Era uma manhã de primeiro de setembro, o tempo sorria para Rose Weasley com seu céu azul sem nuvens a vista. Ela não conseguia parar de sorrir e pensar o quão maravilhoso seria o seu primeiro ano na escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, a qual há muito esperava ansiosamente para ir.

E então finalmente o dia chegara, e ela e sua família estavam a ponto de entrar na Estação King’s Cross. “Onde a mágica começa”, pensou ela, olhando os trouxas enquanto seguia com seus pais a sua cola para a plataforma.

Rose foi a primeira a atravessar empurrando seu carrinho, ela estava radiante de felicidade, não podia acreditar que finalmente seu maior sonho se realizaria em poucas horas! Ela aprenderia muitos feitiços e poções e talvez fosse a primeira menina do primeiro ano a conseguir o cargo de monitora.

Ela sonhava alto, sim. Tinha o cabelo ruivo de seu pai, mas a textura dele era de sua mãe, enrolado e volumoso. Os olhos verdes e brilhantes de uma sonhadora era o que mais chamavam atenção em seu rosto sardento, que puxara do lado Weasley da família.

Rose avistou Alvo logo de primeira, seu primo conversava com o pai quando a viu e abanou a mão, a ruiva sorriu e foi correndo logo até ele.

-Ei, Al, da pra acreditar que nós vamos para Hogwarts?! É tão empolgante! – Alvo assentiu e os dois se abraçaram como forma de cumprimento, eram os primos mais grudados e amigos da história.

Seus pais os ajudaram com a bagagem e depois os deixaram na cabine, prontos para partir. Rose viu lágrimas nos olhos de sua mãe, Hermione, que naquele momento em que o trem partiu estava pensando em como sua garotinha havia crescido tão rápido. E ela não era a única, não mesmo, Ron, Harry e Gina, embora disfarçassem melhor, também sentiam que os filhos estavam indo um a um, todos os três aos poucos, logo seria a vez de Lily.

Porém no trem, as coisas estavam bem mais animadas, James Potter, o irmão dois anos mais velho de Alvo, estava pregando peças nas cabines alheias, soltando bombas fedorentas e distribuindo balas de vômito. Rose não achava aquilo nada engraçado, mas James era um Potter com descendência Weasley, o que mais poderia esperar?

Ele voltou para a cabine e sentou-se no banco, rindo.

-Não pode pegar uma detenção ou qualquer coisa por isso, James?

Ele deu um sorriso quase que maligno – acho que abusei da palavra, mas era sinistro, realmente – olhou para Rose e respondeu:

-Só se descobrirem que fui eu, e se você contar eu juro que faço do seu primeiro ano um inferno em Hogwarts, Rose Weasley.

Ela arqueou as sobrancelhas, não acreditaria naquelas palavras se não o conhecesse bem, James havia puxado ao seu avô, com certeza, e também tinha um pouco – ou muito – do gene dos gêmeos Fred e Jorge, seus tios.

-É Rose, não vem querer bancar a espertinha sabe-tudo, ou pior, a dedo-duro, esse ano, por favor – Alvo complementou.

-Vocês dois em, eu não vou falar nada, juro, ok? Mas se fizerem algo grave eu retiro meu juramento.

James riu.

-Algo grave? Relaxa Rose, são só brincadeiras, ninguém vai se machucar.

A ruiva revirou os olhos, odiava estar na cabine com aquelas duas crianças imaturas, até Lily era mais madura do que eles, de repente ela desejou que a prima estivesse ali.

Alguém estava batendo na porta da cabine, James a abriu e Rose viu um garoto loiro de cabelo liso parado à porta. Observou-os, curiosa.

-Será que eu poderia ficar aqui? O resto do trem está lotado.

Rose sorriu ligeiramente, lembrando-se de como a amizade de seu pai e seu tio Harry começara bem assim, com um trem cheio e uma única cabine com espaço sobrando. Pensou se essa sorte seria de família.

-Claro, entra ai – James respondeu, o garoto sentou-se ao lado de Rose, que estava na janela. – E ai, primeiro ano? Como se chama?

-Pois é – ele respondeu, ela podia perceber que a confiança que ele emanava pelo seu tom de voz, mas não chegava a ser rude ou se achar, era uma coisa natural e Rose até pensou que era uma coisa ótima de se ter, essa confiança em si mesmo na hora de falar com qualquer um, ainda mais com onze anos de idade. – Sou Scorpius Malfoy, prazer, vocês são...?

-James Potter, terceiro ano. Esse é meu irmão Alvo, também é do primeiro ano, assim como a Rose, ai sentada do seu lado, nossa prima.

Ele estendeu a mão para os dois, apertando-as, e depois virou-se para Rose.

-Oi, Rose Weasley – ela falou apertando sua mão.

-Prazer – ele cumprimentou, olhando em seus olhos, Rose podia jurar que tinha algo de misterioso e especial no tom cinza dos olhos de Scorpius, ela sorriu e sentiu que talvez aquele pudesse ser o começo de uma grande amizade.