Nárnia - Uma última visita. escrita por Gennie Licce


Capítulo 7
Que ideia fora aquela?


Notas iniciais do capítulo

BOA LEITURA.



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Haviam se passado cinco dias desde que Pedro e sua amada América chegaram na antiga residência do Professor. Apesar da estanha recepção, os dias que se seguiram foram mais calmos e acolhedores.

O sol brilhava ainda por detrás das montanhas, o ar úmido e uma brisa gelada penetravam nas paredes da casa. Apesar de ser tão cedo já havia movimentos, principalmente na sala de refeições.

O cômodo não é tão pequeno e nem possui uma decoração como a de outros lugares pela casa. O papel de parede é menos tradicional, formado por imagens de tijolos e a mobília está reformada, tendo um aspecto de novo. No meio do cômodo uma mesa de vidro retangular se encontra forrada por um pano de mesa fino e branco, por cima há diversos pratos, talheres de prata e xícaras. Sem contar na quantidade de fartas comidas, tendo entre elas pães, frutas e pão de queijo, típico do Brasil.

Edmundo já estava arrumado, veste uma calça bege e uma camisa grossa de lã listrada da core vermelha desbotada. O jovem estava acomodado ao lado da irmã caçula, Lúcia, que ainda vestia pijamas e por cima um roupão branco. Ambos se serviam aleatoriamente. Susana também se encontrava na sala de refeições, vestindo um de seus clássicos modelitos – um vestido claro, desta vez com estampa de bolinhas e azul – Sentada em uma das pontas, também se deliciando com as comidas.

Pedro, ainda de pijama, chegara atrasado. Se encontrava em estado suspeito, descabelado e preguiçoso. Todos o olharam curiosos e suspeitando de diversas maneiras, e é Edmundo o primeiro a falar.

“ Você está horrível, Pedro.” Semblantes na voz dele dizia que segurava o riso.

“ Não consegui pregar os olhos ontem a noite.” Respondeu Pedro, meio bocejando.

“ Nós imaginamos o motivo.” Brincava Edmundo baixinho e soltando risinhos, junto com Lúcia.

Pedro o encarava sério, entendendo a brincadeira logo de primeira e parecendo não gostar. Mas antes de responder, Hina, a empregada mais velha – de cerca de 34 anos. – entrava segurando uma bandeja prata, com dois recipientes médios, dos quais sai uma fumaça pequena e quase transparente. Ela traz consigo o leite quente, e o café. Os repousou em um espaço reservado na mesa e sorrindo disse:

“ O que vai querer hoje, Senhor Pedro? ” Ela parecia ter acordado de bom humor, extremamente diferente dos dias anteriores, quando reclamava que teria que trabalhar mais nas refeições porque mias duas bocas haviam sido adicionadas.

“ Que não me chame de senhor.” Ele respondera com carisma, mesmo parecendo estressado. “ Vou querer o café, por favor.”

Hina assentiu com a cabeça e encheu a xícara em frente a Pedro, o cheiro de café forte flutuava se misturando com o aroma das comidas. Só de olhar a fartura posta sobre a mesa dava água na boca. E por mais estranho que parecesse, Pedro apenas se serve de torradas. Susana é quem interroga.

“ O que houve Pedro? ”

“ Nada demais, apenas não conseguir dormir ontem a noite.” Ele afirmou com clareza, já de boca cheia. O que irritou, totalmente, Susana.

“ E por que disso?” Ela insistiu curiosa.

“ Foi uma dama de cabelos claros, doce e gentil? ” Comentou Lúcia no tom da brincadeira. Ela e Edmundo queriam envergonhar Pedro. Uma brincadeira estranha mas que os trazia risadas.

“ Não, fora o sonho que tenho tido inúmeras vezes.” Esbravejou Pedro largando sua comida no pires de desenhos minúsculos.

“ Sonho?!” Pergunta Susana curiosa.

“ Lembranças misturadas e cenas que é melhor nem lembrar.”

“ Lembranças de Nárnia?!” Perguntou Lúcia, de repente séria, quase afirmando a própria pergunta.

“ É.” Respondeu Pedro, enquanto encarava os pães de queijo brasileiros.

“ Sabia que eu não era única a ter esses sonhos esquisitos.” Ela quase grita, afirmando e declarando. Lúcia largara os talheres que ruidosamente caíram sobre o prato. Se Dona Marta ainda estivesse ali ela surtaria, temendo pela louça.

“ Você também tem tido?” Perguntou Pedro surpreso.

“ Sim e Susana dizia que era apenas pesadelos.” Debochou Lúcia com desdém.

