mesmo a cabeça!

Olhei em volta e vi que estava sozinha. Sozinha ? Cadê aquele gostoso que estava agora mesmo em cima de mim? Olhei para baixo e vi que minhas roupas estava no lugar de sempre e me dei conta de que infelizmente eu estava sonhando.

Alegria de pobre .... Essas coisas só acontecem comigo!

Continuei no chão gemendo, só que de dor, mas fui forçada a parar quando outro estrondo muito alto veio da porta junto com mais gritos que identifiquei sendo de Noah.

Não acredito que esse filho de uma égua interrompeu minha foda imaginária!

Estava sentada no balcão da cozinha com um saquinho de gelo na testa, minha queda me presenteou ou com um galo enorme e dolorido. Meu dia não podia estar melhor.

Resumindo tudo: Eu dormi e tive um sonho erótico com Bryan, um sonho erótico muito bom e real diga-se de passagem, e que acabou no exato momento em que Noah Collins decidiu arrombar minha porta e acabar com meu sonho mágico.

Mas eu devia ter percebido que não era realidade porque Bryan não era do tipo sexo selvagem. Foi apenas minha mente pervertida tentando saciar meus desejos carnais.

Agora eu estou com a praga que está rindo da minha cara por ter me pego no pulo e que pulo.

— Só me explica mais uma vez, porque você estava tentando arrombar minha porta?

Perguntei tentando controlar minha voz.

— Como já expliquei — ele rolou os olhos enquanto esticava as pernas em cima da minha mesa de centro a mesma que quase me tirou a vida a minutos atrás — eu estava com uma gostosa e ela estava me fazendo um boq...

— Sem detalhes sórdidos! Não quero saber de sua vida sexual nem das posições ou sei lá o que que você faz.

Ele me ignorou.

— Como eu estava dizendo, eu estava no meio de um boquete maravilhoso quando ouvi berros e gemidos tão altos que tiraram totalmente a atenção do que rolava em meus países baixos — ele disse apontando para um ponto que prefiro não pronunciar — então decidi investigar o que estava acontecendo já que não consegui mais dar o devido valor para minha amiga. Sai como um louco procurando e procurando quando percebi que os gritos vinham do seu apartamento — ele disse apontando pra mim — você estava gemendo tão alto que eu pensei que você estava sendo possuída ou torturada até a morte por um psicopata tarado. Te chamei e você não respondeu, mas continuou gemendo Bryan Bryan , então tomei uma decisão e tentei arrombar sua porta. Foi então que você apareceu. Fim!

Suspirei cansada.

— Você devia ter continuado com sua " amiguinha " dai não teria me interrompido, agente estava quase lá.....

Chorei baixinho comigo mesma, lamentando minha falta de sorte.

— O que você disse? Ele perguntou com ar de deboche.

Droga! Esqueci que ele estava ali escutado tudo o que eu estava falando.

— Nada que te interesse! — bufei constrangida, ele não precisa saber o conteúdo do meu sonho.

— Sabe o que eu acho — Ele disse vindo até mim com um sorrisinho idiota nos lábios, parou na minha frente quase entre minhas pernas.

— Não me interessa o que você acha!

Falei rápido demais, desviando os olhos do ser.

— Acho que você estava tendo um sonho erótico, um dos bons pelo que percebi por isso estava gemendo e gritando como uma maluca.

Meu rosto esquentou na hora, o desgraçado tinha percebido. Queria encontrar um buraco e me enterrar lá para sempre, mas como não tinha para onde fugir continuei ali excitada e sofrendo bullying de um sádico que não tem pena de ninguém.

— E a pior parte — disse chegando mais perto — é que o sonho não era comigo o Deus do sexo!

Ataquei o saco de gelo em sua cara mas ele apenas começou a gargalhar. Desci do balcão e fui em direção a meu quarto me enterrar nas cobertas e morrer sufocada.

Mas fui interrompida por Noah que segurou meu braço me impedindo de cometer um suicídio imaginário.

— Onde pensa que vai?

— Morrer e bem longe de você!

Puxei meu braço mas ele me segurou ainda mais forte. Seus olhos incrivelmente verdes estavam em mim e senti como se ele pudesse ler minha mente.

— Me conta o que aconteceu — pediu com a voz baixa e rouca que me fez vibrar por dentro. Maldito Noah tinha que ser assim tão gostoso!

— Não aconteceu nada agora me solta!

Bem que eu tentei soar séria mas minha confiança tinha se esvaído assim que notei que ele estava sem camisa e seu peito forte estava tão perto que podia contar os gominhos de sua barriga se olha-se para baixo.

— Aconteceu sim, para de ser teimosa! — ele agora estava sério como se estivesse mesmo preocupado comigo — eu sai de uma transa espetacular só para ver que porra estava acontecendo com você e agora se nega a me contar.

Ele conseguia ser fofo e idiota ao mesmo tempo.

Seu comentário foi a gota d'água, senti meu sangue ferver e descontei toda minha frustração nele.

— Eu não tenho culpa se estou estressada com meu emprego porque tenho uma chefe possuída pelo demônio que me odeia e excitada porque meu namorado está a quilômetros de distância, e não consigo nem ter um misero sonho erótico sem que algum desocupado sem noção que no caso é você acabe com tudo! Agora estou aqui molhada , irritada e com uma puta dor de cabeça e eu não tenho quem me foda e acabe com esse tesão insano que está me consumindo.

Gritei na sua cara tudo o que estava entalado em minha garganta. Não queria abrir minha vida sexual ou a falta dela para um babaca que copulava pelo menos três vezes ao dia, mas não consegui controlar.

Sentia lágrimas se acumulando em meus olhos e tentei controlar engolindo o nó que estava em minha garganta. Ele estava com os olhos esbugalhados , eu também estaria depois de escutar todo meu drama.

Me preparei mentalmente para a zoação que viria porque esse era Noah , ele não tinha sentimentos e não entenderia mesmo que eu desenhasse para ele, então só fechei os olhos tentando controlar minha respiração e esperei pelo pior.

Mas ao contrário do que pensei ele apenas me soltou e saiu pela porta me deixando mais uma vez sozinha.

Não tive nem tempo de perguntar qual era a dele, pois passou voando pela porta novamente me pegando pela mão e me arrastando até a cozinha.

Bateu uma garrafa de tequila na mesa e me olhou intensamente.

— Beba! — ordenou — e me conte tudo antes que você exploda. É pra isso que servem os amigos né!

Um sorriso torto brincava em seus lábios e eu mais uma vez me peguei tentando entender qual era a desse cara sentado em minha cozinha, e porque ele estava sendo tão legal comigo. Mas desisti porque não conseguia nem respirar direito quanto mais pensar, então apenas virei a garrafa e engoli aquele líquido que me queimou por dentro, depois desatei a contar toda a novela que era minha vida para a pessoa mais improvável do mundo.