“Eih!” Protestou Susana.

Edmundo riu e em seguida tomou um pouco do café em sua xícara, parecendo nem se importar com o assunto, mas logo é o foco das atenções e obrigado a se pronunciar. “ O que?! Isso é engraçado!” Dizia ele olhando cada um dos seus irmãos.

“ Ed, não há nada de engraçado nisso.” Repreendia Susana.

“ O que?! No começo você achava isso um absurdo, não venha me corrigir.” Pestanejou Edmundo, que continua. “ E eu acho apenas uma coincidência, vão me falar que há uma semelhança nos dois sonhos? ”

A pergunta de Edmundo circulou pelo ar, nenhum deles havia pensado nisso. Sonhos parecidos porém não idênticos, quais chances de isso acontecer teria? Todos se entreolharam, pensando na possibilidade. O silêncio tomou conta do cômodo, uma brisa gelada pareceu circular o ambiente arrepiando o pelo da nuca de cada um dos Pevensie.

Depois de minutos cada um, Pedro e Lúcia, contaram seus ‘pesadelos’ e procuraram cenas parecidas. Entretanto só acharam personagem idênticos, conhecidos que participaram do dia-a-dia deles em Nárnia, nada há mais até...

“ Espera ai.” Começou Susana olhando para o nada, pensando enquanto fala. “ Ambos disseram que havia palavras nas paredes, no chão...” ela observa. “ O que havia escrito?”

“ Estavam numa língua antiga de Nárnia, que se não me falhe a memória dizia...” Pedro começa, nunca foi bom com as línguas antigas de Nárnia, sempre se confundia.

“ Se à Nárnia quer ir, não precisa apenas acreditar ...” Inicia Lúcia.

“ ...precisa parar de pensar e deixar que Nárnia o chame. ” Termina Pedro, fazendo todos refletir.

“ O que será que isso quer dizer?” Sussurrou Su.

“ Quem sabe se pararmos de pensar em Nárnia...” Edmundo começou.

“ Mas não temos pensado em Nárnia nos últimos dias...” Afirmou Pedro.

“ Pedro...” Susana o encarava. Ela sabia que ninguém parava de pensar naquela mágica terra desde que se viram pela primeira vez há cinco dias atrás. Talvez fosse por isso que a tão esperada viagem estivesse demorando. “ Anda, dêem as mãos.” Pediu ela.

“ Susana é meio impossível...”

“ Faça o que eu disse.” Ela reclamou se levantando e se sentando ao lado de Pedro.

Os outros não gostaram da ideia mas mesmo assim deram as mãos e fecharam os olhos, esperando que algo acontecesse.

De repente uma brisa gelada os chicoteia, o silêncio vence. Nada acontece mas eles ficam assim por minutos e minutos. E então abrem os olhos.

NADA mudou, nem mesmo a iluminação lá fora. Todos recolhem as mãos e se entreolhavam, depois fixaram em Susana.

“ Desculpe, achei que funcionaria!” Ela diz cabisbaixa.

“ É mas não funcionou.” Edmundo afirmou o óbvio.

“ Não é a mesma coisa que antes Susana, não é só dar as mãos.” Explicou Lúcia, com um pouco de raiva e decepcionada.

“ Não fale assim comigo, eu tentei pelo menos.” Explicou ela chateada.

“ Menos as duas, o podemos fazer agora é comer.” Reclama Edmundo ainda faminto.

“ Guloso!” Brinca Lúcia.

“Ah engraçadinha.” Edmundo devolve. “ Pelo menos eu estou recuperando as energias.”

“ Ora essa, cadê a América?!” Nota por fim, Susana. Agora que se conformara com a presença dela era impossível não parar de pensar onde ela estaria.

Pedro os olhou sem saber responder, quando acordara, minutos atrás, América não estava em seus aposentos. Por mais que o assustasse ele pensou que a amada teria levantado mais cedo e já estará a tomar café. Balançou a cabeça coçou os olhos, dizendo por fim:

“ Eu não sei.”


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Notas finais do capítulo

Foi um hiatus de 2 anos! Dois longos e indiscutíveis anos! Eu peço desculpas, desculpas por deixá-los abandonados, por deixar a história de América e Pedro de lado, e por voltar apenas agora.

Os capítulos foram atualizados neste mês - Outubro de 2017 - e pretendo continuar a história e postar um próximo capítulo até depois desta sexta feira treze.

Talvez eu possa expandir os horizontes dessa história, mas pensarei nisto mais para frente. Até o próximo capítulo.



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